Bissau, 14 mai (Lusa) - O
PAIGC, partido maioritário na Guiné-Bissau, acusou hoje o secretário-executivo
da CPLP, Murade Murargy, de desrespeitar o país e de contrariar valores
democráticos e constitucionais, depois de o líder da organização ter comentado
a crise política guineense.
O Presidente da República da
Guiné-Bissau demitiu na quinta-feira o Governo do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o que aconteceu pela segunda vez
desde as eleições de 2014.
Murargy admitiu na
sexta-feira que Bissau possa ter um novo executivo sem o PAIGC, se tal trouxer
estabilidade, até porque a organização não tem dinheiro para patrocinar novas
eleições.
Em resposta, o partido
emitiu um comunicado na última noite em que acusa o secretário-executivo de
"perder de vista a construção democrática", como "pressuposto
fundamental para a paz e a estabilidade".
O PAIGC refere que os
valores democráticos "não têm preço e se têm só o povo guineense pode
fixar os respetivos valores".
O partido classifica a
hipótese colocada por Murargy como "inconstitucional" e questiona:
"como é que ousa fazer esta afirmação, nem que fosse simplesmente por
respeito ao povo guineense, que merece todo a consideração dos seus irmãos e pares
de língua portuguesa".
"Para o PAIGC, o
secretário-executivo da CPLP ficou cansado dos muitos problemas que a Guiné lhe
tem causado ao ponto de escolher o caminho mais curto e o que lhe parece mais
barato", acrescenta o comunicado.
O partido acrescenta:
"ele diz simplesmente que a CPLP não tem dinheiro para o seu
funcionamento, quanto mais para financiar uma eventual eleição antecipada.
O PAIGC diz esperar que a
atual presidência de Timor Leste da CPLP "queira corrigir esta deriva de
princípios e valores que só conseguimos atribuir ao cansaço e à alguma
desatenção e fadiga" de Murade Murargy.
LFO // CC
Publicada
por TIMOR AGORA