A importância de conhecer a si mesmo já era mencionada no mundo antigo pelo filósofo Sócrates. Quem não se conhece, dificilmente saberá o que quer de verdade e como chegar lá. O problema é que a maioria das pessoas não tem a menor ideia de quem sejam – geralmente elas têm uma ideia acima ou abaixo do que realmente são.
Por que o autoconhecimento é importante?
Se autoconhecer é importante por vários motivos:
- Entender com clareza as nossas motivações;
- Conhecer nossos limites;
- Desenvolver o nosso potencial;
- Fazer marketing pessoal;
- Se realizar profissionalmente;
- Desenvolver inteligência emocional e social;
- Tomar decisões melhores na vida pessoal e profissional;
Quem conhece seus próprios limites, sejam eles físicos, afetivos ou financeiros, por exemplo, consegue tomar decisões mais sensatas e inteligentes. Quem conhece suas paixões (o que te motiva e faz feliz) e aptidões, tem mais chances de desenvolver o seu potencial e se realizar, pessoalmente e profissionalmente.
Por que conhecer a si mesmo é difícil?
Quem é você? O que você realmente deseja da vida? Para a maioria das pessoas essas são perguntas difíceis de responder. Isso porque somos seres complexos, muitas vezes com diferentes motivações que mudam no decorrer da nossa trajetória de vida. Outras vezes, o motivo é porque desejamos o que os outras pessoas desejaram para nós.
Por isso precisamos fazer algumas perguntas que nos ajudam a ter uma real percepção de quem realmente somos e queremos.
Ferramentas de Autoconhecimento
As seguintes perguntas servirão como um roteiro para ampliar a sua autopercepção e identificar as suas características e singularidades. São elas:
- Quem sou eu?
- Quais são os meus valores?
- Qual é o meu propósito e visão de vida?
- O que me faz feliz?
- Quais os meus pontos fortes e fracos?
1) Quem sou eu?
De certa maneira, somos resultado das experiências que vivemos ao longo da vida. Os momentos mais marcantes, de uma forma ou de outra, acabam nos moldando em quem nós somos. Por isso, comece pensando nos momentos que mais te marcaram, tanto as experiências boas quanto as difíceis.
Depois, questione o porquê esses momentos foram tão importantes, lembre como você agiu e o que isso diz sobre quem você é.
2) Quais são os meus valores?
Valores são as nossas crenças – aquilo em que acreditamos e nos faz agir como agimos. Quando agimos de acordo com os nossos valores, nos sentimos mais felizes e satisfeitos.
Mas quando esses valores são violados e agimos contra eles, nos sentimos infelizes e incompletos, mesmo aparentemente tendo sucesso naquilo que fazemos. Por exemplo, se para uma pessoa ter mais tempo para a família for um valor, ela não se sentirá feliz trabalhando muito e ficando sem tempo, mesmo que ganhe muito dinheiro.
3) Qual o meu propósito e visão de vida?
Propósito é o que queremos realizar, não são apenas objetivos e metas individuais. É algo que vai além, são realizações que nos dão senso de significado e como queremos impactar a vida de outras pessoas. De uma forma ou de outra, deixamos alguma marca entre as pessoas com quem convivemos.
Então, se você pode escolher, que tipo de marca você gostaria de deixar? Como você gostaria de ser lembrado?Já a visão são imagens mentais que nos inspiram e também nos dão a direção para o que queremos realizar.
4) O que me faz feliz?
Pense nas coisas que você gosta de fazer. Que atividades te dão prazer e você não vê o tempo passar? Quais os lugares que te trazem mais bem estar? Com que tipo de pessoa você se sente bem? E o que te motiva e traz aquela sensação de brilho no olho?
Procure responder a essas perguntas sem se preocupar em fazer conexões óbvias. Esse tipo de exercício vai te ajudar a responder a dúvidas como: “Qual carreira faz mais sentido para mim?” e a decidir qual a melhor opção de trabalho.
5) Quais os meus pontos fortes e fracos?
Conhecer os seus pontos fracos e fortes é essencial para o autodesenvolvimento e também para tomar as decisões certas na carreira. Uma ferramenta bem conhecida e muito útil para identificar esses pontos é a análise SWOT (pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades).
Pontos Fortes
É tudo aquilo que você faz bem, tem facilidade para executar. É algo natural e você não tem dificuldade para colocar em prática. O que você faz bem? No que você se destaca e chama a atenção das pessoas? Você tem mais facilidade em gerenciar pessoas ou realizar tarefas, por exemplo?
Pontos Fracos
É tudo aquilo que não é natural para você e demanda muito esforço, ao contrário dos pontos fortes. São características que podem ser melhoradas em você. O que você identifica como dificuldades internas, profissionais e pessoais?
Oportunidades
Quais são as pessoas ou trabalhos que podem te ajudar a alcançar seus objetivos? Quais situações e oportunidades presentes no dia-a-dia você pode aproveitar? Por exemplo, se o seu objetivo é realizar uma transição de carreira, quais habilidades, experiências, contatos e oportunidades no mercado podem te ajudar?
Ameaças
São desafios a serem superados, tanto internos como externos e que podem ser encarados como uma forma de oportunidade. Desafios externos podem ser pessoas, situações, cenários (políticos, econômicos) que podem te impedir de atingir seus objetivos.
Desafios internos podem ser medo, ansiedade ou insegurança de tomar uma iniciativa, por exemplo.
Use referências externas para te ajudar
Identificar as nossas próprias aptidões e habilidades inatas nem sempre é fácil, até porque a nossa autopercepção tem um viés natural. Por isso é sempre saber de amigos, familiares e colegas de trabalho, enfim pessoas que convivem com você, como eles te veem.
Pergunte o que eles acham que você faz bem ou que acham que você pode melhorar.
Pense também quais os elogios, feedbacks e comentários positivos ou negativos que você geralmente receber das pessoas.
O que devo mudar ou melhorar?
Você terá que refletir se é melhor desenvolver seus pontos fortes ou trabalhar em algum ponto fraco. Defina prioridades e se faça as seguintes perguntas:
- Quais características e competências preciso desenvolver?
- O quanto isso vai me ajudar em seus objetivos de curto, médio e longo prazo?
- Desenvolver essas competências farão diferença?