sábado, 23 de dezembro de 2017

PAÍS Angola ameaça Portugal sobre processo do ex-vice-presidente

A um mês do início do julgamento do processo que envolve o antigo vice-presidente de Angola, o novo ministro das Relações Exteriores faz uma ameaça ao Executivo português. Em declarações ao Expresso, Manuel Augusto avisa que ou Portugal transforma o caso de Manuel Vicente num não caso, ou os canais de cooperação entre os dois países permanecerão fechados. Manuel Augusto ameaça, inclusive, substituir o papel de Portugal pelo de outros países como Espanha e França.

Bancos comerciais não se sentem encorajados, nem pelo Presidente de Moçambique, a baixar as suas taxas de juro

O Banco de Moçambique(BM) vai voltar a reduzir nesta sexta-feira(22) a Prime Rate do Sistema Financeiro Moçambicano assim como o Indexante Único para o mês de Janeiro de 2018. Todavia os bancos comerciais não sentem que isso seja encorajador para baixar as suas taxas de juro. “As taxas de juro poderão abrandar se as condições de mercado evoluírem favoravelmente” disse em exclusivo ao @Verdade o presidente da Associação Moçambicana de Bancos(AMB), Teotónio Comiche. O facto é que essas taxas de juro altas, que asfixiam as famílias e o sector produtivo, contribuíram lucros bilionários da banca moçambicana.
Prime Rate que em Dezembro estava taxada em 27,25% vai baixar para 27%, também o Indexante Único reduzirá de 21,25% para 21% no próximo mês, indica um comunicado conjunto da AMB e do BM tornado público nesta quinta-feira(21).
Entretanto um outro comunicado, das referidas instituições, informa que nenhumas das 20 instituições financeiras a operarem na banca comercial nacional vai reduzir as suas margens (spread máximo de risco de crédito) no mês de Janeiro de 2018 mantendo insuportáveis para o sector produtivo e as famílias honestas as taxas de juro, apesar de desde finais de Outubro o banco central ter iniciado a redução da sua taxa única de referência para as operações de crédito em Moçambique.
Ignorando os resultados positivos da economia, referidos pelo Presidente Filipe Nyusi no seu Informe sobre o Estado da Nação, os bancos comerciais mantiveram os seus altíssimos spreads.
As instituições financeiras de microcrédito continuam a ser as instituições que mais asfixiam as famílias e ao sector produtivo, o Opportunity Bank vai continuar a cobra até 48% de margem máxima de risco para créditos ao Consumo e também para empréstimos de curto ou de longo prazo.
O Banco Socremo continua a taxar em 42,25% créditos para créditos à Habitação ou ao Consumo e ainda para os empréstimos de curto, e nos empréstimos de longo prazo cobra até 40,25%.
Os três bancos que controlam mais de 70% da quota do mercado, o Millennium Banco Internacional de Moçambique(MBIM), o Banco Comercial e de Investimentos(BCI) e o Standard Bank também não alteraram as suas altas taxas de juro.
“Efeito das altas taxas de juro, contribui para a degradação de qualidade creditícia causando o aumento do crédito mal parado”
O @Verdade questionou ao presidente da AMB porque motivo os seus associados não baixam as taxas de juro, apesar da lamentação da sociedade e sector privados assim como dos apelos do Governo e deputados da Assembleia da República, baixarem as taxas de juro.
“Não obstante estes sinais positivos, o panorama das elevadas taxas de juro continua afectar tanto a procura como a oferta de crédito na economia. Para as empresas e famílias, o agravamento do serviço da dívida afecta negativamente o consumo interno, a capacidade produtiva e investimento, deterioração do ambiente de negócios. Do lado da banca, o efeito das altas taxas de juro, contribui, também, para a degradação de qualidade creditícia causando o aumento do crédito mal parado e consequentemente o reforço do custo de provisionamento (imparidades) e consumo de capital dos Bancos” esclareceu Teotónio Comiche ao @Verdade.
O presidente da Associação Moçambicana de Bancos explicou ainda, em exclusivo ao @Verdade, que “a taxa de juro depende essencialmente de quatro factores: (i) o custo de funding que reflecte a captação de recursos, (ii) o risco de crédito avaliado pela probabilidade de incumprimento do mutuário, (iii) o perfil da política monetária e (iv) a rendibilidade exigida pelos accionistas dos bancos”.
MBIM, BCI e Standard Bank tiveram lucros de mais do dobro das receitas dos 53 municípios
Foto cedida pela Foto cedida pela Associação Moçambicana de Bancos(
“A perfomance destas variáveis influencia o comportamento das taxas de juro no mercado interbancário. As taxas de juro poderão abrandar se as condições de mercado evoluírem favoravelmente. O mercado é dinâmico, por isso, não podemos afirmar com exactidão quando as taxas de juro poderão desacelerar” disse ainda Comiche entrevistado pelo @Verdade por correio electrónico.

Relativamente ao facto das taxas de juro altas terem contribuídos para lucros de biliões de meticais para os bancos comerciais o presidente da AMB afirmou que “os lucros gerados pela banca no exercício anterior estão em parte associados ao crescimento da margem financeira (diferença dos juros de operações activas e juros de operações passivas)”.
“Importa referir que o bom desempenho de resultados alcançados resultou também de comissões e despesas cobradas em serviços domésticos e internacionais. Portanto os proveitos financeiros (juros) não constituem a única fonte de receita dos bancos. Por outro lado, a gestão prudente e equilibrada dos custos operacionais contribuíram para a maximização dos lucros da actividade bancária”, concluiu Teotónio Comiche.
O facto é que num ano de evidente recessão o MBIM, o BCI e o Standard Bank ganharam mais de 9 biliões de meticais em lucros, durante o exercício económico de 2016, mais do dobro das receitas obtidas pelos 53 municípios de Moçambique, que arrecadaram pouco mais de 4,7 biliões.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique 

Camilo Fernando Caminho · 
ate quando esta brincadeira neste patria do metical., estamos cansados de sermos punhados pelas carasas, deichamos de ladrar ainda nos chamam de caes, aceitamos trabalhar e nos consideram de escravos. nao vos esquecam que com o dedo preto desissamos a bandeira vermelha para a de preto branco com uma ave. disse mas nao disse.
GostoResponder23h

Família de Zófimo Muiuane desconhecia as brigas deste com Valentia Guebuza até a data do assassinato

Foto de Júlia ManhiçaO irmão mais velho e padrinho do réu Zófimo Muiuane disse em tribunal, esta quinta-feira (21), que ele e a sua família não sabiam, até a data do assassinato de Valentina Guebuza, que esta e Zófimo viviam uma “relação de fantochada” e tão-pouco faziam ideia de que o casal enfrentava problemas que acabariam em tragédia, tal como ocorreu na noite de 14 de Dezembro de 2016. Na presença dos demais, o casal “transmitia confiança e um exemplo de amor e carinho”. Por isso, quando os Muiuanes souberam, mais tarde, que havia desavenças bicudas que resvalaram para a morte, sentiram-se preteridos na intermediação de um mal que, afinal de contas, já era de domínio dos padrinhos da vítima e dos pais parentes da mesma.
Valentina Guebuza, filha do ex-Presidente da República, Armando Guebuza, foi assassinada a tiros, alegadamente pelo seu esposo, naquela data, na sua residência sita na Avenida Julius Nyerere, em Maputo.
Armando Pedro Muiuane Júnior, de 54 anos de idade, começou por manifestar o seu profundo desagrado e da família em relação ao homicídio.
Narrou que as famílias Muiuane e Guebuza já se conheciam muito antes de Zófimo e Valentina contraírem matrimónio. Com o casamento, a familiaridade parecia ter crescido e ficado mais consolidada, porém, praticamente esfumou-se desde aquele fatídico dia.
“Somos da mesma paróquia e o casamento deles [Zófimo e Valentina] tinha tudo para dar certo. Esses rapazes eram um exemplo de amor e carinho. Não demonstravam que tinham problemas (...)” ou que estivessem a “viver uma relação de fantochada”, disse o depoente.
Armando Muiuane afirmou ainda que nunca foi chamado para resolver qualquer que fosse o problema que opunha Zófimo e Valentina. Nunca soube que a malograda foi confiscada o passaporte, o bilhete de viagem, os telemóveis e mantida trancada na sua própria casa pelo cônjuge com vista a não viajar para a África do Sul, onde se diz que fazia tratamento médico. “Nós não tínhamos um contacto permanente”.
O declarante foi confrontado com a informação segundo a qual, certa vez, a finada se queixou a ele dos maus-tratos protagonizados pelo esposo e prometeu que iria ajudar de alguma forma o que não aconteceu.
“Meritíssima, a Valentina e o Zófimo nunca me falaram sobre o mau relacionamento deles. A família [Muiuane] não sabia. Infelizmente, a Valentina não está” mais entre o mundo dos vivos “para dizer em que momento falou comigo” sobre o que se passava no seu lar. O que a família Muiuane sabia é que estava diante de um casal que “transmitia confiança (...). Os meus pais” procuram entender por que motivo “foram preteridos neste problema”.
“Eu digo e sublinho” que a vítima e o réu “nunca me falaram” que tipo de desavenças enfrentavam. “Nem os padrinhos me informaram. Estamos perante um facto sobre o qual não fomos colocados a par. Isso é que nos corrói cada vez mais. Não digo que teríamos resolvido o problema, mas teríamos contribuídos de alguma forma”.
Armando Muiuane afirmou, em sede do tribunal, que foi ele quem educou Zófimo e a irmã quando o pai estava indisponível para o efeito, por força maior. Disse igualmente que conhece “muito bem” o arguido como “uma pessoa religiosa, pacífica” e a aproximação e o dialogo entre ambos é franco.
Aliás, custa-lhe crer que as mensagens que circularam nas redes sociais, expondo em praça pública as contrariedades que o irmão supostamente tinha com Valentina, “eram sobre o mesmo Zófimo que conheço”.
Contudo, a juíza Flávia Mondlane perguntou ao declarante como se explica e o que é que levava uma pessoa pacífica e religiosa a andar armada. Ademais como é que Armando não soube que Zófimo era do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), há 15 anos, sendo que havia sinceridade e abertura entre ambos.
À essa questão, Armando expôs que sabe apenas que todos aqueles que andam armados alegam a necessidade de sua própria defesa. Contradizendo-se, o declarante afirmou: “nem tudo se sabe sobre a vida de alguém que achamos que conhecemos (...)”.
Na insistência, Flávia Mondlane perguntou “o que é que ele [o réu] temia?” a ponto de andar armado se trabalhava numa empresa de telecomunicação do Estado. A resposta foi a mesma.
A defesa da família da Valentina procurou saber por que razão Armando manteve em sua posse a arma com que a malograda foi alvejada mortalmente e não a entregou aos segurança de Armando Guebuza, que foram accionados para o socorro nem à equipa da Polícia que escoltou a viatura em que a vítima foi levada ao Instituto do Coração (ICOR).
O declarante, que por sinal é coronel e esteve afecto às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), disse que não se entrega um instrumento bélico de ânimo leve a quem quer que seja.

Fonte: Jornal A Verdade. Moçambique

Sem “Pacote sobre a Descentralização” Parlamento limitou-se a chancelar dispositivos legais do Governo

Foto cedida pela Assembleia da República
Aguardando o “Pacote sobre a Descentralização”, que acredita-se será determinante para a Paz efectiva em Moçambique, encerrou nesta quinta-feira(21) a VI sessão Ordinária da Assembleia da República(AR) que resumiu-se a chancelar os dispositivos legais que o Governo submeteu para o seu próprio funcionamento. Todavia matérias propostas pelos partidos da oposição foram liminarmente barradas pelo partido Frelimo.
Apesar da Presidente da AR, Verónica Macamo, ter destacado no seu discurso de encerramento que “dos 31 pontos, inicialmente agendados para esta sessão, foram acrescidos 21. Destes foram apreciados 37 pontos, correspondendo a uma produtividade de 119,35 por cento em realização às matérias inicialmente programadas”, o facto é que a maioria das matérias analisadas foi legislação necessária para o funcionamento quotidiano do Governo.
O Plano Económico e Social para 2018, o Orçamento de Estado para o próximo ano, alterações as leis sobre os Regimes Específicos de Tributação e de Benefícios Fiscais das Operações Petrolíferas e para a actividade Mineira, revisão da Lei da Autoridade Tributária foram os mais importantes dispositivos apreciados e aprovados fundamentalmente pela bancada parlamentar do partido do Governo, a Frelimo.
O Movimento Democrático de Moçambique(MDM), na voz do líder da sua bancada, recordou que “(...) mais uma vez, a Assembleia da República adiou o debate do Projecto Lei atinente à Orgânica do Referendum. O adiamento deste debate tem como consequência impedir a criação de um mecanismo legal e democrático de consulta popular”.
“O Povo tem que ser consultado sobre as grandes questões. A marginalização das grandes questões e a incapacidade do Governo em agir em conformidade com a lei; com a ética política e a moralidade, cria condições para que o Estado seja hoje manipulado e capturado pelos mal-intencionados. A ausência de um mecanismo legal de consulta popular só fortalece políticas de imposição e instala a repressão e alimenta a violência”, afirmou Lutero Simango no seu discurso de encerramento.
“O país já tem muitos assuntos que requerem a consulta popular. Estamos a falar das dívidas ocultas. O povo nada deve pagar do seu suor sem que haja algum benefício positivo e visível na sua vida. É imperativo que os responsáveis da engenheira financeira que culminou com esta dívida devolvam os valores. Temos a questão do modelo do nosso Estado ou sistema de governação. Se esta magna casa não consegue dar um passo para uma revisão da Constituição da República, então que seja consultado o povo”, acrescentou o chefe da bancada do MDM.
Na óptica da terceira força política no nosso país, “o último exemplo que podemos dar sobre a necessidade de consulta popular e a questão da gestão da nossa Cahora Bassa, que recentemente foi proclamada como sendo a segunda independência nacional. Uma parte das suas acções, na ordem de 7,5%, esta sendo posta em hasta pública. A quem irá beneficiar esta medida unilateral?”, questionou Simango.
Parlamento ignorou debate das actividades do Conselho de Ministros
Foto cedida pela Assembleia da República
Maria Ivone Soares também destacou as matérias que foram propostas pelo seu partido mas foram ignoradas pelo Parlamento, dominado pelo partido Frelimo. “O relatório de actividades do Conselho de Ministros cuja discussão proposta pela bancada parlamentar da Renamo tem sido ignorada por esta Assembleia, em flagrante violação da alínea k, número 2, do artigo 179 da Constituição da República e do artigo 193 e seguintes do Regimento da Assembleia da República”.

“O projecto de Moção, apresentado pela nossa bancada, a bancada da Renamo, Moção de reprovação das respostas dadas em sede da Sessão de Perguntas ao Governo, também foi ignorada quando o Regimento deste Parlamento deixa claro que o debate das Peguntas do Governo pode ser encerrado com a aprovação de uma Resolução ou Moção”, disse ainda Maria Ivone Soares, discursando no encerramento da VI Sessão Ordinária na VIII Legislatura da chamada “Casa do Povo”.
Frelimo saúda dispositivos legais que nem sequer saíram das Comissões Especializadas
Foto cedida pela Assembleia da República
Já Margarida Talapa, a chefe da bancada parlamentar da Frelimo, fez uma avaliação positiva da Sessão Ordinária pois na sua perspectiva aprovou diplomas legais fundamentais para a consolidação do Estado de Direito, o combate a corrupção e o funcionamento da economia.

Margarida Talapa saudou o Governo do seu partido pela aprovação e submissão ao Parlamento das Propostas de Lei de Combate e Prevenção ao Terrorismo e de Revisão da Lei que Cria o Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, embora as mesma não tenham sequer passado pelas Comissões Especializadas. Salvo alguma Sessão extraordinária a Assembleia da República só voltará a reunir-se em Março de 2018.

Fonte: Jornal A Verdade. Moçambique

Eu, Psicóloga | Faxina na alma para ser feliz



Muitas pessoas tiram o sábado para faxinar a casa, lavar a roupa. Desencostam móveis, saem à caça da poeira escondida, enceram o piso, limpam os vidros, retiram da geladeira e armários os produtos vencidos.

Da mesma forma que dedicamos parte do nosso tempo a limpar e a organizar onde vivemos, deveríamos regularmente faxinar a alma. Jogar fora emoções com data de validade vencida. Sacudir a poeira de mágoas que ficaram debaixo do tapete. Dar um lustro nas nossas qualidades positivas. Varrer para fora de casa gente que não acrescenta. E no final do dia, se servir de uma taça com alguma coisa qualquer, espalhar-se no sofá da sala e admirar como você trabalhou bravamente para viver num lugar mais harmonioso e seu. Se sujeira e bagunça incomodam o bem estar, imaginem quando o local sujo e bagunçado é o nosso coração?

Sabe aquele amigo sempre indisponível para você? Coloque-o no lixo reciclável junto com as garrafinhas pet. Sabe aquele outro amigo que se acha o máximo? Faça o mesmo. Sabe aquela sua mania de concordar com as baboseiras que os outros dizem para ser educado? Jogue no lixo com o molho inglês vencido. No lixo não reciclável. Sabe aquele tique nervoso de tentar justificar todas as babaquices que fazem contra você? Jogue no triturador e deleite-se com o barulho do mau hábito sendo esmigalhado.

Livre-se do sentimento de culpa por ter sido compreensivo e carinhoso com gente sem noção. Pare de se achar o patinho feio problemático porque algumas pessoas incapazes de desenvolver vínculos afetivos ou sem coragem para mantê-los preferiu botar o pé na estrada do que encarar uma relação adulta. Mande pescar em PQP quem não te valoriza ou finge não te valorizar só para não te dar o gostinho de ficar feliz. Pare de perder o seu tempo com atividades que não dizem respeito a você.

Não se prive de uma boa risada porque tem gente que sofre de mau humor crônico. Não abandone numa gaveta qualquer uma roupa que você adora porque disseram que ela não está na moda. Não deixe de mergulhar de cabeça num projeto delicioso porque ele não dará dinheiro. Não se sinta pequeno porque você não é exatamente o que as pessoas esperam que você seja. Não se envergonhe das suas dificuldades e nem faça as pessoas se sentirem culpadas por terem problemas. Fale em primeira pessoa. Assuma o controle da sua vida e acolha quem deseja fazer parte dela positivamente.

Entulho emocional e gente nociva são as substâncias mais cancerígenas que existem. De nada adianta se exercitar todos os dias e comer muita salada, se nos deixamos envenenar pelo pessimismo, pela maledicência, pela resistência teimosa em manter hábitos nefastos e alimentar sentimentos mesquinhos.

Eu, Psicóloga | Pai que desautoriza o outro: no final, os filhos pagam a conta


A cena pode parecer clássica: o pai (ou a mãe) é permissivo com os filhos. Ao mesmo tempo a mãe (ou o pai) tenta, isolada, impor limites e direcionar a educação das crianças. Parece comum? Apesar de todos nós presenciarmos em algum momento essa cena, esse tipo de comportamento é desaconselhado e não tem nada de inofensivo. Pais que se desautorizam na frente dos filhos acabam criando pequenos manipuladores.

Isso porque a criança, que não é nem um pouco tola, aprende a moldar os pais de acordo com os próprios desejos – principalmente se observa discordâncias entre o casal. Se ela sabe que a mãe é mais branda, por exemplo, é para ela que os pedidos mais complicados serão direcionados, como dormir fora de casa ou ir a uma festinha.

Dessa maneira, não há como cobrar dos pequenos qualquer respeito por autoridade ou obediência, já que ela aprende que valores como esses não têm importância dentro de casa. 


Pais que fazem isso tiram a autoridade um do outro, perante a criança. Ela entende que uma hora deve obedecer ao pai, depois à mãe. Assim, a criança vive em função do que é bom para ela, manipulando os adultos. Mas o filho precisa de limites. Cabe aos adultos cuidar disso, para que as crianças se sintam seguras e possam confiar naquelas pessoas que estão com elas.

“Vamos conversar”

Discordâncias sempre vão existir, bem como pontos de vista diferentes entre os casais. Mesmo assim, dá para chegar a um consenso quando ambos aceitam conversar sobre os pontos que têm relação com a educação dos filhos. Esse é um planejamento que precisa existir antes mesmo do nascimento da criança, para que tudo esteja muito claro.

Se não restam dúvidas entre o casal sobre o melhor direcionamento para os pequenos, não sobra nenhuma brecha para que eles se aproveitem dos atritos entre os adultos. Quando isso acontecer, porém, é importante estar preparado e evitar um “escândalo” na frente das crianças, mesmo que o parceiro tenha desautorizado alguma regra importante.

Conflitos de opiniões

Na primeira divergência, o casal deve conversar sobre o ocorrido. Mas feito longe das crianças, de modo que elas não percebam que há uma discordância entre os pais. Se o pai deixou o filho assistir à televisão um pouco mais, apesar da mãe ter negado, não é ali que eles devem conversar. É preciso esperar a tempestade passar e a criança estar ocupada com outra coisa. Do contrário, essa briga vai enfraquecendo a admiração que os filhos têm pelos pais. Além disso, eles entendem que não precisam respeitar a orientação de um ou do outro.

É assim, na base do acerto e do erro que as regras vão sendo estipuladas e acertadas pelos pais. Se a criança trouxer à tona um tema que ainda não foi discutido – e combinado – entre os adultos, a dica é jogar com sinceridade e não dar uma resposta certeira. Na dúvida, vale dizer que não sabe se pode autorizar o pedido e afirmar que irá conversar com o cônjuge a respeito. Isso mostra para a criança que existe um acordo anterior entre os pais, que não será quebrado por ela.

Sempre é possível encontrar um ponto de equilíbrio, mesmo que os pais discordem sobre as regras mais banais. Existe a possibilidade de que um dos lados seja um pouco mais tolerante e permissivo em relação às regras para tentar suprir a ausência dentro de casa ou o pouco contato com os filhos. Nesse caso, cabe conversar sobre outros meios de trabalhar essa lacuna, sem precisar autorizar todos os desejos dos pequenos.

O casal precisa se dispor a entender porque um foi contra e o outro a favor de alguma vontade dos filhos. E muitas vezes, durante uma conversa, o outro lado vai fazer mais sentido. Ser contra não é estar errado. Por isso é importante ouvir as razões do parceiro. E outra, é sempre muito mais fácil você ser permissivo. No não existe muito mais aprendizado do que no sim.

Segurança e bem-estar

Limite é algo fundamental para o bom desenvolvimento das crianças. Se elas aprendem a lidar com o “não” dos pais e sua consequente frustração já nos primeiros anos de vida, fica mais fácil amadurecer e aprender que nem tudo acontece exatamente como nós desejamos, e que não há nenhum problema nisso.

Esse tipo de equilíbrio entre os pais ajuda a criar filhos muito mais seguros, que vão se transformar em adultos com um maior autocontrole e maturidade, também. Traz uma série de vantagens. As crianças conseguem se gerir muito melhor no futuro se esse trabalho for feito anteriormente pelos pais. Não precisa ser algo extremamente rígido, mas é importante que não haja nenhuma transgressão no que for combinado entre os pais, sobre o que a criança pode ou não fazer. 

Veja algumas situações do cotidiano em que os pais se desautorizam:

  1. Sair com os amigos: esse é um tópico que deve ser discutido e combinado pelos pais, para evitar que a criança saia escondido ou peça autorização para o pai mais permissivo.
  2. Presentes: o que ela pode ganhar e em quais situações? Combinar isso, em vez de simplesmente dar um presente e passar por cima da decisão do parceiro, evita que a criança tenha um lado “preferido”
  3. Comer fora de hora: alguns casais disputam o afeto dos filhos e liberam tudo, inclusive guloseimas fora de hora. Tudo deve ser bem regrado, inclusive a alimentação das crianças, para o bem da saúde delas.
  4. Dormir mais tarde: os filhos precisam de uma rotina, e isso inclui ter hora para dormir e para acordar. Se o pai autorizar que a criança durma mais tarde, deixe para conversar a respeito das regras no dia seguinte.
  5. Ver televisão: esse é outro tópico banal do cotidiano, mas que muitos pais passam por cima da decisão do outro. Se a desautorização acontecer, os pais devem conversar longe da criança.
  6. Dormir fora: se a criança sabe que um dos pais é mais permissivo e autoriza tudo, é para ele que os pedidos mais complicados serão direcionados, como dormir fora pela primeira vez. Isso não deixa de ser uma manipulação da criança
  7. Ficar no tablet ou no PC: esse é outro ponto que pode parecer simples, mas que deve estar acordado entre os pais. Definir todas essas regras ajuda a criança a crescer com mais segurança, confiando nos adultos que cuidam dela.
  8. Jogar videogame: um dos pais autoriza e participa da brincadeira, fazendo com que o outro - que define tempo certo para a atividade - fique com o papel de chato e “mandão”.

Eu, Psicóloga | Brigas entre os pais prejudicam vínculo com os filhos


Pesquisa aponta que qualidade da união do casal influencia diretamente no relacionamento com as crianças


As consequências de brigas entre pais e mães respingam no relacionamento deles com seus filhos. É o que aponta uma nova pesquisa americana conduzida na Universidade Metodista do Sul (SMU), em Dalas. 

De acordo com a autora do estudo, a professora assistente de psicologia na SMU Chrystyna D. Kouros, o estudo mostra que a qualidade da união do casal impacta o vínculo dos pais com os filhos.

Os pesquisadores analisaram 203 famílias que preencheram questionários diários por 15 dias. Pais e mães classificavam a qualidade do relacionamento entre eles e também da relação com os filhos. Os relatórios mostraram que quando os pais admitiam conflitos no casamento, simultaneamente, mencionavam tensão nas relações com as crianças.

Pai x mãe

Apesar do estudo determinar que os relacionamentos de uma maneira geral sofrem com as brigas, os pais são os que mais deixam esses conflitos interferir nas relações com os filhos. Segundo, as mulheres parecem ter uma melhor habilidade de separar as esferas da vida cotidiana e, no dia seguinte às brigas, já estabelecem novamente uma boa relação com os filhos. Enquanto os homens prolongam um pouco mais a situação.

“A qualidade ruim de um casamento parece ser até mesmo uma chance de melhorar o relacionamento das mães com seus filhos. No dia do conflito, as relações ficam comprometidas, mas, no dia seguinte, elas conseguem melhorar o relacionamento com as crianças”, afirma Chrystyna em comunicado da universidade.

“Isso não acontece com os pais que, mesmo depois de um dia, continuam se relacionando com as crianças de forma mais tensa”, completa a pesquisadora.

Jupiter Hotel Group | Feliz Natal!



Este ano aliámo-nos à UNICEF e fizemos diferente!
Ao utilizarmos um cartão de Boas Festas em parceria com a UNICEF podemos ajudar quem mais necessita!

Veja o nosso postal de Boas Festas!

Eu, Psicóloga | Como começar do zero independentemente da idade que tiver


Não é fácil deixar tudo para trás e começar de novo. É um caminho duro, mas a recompensa, quando você não está feliz e precisa de uma mudança, vale a pena.

Começar do zero não é fácil. É como dar um salto no vazio, como conter a respiração enquanto deixamos para trás coisas e pessoas às quais é necessário dizer adeus.

É muito possível que você já tenha tido que começar de novo em mais de uma ocasião. Pode ser que este “recomeço” se devesse a um tema de trabalho ou pode ser inclusive que tivesse como origem um tema afetivo, pessoal ou familiar.

Um aspecto que, em algumas situações, pode nos frear na hora de dar o primeiro passo e construir uma vez mais nossos próprios caminhos em busca da felicidade é pensar que “já é tarde demais”, que ter uma certa idade supõe, por exemplo, ter que ceder, calar e aguentar porque nossas oportunidades já passaram. Não é bem assim. Nunca é tarde para sair do sofrimento, e na verdade esta é uma obrigação para com você mesmo.

Propomos que você leve em conta esta série de recomendações para poder começar do zero seja qual for o seu problema.

COMO COMEÇAR DO ZERO EM QUALQUER IDADE

Pense no futuro e pergunte a si mesmo como gostaria de se ver 

Se você tiver dúvidas, se sentir medo, faça o seguinte exercício de visualização: imagine-se dentro de 2 anos, mas imagine-se feliz, satisfeito e tranquilo.

Agora, avalie como você se sente nestes momentos: aí está o motivo.

Mais do que buscar a felicidade ideal, na vida é preciso ter paz interior, equilíbrio e satisfação. Se você não sentir estas mesmas dimensões agora, é necessário fazer uma mudança. Você merece uma nova oportunidade.

Comece com pequenos objetivos a curto prazo

Toda mudança requer, em primeiro lugar, tomar pequenas decisões que pouco a pouco nos levarão a dar o passo final.

Estes seriam alguns exemplos destes pequenos objetivos que deveríamos propor a nós mesmos:

– Hoje vou controlar minha angústia e meu medo. Dado que já sou consciente de que vou começar de novo, assumo e aceito minha decisão. Vou substituir meu medo pela tranquilidade interior e a determinação.

– Hoje vou buscar informação sobre como eu gostaria de começar outra vez (ofertas de emprego, ajuda dos serviços sociais ou outros organismos oficiais…)

Você não está sozinho como pensa: busque apoio

Sem dúvida, começar uma nova etapa nos causa medo, angústia. No entanto, um modo de encontrar forças é sentir que alguém nos apoia ou nos entende neste novo caminho.

– Seja inteligente na hora de buscar apoio. Haverá familiares ou amigos que não darão bons conselhos, e inclusive que recomendarão que você “não o faça” ou “aguente um pouco mais”.

– Se você tomou a decisão de começar de novo, busque a proximidade de pessoas que passaram pela mesma coisa que você está enfrentando. Elas, sem dúvidas, poderão oferecer os melhores conselhos e os melhores apoios.

Seu futuro não está escrito e o amanhã pode estar repleto de novas oportunidades

Se o passado serve para algo é para nos ensinar, para nos oferecer sabedoria, acerto e maturidade, e isso é algo que você pode aproveitar. Você é alguém sábio em relação a vivências e aprendizados da vida. É valor adicionado, uma arma de poder.

– Pense que quando damos o passo rumo à mudança, tudo é incrivelmente novo, mas o novo não é ruim. Ele nos assusta, mas nos oferece a oportunidade de alcançar aquilo que buscamos ou desejamos.

– O que você deseja é, antes de mais nada, sentir-se bem consigo mesmo, libertar-se das angústias, lágrimas ou do fracasso que não deve determinar sua vida, e sim servir como incentivo para dar um passo mais além e encontrar o seu sucesso particular.

Derrube suas próprias atitudes ou pensamentos limitantes

– Sou velho demais, certamente não vou encontrar trabalho: pense em quais são as suas habilidades e seja criativo na hora de “vender-se”. Mais do que procurar, consiga ser procurado por oferecer qualidade ou algo novo. Faça uso da sua criatividade.

– Nunca estive sozinho e não vou conseguir me virar: derrube este pensamento que o limita e entenda que a solidão é o reflexo da liberdade, e é aí que você se encontrará de novo para construir sua própria felicidade.

– Com certeza vou fracassar e vai dar tudo errado: Acabe com esta ideia. Você não é um profeta, não pode adivinhar o que vai acontecer ou não. Leve em conta que os pensamentos geram emoções, e um pensamento negativo, no final das contas, gera uma atitude fatalista.

– Certamente ninguém irá me apoiar e nada disso vai valer a pena: Não reforce este tipo de ideia. O apoio mais importante com o qual você deve contar é o seu próprio. Mais tarde, os bons amigos, a família mais nobre e pessoas que você irá conhecendo dia após dia irão oferecer seu grãozinho de areia para que você construa sua nova vida.

Pouco a pouco você se dará conta de que tudo valeu a pena.

Começar do zero é algo duro e complexo, mas mantenha o seu objetivo: você merece ser feliz, merece deixar de lado os dias de escuridão e de mal-estar.

Eu, Psicóloga | As pessoas boas nos dão felicidade, as pessoas más nos ensinam lições



Começaremos ressaltando o fato de que ninguém é boa ou má pessoa. Não há um medidor que possa quantificar a bondade ou maldade das ações de cada um.

Entretanto, cada um de nós sabe quais foram os aspectos positivos e negativos que determinadas pessoas ou relações nos trouxeram.

As pessoas, em algumas ocasiões, atuam em prol de seus próprios interesses. No momento em que elas priorizam a si mesmas no lugar dos demais, recaindo em ofensas e decepções, já poderíamos considerá-las pessoas com uma influência negativa na vida daqueles que as rodeiam.

São eles que nos ensinam lições. Por outro lado, todos nós também temos relações positivas, de corações humildes e vozes sinceras, que nunca nos farão nenhum mal. São pessoas que sabem o valor da reciprocidade, do respeito… Aqueles que nos oferecem a felicidade.

As pessoas que ensinam lições e deixam cicatrizes

É possível que, ao ler este enunciado, você tenha se lembrado de determinadas pessoas que fizeram parte do seu passado. No entanto, nós também deveríamos fazer um pequeno ato de reflexão nos perguntando se causamos algum dano a alguém.

Temos que entender que não somos obrigados a nos darmos bem com todo mundo, e que, às vezes, também podemos acabar provocando a decepção nas pessoas que nos rodeiam.

Se, em alguma ocasião, teriamos que tomar uma decisão que sabemos que, de uma forma ou de outra, vai trazer consequências à outra pessoa, é necessário justificar por que o fazemos.

Um exemplo seria ter que terminar uma relação porque somos infelizes, porque deixamos de amar à outra pessoa.

Existem decisões que devem ser tomadas mesmo quando sabemos que vão causar algum dano. A razão disso é porque entendemos que manter uma determinada situação irá causar mais sofrimento do que felicidade.

Com isso, fica claro que, em um momento determinado, podemos atuar de uma forma que os outros classificarão como negativa. Entretanto, sempre há nuances, graus e situações diferentes.

Há pessoas que não se limitam a atuar deste modo em um instante específico de suas vidas. Há quem seja sempre assim, buscando sempre satisfazer as suas próprias necessidades, mesmo sendo consciente de que está preudicando os outros.

Este tipo de personalidades com que nos encontramos ao longo de nossas vidas, em algumas ocasiões, nos deixam cicatrizes. Devemos entender que é necessário deixá-las ir, tirá-las do nosso dia a dia e, em especial, de nossa mente e de nossos pensamentos.

Do contrário, seremos eternos prisioneiros de suas ações.

Mais do que pessoas “ruins”, existem pessoas que não sabem estabelecer relações positivas, que precisam de uma maturidade pessoal e emocional adequada. Elas não respeitam, não têm empatia com os outros, e muitas vezes não são conscientes das consequências de suas palavras ou atos.

Entenda esta convivência não como dramas ou como fracassos que mudaram a sua vida. Assuma-a como uma lição que deve ajudá-lo a seguir caminhando com mais segurança e serenidade.
As pessoas simples que nos oferecem felicidade

Há pessoas que carregam a humildade, que parecem ter magia em seus bolsos e que não se envolvem em egoísmos ou duplos sentidos. Estamos certos de que você conta com uma ou duas pessoas que possuem estas características em sua vida.

São poucos mas, sem dúvida, você não precisa de mais, porque eles lhe dão tudo.

O valor da reciprocidade

Um aspecto que devemos levar em conta é que ninguém dá tudo em troca de nada. Se alguém for bom com você, responda sempre da mesma maneira.Trata-se de trabalhar em equipe, de equilibrar a balança para que todos ganhem e ninguém perca.

A reciprocidade é saber reconhecer à outra pessoa em sua totalidade, compreendendo que ela merece respeito, que a valorizamos como parte de nós e que valorizamos tudo o que ela faz por nós.E isso nos leva a agir sempre da mesma maneira.

A confiança que não trai, que sabe unir vínculos

As pessoas boas, as pessoas que enriquecem nossa vida nos ajudando no dia a dia a sermos melhores, estabelecem conosco um vínculo muito íntimo e especial.

Percebemos que somos respeitados, compreendidos e fortes por contarmos com o apoio de pessoas que nos amam.

Quem o ama não julga, não censura e não trai. Quem o ama pensará em você como nele mesmo, são pessoas que entendem o valor da empatia e que possuem uma boa maturidade emocional.

Em conclusão, se houver algo que devemos ter claro em nossas mentes, é que ao longo de nossas vidas iremos conhecer pessoas boas e pessoas não tão boas. E mesmo assim devemos aprender.

Evite se envolver com pessoas alheias que não servem para nada e limitam o seu crescimento pessoal. Deixe ir todo o mal que bateu à sua porta, assuma a lição e empreenda novos caminhos.

Porque o mundo está cheio de pessoas boas, e se por qualquer razão você ainda não encontrou nenhuma, nunca se esqueça de ser você mesmo uma delas. A melhor.

Eu, Psicóloga | As pessoas boas nos dão felicidade, as pessoas más nos ensinam lições



Para muitas crianças, o Natal é uma das épocas mais esperadas do ano. Mas, para aquelas com autismo e suas famílias, pode ser um período repleto de desafios.

Alguns dos simples prazeres dessa festa, como abrir presentes ou se reunir com a família em torno da mesa da ceia, podem ser momentos atribulados, já que crianças autistas valorizam suas rotinas e têm dificuldades para lidar com mudanças no dia a dia.

Então, o que pode ajudar essas famílias a ter um Natal em harmonia?

Kevin Harrison, pai de Daniel, de 11 anos, conta que ele e sua mulher aprenderam que não devem encher de presentes o menino, de 11 anos, ao celebrar o dia de Natal em sua casa em Arnold, no norte da Inglaterra.

"Tentamos uma vez sentar com ele e abrir vários presentes de uma vez, mas ele entrou em crise. Ficou muito mal. Hoje, ele leva até uma semana para abrir todos", diz Harrison.

Ele conta que Daniel têm dificuldade para entender o que está acontecendo. "A sala de casa fica diferente, a cozinha fica diferente, recebemos cartões de boas festas, as pessoas começam a fazer visitas, há propagandas por toda parte, e ele não vê sentido algum nisso tudo", diz.

"Ele começa a ser comportar de forma diferente. Ele gosta de se trancar no quarto, e faz isso ainda mais durante a época de Natal. Seu quarto é seu santuário."

Medo de Papai Noel

Daniel também fica com medo quando vê um Papai Noel. Seu pai acha que ele não entende direito o que significa o Natal. "Ele estuda em uma escola católica, onde ensinam sobre isso, mas não sabemos ao certo se ele entende o que é Jesus... Dan pensa que tudo se resume aos presentes."

Também é difícil para o menino explicar o que ele quer ganhar de presente, o que faz o casal se sentir culpado, porque sua filha adolescente, Hannah, sempre ganha o que deseja. A ceia é um momento delicado, porque Daniel desenvolveu um receio de se alimentar, após sofrer de refluxo quando era bebê, e nunca fez uma refeição natalina.

"Por anos, ele sequer queria sentar perto de comida. Era horrível, nós em volta da mesa e nosso filho em seu quarto. Nós nos acostumamos com isso, mas, neste ano, esperamos que algo possa mudar um pouco, e ele consiga comer um pouco de peru. Vamos tentar oferecer amassadinho ou cortado bem fininho. Mesmo assim, ele leva bastante tempo para comer e precisa ser supervisionado para que não engasgue."

O pai de Daniel diz que esses contratempos fizeram com que o menino só tenha sido convidado para três festas até hoje. "Pode imaginar como nos sentimos? Não acho que ele se importa, mas é bem difícil para a gente. Mas as crianças [da sua turma] gostam e cuidam dele."
Desafio duplo

Para Simona Zetu, uma intérprete de romeno de Birmingham, na região central da Inglaterra, o desafio é duplo, já que seu filho de 4 anos e sua filha de 15 têm autismo. A maior dificuldade de Patrick é com a comida. Ele parou de comer há quatro meses e, hoje, só bebe leite.

O menino não se sentará com a família para a ceia de Natal. Ficará brincando em outra sala. "O problema é mais com a textura e a cor da comida. Não podemos forçá-lo a comer, senão ele engasga."

Sua filha, Crina, tem uma dificuldade parecida. Por quatro anos, ela comeu apenas batata frita e molho de tomate e só passou a fazer as refeições com a família a partir dos 10 anos. Agora, mais velha, ela passou a ter interesse por comida – a culinária japonesa é sua preferida no momento – e vai ceiar com os pais no dia de Natal.

"Os dois comiam normalmente até os 18 meses de idade. Pararam de um dia para o outro", diz Zetu. "Parece que estou criando a mesma criança de novo."

Ela conta que Patrick gosta de abrir seus presentes, mas não entende o que é o Natal. "Ele não parece entender o que está acontecendo."

Luzes e barulhos

Zetu, que se mudou da Romênia com sua família há três anos, diz que era assim também com Crina. "Ela não tinha noção de que o Papai Noel iria visitá-la. Vivia em um mundo próprio. Depois dos 6 anos, passou a estar mais presente e começou a entender o significado das coisas e a ficar muito animada", diz.

Ela acrescenta que sair às compras na época de Natal com os filhos, com todas as luzes e barulhos, pode ser algo bem difícil.

"Depois de meia hora, o Patrick senta-se no chão e se recusa a sair do lugar. Ele não chora nem grita, apenas fica sentado. Temos que pegá-lo no colo para ir embora. Já a minha filha prefere ficar na maior parte do tempo na livraria."

Zetu evita fazer visitas a amigos e parentes no Natal sempre que possível. "Se sou eu que tenho visitas, sempre me certifico que os quartos das crianças estão preparados para elas, porque, depois de 15 minutos, Crina prefere ir para o seu."

A menina não gosta muito de bater papo, porque não vê sentido nisso. Acha melhor ir para seu quarto desenhar, pintar ou ler. "Não mudaria como eles são por nada desse mundo. Tenho muita sorte de ter filhos tão adoráveis e amorosos. Eles gostam muito de abraços e beijos. São incríveis", diz Zetu.

"Fico com o coração partido quando conto que eles têm autismo e as pessoas respondem que sentem muito. Não fiquem mal por isso, eles apenas pensam de forma diferente. São felizes. Normalmente, quando falamos de autismo, só enxergamos a parte ruim. Mas o austismo não se resume às crises."