A Caixa vendeu os créditos que detém sobre Vale do Lobo a um fundo gerido pela ECS. Fica, agora, com unidades de participação desse fundo, que tem mais activos.
A Caixa Geral de Depósitos vendeu os créditos que detém sobre a sociedade Vale do Lobo. O valor da operação através do qual os créditos passam para um fundo gerido pela ECS é de 222,9 milhões de euros. Contudo, o banco público continua exposto à operação, já que fica com unidades de participação do fundo comprador, cuja missão é recuperar o activo turístico e imobiliário.
O comprador é o Fundo de Lazer e Imobiliário Turístico, gerido pela ECS. Este fundo é representado por unidades de participação, que estão nas mãos, sobretudo, de instituições financeiras. Na troca de mais unidades de participação, a CGD, grande credora e accionista da empresa que detém Vale do Lobo, vende os créditos àquele fundo.
Deixando de ter exposição directa aos créditos, a CGD fica exposto ao fundo, onde além destes estão outros activos. O banco não revela qual o impacto desta alienação no seu balanço, tendo em conta que grande parte dos créditos já tinha sido alvo de imparidades, ou seja, reconhecidos como perdidos.
A Caixa foi a grande financiadora da operação Vale do Lobo, operação investigada no âmbito da Operação Marquês. Além de ser accoinista. Os créditos foram vendidos a desconto face ao seu valor.
Os outros bancos que tinham créditos sobre o activo turístico e imobiliário, BCP (que tinha créditos em torno de 60 milhões) e Novo Banco (num valor bastante mais residual), também se desfizeram da sua posição, segundo sabe o Negócios. O banco presidido por Nuno Amado, que era favorável à venda à ECS, não quis fazer comentários.
Objectivo é recuperar
Na prática, o objectivo do fundo é ficar com os créditos e, no âmbito de processos de recuperação da sociedade, convertê-los em capital. Com essa conversão, o fundo fica com o activo em mãos, com a missão de recuperar a operação. O fundo é detido por Fernando Esmeraldo e António de Sousa, este último ex-presidente da CGD, onde esteve até 2004. O banco público entrou no negócio de Vale do Lobo dois anos depois, na administração de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara.
"A CGD confirma que efectuou, no dia 22 de Dezembro, a alienação dos seus créditos sobre o Grupo Vale de Lobo pelo valor de 222,9 milhões de euros. O adquirente foi um fundo investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projectos no sector imobiliário e turístico. A Caixa espera que este activo possa ser recuperado e rentabilizado", indica fonte oficial da instituição financeira.
A operação está ainda pendente de autorizações.
A proposta da ECS superou assim pelo menos uma outra oferta, feita por um fundo de investimento que previa o fim da exposição - directa ou indirecta - do banco público a Vale do Lobo. Contudo, não agradava à administração da CGD.
Foi em 2006 que se iniciou o processo de entrada da CGD no empreendimento turístico. Com a entrada de novos accionistas (os promotores eram Diogo Gaspar Ferreira, Rui Horta e Costa e um grupo liderado por Helder Bataglia), a CGD emprestou 197 milhões de euros, além de ter pago ainda quase 30 milhões para ficar com 25% do capital da sociedade gestora. Os sócios pagaram 10 milhões de euros.
(Notícia actualizada com mais informações pelas 20:00)
Fonte: Jornal de Negócios
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