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Imagem: Antena Livre |
É
já no próximo domingo (1 de Outubro) que se realizam as eleições
autárquicas. Estas eleições para as autarquias são um
acontecimento importante, talvez mesmo, dos mais importantes, na vida
das comunidades locais, apesar das promessas levantarem suspeitas no
seu cumprimento. Promete-se agora, depois logo se vê.
Votar
significa participar na vida da colectividade. É um acto que define
a maioridade política de um povo, pelo menos assim devia ser.
Votar
é também sinónimo de responsabilidade e de compromisso.
Responsabilidade na pessoa que escolhemos, compromisso de ajuda para
com a pessoa que escolhemos. É que o acto de votar não termina no
momento em que depositamos na urna o sim aos candidatos escolhidos.
Nesse momento empenhamos também uma atitude compromisso, de
empenhamento e de colaboração apesar dos políticos a desbaratarem.
Devemos
ser muito exigentes na pessoa que escolhemos mas não podemos
negar-lhe o contributo e a colaboração que estiverem ao nosso
alcance, apesar das desilusões que surgem a seguir à contagem dos
votos. Todos somos responsáveis, com a pessoa que elegemos, na busca
de soluções para os problemas da nossa comunidade.
De
modo muito particular o dador de sangue, mais do que qualquer outro,
tem que estar preparado para aceitar responsabilidades cívicas e não
se pode esquivar se lhe pedirem colaboração.
Como
dadores de sangue devemos ter uma atitude de verdade e de
esclarecimento para com as pessoas menos preparadas. É importante
consciencializá-las de que votar é um dever importante. Quem não
vota perde a autoridade para criticar.
Não
votar significa voltar as costas aos destinos da comunidade, essa
atitude não é compatível com o nosso estatuto cívico na área da
saúde.
Os
políticos devem alterar os seus desígnios pessoais, não sobrepondo
os seus interesses à causa que dizem defender. A falta de escrúpulos
dos políticos (salvas as excepções) que são capazes de cometer
todos os actos malabaristas para se elevarem, é combatida pelo
receio da derrota.
O
povo, influenciado para a obediência e pela propaganda eloquente dos
políticos, habituou-se a dizer «sim» com a cabeça, como sinal de
aprovação a tudo o que, com a estudada arte de convencer dos
políticos, se disponha à aprovação. Mais tarde torcem a orelha.
Não deve haver pactos com a indiferença.
A
concordância surge normalmente bem intencionada, mas em muitos
casos, mesmo em presença dos defeitos detectáveis, não se
contraria quem sobre nós pode exercer domínios ou de onde poderemos
esperar favores legítimos ou ilegítimos.
Não
obstante a política ser imprescindível na qualidade de abelha
mestra do grande enxame que é o homem, mais importante que ela são
as sãs manifestações de fraternidade intercomunitária. Nenhuma
razão antagónica entre a política pode ter bases para quebrar a
amizade de dois indivíduos que podem ser úteis à boa administração
da coisa pública. P. f. entendam-se.
No
homem da imprensa está a voz do povo. Trazê-la bem afinada deve ser
a preocupação constante de quem se propõe falar bem a linguagem
dos outros. Dever que se deixou de praticar, na medida em que temos
uma imprensa regional de conveniências, de amigos, grupinhos, de
caras lindas, discriminatória, falsa, desrespeitando assim com tais
práticas o próprio estatuto editorial.
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O voto não tem rosto, mas decide o teu futuro. |
Estamos
numa altura propícia dos candidatos visitarem as redacções da
imprensa regional e liquidarem as contas da publicidade vencida.
Infelizmente ainda existem jornalistas que não compreenderam o
alcance (engodo) destas visitas, deixando-se embrulhar pelas
influências político-partidárias, dando cobertura a fretes
políticos. Esses tais não são dignos de serem considerados
jornalistas, desonram assim a designação e a profissão.
Como
cidadão eleitor e na qualidade de dirigente associativo sinto-me
defraudado na confiança que depositei votando em determinados
sujeitos nas últimas eleições autárquicas. Os eleitores não
pensam na dimensão e nas consequências que seu voto pode produir em
determinada pessoa, menos ainda na forma como vai ser usado e
abusado. Uma vez depositado na urna, não à lugar a retorno, nem o
eleitor ressarcido pelos danos causados. O sentimento de ter sido
defraudado é terrível.
O
conceito que se foi formando acerca dos dadores de sangue é
miserável, duma baixeza inqualificável, revela-nos uma formação
cívica deficiente, basta lembrar-nos do modo como fomos
desconsiderados no período de governação PSD/CDS, triste memória.
Com uma governação autárquica da mesma linhagem o que podíamos
esperar, ainda que tenhamos sido surpreendidos? Uma autarquia que não
tem em consideração os seus munícipes não pode exigir do governo
central o que não pratica em sua casa. Temos pena.
Os
dadores de sangue devem ser comparados aos bombeiros: quando toca a
sirene, os bombeiros cumprem com o seu dever, vão mas, não sabem se
voltam, então quando se faz sentir escassez de sangue nos hospitais,
como funcionam os apelos? Quem prega o que pratica, ou, pratica o que
prega? Não façam de nós tão estúpidos.
Deixem-se
de discriminações miseráveis, surrealistas, antidemocráticas.
A
minha opinião vai no sentido que devemos ser consequentes, assumir
uma atitude de coragem e de terminação. Com tal gesto assumimos a
nossa integral soberania.
J.
Carlos
Director
do Litoral Centro – Comunicação e imagem
ONLINE