O líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, denunciou que as forças especiais do país se deslocaram a sua casa.
“Neste momento, a FAES (Força de Acção Especial da Polícia Nacional Bolivariana) está em minha casa, na casa da minha família. Responsabilizo o cidadão Nicolás Maduro, pela integridade da minha filha que ali se encontra”, escreveu Guaidó no Twitter.
Num discurso, em Caracas, Guaidó denunciou a “perseguição” à sua família, afirmando que as forças policiais tinham a intenção de interrogarem a sua mulher, Fabiana Rosales, mas que esta não estava em casa. “O objectivo era gerar medo, mas não tiveram sucesso”, afirmou, na companhia de Fabiana e da filha pequena, aclamado por quem o ouvia.
O político, que acusou a Polícia de “assédio”, acrescentou que os agentes, que chegaram ao local em motas e numa carrinha, se identificaram como membros da FAES e pediram para falar com Fabiana Rosales, que acompanhava o marido numa acção em Caracas, onde Guaidó apresentou um programa de desenvolvimento que será lançado, caso exista uma transição política no país.
O líder da oposição sublinhou que a família é “sagrada” e pediu aos soldados e militares que não pisem essa “linha vermelha”. “A família respeita-se”, reforçou, adiantando que os seus vizinhos reagiram à entrada da Polícia na casa, fazendo com que os agentes abandonassem o local.
“Estão evidentemente a medir a capacidade de reacção, e, novamente, o joguinho está a dar errado”, acrescentou, reiterando o apelo aos elementos das forças de segurança para aderirem à amnistia aprovada recentemente pelo parlamento venezuelano, onde a oposição tem a maioria.
A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de Janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente da República interino, declarando que passaria a assumir os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após essa autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que “colaborarem com a restituição da democracia”.
Nicolás Maduro, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa de Guaidó como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos EUA.
Fonte: JN