quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Dalai Lama cria Atlas das Emoções: Site ajuda as pessoas a lidarem com os seus sentimentos

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Dalai Lama, que prega incansavelmente a paz interior enquanto repreende as pessoas pela sua vida materialista e egoísta, encomendou aos cientistas uma missão sublime: ajudar a transformar o público laico em humanos mais compassivos e auto-conscientes.
Certamente não se trata de uma tarefa fácil. Então, o Dalai Lama pediu algo com um nome grandioso para acompanhar as suas ambições igualmente grandiosas: um abrangente Atlas das Emoções para ajudar as mais de sete biliões de pessoas no planeta a lidar com o lamaçal dos seus sentimentos para obter paz e felicidade.
– É meu dever publicar essa obra – declara o Dalai Lama.
Para criar o que chamou de “mapa da mente”, ele procurou uma fonte que Hollywood tem usado para investigar os mecanismos internos da psique humana.
Especificamente, encomendou ao seu bom amigo Paul Ekman – psicólogo que trabalhou como consultor dos criadores de Divertida-Mente, da Pixar, longa-metragem animada ambientado dentro da cabeça de uma garota – um mapeamento da vastidão dos sentimentos humanos. Posteriormente, Ekman destilou-os nas cinco emoções básicas descritas no filme, da raiva à alegria.
A filha de Ekman, Eve, igualmente psicóloga, também trabalhou no projecto, com a meta de produzir um guia interactivo das emoções humanas que qualquer pessoa com acesso à internet pudesse estudar na busca pela auto-compreensão, calma e acção construtiva.
– Por natureza ou biologicamente, temos uma emoção destrutiva e, também, construtiva. Essa interioridade, as pessoas deveriam prestar maior atenção nela, do jardim de infância à universidade. Não é só pelo conhecimento, mas para criar um ser humano feliz. Família feliz, comunidade feliz e, por fim, humanidade feliz – diz o Dalai Lama.
O Dalai Lama pagou a Ekman pelo menos 750 mil dólares para desenvolver o projecto, que começou com um pedido vários anos atrás.
– Quando quisemos chegar ao Novo Mundo, precisamos de um mapa – disse Ekman citando o Dalai Lama. – Assim, faça um mapa das emoções para podermos chegar a um estado calmo – ele pediu.
Como primeiro passo, Ekman conduziu uma pesquisa com 149 cientistas (estudiosos da emoção, neuro-cientistas e psicólogos que são os principais autores em seus campos de actuação) para ver onde havia consenso sobre a natureza das emoções, os humores ou estados que produzem, e áreas relacionadas.
Baseado na pesquisa, Ekman concluiu existir cinco amplas categorias de emoções – raiva, medo, nojo, tristeza e alegria – e que cada uma tinha um subconjunto elaborado de estados emocionais, gatilhos, acções e humores. Então, levou essas descobertas a uma empresa de cartografia e visualização de dados, a Stamen, para descrevê-las de forma visual e, com sorte, útil.
– Se não for divertido será um fracasso. É preciso ser divertido para as pessoas usarem – afirma Ekman.
O fundador da Stamen, Eric Rodenbeck, criou visualizações de dados para o Google, o Facebook e a MTV, além de mapas mostrando a mudança climática e o aumento do nível dos oceanos; contudo, disse que este foi o projecto mais desafiador no qual trabalhou porque era “construído em torno do conhecimento e da sabedoria e não de dados”.
Sem surpresa, fazer os cientistas chegarem a uma compreensão unificada das emoções humanas foi difícil.
Dacher Keltner, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, também orientou a Pixar na definição e descrição dos personagens emocionais de Divertida-Mente. Ele também foi consultor do Facebook em seus emoticons.
Embora Keltner tenha participado da pesquisa de Ekman, os dois não concordam plenamente no número das emoções fundamentais. Para Keltner, os achados do Atlas têm erros, mas ele vê o projecto com bons olhos:
– As perguntas da pesquisa poderiam ter permitido mais áreas indefinidas, mas é importante avaliar qual é o consenso científico na área – avalia.
Ekman enfatiza que o Atlas não é uma obra científica destinada à revisão de especialistas:
– Não se trata de um projecto científico. É uma visualização do que achamos que aprendemos com os estudos científicos. É um processo transformativo, uma obra de explicação.
Quer seja um projecto científico ou uma ferramenta para a iluminação pessoal, o Dalai Lama não quer misturar com religião.
– Se encararmos essa pesquisa como se valendo de uma crença religiosa ou tradição, então ela automaticamente torna-se limitada. Mesmo que reze para Deus, para Buda, emocionalmente, muito bem, muito bom, mas cada problema é criado por nós. Então creio que nem Deus nem Buda podem fazer muita coisa.
O Dalai Lama diz ter esperança de que o Atlas possa ser uma ferramenta para cultivar o bem no mundo ao derrotar o mal dentro de nós.
– No fim das contas, a nossa emoção é a verdadeira causa dos problemas. Nós temos de conhecer a natureza desse inimigo.
O Dalai Lama conta que foi encorajado pela reacção ao projecto do presidente Barack Obama quando lhe falou a esse respeito na Índia.
– Obama parece, creio eu, mostrar mais interesse no nosso valor interior. No passado, a compaixão era uma espécie de sinal de fraqueza ou a raiva um sinal de poder, de força. A natureza humana básica é mais compassiva. Essa é a base real da nossa esperança.
Embora empolgado com o Atlas, o Dalai Lama, 80 anos, provavelmente não ficará clicando pelo site interactivo. Ele sente-se muito mais confortável virando as páginas impressas de uma versão feita especialmente para o líder.
– A tecnologia é para o meu próximo corpo – brincou ele uma vez com os investigadores.

Medicinas alternativas não chegam ao Superior

mw-860.jpgDos 17 pedidos de criação de licenciaturas como Acupuntura, Fitoterapia ou Osteopatia, 12 já foram chumbados pela Agência de Avaliação.

O balanço é ainda provisório,  mas as perspectivas não são animadoras para as escolas que propuseram a criação, pela primeira vez, de licenciaturas na área das medicinas alternativas. Dos 17 pedidos apresentados junto da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), 12 já receberam o veredicto e não poderão abrir, pelo menos no próximo ano lectivo.
Naturopatia, Acupuntura, Fitoterapia e Osteopatia foram as áreas propostas e, com excepção desta última, que tem ainda cinco propostas em análise, todas as outras não foram acreditadas, adiantou ao Expresso o presidente da A3ES, Alberto Amaral.
A justificação para a não acreditação repete-se nos vários casos e tem a ver com a “falta de um corpo docente especializado nas áreas em questão”, explica Alberto Amaral.
Tem sido longo o caminho feito pelas terapêuticas não convencionais (TNC) — entre a aprovação da lei que reconheceu o seu exercício profissional, em 2003, e a respetiva regulamentação, nomeadamente em relação aos cursos superiores que habilitam para a prática, decorreram 12 anos. E o impasse continua.
Se em 2013, o Governo determinou que, dali para a frente, só quem seja licenciado numa das sete TNC reconhecidas — acupuntura, fitoterapia, homepopatia, medicina tradicional chinesa, naturopatia, osteopatia, quiropráxia — pode exercer, até agora nenhum curso, conducente à licenciatura de quatro anos exigida, foi aprovado.
Aos profissionais mais antigos, que estavam a trabalhar em 2013, foi dado o direito de atribuição de cédula profissional. Os que se formaram posteriormente, em cursos não superiores, estão numa espécie de ‘limbo’, alerta Frederico Carvalho, responsável pela área de formação e qualificação do Instituto de Medicina Tradicional (IMT). “Os mais antigos, não licenciados, já se encontram legalizados. Ao passo que os mais novos estão num limbo: não podem pedir a cédula profissional, nem podem ter acesso à licenciatura que lhes permite essa mesma cédula.”
A Fundação Fernando Pessoa, através da Faculdade de Ciências de Saúde, foi uma das oito instituições que apresentaram propostas para licenciaturas em terapêuticas alternativas à medicina convencional. Há anos que promove cursos de especialização (não conferentes de grau) e era natural que tentasse seguir a actualização da lei. Os quatro pedidos — acupuntura, fitoterapia, naturopatia e osteopatia — foram, no entanto, chumbados pela A3ES, numa decisão muito contestada pelo reitor da Universidade, Salvato Trigo: “As propostas nem sequer foram analisadas por uma comissão de especialistas, porque os pedidos foram recusados liminarmente”, lamenta.

4500 EUROS POR PROPOSTA

Além, disso, acrescenta-se na pronúncia de contestação da UFP, não faz sentido que a A3ES exija o cumprimento estrito das regras de qualificação do corpo docente quando não existem cursos superiores nestas áreas que agora se pretende criar. “Para uma área de ensino superior a que a lei somente agora abriu as portas não se podia esperar que o país tivesses quadros docentes especializados nos termos em que são exigidos para áreas de educação e formação já consolidados entre nós. Assim como não é possível que se exija já, no lançamento dos primeiros ciclos de estudo em TNC, que os supervisores de estágio sejam detentores de carteira profissional, quando o processos de inscrição para a atribuição de cédulas profissionais decorre até fevereiro de 2016” e os pedidos são de 2015, contestou a instituição, mas sem resultado.
“A A3ES participou nas reuniões de preparação da legislação e não chamou a atenção para estas dificuldades”, critica Salvato Trigo, lembrando ainda o facto de serem cobradas às instituições “4500 euros por cada proposta apresentada” para depois serem liminarmente rejeitadas.
Também no Instituto de Medicina Tradicional há críticas em relação ao processo. Logo à partida, porque continua por publicar a legislação relativa às escolas não superiores que asseguraram até agora a formação profissional nestas áreas e que, diz a lei, terão de se adaptar de forma a que os seus cursos também possam vir a ser equiparados a licenciaturas. Ou seja, ao contrário do que acontece com as escolas politécnicas, institutos como o IMT não podem neste momento candidatar-se a oferecer os cursos necessários à atribuição das cédulas profissionais, gerando uma “concorrência desleal”.
Frederico Carvalho acredita que a abertura de cursos superiores nestas áreas não só se justifica — “somente no âmbito académico é possível promover mais investigação” — como pode ter efeitos positivos na atracção de alunos estrangeiros. “Um quinto da população europeia utiliza terapias não convencionais, o que significa que existe uma elevada procura destes serviços.” O responsável do IMT lembra ainda que noutros países europeus, como o Reino Unido, Alemanha ou Noruega, existem licenciaturas e centros de investigação em universidades.
Fonte: Expresso/Isabel Leiria
Artigo em: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-05-28-Medicinas-alternativas-nao-chegam-ao-superior

10 Mal-Entendidos sobre o Budismo

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Em baixo alguns pontos populares sobre o Budismo que criaram alguns mitos, os quais em alguns casos não correspondem ao que é ensinado pelo Budismo.
1. Todos os budistas meditam. 
A meditação é muitas vezes identificada como a prática central do Budismo. No entanto, a maioria dos Budistas ao longo da história não meditaram!  A meditação tem sido tradicionalmente considerada uma prática monástica e, mesmo assim, como uma especialidade apenas de certos monges. É somente a partir do século 20 que a prática da meditação começou a ser amplamente praticada por leigos.  (Nota: há um artigo que será traduzido explicitando esse ponto, quando acabado, haverá um link neste ponto para ele, link para o artigo ainda em inglês:http://www.tricycle.com/blog/biggest-misconception-about-buddhism )
2. A principal forma de meditação Budista é a Atenção Plena. Na verdade, existem centenas de formas de meditação budista, para o desenvolvimento de alguns estados profundos de concentração e êxtase mental, algumas para análise dos constituintes da mente e do corpo para descobrir que não existe um eu, alguns para encontrar o Buda face-a-face. A prática da Atenção Plena como é ensinada na América de hoje começou na Birmânia no início do século 20.  (Nota: há um artigo que será traduzido explicitando esse ponto, quando acabado, haverá um link neste ponto para ele, link para o artigo ainda em inglês:http://www.tricycle.com/blog/which-mindfulness )
3. Todos os budistas são vegetarianos. 
Bhikshu, é o termo sânscrito traduzido como “monge”, significa literalmente “mendigo”. Monges e monjas budistas originalmente mendigaram por sua refeição diária (alguns ainda o fazem) e, portanto, deveriam comer o que foi oferecido a eles, incluindo carne. Segundo algumas fontes, a disenteria que o Buda sofreu antes de entrar no nirvana ocorreu após ele ter ingerido carne de porco. Nos séculos após a morte do Buda, o vegetarianismo começou a ser promovido em alguns textos budistas. No entanto, ainda hoje nem todos os monges e monjas budistas são vegetarianos. Por exemplo, na China, são; no Tibete, não.

4. Todos os budistas são pacifistas. 
Costuma-se dizer que uma guerra nunca foi travada em nome do Budismo. Não está claro o que “em nome de” possa significar, mas tem havido muitas batalhas entre os Budistas (com alguns mosteiros budistas terem seus próprios exércitos). Também houveram guerras de budistas contra os não-budistas. Os budistas tibetanos lutaram bravamente contra as forças britânicas que invadiram o Tibete. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos sacerdotes japoneses apoiaram a expansão militar do império japonês.

5. O Budismo é uma filosofia e não uma religião. 
O Budismo tem muitas escolas filosóficas, com uma sofisticação igual ao de qualquer escola filosófica que se desenvolveu na Europa. No entanto, o budismo é uma religião em qualquer definição desse termo, a menos que se defina a religião como crença num Deus criador. A grande maioria da prática budista ao longo da história, tanto para os monges e leigos, tem sido focada num renascimento na próxima vida, se para si mesmo, para a sua família ou para todos os seres do universo.

6. O Buda era um ser humano, não um Deus e a religião que ele fundou não tem lugar para a adoração dos deuses. O Budismo tem um panteão elaborado de seres celestiais (devas, o nome é etimologicamente relacionada com a palavra em Inglês divindade ) e avançados seres espirituais (bodhisattvas e budas), que ocupam vários céus e terras puras e que respondem às orações dos devotos.
7. Zen Budismo rejeita convencional. 
É dito, que os mestres zen queimaram estátuas de Buda, desprezaram os sutras. Mas, os monges zen seguem um rigoroso conjunto de regras, chamadas de “regras puras”, que são baseadas na disciplina monástica importada da Índia. A maioria dos monges Zen envolveram-se num extenso estudo de escrituras budistas antes de começaro o seu treino na sala de meditação. E apesar de um poema célebre no Zen fala de “não depender de palavras e letras,” o Zen tem o maior volume de literatura budista escrita de qualquer tradição do budismo Asiático.

8. As quatro nobres verdades são nobres. 
A famosa frase “quatro nobres verdades” é um erro de tradução. O termo “nobre” em sânscrito é ariano , uma palavra perfeitamente boa que significa “nobre” ou “superior” que foi arruinado pelos nazistas. Ariano é um termo técnico no budismo, referindo-se a alguém que teve experiência directa da verdade e de nunca mais renascer como um animal, fantasma ou ser do inferno. As Quatro Verdades:  o sofrimento, a origem, a cessação e o caminho óctuplo são verdadeiras para esses seres iluminados. Eles não são verdadeiras para nós pois ainda não entendemos que a vida é sofrimento [vivemos na ilusão]. Assim, o termo significa “quatro verdades para aquele que é [espiritualmente] nobre.”

9. O Zen é dedicado à experiência de “iluminação súbita”, que liberta os seus seguidores dos regimes prolongados de treino em ética, meditação e sabedoria encontrados em formas convencionais de budismo. 
Os monges zen rotineiramente esperaram passar décadas de prática em tempo integral antes de serem capaz de fazer um progresso real na sua meditação.

10. Todas as tradições espirituais, o budismo incluído, são caminhos diferentes para a mesma montanha. 
Muitos pensadores budistas afirmam de forma inequívoca que a iluminação é acessível apenas para aqueles que seguem o caminho budista. Seguindo outras religiões, pode-se obter apenas até o momento, em geral, o renascimento em um “céu” ou “paraíso”; mas só o budismo tem o caminho para a libertação do sofrimento. Todos os caminhos podem levar ao acampamento base, mas apenas o budismo leva até o cume.

Sobre os autores:  Robert E. Buswell Jr. e Donald S. Lopez Jr. , link original em:  Tricycle.com

Dharma. O que é? O que significa?

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Dharma (ou darma), é uma palavra do idioma antigo sânscrito que significa literalmente “aquilo que sustenta, que mantém“, mas é usado em significados mais amplos principalmente pelas escolas de sabedoria do Yoga e do Budismo. No Yoga, “Dharma” é a força régia da existência, a essência verdadeira do que existe, ou a própria Verdade, trazendo significados associados como a direcção universal que baliza a vida humana ou o devir pessoal. Quando acontece uma transmissão de compreensão, da Verdade, entre mestre e discípulo nessa tradição, diz-se que houve uma “transmissão do Dharma”. No Budismo, “Dharma” (ou dhamma) é a Verdade contida nos ensinamentos do Buddha Gautama, que também apontam na direcção do que é a Verdade — algumas vezes se fala em conjunto, “Buddha-Dharma”. Um dos principais livros do cânone budista que contém ensinamentos diretos do Buda se chama Dharmapada (ou dhammapada). Praticamente todos eles mantém uma certa coerência em essência que aponta para a “Lei Natural” ou a “Lei Cósmica”, num sentido amplo de toda a existência e não apenas o da realidade material visível. O dharma “indiano” também guarda semelhanças com o “Tao” chinês e com o “logos” ocidental.
O significado profundo de dharma não está nas palavras, mas na experiência, na observação verdadeira e na compreensão. Em termos de palavras,  a Wikipedia tem uma boa definição. Três outras definições interessantes: “O caminho das Verdades mais altas“; “A ordem subjacente da Natureza (e portanto significa ‘o modo como as coisas são’)“; e “A realização de uma natureza inerente“. Não é teoria religiosa nem filosófica. Uma vida bem examinada e investigada, onde exista auto-conhecimento (como disse Sócrates), é uma vida que encontra a Verdade, que encontra seu caminho, que encontra o Dharma. Se o universo fosse um rio, o fluxo desse rio seria o Dharma.

Fonte: Dharmalog

Leis do Karma segundo o Budismo

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O budismo é uma filosofia e uma religião composta de ensinos práticos, como a meditação por exemplo, que pretende induzir uma transformação no interior de quem a pratica. Promove o desenvolvimento da sabedoria, a consciência e a bondade para alcançar um estado de iluminação.
No budismo a existência é abordada como um estado permanente de mudança. A condição para nos beneficiarmos dessas mudanças é desenvolver uma disciplina sobre nossa mente. Esta deve focar a sua atenção nos estados positivos, como a concentração e a calma.
“O karma é experiência, a experiência cria memória, a memória cria imaginação e desejo, e o desejo cria de novo o karma”.
-Deepak Chopra-

O objectivo da disciplina é conseguir desenvolver as emoções associadas à compreensão, à felicidade e ao amor. Além disso, para o budismo todo o desenvolvimento espiritual se materializa e se complementa com áreas como o trabalho social, a ética e o estudo da filosofia.
A natureza do karma no budismo
A palavra karma significa acção e consiste num tipo de força que transcende o mundo material. Esse tipo de energia é infinita e invisível e é consequência directa das acções de cada ser humano. O karma é regido por doze leis, e cada uma delas permite compreender o sentido espiritual da existência.
No budismo não existe um deus controlador; estas leis provêm não de um deus, mas da natureza, assim como a lei da gravidade, por exemplo. E as pessoas têm o livre-arbítrio para seguir as mesmas ou não. Por isso, fazer o bem ou o mal depende de cada um, e dessa decisão há consequências pelas quais somos, em grande parte, responsáveis.
As doze leis do karma
Essas são as doze leis do karma segundo o budismo: 1. A grande lei:
Essa lei pode ser resumida na frase “colhemos o que plantamos”. Também é conhecida como a lei de causa e efeito: o que damos ao universo é o que o universo devolve a nós, mas se é algo negativo, será devolvido a nós multiplicado por dez. Ou seja, se damos amor recebemos amor, mas se damos raiva recebemos raiva multiplicada por dez.
2. Lei da criação:
Devemos participar da vida. Fazemos parte do universo, portanto formamos uma unidade com ele. O que encontramos ao nosso redor são indícios do nosso passado remoto. Crie as opções que deseja para a sua vida.
3. Lei da humildade:
O que nos negamos a aceitar continuará ocorrendo connosco. Se só somos capazes de ver os aspectos negativos nos outros, ficaremos parados num nível de existência inferior. Se, pelo contrário, aceitamos com humildade o que ocorre conosco, nos elevaremos a um nível superior.
4. Lei do crescimento:
Onde formos, é onde estaremos. Diante das coisas, dos lugares e das pessoas, somos nós que devemos mudar para evoluir na nossa espiritualidade, e não o que está a nossa volta. Quando mudamos o nosso interior, a nossa vida muda.
5. Lei da responsabilidade:
Quando algo negativo acontece connosco é porque há algo negativo em nós. É o nosso reflexo. Por isso, devemos enfrentar com responsabilidade as situações da nossa vida.
6. Lei da ligação:
Tudo o que fazemos, por mais insignificante que pareça, está em ligação com o universo. O primeiro passo leva ao último e todos são igualmente importantes, porque em conjunto são necessários para alcançar os nossos objectivos. Presente, futuro e passado estão interligados.
7. Lei do foco:
Não é possível pensar em duas coisas simultaneamente. Subimos degrau por degrau, um de cada vez. Não podemos perder de vista as nossas metas, porque a insegurança e a raiva apoderam-se de nós nesses momentos.
8. Lei do dar e da hospitalidade:
Se pensa em algo que pode ser verdade, chegará o momento em que poderá demonstrar que é. Devemos aprender a dar para colocar em prática tudo que foi aprendido.
9. Lei do aqui e do agora:
Permanecer presos ao passado nos impossibilita de aproveitar o presente. Os pensamentos repetitivos, os maus hábitos e os sonhos frustrados impedem-nos de avançar e renovar o nosso espírito.
10. Lei da mudança:

A história se repetirá até que assimilemos as lições que devemos aprender. Se uma situação negativa se apresenta diversas vezes, é porque há algum conhecimento que devemos adquirir a partir dela. Temos que traçar e seguir o nosso caminho.
11. Lei da paciência e da recompensa:
As recompensas são resultado do esforço prévio. A maior dedicação, o maior esforço, levam portanto a gratificações maiores. É um trabalho de paciência e perseverança que dá os seus frutos. Devemos aprender a amar o nosso lugar no mundo; o nosso esforço será honrado no momento justo.
12. Lei da importância e da inspiração:
O valor dos nossos triunfos e erros depende da intenção e da energia que dispensamps para alcançar o fim. Contribuímos individualmente para uma totalidade, e portanto as nossas acções não podem ser medíocres: temos que colocar todo o nosso coração em cada coisa que fazemos.

Fonte: R7

“Ao treinar a mente podemos encontrar a verdadeira paz”

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O mestre budista tibetano Sakya Trizin |  D.R.
Pela primeira vez em Portugal, entre os dias 20 e 24, Sakya Trizin falará em Lisboa sobre o poder da compaixão, o porquê e o como treinar a mente, a importância de fazer retiros
Estará em Portugal entre os dias 20 e 24 para uma conferência sobre budismo e meditação. Porque é que acha que, cada vez mais, nos países ocidentais, Portugal incluído, há mais pessoas interessadas na prática da meditação?
Acho que toda a gente no mundo deseja viver livre de sofrimento e ser feliz. O progresso material que temos dá-nos uma sensação de alívio e uma felicidade temporários, mas mesmo assim não conseguimos viver uma felicidade verdadeira. Então, através da meditação é possível treinar a mente e, ao treinar a mente, nós podemos encontrar a verdadeira paz e a verdadeira felicidade. É por isso que cada vez mais pessoas estão interessadas em fazer meditação.
Diz que toda a gente deseja viver sem sofrimento e ser feliz. Mas muitas pessoas parecem não conseguir fazê-lo. Porque acha que tal acontece?
Porque temos uma grande tendência para nos deixarmos apanhar numa teia de ilusões. E por isso é difícil lutar. Mas uma vez que se começa e à medida que se vai caminhando, quanto mais tempo se dedica [à meditação], mais se consegue e, eventualmente, chegamos a atingir um objectivo.
Em Lisboa falará sobre os temas da compaixão e da importância de treinar a mente. Algumas pessoas consideram a prática da meditação muito difícil porque não conseguem concentrar-se. Como podem mudar isso?
Tudo é possível. Se treinarmos, tudo é possível. Pode levar menos tempo para umas pessoas e mais para outras, mas se treinarmos, se tentarmos, um dia, eventualmente, conseguimos fazê-lo.
Costuma ensinar também como se deve enfrentar circunstâncias difíceis: como pode uma pessoa enfrentar situações sensíveis como desemprego, dificuldades financeiras, morte de um ente querido, divórcio, depressão, stress, ansiedade, traumas de infância ou quaisquer outros acontecimentos traumáticos?
Quando se vive numa sociedade injusta e mundana é difícil ultrapassar estes problemas. Quando alguém se depara com estes problemas tem dificuldade em enfrentá-los porque pensa que é um acontecimento ou uma situação rara que apenas lhe acontece a si. Então, por isso, é tão difícil ultrapassar esse tipo de situações. Mas se olharmos de outro ângulo – Buda disse que tudo é impermanente – estamos mais preparados e é mais fácil enfrentar esse tipo de situações e, eventualmente, ultrapassar tais dificuldades.
Em Portugal, de acordo com as autoridades de saúde, crianças até aos 14 anos estão a tomar cinco milhões de doses por ano de metilfenidato, um medicamento usado para tratar hiperatividade e défice de atenção. Entende que estes números seriam diferentes se houvesse, por exemplo, meditação nas escolas?
Os medicamentos ou as drogas só oferecem um alívio temporário e criam um hábito sem o qual uma pessoa pode, no limite, não conseguir saber viver. A meditação muda a mente. E quando a mente muda torna-se muito estável. Conheço muitas pessoas que consumiam drogas, que fumavam, que eram alcoólicas e, ao princípio, não conseguiam viver sem isso. Mas depois tentaram abandonar esses maus hábitos, começaram a fazer meditação, estudaram e foram bem-sucedidas. Se tentarmos, se treinarmos, tudo é possível.
Em plena era da internet e das redes sociais, muita gente continua sem saber lidar com a solidão. Porque têm as pessoas tanto medo de si próprias?
Esse é outro mau hábito, pois como aprendemos a viver em conjunto, não queremos estar sozinhos. Mas se tivermos de estar sozinhos percebemos que, afinal, conseguimos viver felizes.
Qual a importância dos retiros budistas?
Os retiros são importantes porque quando se pratica e medita na agitação do dia-a-dia é difícil conseguir um nível de concentração adequado. Mas quando se está no retiro, longe das pessoas, longe do barulho, longe de qualquer perturbação, a mente torna-se muito calma e pacífica. Então, com base nisso, consegue-se meditar melhor.
Como podemos tornar-nos pessoas melhores e como podemos criar um mundo melhor?
Se treinarmos a nossa mente preocupamo-nos mais com os outros em vez de ficarmos presos em pensamentos de autocontemplação. E assim a mente será mais feliz.
Todos os dias a guerra é notícia. A violência é uma espécie de jogo que nunca acaba?
Eu sou, geralmente, uma pessoa optimista. Nós mudamos. E agora, cada vez mais pessoas percebem que a guerra traz tanto sofrimento a tanta gente, que as pessoas estão mais conscientes da importância de um ambiente de paz. Espero que, eventualmente, todos sigam este caminho.

Fonte: DN/Patrícia Viegas

O que é a Depressão? | Chögyam Trungpa

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Perguntas e respostas sobre a depressão pelo mestre Chögyam Trungpa – no livro “The Lion Roar” (O Rugido do Leão).
Pergunta: E sobre a depressão? Todas as coisas que o senhor falou parecem ser energias, emoções de energias, mas, um estado de depressão parece ser uma energia negativa, uma ausência de energia.
Chögyam Trüngpa: A depressão é uma das energias mais poderosas, uma das energias mais comuns que temos. É uma energia. A depressão é como um tanque de oxigénio que quer explodir, mas ainda está engarrafado. É um fantástico banco de energias, muito mais do que a agressão ou a paixão que são um tipo de desenvolvimento e que depois é manifestado. Elas são, de algum modo, frívolas, enquanto a depressão é a mais digna energia de todas.
Pergunta: Ainda não estou satisfeito. O senhor fala que é um banco de energia. Como é que o senhor  tira dinheiro do banco ou ele só fica lá dentro do cofre?
Chögyam Trüngpa: Bem, tente relacionar-se com a textura da energia numa situação de depressão. A depressão não é um espaço vazio, sem expressão; ela tem todo tipo de coisas inteligentes acontecendo dentro dela. Quero dizer, basicamente a depressão é extraordinariamente interessante, é um estado de ser altamente inteligente. É por isso que está deprimido. A depressão é um estado mental no qual sente que não tem saída. Então, trabalhe com a insatisfação dessa depressão. Seja lá o que houver dentro dela é extraordinariamente poderoso. Há todos os tipos de respostas dentro dela, mas as respostas estão escondidas. Então, de facto, acho que a depressão é a mais poderosa de todas as energias. É uma energia extraordinariamente desperta apesar de achar que está dormindo.
Pergunta: É porque ela limpa tudo? Poderia ser um tipo de vacuidade, um tipo de portal para a meditação. Quero dizer, neste tipo de depressão existe um sentimento de que absolutamente nada está acontecendo.
Chögyam Trüngpa: Bem, é isso. É uma coisa muito profunda. Ela tem as suas próprias texturas. Digamos que você se sinta extraordinariamente deprimido e não faz sentido fazer alguma coisa. Parece que está fazendo a mesma coisa toda de novo. Desiste da coisa toda, mas você não pode. E no todo, está extremamente deprimido e tentar não fazer algo é extremamente irritante. Porque deveria fazer alguma coisa? A coisa toda é absolutamente sem sentido. Sente-se extremamente para baixo. Tentar entrar nas coisas que costumava inspirar-lhe antes, deixa-o mais deprimido porque costumava sair [da depressão] por elas e agora não pode mais. Isto é muito depressivo e tudo é realmente comum extremamente comum e realmente real e você não quer mesmo fazer nada. É um peso muito grande que empurra-o para baixo. Começa a sentir que o seu tecto está mais pesado do que era que o chão começa a ficar mais pesado do que era. Há uma parede inteira feita de chumbo que te comprime para todos os lados e não há nenhuma saída. Até a sua respiração é metálica, ou de chumbo, ou muito grossa. Não há nenhum alívio. Tudo que esta depressão dá é realmente real e muito pesado. E não pode mesmo sair dela porque a ideia de sair de si mesmo dá mais depressão. Então, está constantemente engarrafado e empurrado para aquela situação e você gostaria de simplesmente se sentar.
Bem, se tudo piorar, então só tente sair. O que parece ser a única resposta é uma abordagem suicida. As coisas ficam mais pesadas e lentas. Encontrar amigos inspiradores, que costumam ajudar pessoas, tornam-se depressivos. Quando tenta colocar uma música que antes te alegrava, também dá depressão. Nada se mexe ainda. Tudo é negro, absolutamente negro.
Mas, ao mesmo tempo, está experimentando uma tremenda textura, a textura de como o samsara funciona o que é fantástico. Sente a textura de alguma coisa. Aquele divertimento não adiantou. Este também não. Voltar ao passado não funcionou; remeter-se ao futuro, também não. Tudo é feito de texturas e você pode sentir a depressão de um modo muito inteligente. Pode relacionar-se com ela completamente. E, uma vez que se relaciona com uma textura de algum tipo, como uma situação sólida que contém tremenda textura, tremendo cheiro, então a depressão torna-se numa bela estrada. Na verdade, temos que entrar numa depressão pesada e então senti-la.
Pergunta: Unido com a depressão.
Chögyam Trüngpa: Sim, você torna-se a depressão.

Pequenas regras para uma maior Autoconfiança

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. Sorrir sempre mesmo quando o cenário não é o melhor.
. Focar no nosso potencial pessoal e não pensar demasiado nos nossos defeitos ou limitações.
. Vermos a verdade do que somos e não do que gostaríamos de ser.
. Atreve-te a ir pelos caminhos positivos que sempre sonhaste.
. Vive em Paz com a Pessoa que amas, com a  Família e Amigos.
. Não te critiques, nem te massacres,  enche a tua mente de pensamentos positivos.
. Não deixes que te menosprezem, pois quem o faz, sabe que tens uma energia única.
. Encontra algo que te faz feliz, faz  esse algo bem, repete,  faz novamente,  e mais uma vez e por ai fora.
. Deixa que o teu corpo seja o reflexo de um espírito positivo e de uma mente iluminada.
. Cultiva amizades que te compreendam e te acrescentem mais valor humano, rejeitando cuidadosamente e com altruísmo as amizadea tóxicas que te poderão consumir.
. Pensa o Bem, faz o Bem, pratica o Bem e sê uma imagem verdadeira do Bem.
. Se falares com educação e agires com simpatia,  irás receber de volta essa energia boa.
. Se puderes ajudar alguém,  ajuda. Sem olhar a quem, sem segundas intenções e de coração cheio.
. Faz com que as tuas recompensas sejam resultado das tuas boas acções.
. Que sejas forte porque superaste as tuas fraquezas e ideias erradas, que sejas uma pessoa bonita por dentro e de certeza que o serás por fora, que sejas emocionalmente inteligente,  porque é sinal que superaste os teus erros emocionais e ri sempre, todos os dias, porque já sabes dentro de ti, que a tristeza não é para ti.
Fonte: PauloCesar.co

Talvez a maior razão pela qual temos medo da morte é porque não sabemos quem somos”, Sogyal Rinpoche


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“Talvez a maior razão pela qual temos medo da morte é porque não sabemos quem somos. Acreditamos numa identidade pessoal, única e separada — mas se nos atrevermos a examiná-la, descobriremos que essa identidade depende totalmente de uma colecção interminável de coisas para se sustentar: o nosso nome, a nossa “biografia”, os nossos parceiros, família, casa, trabalho, amigos, cartões de crédito… 
É com a ajuda frágil e transitória delas que nós baseamos a nossa segurança. Então quando tudo isso é subtraído, teremos alguma ideia de quem realmente somos? Sem os nossos acessórios familiares, temos que encarar somente nós mesmos, uma pessoa que não conhecemos, um incómodo estranho com que estivemos vivendo todo o tempo mas nunca realmente quisemos conhece-lo. 
Não é por isso que temos tentado preencher cada momento do tempo com barulho e actividade, não importa o quão trivial ou monótono, para garantir que nunca fiquemos em silêncio sozinhos com esse estranho?”

Sogyal Rinpoche, no “Livro Tibetano do Viver e do Morrer”

Mindfulness: O Coração da Meditação Budista

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Jon Kabat-Zin e outros especialistas dizem que a Mindfulness é o Coração da Meditação Budista pela sua relação com a meditação Zen e a Vipassana, ambas representantes da doutrina filosófica do aqui e agora.
Quando falamos de Mindfulness, podemos entendê-la tanto como uma técnica de meditação como um estado de consciência que gera um estilo de processamento mental, que se traduz por uma atenção plena ao que nos rodeia e aos eventos que estão acontecendo.
Considera-se, portanto, que através da Mindfulness desenvolvemos um processo de observação que não julga, mas nos ajuda a estarmos conscientes de tudo o que nos rodeia e do que sentimos internamente.

A relação da Mindfulness com a Vipassana

Embora existam outras tradições budistas como Mahayana e Vajrayana, a Mindfulness é considerada a pedra angular do budismo Theravada, que foi transmitido por Siddharta Gautama no sul e sudeste da Ásia.
Uma das principais técnicas de meditação do budismo Theravada é a Vipassana, que é imprescindível para alcançarmos o nirvana e a auto-observação. Para entender melhor, podemos recorrer à própria tradução da palavra “Vipassana”: a experiência de ver as coisas como elas são, não como parecem ser.
Aqui, damos uma breve descrição da meditação Vipassana:
– A pessoa compromete-se a não matar, não roubar, não ter um comportamento sexual inadequado, não mentir, não utilizar substâncias tóxicas, não perturbar a paz dos demais, etc. Dessa maneira,conseguimos a serenidade para vivermos em paz.
– Como segundo passo, a pessoa deve aprender a controlar a mente concentrando-se num único objecto, registando de maneira clara tudo o que acontece em relação a ele. Podemos usar como objectos de observação a respiração, objectos mentais, sentimentos… A pessoa deve ser imparcial e justa ao analisar os acontecimentos.
– A terceira etapa é a percepção do desenvolvimento da própria natureza. Este é o ponto culminante do ensinamento de Buda: a auto-purificação através da auto-observação.

A meditação Zen e a Mindfulness

Como já dissemos anteriormente, a Mindfulness também se baseia em práticas da meditação Zen, que enfatiza a respiração e as posições do corpo (caminhar, sentar e deitar). Além disso, Kabat-Zinn diz com referência a este tipo de meditação que os elementos fundamentais da atenção plena são:
– Não julgar: abandone o hábito de classificar as experiências como boas ou ruins.
– Ser paciente: ter a capacidade de respeitar os processos naturais dos acontecimentos, estar abertos a novas experiências, pois só aprendemos quando vivenciamos algo.
– Manter a mente de um principiante: permaneça livre das expectativas com base nas experiências anteriores.
– Tenha confiança e responsabilidade por si mesmo. Aprenda a ouvir o seu próprio ser e a confiar nele.
– Não se esforçar: devemos abandonar o esforço para alcançar resultados. A prática regular da Mindfulness produz resultados por si mesma.
– Aceitar: devemos aceitar as coisas como elas são no presente. Isto não é uma atitude passiva, mas a vontade de ver as coisas como elas realmente são. No princípio podemos negar e ficar irritados com a situação, mas a aceitação é o melhor caminho.

Mindfulness, a terapia de 3ª geração

Mindfulness é vista como elemento central entre as inúmeras terapias chamadas de terceira geração, que representam uma aproximação mais ampla e flexível das experiências emocionais que promovem uma sensação de bem-estar.
A consciência que adquirimos através dessa prática revela-se como uma capacidade humana universal que, paradoxalmente, está apagada ou adormecida na nossa vida diária.
Portanto, a Mindfulness é um fim em si mesma, uma forma de viver plenamente consciente. Alcançar a consciência plena é algo que requer esforço para mudar os maus hábitos como a distracção ou a negação. É preciso praticar para ser bem-sucedido.
Muitas vezes não percebemos as sensações que ocorrem em nós mesmos, nos preocupamos com o futuro ou ficamos remoendo o passado, o que nos impede de prestar atenção no que realmente importa, o aqui e agora, um estado de consciência plena que desenvolvemos através da Mindfulness.