Dez horas. Foi o tempo que Rui Miguel Antunes Rosinha, bombeiro voluntário de Castanheira de Pera, esperou para ver os seus ferimentos atendidos num hospital. Em pergunta colocada por escrito ao governo – ministério da Saúde e ministério da Administração Interna, o Partido Social Democrata que saber porquê.
Rui Rosinha foi um dos bombeiros que saíram gravemente feridos de um acidente na Estrada Nacional 236 – conhecida como ‘estrada da morte’ após os incêndios em Pedrógão Grande. Na noite do passado sábado, com as condições de visibilidade afetadas pela noite e pelo fumo das chamas, o autotanque em que seguia a equipa de bombeiros voluntários de Castanheira de Pera embateu frontalmente com um carro onde seguia um casal de civis. O carro terá capotado e explodido quando os bombeiros tentavam auxiliar o casal. Gonçalo Conceição, o bombeiro voluntário que faleceu depois da tragédia, era um dos membros dessa equipa. Rui Rosinha é um dos restantes que continua em estado grave devido aos ferimentos derivados das queimaduras da explosão.
Na pergunta do grupo parlamentar do PSD, a que o i teve acesso, é inquirido sobre o acidente que sucedeu às “20h do dia 17 de junho [sábado]” e como é que Rosinha só “deu entrada no hospital da Prelada, no Porto, às 6.02 da manhã, do dia 18 [domingo]”.
Este facto, diz o documento, “é atestado pela declaração de internamento entregue à família pelo próprio hospital”.
“Assim, tudo leva a crer que o bombeiro Rui Miguel Antunes Rosinha, gravemente ferido desde as 20h, só cerca de dez horas depois chegou finalmente a um hospital”, concluem os deputados Teresa Morais, Pedro Pimpão e Margarida Balseiro Lopes – os três eleitos pelo distrito de Leiria. “A confirmar-se esta situação ela reveste-se de extrema gravidade” e perguntam:
“O que justificou que um bombeiro ferido desde cerca das 20 horas tenha sido sujeito a uma espera de dez horas até chegar a um hospital?” e “o que explica que o mesmo bombeiro tenha passado por duas vezes pelo mesmo Centro de Saúde de Castanheira de Pera, com cerca de duas horas e meia de intervalo entre essas duas passagens? O que justifica toda esta perda de tempo se já se tinha percebido que o paciente carecia de internamento urgente?”.
In Jornal Sol
Idem BPS
Comentário: diz o ditado popular que perguntar não ofende. O PSD quer tapar o sol com peneira, ou está a sonhar com um País com um paraíso à sua espera?
Não estiveram no (des)governo? Não sabem como deixaram o sistema de saúde, cortando a isenção da taxas moderadoras aos bombeiros e aos dadores de sangue? Que preocupação é a vossa agora e nesta altura? Creio que não temos a memória curta...
J. Carlos