A Orquestra Clássica do Centro vai realizar serenatas em locais da zona de Coimbra classificada como Património Mundial durante este mês, acompanhando as quatro fases da Lua.
Intitulada "Serenatas com a Lua Por Perto", a iniciativa pretende levar até locais da zona classificada como Património Mundial da cidade, no centro histórico, um outro tipo de serenatas, numa ponte entre "uma forma erudita e a serenata que tanto caracteriza Coimbra", disse o novo maestro titular da Orquestra Clássica do Centro (OCC), Jan Wierzba, que falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa que decorreu hoje à tarde.
Os concertos são protagonizados por músicos da OCC, sempre acompanhados por cantores convidados, em espetáculos de entrada gratuita e em espaços abertos, sendo eles o Palácio da Justiça (dia 08 e 21), o Pátio das Escolas (14) e o Museu Nacional Machado de Castro (22).
Durante a conferência de imprensa de apresentação da programação dos próximos seis meses, Jan Wierzba destacou também um projeto com nove municípios da região de Coimbra, em que a orquestra vai contar com a participação de músicos de bandas filarmónicas de cada um dos concelhos.
A iniciativa, que vai decorrer entre outubro deste ano e fevereiro de 2019, vai passar por uma seleção de músicos desses concelhos, que irão depois ensaiar com a orquestra e participar nos concertos, num projeto "extremamente inclusivo, que abre as portas a outros músicos", por forma a terem a experiência de trabalhar num ambiente profissional, sublinhou o maestro, durante uma conferência de imprensa, que serviu também para se apresentar como novo diretor artístico da OCC.
Para o futuro próximo, o jovem maestro pretende desafiar a formação "para fazer alguns projetos de fusão", nomeadamente com o jazz ou até com música do mundo e estabelecer um diálogo "com a música contemporânea".
Para além disso, assumiu a ambição de aproveitar os 250 anos do nascimento de Ludwig van Beethoven, em 2020, para apresentar, "pela primeira vez em Coimbra as nove sinfonias - a obra integral" do compositor alemão.
Durante a conferência de imprensa, a presidente da Associação Orquestra Clássica do Centro, Emília Martins realçou que o nome de Jan Wierzba foi aprovado "por unanimidade".
Segundo a responsável, o facto de a OCC ter agora apoio para dois anos da Direção-Geral das Artes já permitiu apresentar agora a programação para os próximos seis meses, apesar do apoio ainda estar longe daquilo que seria ideal.
Emília Martins considerou que a região é "grande o suficiente para ter outra resposta nesta área", defendendo que o Centro poderia ter duas orquestras regionais, que poderiam trabalhar em conjunto, sempre que for necessário fazer concertos de formação sinfónica.
"Para se programar a parte artística de forma sustentada e inteligente tem que se saber com o que se conta. Tem de haver um plano a médio prazo e o ideal seria estarmos já a apresentar a programação até julho", vincou o maestro.
Durante a apresentação da programação da orquestra até fevereiro de 2019, foi ainda destacada a participação em vários festivais, bem como um projeto que pretende criar uma obra que resulte da fusão entre fado e tango, da responsabilidade do músico David Wyn Lloyd.
Lusa