Esta intervenção, orçada em 60 mil euros, resulta da disponibilização de uma verba de 60 milhões de euros, proveniente do Fundo Ambiental, destinada às áreas atingidas pelos incêndios em Outubro de 2017, revelou Emídio Barros, também presente na sessão, em representação da Agência Portuguesa do Ambiente.
Na sessão, a vereadora do Ambiente da Câmara Municipal de Leiria, Ana Esperança, destacou a importância desta intervenção para a salvaguarda dos ecossistemas ribeirinhos, uma preocupação assumida pelo Município de Leiria, anunciando que está em curso a avaliação do estado das linhas de água do concelho.
A responsável pela pasta do Ambiente na Câmara de Leiria apelou ainda ao envolvimento de toda a população na defesa do ambiente no concelho, num encontro em que o presidente da União das Freguesias de Monte Real e Carvide, Faustino Guerra, destacou a importância do esclarecimento das dúvidas dos proprietários de terrenos alvo da intervenção.
Pedro Teiga, especialista em reabilitação de rios e projetista da obra, realçou que os trabalhos vão decorrer nos terrenos em frente de rio, estando previstas diversas intervenções na área de domínio hídrico (uma faixa de 10 metros), nomeadamente o corte de espécies invasoras, como as acácias ou eucaliptos, e a poda ou plantação de espécies autóctones, como salgueiros, amieiros, freixos, carvalhos e sobreiros.
A intervenção, que classificou como engenharia natural, prevê ainda a limpeza de material queimado, aplicação de pasta fitossanitária e herbicida sistémico para secar acácias e eucaliptos, uso de estacaria viva, construção de microaçudes, instalação de filtros de palha e enrocamentos, nas situações em que tal se justifique.
Na sessão, Pedro Teiga convidou os proprietários a acompanharem os trabalhos, informando que em caso de recusa de realização da intervenção, estes incorrem em incumprimento, ficando com a obrigação de efetuarem os trabalhos num prazo a determinar, tendo de assumir os custos.
Com esta empreitada, que vai também estender-se a uma área limitada na freguesia do Coimbrão, pretende-se por um lado criar barreiras para que as cinzas não entrem nas linhas de água e criar condições naturais de resistência a cheias e prevenir os efeitos de erosão das mesmas.
Após esta intervenção, caberá aos proprietários assumirem a manutenção dos terrenos, de modo a proteger as margens das linhas de água e preservar a sua biodiversidade.
Na sessão, os participantes mostraram-se favoráveis a esta intervenção, mas manifestaram preocupação pelo facto de existirem proprietários que não efetuam trabalhos de limpeza dos seus terrenos, prejudicado todos os outros.