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O chefe de Estado norte-americano removeu, através da rede social, o apoio ao acordo final da cimeira de G7
A Alemanha acusou Donald Trump de "destruir" uma grande parte da confiança entre os Estados Unidos e a Europa, ao remover, com um 'tweet', o apoio ao acordo final da cimeira de G7, no Canadá.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que "a Europa unida é a resposta para os Estados Unidos em primeiro lugar", pois, assinalou, "pode-se rapidamente destruir uma incrível dose de confiança num 'tweet'".
Por isso, Maas escreveu na rede social Twitter que se torna "ainda mais importante para a Europa manter-se unida e defender os seus interesses de forma ainda mais agressiva".
Mit einem Tweet kann unheimlich viel Vertrauen sehr schnell zerstört werden. Umso wichtiger ist es, dass Europa zusammen steht und seine Interessen noch offensiver vertritt. #EuropeUnited ist die Antwort auf #AmericaFirst. #G7 https://twitter.com/tagesschau/status/1005729237523935232 …
Esta madrugada, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, dissociou-se do comunicado final da cimeira do G7, chamando ao primeiro-ministro do Canadá, país anfitrião da reunião, de "muito desonesto e fraco" por este ter classificado como insultuosas as tarifas americanas.
"Face às falsas declarações de Justin [Trudeau, primeiro-ministro do Canadá] na sua conferência de imprensa e ao facto de o Canadá estar a impor enormes taxas sobre os nossos agricultores, trabalhadores e empresas americanas, pedi aos nossos representantes americanos que retirassem o apoio ao comunicado enquanto consideramos taxar os automóveis que estão a inundar o mercado americano", escreveu Trump, na rede social Twitter.
PM Justin Trudeau of Canada acted so meek and mild during our @G7 meetings only to give a news conference after I left saying that, “US Tariffs were kind of insulting” and he “will not be pushed around.” Very dishonest & weak. Our Tariffs are in response to his of 270% on dairy!
Numa outra mensagem na mesma rede social, o Presidente dos Estados Unidos criticou o primeiro-ministro do Canadá por ter uma conduta "suave" durante a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7), mas de ter criticado as tarifas aduaneiras americanas sobre o aço e o alumínio.
"Muito desonesto e fraco. As nossas tarifas são uma resposta aos seus 270% sobre os produtos lácteos", justificou Donald Trump, citado pela agência France Presse.
Based on Justin’s false statements at his news conference, and the fact that Canada is charging massive Tariffs to our U.S. farmers, workers and companies, I have instructed our U.S. Reps not to endorse the Communique as we look at Tariffs on automobiles flooding the U.S. Market!
Na conferência de imprensa, Justin Trudeau explicou que no decurso da cimeira, que decorreu em La Malbaie, disse ao Presidente dos Estados Unidos que as tarifas deste país eram "para os canadianos que lutaram ao lado dos soldados americanos bastante insultuosas".
"Será com pesar, mas com certeza e firmeza absolutas, que aplicaremos as tarifas no dia 01 de julho em retaliação àquelas impostas injustamente pelos americanos contra nós", referiu o Justin Trudeau.
Igualmente hoje, a Presidência francesa defendeu que "a cooperação internacional não pode depender de raiva ou palavras", lamentando a "incoerência" e "inconsistência" do chefe de Estado norte-americano sobre o comunicado final da cimeira do G7.
"Resumimos dois dias [de cimeira] num texto final de compromissos. Nós vamos cumpri-los e quem quiser voltar atrás revela-se incoerente e inconsistente", informa a Presidência francesa em comunicado, citado pela agência France-Presse.
De acordo com aquele país, "a cooperação internacional não pode depender de raiva ou de palavras".
Os líderes do G7 assinaram no sábado um texto, no qual defendem um comércio internacional com "regras" e se comprometem a tentar "reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios".
Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os sete países mais industrializados do mundo conseguiram assinar um "texto comum" depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, na província canadiana do Quebeque.
Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do Presidente norte-americano.
Fonte: DN