sábado, 25 de março de 2017

NA PALESTINA, O CASO DAS CRIANÇAS PRESAS PELO GOVERNO ISRAELITA


Dani Ferreira, em CGN


Em primeira reportagem de série sobre violações aos direitos humanos na Palestina, Ponte entrevista menina de 14 anos que passou 4 meses numa prisão em Israel

Eu estava andando para a escola quando um carro da segurança do assentamento tentou me atropelar. Eu desmaiei. Quando acordei, havia uma faca do meu lado e eu estava cercada de pessoas perguntando porque eu tinha uma faca. Fizeram de um jeito que era para parecer que eu tinha uma faca. Eu estava algemada no chão e eles me chutavam e gritavam comigo o tempo todo. Eu falei para eles que eu não tinha uma faca.*

A menina K. tinha 14 anos quando isso aconteceu em uma manhã de dezembro de 2015. A criança foi detida e oito dias depois a corte militar israelense a condenou a 4 meses de prisão e pagamento de 5 mil shekels (cerca de R$ 4.300). Em 2015 houve um aumento no número de crianças palestinas presas após a onda de violência iniciada em outubro. Segundo a ONG Adameer, 156 menores foram presos em 2014 e outros 470 só em 2015; 2016 terminou com 400 menores palestinos presos por autoridades israelenses, meninos em sua maioria.

Levantamento de outra instituição, a ONG Defense For Children International – Palestina (DCI – Defesa de Crianças Internacional, em tradução livre) mostra que 2016 foi o ano com mais mortes de crianças palestinas por forças israelenses da última década: 32 mortos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Os palestinos que vivem na Cisjordânia estão sob as leis militares israelenses desde 1967, quando o território foi ocupado na Guerra dos Seis Dias. Já os colonos que moram em assentamentos estão sujeitos ao sistema legal civil de Israel. As leis militares aplicadas na Cisjordânia permitem que uma criança a partir de 12 anos seja presa. Dos 12 aos 13 anos, palestinos estão sujeitos a uma pena máxima de 6 meses; dos 14 aos 15, são potenciais 12 meses na prisão, com a exceção de crimes com sentença de 5 anos ou mais. Em 2011, o comando militar israelense aumentou a maioridade em seu sistema dos 16 para os 18 anos. Entretanto, palestinos na faixa de idade de 16 a 17 ainda são sujeitos às mesmas sentenças que adultos.

Segundo a ordem militar 1651, atirar “objeto, incluindo uma pedra” em uma pessoa, propriedade ou veículo, com a intenção de causar danos, pode levar a uma sentença de até 10 ou 20 anos de prisão. A razão mais comum para a prisão de crianças é justamente a acusação de atirar pedras em alvos militares ou assentamentos.

Naquela manhã, K. diz que foi retirada do chão por um segurança que, ao colocá-la no carro, bateu sua cabeça fortemente contra o veículo. “Ele estava falando muitos palavrões e coisas muito feias em árabe. Eu fiquei muito nervosa e respondi para ele”, conta a menina, em entrevista realizada pela Ponte em novembro do ano passado. Ela foi levada para outra estrada, dentro do assentamento, onde foi colocada no chão novamente e interrogada por cerca de 30 minutos.

Depois, soldados vendaram a criança e a colocaram em um jipe, em direção a alguma instalação militar, onde ela foi interrogada durante horas por dois homens que gritavam e a ameaçavam, dizendo que iriam demolir sua casa. Continuavam repetindo que K. tinha uma faca e que ela deveria confessar. “Eles me pressionaram muito, então eu falei que tinha uma faca. Eles me fizeram assinar uns papéis em hebraico”.

Segundo a ONG DCI – Palestina, a cada quatro crianças presas, três sofrem algum tipo de violência física durante a prisão, transporte ou dentro de bases militares. Além disso, segundo relatório da instituição, frequentemente a confissão dos supostos crimes é obtida de forma coercitiva e essa geralmente é a evidência utilizada.

Já era o final da tarde quando militares mediram a altura e o peso de K., que foi vendada novamente. Sem comida ou água, ela lembra que acordou apenas no dia seguinte, quando foi transportada para outro local.

Me colocaram dentro de um veículo, num lugar que parecia um caixão, do tamanho do meu corpo. Me deixaram lá no escuro. De tarde, comecei a gritar porque queria ir no banheiro, mas não me ouviram. Por volta das 18h me deixaram ir ao banheiro. Não trouxeram comida para mim e minha família ainda não sabia de nada. Eu estava no Kishon [centro de interrogação entre as cidades de Haifa e Nazaré, também conhecido pelos palestinos como Al-Jalameh].

Israel é signatário da Convenção sobre os Direitos da Criança, que estabelece que nenhuma criança será “submetida a tortura ou a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”, além de afirmar que a detenção ou prisão de uma criança “serão utilizadas unicamente como medida de último recurso e terão a duração mais breve possível”.

Em 2013, o UNICEF publicou um relatório chamado “Crianças em detenção militar israelense: observações e recomendações“, com 38 orientações às autoridades em relação às violações perpetradas. Concluiu-se que “os maus-tratos de crianças palestinas no sistema de detenção militar israelense é generalizado, sistemático e institucionalizado”. Em 2015, o UNICEF lançou boletim atualizando o documento, afirmando que houve avanços, mas reforçando a necessidade de melhorias.

“A pior parte era o caixão”

A Ponte entrou em contato com a embaixada de Israel no Brasil sobre os dados da DCI e do Unicef e recebeu um comunicado do vice-cônsul geral em São Paulo, Fares Saeb. O documento afirma que “Israel, o governo e as forças de segurança estão tomando todas as medidas para prevenir vítimas civis e desarmadas”. O vice-cônsul citou ataques com facas realizados por crianças como “resultado de décadas de incitamento do sistema educacional palestino, incluindo escolas administradas pela UNRWA” [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, estabelecida em 1949].

O comunicado também menciona ações humanitárias de Israel e de entidades israelenses, e cita ações do Hamas na Faixa de Gaza. “Queremos ver crianças estudando e brincando em escolas e parques, não se escondendo dos foguetes do Hamas e sendo treinados em campos de verão militares desta organização terrorista”, afirma a nota do vice-cônsul (veja a íntegra abaixo). Os questionamentos sobre violações cometidas por Israel na Cisjordânia, entretanto, não foram respondidos.

Após o relatório de 2013 do Unicef, o conselheiro legal das Forças Armadas de Israel enviou carta a todos os comandantes de unidades reforçando os procedimentos existentes, entre os quais: vendas devem ser utilizadas somente quando necessário por questões de segurança; a família deve ser notificada imediatamente da prisão, e a criança deve ser transferida para as autoridades competentes.

A mãe de K. ficou sabendo do que ocorreu com a filha pela internet, algumas horas depois da detenção. A garota viu sua família apenas no terceiro dia, por cinco minutos, durante audiência na corte militar Salem, próxima à cidade palestina de Jenin. Durante os oito dias em que esperou sua sentença, K. foi transportada para audiências três vezes. Ela diz que ela e outras crianças tinham que gritar toda vez que queriam água e que não era possível comer as refeições servidas, pois a comida estava estragada.

A viagem entre o centro de detenção Kishon e a corte Salem dura cerca de uma hora e meia, em condições normais. Quando teve de fazer o trajeto, entretanto, K. demorou o dia todo, pois o veículo parava na estrada frequentemente. As condições de transporte dos presos palestinos são um aspecto adicional das violações às quais eles são submetidos. O veículo descrito por K. tinha divisões dentro dele que variam em número conforme o tamanho do caminhão. A pessoa viaja como se estivesse em um caixão, mas sentada.

A pior parte era ser colocada naquele “caixão” toda vez que ia para a corte. Era um lugar muito apertado, cabem apenas duas pessoas. Dava para ver alguma luz pela porta. Um dia, colocaram um cachorro dentro do veículo. Ele estava latindo e ficamos muito assustadas. Quando viram que estávamos chorando, levaram o cachorro embora.

A transferência de presos de um território ocupado é proibida pela 4ª Convenção de Genebra, conjunto de normas para a proteção da população civil em tempos de conflitos armados, da qual Israel também é signatário. Além de violar o direito internacional, tal deslocamento de detentos dificulta a visita dos familiares, que precisam requisitar autorização para entrar em Israel, onde a maioria das prisões estão.

Por “questão de segurança” as autoridades israelenses não permitiram que os pais de K. a visitassem na prisão Hasharon, para onde foi transferida. Durante o tempo em que ficou lá, a menina recebia apenas a visita da irmã mais velha a cada duas semanas. “Foi muito triste. Eu só pensava no momento em que a veria de novo. A pior coisa era quando a irmã ia visitá-la e eu não podia. Fui até o checkpoint três vezes, mas eles negavam a minha entrada”, diz a mãe de K.

A garota conta que havia 30 detentas em Hasharon na época e 12 eram menores de idade. Lina, palestina de cerca de 40 anos que está presa há 15, cozinhava e cuidava delas. K. diz que ainda mantém contato com algumas das meninas que cumpriram sentença com ela. “Nós nos apoiávamos muito. Eu pensava muito na minha família, nos meus irmãos, no que eles estavam fazendo”, conta.

A rotina na prisão consistia de orações e estudo de árabe de manhã até 14h, quando almoçavam a refeição preparada por Lina. De tarde, arrumavam os quartos e podiam brincar. Às 18h, militares faziam a contagem e checavam as paredes dos quartos com martelos, procurando por buracos ou túneis. Às 22h, todas se recolhiam.

A menina foi liberada em abril de 2016. Cumpriu “4 meses menos um dia” de sentença, pois foi liberada um dia antes – sem avisar sua família, as autoridades simplesmente a deixaram no checkpoint Jabara, no norte da Cisjordânia. Ela pediu ajuda a dois desconhecidos, que ligaram para seus pais irem buscá-la.

A mãe de K. resume a prisão da filha da seguinte forma: “Eu e o pai dela sabíamos que ela é uma menina forte. Isso apenas a tornou mais forte ainda. ” Sobre sua vida agora, K. fala com uma firmeza assombrosa, demonstrando a resiliência de quem vive em um lugar onde as violações de direitos são regra. “Está normal, voltei para a mesma escola e minha vida está de volta ao normal”, diz. “Nada mudou. Foi um período, já acabou”.

Leia a nota assinada pelo vice-cônsul geral em São Paulo, Fares Saeb

Israel, o governo e as forças de segurança estão tomando todas as medidas para prevenir vítimas civis e desarmadas.

No último ciclo de violência e atentados palestinos em 2016, jovens de até 12 anos de idade realizaram ataques com facas contra civis e forças de seguranças israelenses. Este é o resultado de décadas de incitamento do sistema educacional palestino, incluindo escolas administradas pela UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente), que glorifica ações violentas e terroristas contra os israelenses, encorajando-os a “agir” para se tornarem “heróis”.

Um triste exemplo é o ataque terrorista de Hasan Manasra, de 15 anos de idade, e Ahmad Manasra, de 13 anos de idade, que esfaquearam um garoto israelense de 13 anos, que ficou gravemente ferido. Logo depois, perseguiram, com facas nas mãos, outro israelense. Hasan foi baleado e parado por um oficial de segurança que estava no local.

Essas crianças deveriam estar na escola, mas a incitação da autoridade palestina e do HAMAS é responsável pelas vítimas de ambos os lados (vídeo do ataque: http://news.walla.co.il/item/2897851).

Infelizmente, testemunhamos muitos ataques e tentativas como essa em 2015 e 2016.

Agências governamentais e ONGs israelenses estão atuando em todo o mundo para ajudar e resgatar pessoas em zonas de desastre, zonas de conflito e refugiados, em lugares como África, Europa, Ásia e Oriente Médio, inclusive ajudando palestinos e crianças palestinas em necessidade.

A ONG “Save a child heart” (SACH) conseguiu ajudar mais de 4000 crianças com problemas cardíacos a receber tratamento e cirurgias em hospitais israelenses, incluindo crianças palestinas. Nosso ministro do Interior autorizou a absorção de crianças órfãs sírias, sobreviventes da guerra síria, em Israel.

Queremos ver crianças estudando e brincando em escolas e parques, não se escondendo dos foguetes do HAMAS e sendo treinados em campos de verão militares desta organização terrorista. Gostaríamos de ver Gaza construindo escolas, hospitais e criando infraestrutura, não túneis de terror e mísseis. Queremos que os ataques terroristas parem, pois, assim, não será necessário nenhum posto de controle em qualquer lugar. Desejamos que a Autoridade Palestina volte para a mesa de negociações, negociações diretas, para alcançar a paz que todos nós precisamos para o futuro dos nossos filhos.

Foto: Polícia israelense prende menino de 11 anos acusado de atirar pedras em Jerusalém Oriental | Foto: Majd Gaith/Human Rights Watch

Seguem alguns anexos:
Save a child heart
http://www.saveachildsheart.com/
Graduação palestina do jardim de infância
https://www.facebook.com/NYPost/videos/10157719122870206/

(*) A repórter Dani Ferreira viajou à Palestina como participante do Paepi (Programa de Acompanhamento Ecumênico na Palestina e em Israel)

A Limpeza Étnica da Palestina, de Ilan Pappé, foi lançado na Livraria Antonio Gramsci


Aconteceu ontem, 24 de março, no Rio de Janeiro, mas é bom que se saiba

A Editora Sundermann e o Núcleo Piratininga de Comunicação - NPC convidam para lançamento e debate, com a participação de Soraya Misleh, do livro " A Limpeza étnica da Palestina", do historiador israelense Ilan Pappé.

A partir da abertura de arquivos oficiais israelenses, Pappé debruçou-se em reexaminar criticamente os acontecimentos de 1948 e o sionismo enquanto projeto político. Nesta obra, alia documentos oficiais à memória palestina para demonstrar que a criação de Israel como Estado judeu a escolha de suas lideranças foi promover limpeza étnica, ou seja, expulsão deliberada dos palestinos.

O autor é um dos mais importantes entre os chamados novos historiadores israelenses. Professor da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Filho de imigrantes judeus alemães, nasceu em Haifa em 1954, apenas seis anos após a criação do Estado de Israel - para os palestinos, a Nakba (catástrofe). Lecionou na Universidade de Haifa entre 1984 e 2007. Após a publicação de "A limpeza étnica da Palestina" e de expressar apoio ao movimento BDS (boicote, desinvestimentos e sanções) a Israel, passou a enfrentar pressão e ameaças, o que o levou a exilar-se na Inglaterra, onde vive hoje.

Pappé não reviu suas conclusões, como fizeram outros "novos historiadores". Abdicou dos privilégios que o silêncio cúmplice lhe traria e tem dedicado seu conhecimento à denúncia vigorosa da limpeza étnica do povo palestino e a que se faça justiça na tão maltratada Palestina. E vai além: afirma que sem o reconhecimento histórico da Nakba, não é possível haver uma solução justa, o que implica necessariamente assegurar o direito de retorno dos milhões de refugiados expulsos de suas terras.

Serviço:
Lançamento e debate do Livro A Limpeza Étnica da Palestina, de Ilan Pappé.
Editora Sunderman
Valor: R$ 60,00
Data: 24 de março de 2017
Hora: 19h
Local: Livraria Antonio Gramsci
Endereço: Rua Alcindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia, Rio de Janeiro.
Contatos: (21) 2220-4623 / livraria@piratininga.org.br


MUDANÇA DE HORA ESTA MADRUGADA. HORÁRIO DE VERÃO EM PORTUGAL


Avançar uma hora e dormir menos. Que aborrecimento

Quando for 01:00 de domingo (26.03) será preciso adiantar o relógio 60 minutos, para entrarmos no chamado “horário de verão”. Assim será até outubro. Em Portugal continental e na Madeira a alteração acontece à 01:00 (aumenta para 02:00), mas nos Açores a mudança é feita à meia-noite, passando a ser 01:00. 

O horário de verão vigorará até ao último domingo de outubro, dia 29, altura em que os relógios voltam a atrasar, de madrugada, 60 minutos, passando ao horário de inverno. 

Feitas as contas vai dormir menos uma hora. Se não quer perder essa hora de sono deite-se hoje uma hora mais cedo que o habitual e adormeça de imediato... se conseguir. Bom sono, com sonhos cor-de-rosa. (PG)

Boa ou má? Saiba toda a verdade estatística sobre a mudança de horário

Mais uma vez, os portugueses vão perder uma hora de sono e passar a ter um horário diferente nos meses de verão. Poucos são os que defendem a medida, mas o que dizem os estudos?

Se odeia perder um hora de sono em todos os meses de março para ficar com um horário diferente, saiba que está no grupo maioritário que se opõe ao famoso horário de verão. Se quiser saber os motivos da alteração, pode ler aqui a explicação; se quer perceber o que dizem os estudos, temos alguns dados interessantes para lhe mostrar.

Nos Estados Unidos, país onde as leis estaduais diferem de local para local, existe um 'case study' interessante: O Indiana, na costa oeste, apenas aderiu ao horário de verão em 2006 e ao contrário do que muitos pensavam, a alteração acabou por fazer aumentar os gastos energéticos. Outros estudos realizados nos Estados Unidos mostram que, nos dias que se seguem à noite em que se perde uma hora de sono, o número de acidentes aumenta, registam-se mais ataques cardíacos e AVC's.

Segundo a Bloomberg, existem até dados que provam que os juízes dão sentenças mais pesadas nos dias que se seguem à note mais curta de março, seja qual for o crime.

Recentemente, uma série de grupos empresariais surgiram em público a defender a mudança de hora com um novo argumento: a mudança de hora aumenta o consumo e estimula a economia. Para testar este argumento, o instituto de investigação do banco JPMorgan Chase analisou 380 milhões de transações nos meses seguintes às mudanças de horário de verão e inverno; os resultados não deixam margem para dúvida.

A comparação foi feita entre Los Angeles, que aplica as regras internacionais de horários e Phoenix, um dos dois Estados norte-americanos que não adere ao horário: apesar de ter sido registado um ligeiro aumento inferior a 1% nas transações quando Los Angeles mudou para o horário de verão, a diferença negativa no horário de inverno foi de 3,5%, apagando qualquer ideia de ser uma vantagem avançar a hora e recuá-la no inverno.

Nos Estados Unidos, pelo menos 11 Estados já pensam em deixar de trocar de horário, mas ainda nenhuma legislação foi aprovada. A nível nacional, a ideia não parece ter chegado a tornar-se numa discussão séria, tal como acontece em Portugal e na maior parte da Europa.

Bruno Mourão, em Notícias ao Minuto

Milhares de pessoas contestam o Brexit nas ruas de Londres

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Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Londres pelo direito a serem ouvidas sobre os termos de saída do Reino Unido da União Europeia, cujo processo começará na quarta-feira.
A marcha esteve junto ao Parlamento onde há dias se registou um atentado terrorista. O protesto envolve muitos emigrantes, entre eles vários portugueses que residem em Inglaterra.
Os organizadores, um grupo intitulado "United for Europe", reivindica o direito de a "sociedade civil britânica ser consultada e onde o parlamento ou a população tenha a palavra final sobre o nosso futuro".
Entre as reivindicações, enumeraram a permanência no mercado único europeu, os direitos oferecidos pela cidadania de um país da União Europeia (UE) e a garantia de que os cidadãos europeus estrangeiros poderão continuar a residir no Reino Unido.
A marcha, que começou junto a Hyde Park e seguir até à praça de Westminster, junto ao parlamento, começou por fazer um minuto de silêncio em memória das vítimas do atentado de quarta-feira que matou cinco pessoas (incluindo o atacante) e feriu 50.
A maioria das pessoas apresentaram-se de bom espírito, com cartazes feitos em casa com ou envergando bandeiras da União Europeia, que hoje comemora o 60.º aniversário do Tratado de Roma.
No protesto participaram também alguns portugueses, vários com bandeiras nacionais às costas. Júlio da Cunha, um serralheiro mecânico há dez anos em Londres, participou para mostrar o "descontentamento com a situação criada pelo Brexit", declarou à agência Lusa.
"Temos de ser unidos, lutar pelos nossos direitos. Temos de nos juntar e dizer à [primeira-ministra] Theresa May que também temos uma voz neste país, que também somos uma grande influência na economia deste país e todos juntos podemos fazer força para evitar que o Brexit não seja tão rigoroso", defendeu
Também Lionel Pinheiro, cantor de ópera igualmente há cerca de uma década no Reino Unido, está empenhado em que o acordo de saída da UE não seja severo. "Se for um Brexit que seja soft. Como português, tanto posso trabalhar em Braga como em Munique ou Atenas. Mas eu vim para aqui estudar e estou a fazer cá a minha vida. Será muito mais difícil no futuro se precisar de fazer alguma coisa como europeu estando cá", lamentou.
O governo britânico anunciou pretender acionar na quarta-feira o artigo 50 que determina a saída do país da UE, respeitando assim o resultado do referendo de 23 de junho de 2016.
Fonte: TSF com Lusa
Foto: TSF

Hora de Fecho: "Um homicídio é uma espécie de funeral sem corpo"

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
Chamam-lhes "vítimas ocultas". São os familiares e amigos de pessoas assassinadas, dezenas, no caso dos homicídios de Barcelos. Mas há ajuda.
Adelino Briote, o suspeito de ter matado quatro pessoas esta sexta-feira em Barcelos, entre as quais uma grávida, vai ficar em prisão preventiva. Está acusado de quatro crimes de homicídio.
Chega agora às livrarias "Uma Aventura em Conímbriga", o 59.º título de uma coleção que começou em 1982. As autoras, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, recordam o início, as viagens e as mudanças.
A propósito do lançamento de mais um título da coleção, as autoras de "Uma Aventura" tomaram o Observador como cenário para uma história original, com um rapto em pleno Bairro Alto.
As ruas de Londres são este sábado palco de uma marcha anti-Brexit, precisamente no mesmo dia em que o projeto europeu celebra o seu sexagésimo aniversário do Tratado Roma.
Na abertura do XIII congresso da UGT, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "a Europa em vez de estar à defesa tem que estar ao ataque" e que não pode temer que cada eleição provoque uma "implosão".
A Federação de Sindicatos da Administração Pública vai fazer um ultimato ao Governo, para que inicie de imediato as negociações na função pública, sob pena de avançar para a greve.
Pode saber de cor os elementos da Tabela Periódica ou os reis de Portugal, mas sabia que uma em cada 10 mil galinhas consegue mudar de género? 15 factos impressionantes sobre o mundo.
À margem do Portugal Fashion, e do outro lado da rua dos desfiles, uma tímida Sara Sampaio falou com os jornalistas. A modelo é a madrinha de um novo navio-hotel da DouroAzul.
A Fórmula 1 arranca na Austrália sem campeão (Nico Rosberg abandonou) mas com alterações em carros e regras a bem de um espetáculo que deixará de contar com Ecclestone. Hamilton parte como favorito.
Teresa Leal Coelho é a escolha de Passos em Lisboa, e diz que vai ganhar (quem acredita?). De Macário a Ferreira do Amaral, passando por Negrão e Seara, eis quando o PSD foi a jogo para ser derrotado. 
Opinião

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Há quem diga que “Francisco prefere bons ateus a maus católicos”, dando a entender que os católicos são maus por serem católicos e que, portanto, se deixassem de o ser, seriam bons, ou seja ateus…

José Milhazes
Num concurso em que estarão 43 países, Iúlia Samoilova deveria interpretar em inglês a canção Flame is Burning mas isso não sucederá. Qual será o próximo palco de guerra entre a Rússia e a Ucrânia?

Guy Verhofstadt
O aumento do apoio a partidos autoritários e eurocéticos, de extrema-direita ou extrema-esquerda, em conjunto com a dramática queda de participação democrática, é algo que nos devia preocupar a todos.

Rui Ramos
O crise dos refugiados em 2015 afectou mais a Europa do que a crise do Euro de 2010: a Grécia continua na UE, mas a Inglaterra vai sair. As migrações do Médio Oriente são a questão política decisiva 

Kirsty Hayes
O local do ataque não foi um acaso, às portas do nosso Parlamento, o mais antigo do mundo, símbolo dos valores que mais prezamos – liberdade, democracia, liberdade de expressão e estado de direito.
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Foi o seu compatriota que falou em mulheres, sr. Dijsselbloem – mas também temos copos

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Fugas
  Sandra Silva Costa  

Podíamos fazer de conta que foi tudo planeado ao milímetro, mas a realidade é muito mais prosaica: foi uma grande coincidência. Na semana em que um holandês andou nas bocas do mundo, a Andreia Marques Pereira terminava de escrever a reportagem sobre Eindhoven, a cidade da luz (berço da gigante Philips) que se reinventou com estilo. Deixou de ser a “cidade mais aborrecida” do país para renascer à custa da criatividade. Cidade “turística?”, pergunta Erik van Gerwen, do Turismo de Eindhoven, para logo a seguir responder: “Não, não somos. Mas se o que buscam é inovação e design, estão aqui.” Aqui, na quinta cidade da Holanda, aquela que não é “a rapariga mais bonita” do país, mas “a mais excitante”. Melhor era impossível: senhor Dijsselbloem, não fomos nós que falámos de mulheres, foi o seu compatriota.
Das mulheres vamos então até aos copos, e já fica este assunto arrumado. Hoje faça mira ao Pub Português, que o João Pedro Pincha foi amigo e já tirou a prova dos nove. “É sobretudo na carta que este pub quer mostrar que não é igual aos outros”: a garrafeira tem mais de vinte referências de vinhos portugueses, a carta de cervejas também é exclusivamente lusitana, das mais conhecidas marcas às artesanais referências. E, claro, enquanto bebe, pique qualquer coisa (que não é bom gastar tudo em bebida, como diz o outro): todos os dias até às 2h há pregos, hambúrgueres, moelas e outros exemplos da petiscaria nacional.
Calma, ainda há mais no capítulo dos comes e bebes. A Alexandra Prado Coelho foi ao Fórum Gastronómico da Corunha e voltou com histórias de um cozinheiro que capturou a luz do mar e de outro que tem uma piscina onde produz meia tonelada de peixe por mês. Está tudo aqui – e aproveito a boleia para lhe dizer que para a semana voltamos à Galiza. Apanhámos a onda da nova gastronomia galega e percebemos que os novos ventos que de lá sopram trazem cheiro a algas e a ouriços-do-mar. 
A fechar, uma sugestão para um sono principesco. Viaje com a Mara Gonçalves até à Escócia e pernoite no castelo de Duns, há mais de 300 anos nas mãos da mesma família. Falta pouco para o conto de fadas ser completo: há camas de dossel, torreões, lagos de cisnes e histórias da nobreza escocesa. E, para quem vive em França, EUA, Reino Unido ou Alemanha, há também um passatempo a correr que pode levar o vencedor e mais 20 pessoas a passar lá cinco noites. Quem sabe se não tem sorte?
Por hoje está tudo falado. Já sabe, passe sempre por aqui e ficamos com encontro marcado para a semana, à mesma hora. Boas viagens!

Última Hora | Homem matou a mulher em casa em Esmoriz

Um homem terá morto a esposa, ao início da tarde deste sábado, em Esmoriz.
Eram cerca das 14 horas quando os vizinhos ouviram gritar e foram à janela. "Vi a mulher com a cabeça de fora na janela da marquise a dizer que ia morrer. Via-se uma mancha de sangue na cortina. Depois vimos o homem e ele puxou-a para dentro. Não se ouviu mais nada", conta um vizinho que tem visão direta para o apartamento do casal.
Os Bombeiros de Esmoriz foram alertados as 14h49 para um caso de violência doméstica. À chegada, foi o próprio agressor que lhes abriu a porta. A vítima, de 51 anos, já estava em paragem cardiorrespiratoria. Ainda se fizeram manobras de reanimação. O óbito foi entretanto declarado.
Com a chegada das autoridades, o agressor foi imediatamente detido.
JN

IPST: Não desperdiçar sangue é a melhor forma de homenagear dadores

O aproveitamento máximo e sem desperdício do sangue doado pelos portugueses é a melhor forma de homenagear o dador, cujo dia nacional se assinala segunda-feira, disse à Lusa o presidente do Instituto Português de Sangue e Transplantação (IPST).

Almeida e Sousa sublinhou que "as reservas de sangue em Portugal, designadamente do IPST, são estáveis e estão dentro do necessário para satisfazer as necessidades".

"Todos os parâmetros de segurança, em tempos de reserva, estão dentro do que é mais que aceitável", adiantou, recordando que "todos os dias há colheitas de sangue em Portugal e as reservas estão sempre a ser repostas".

A propósito do Dia Nacional do Dador de Sangue, que se assinala segunda-feira, Almeida e Sousa considerou que a melhor forma de assinalar esta data é "homenagear os dadores de sangue, pela sua dádiva altruísta, benévola e solidária".

"Queremos evidenciar oficialmente este reconhecimento e respeito pela dádiva de sangue", adiantou Almeida e Sousa, para quem "o respeito pela dádiva de sangue começa exatamente pelo aproveitamento máximo e sem desperdício do sangue que é doado pelos portugueses".

Um dos objetivos do instituto é precisamente "evitar que haja desperdício de sangue, que seja maximizado o seu aproveitamento. Esta é a forma mais objetiva de fazer esse reconhecimento, do respeito pela dádiva de sangue dos portugueses".

Almeida e Sousa pretende que esta homenagem seja "complementada com a lembrança do próprio movimento associativo ligação à dádiva generosa e anónima em Portugal".

"É um movimento forte em Portugal, há dezenas e dezenas de associações de dador, outros tipos de associações, empresas, associações humanitárias, grupos mais diversos que promovem a dádiva de sangue", afirmou.

Isto "sem esquecer os hospitais que são parceiros do IPST e que muitos deles têm uma recolha de sangue muito relevante".


Fonte:Noticiasaominuto

Comentário: existem assuntos que não interessa ser comentados, para deixar de ser. O Cartão Nacional de Dador de Sangue, o famigerado seguro do dador que nunca foi regulamentado, a ausência dos dadores dos locais de trabalho para a doação de sangue, cujas empresas continuam a fazer da Lei tábua rasa, não reconhecendo a falta ao dador como justificada.
Por fim, podemos ainda lembrar as deficiências/condicionamento à entrada dos dadores para visitas aos doentes, mesmo em hospitais que efectuam recolhas de sangue.
A importância da comemoração do Dia Nacional do Dador de Sangue “faleceu” para muitos dirigentes associativos, pelo que nem sequer comparecem na cerimónia.
Ainda a existência de duas federações de dadores(?) que mais não servem para alimentar a divisão das associações e sacar uns milhares de euros ao IPST. Mais do mesmo… mais do mesmo para sempre. Dividir para reinar e alcançar objectivos cinzentos.
Caros colegas dadores, quem vos avisa bem vos quer: abram os olhos, questionem os vossos presidentes, procurem saber o que fazem em concreto para defender os vossos “direitos”.
A ADASCA é, e sempre será independente, não está sujeita a jugos.


J. Carlos