Leia na íntegra a saudação do Papa Francisco aos fiéis antes do Rosário, esta noite em Fátima
"Sinto que Jesus vos confiou a mim e a todos abraço e confio a Jesus, 'principalmente os que mais precisarem', como Nossa Senhora nos ensinou a rezar. Ela, Mãe doce e solícita de todos os necessitados, lhes obtenha a benção do Senhor."
"Sobre cada um dos deserdados e infelizes a quem roubaram o presente, dos excluídos e abandonados a quem negam o futuro, dos órfãos e injustiçados a quem não se permite ter um passado desça a bênção de Deus encarnado em Jesus Cristo.
"Esta bênção cumpriu-se cabalmente na Virgem Maria, pois nenhuma outra criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Ela, que deu um rosto humano ao Filho do eterno Pai podendo nós agora contemplá-lo nos sucessivos momentos gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos da sua vida, que repassamos na recitação do Rosário. Com Cristo e Maria permaneçamos em Deus. Na verdade, "se queremos ser Cristãos, devemos ser marianos (Paulo VI). Assim, sempre que rezamos o terço neste lugar bendito, como em qualquer outro lugar, o Evangelho retoma o seu caminho na vida de cada um, das famílias, dos povos e do mundo."
"Peregrinos com Maria... Qual Maria? Uma "Mestra da vida espiritual", a primeira que seguiu Cristo pelo caminho estreito da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma Senhora inatingível e, consequentemente, inimitável. A "bendita por ter acreditado" sempre e em todas as circunstâncias nas palavras divinas, ou então uma "santinha" a quem se recorre para obter favores a baixo preço?
"A Virgem Maria do Evangelho venerada pela Igreja orante ou uma esboçada por sensibilidades objetivas que a veem segurando o braço justiceiro de Deus pronto a castigar: uma Maria melhor do que Cristo, visto como juiz e piedoso; mais misericordiosa do que o Cordeiro imolado por nós?
"Grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma em primeiro lugar que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor - como mostra o Evangelho - que são perdoados pela sua Misericórdia. Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e em todo o caso o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia. Naturalmente, a misericórdia de deus não nega a justiça, porque Jesus tomou sobre si as consequências do nosso pecado juntamente com a justa pena. Não negou pecado, mas pagou por nos na cruz. Assim, na fé que nos une a Jesus Cristo, ficamos livres dos nossos pecados; ponhamos de lado qualquer forma de medo e de temor, porque não se coaduna em que é amado. "sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do carinho. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes (é da exortação apostólica Evamngelium Gaudium).
Possamos, com Maria, ser sinal e sacramento de misericórdia de Deus, que perdoa sempre, perdoa tudo.
Tomados pela mão da Virgem Maria e sob o seu olhar podemos cantar com alegria as Misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração, vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que tenho é que a Vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do Vosso coração. Assim seja."
Fonte: DN
Foto: REUTERS/TONY GENTILE