quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Desporto | Na noite do próximo Sábado, CASTELO DE PAIVA VAI ACOLHER II CONVÍVIO DE BTT


Castelo de Paiva vai acolher, na noite do próximo Sábado, dia 28, o II Convívio de BTT, organizado pela Parteraios, uma prova realizada com o objectivo de reunir os amantes desta variante desportiva do ciclismo, em bons momentos de convívio e animação.

Com a temática “Passeio ao Luar”, este evento desportivo está marcado para as 20 horas e promete muita emoção, já que para além de ser disputado durante a noite, vai contemplar um percurso atractivo pelo território municipal, sendo que, toda a sinalização e placas indicativas do percurso está a ser preparada pelos organizadores. As inscrições estão abertas até a data de hoje, 25 de Setembro e os inscritos podem garantir um dorsal personalizado.

Carlos Oliveira

Proprietários têm 10 dias a partir de amanhã, COMISSÃO MUNICIPAL DE PROTECÇÃO CIVIL QUER TERRENOS LIMPOS JUNTO ÀS VIAS MUNICIPAIS


O presidente da Comissão Municipal da Protecção Civil, António dos Santos Rodrigues, assinou hoje o aviso que torna público a obrigatoriedade, no território municipal, dos todos os proprietários com terrenos marginais às Vias Municipais, para que, no prazo de 10 dias (úteis), contados a partir do dia seguinte à afixação do edital, procederem ao corte de todas as árvores queimadas/secas, (exceptuando as árvores protegidas, sobreiros e azinheiras) que se encontrem dentro da referida área de 25 metros.

Nos termos do disposto no artigo 36º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, na sua redacção actual, que estabelece as medidas e acções a desenvolver no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, em áreas atingidas por incêndios florestais, e de forma a criar condições de circulação rodoviária em segurança, os proprietários devem remover os materiais queimados nos incêndios numa faixa mínima de 25 metros para cada lado das faixas de circulação rodoviária.

Verifica-se no entanto que, em grande parte da área do concelho de Castelo de Paiva, bastante afectado pelo incêndio de Outubro de 2017, os proprietários de terrenos marginais com as vias municipais não cumpriram ainda com essa obrigação, existindo um grande número de árvores (pinheiros e eucaliptos) queimados/secos pelo referido incêndio que se encontram em risco de queda, podendo colocar em causa a segurança de pessoas e bens.

Assim sendo e, atenta tal factualidade e no seguimento da deliberação da Comissão Municipal de Protecção Civil, notificam-se agora todos os proprietários com terrenos marginais às vias Municipais, para, no prazo de 10 dias (úteis), contados a partir do dia seguinte ao do presente edital, procederem ao corte de todas as árvores queimadas/secas, (exceptuando as árvores protegidas, sobreiros e azinheiras) que se encontrem dentro da referida área de 25 metros.

Decorrido o prazo referido, os Serviços Municipais de Protecção Civil, procederão, mediante prévia marcação das árvores, ao abate em falta, ficando as mesmas depositadas nos prédios rústicos respectivos e, por outro lado, informa-se ainda que, o incumprimento destas obrigações decorrentes do referido artigo 36º da Lei 124/2006 consubstancia a prática de uma Contra Ordenação, punível com coima que poderá ir de €280,00 a €10.000,00 no caso de pessoas singulares e de €3.000,00 a €120.000,00 no caso de pessoas colectivas, nos termos do nº 1 do artigo 38º da citada Lei 124/2006, conjugado com o número 2 do artigo 163º da Lei 71/2018 de 31/12.

O Vereador António Rodrigues, que tutela a pasta do ambiente na autarquia paivense, agradece a colaboração de todos os proprietários, realçando o interesse desta acção, por forma a garantir a segurança de pessoas e bens no território concelhio, sendo que mais informações podem ser dadas através da Câmara Municipal, Bombeiros Voluntários ou GNR.

Évora | Autarcas eborenses esclareceram sobre as obras na EB de S. Mamede

Os Vereadores Eduardo Luciano e Sara Dimas Fernandes, acompanhados pelo Presidente da União de Freguesias de Évora, Nuno Cabrita, e por técnicos camarários realizaram uma reunião de esclarecimento sobre as obras de ampliação da Escola Básica de S. Mamede com os pais e encarregados de educação dos alunos, na tarde de 23 de Setembro de 2019.

Uma reunião que serviu para fazer um balanço das obras feitas nos últimos anos nesta escola, mas também, e sobretudo, das que estão em curso ou vão realizar-se ao longo do presente ano lectivo. Foram explicados os aspetos técnicos mais relevantes e resultantes da sua complexidade.

Os autarcas responderam ainda a todas as questões colocadas pelos pais e encarregados de educação, os quais manifestaram a sua preocupação quanto aos constrangimentos causados pelas obras e inquiriram sobre formas de minimizar o impacto destas no funcionamento das aulas.

Foi assumido o compromisso de maior envolvimento da Associação de Pais em todas as decisões que tenham implicações no espaço escolar.

Se a preparação em curso do novo concurso decorrer de acordo com o previsto, a Câmara Municipal prevê que no início do próximo mês de Janeiro seja possível avançar com a obra no terreno, a qual deverá estar concluída no início do próximo ano lectivo. Por seu turno, a União de Freguesias prevê que a obra de melhoria do pátio inferior esteja concluída já no início de Novembro.


Os pais tinham agendada para o final da tarde de 24 de Setembro uma outra reunião com as diversas entidades envolvidas, visando encontrar entre todos as melhores soluções para a situação em causa.


Livros | Alterações Climáticas: Sabemos mesmo quais as Causas do Aquecimento Global?

Uma imagem com natureza

Descrição gerada automaticamente
Judith A. Curry, climatologista norte-americana com 40 anos de investigação e experiência, vários prémios internacionais e colaboração com a NASA, põe em causa a tese de que a acção humana seja o factor dominante para o perigo do aquecimento global. No livro Alterações Climáticas: O Que Sabemos, O Que Não Sabemos, a cientista defende, sem dogmas, a investigação científica isenta de interesses políticos e a necessidade de agirA obra, publicada pela Guerra e Paz em estreia mundial, numa edição bilingue, em português e inglês, chega às livrarias de todo o país na próxima terça-feira, dia 1 de Outubro.

A cientista do clima Judith A. Curry integrou o IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas) até 2010. Há 9 anos, por sentir que o seu trabalho era vítima de um «pensamento de grupo»,  que forçava a construção de um consenso e levava os cientistas a um auto-engano, rompeu com aquela instituição e tem, desde então, vindo a contestar, como prematura e enviesada, a ideia de que acção humana seja a causa dominante do aquecimento global.

Neste livro, com clareza meridiana, Judith Curry afirma que a comunidade científica concorda nos seguintes pontos:

  • A temperatura do planeta aumentou desde 1880
  • A acção humana lança dióxido de carbono para a atmosfera e o dióxido de carbono e os gases com efeito de estufa têm efeito no aquecimento do planeta

Mas Judith Curry afirma também que há entre os cientistas um desacordo sobre os seguintes pontos:

  • Que o aquecimento desde 1950 seja dominado pelo factor humano
  • Que os cientistas possam afirmar quanto é que o planeta aquecerá até final do século XXI
  • Que se possa afirmar que e quanto é “perigoso” o aquecimento futuro
  • Que se possa reduzir drasticamente as emissões de dióxido de carbono
  • Que essa redução melhore o clima.

Rejeitando o negacionismo, Judith A. Curry afirma que o comportamento humano e as emissões de dióxido de carbono associadas contribuem para as alterações climáticas, mas é perigoso e limitativo que, apenas com base nesse quadro, se adoptem soluções para instituir a sustentabilidade, rejeitando factores que não dependem da acção humana, como as incertezas relativas às interacções gravitacionais e magnéticas do sistema solar, aos vulcões subaquáticos e às oscilações oceânicas a longo prazo.

«Teorias prematuras reforçadas por um processo explícito de construção de consenso prejudicam o progresso científico por causa das perguntas que não são respondidas e das investigações que não são realizadas.»

Num momento em que o alarmismo campeia e se gerou uma intensa vaga emocional que quase proíbe o exercício de qualquer pensamento crítico, JAC defende uma única solução: o método científico, a necessidade de lidarmos com a incerteza, o reconhecimento efectivo do que não sabemos. Este é um livro que confia unicamente no método científico e que nos avisa para a perigosidade de uma hipótese excessivamente simplificada monopolizar toda a investigação científica, uma hipótese para a qual há provas observacionais insuficientes e que se baseia em modelos climáticos inadequados para estabelecer as causas do aquecimento recente.

Alterações Climáticas: O Que Sabemos, O Que Não Sabemos é um livro sério, um livro que está do lado da ciência, está escrito numa linguagem acessível a todos. A edição da Guerra e Paz, Editores especialmente autorizada por Judith A. Curry, publica-se em língua portuguesa e inglesa. A tradução portuguesa é de Catarina Horta Salgueiro.

Esta obra, obrigatória para todos os que constroem a sua opinião com base nas evidências científicas, chega às livrarias de todo o país no próximo dia 1 de Outubro, terça-feira. A obra poderá ainda ser adquirida no site oficial da Guerra e Paz, Editores.


Alterações Climáticas: O Que Sabemos, O Que Não Sabemos
Judith A. Curry
Não-Ficção / Ambiente
136 páginas · 15x20,5 · 13,00 €
Nas livrarias a 1 de Outubro


Coimbra | Cientistas discutem em Coimbra o futuro da Engenharia Biomédica

Nos próximos três dias (26, 27 e 28 de setembro), no Convento S. Francisco, em Coimbra, vai decorrer a 15th Mediterranean Conference on Medical and Biological Engineering and Computing - MEDICON (Conferência Mediterrânica de Engenharia Biomédica).

A MEDICON, que nesta edição tem como tema central a gestão das doenças crónicas, é uma das principais conferências internacionais de Engenharia Biomédica onde se debatem os avanços mais recentes na área a nível mundial. A conferência tem início às 9h15m, com a presença de 300 participantes de vários países.

De acordo com Paulo de Carvalho, da comissão organizadora e especialista em informática clínica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), este encontro científico pretende fornecer uma «visão holística na gestão de doenças crónicas, que hoje constituem um grave problema de saúde pública, combinando múltiplas dimensões quer nas tecnologias de diagnóstico quer nas tecnologias de prognóstico».

«Fruto do envelhecimento da população, o grande desafio ao nível de saúde continua a ser a prevenção e gestão das doenças crónicas. É necessário desenvolver políticas e tecnologias que promovam estilos de vida saudáveis e que contribuam para a sustentabilidade dos sistemas de saúde», realça.

Mais informação, incluindo o programa detalhado, está disponível em: http://www.medicon2019.org/.


Cristina Pinto

Oeste | Município de Leiria celebra Dia Internacional do Idoso



O Município de Leiria vai celebrar o Dia Internacional do Idoso, promovendo, dia 1 de outubro, uma tarde de animação cultural e musical na Quinta do Paul, Ortigosa, um evento que, para além de congregar todas as entidades que prestam apoio à população idosa no concelho de Leiria, proporcionará aos seniores participantes um espaço de convívio, interação e socialização. 

“É importante que as Instituições Particulares de Solidariedade Social sintam o Município de Leiria como uma entidade parceira e promotora de políticas de envelhecimento ativo. Este evento, que conta com cerca de 800 participantes e 38 entidades, pretende reconhecer o trabalho efetuado pelo setor social do concelho e sensibilizar a população leiriense, em particular os seniores, para a importância de um envelhecimento ativo associado a uma cidadania participativa”, afirma Ana Valentim, vereadora do Desenvolvimento Social. 

O Dia Internacional do Idoso – 01 de outubro foi instituído em 1991 pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de sensibilizar a sociedade civil para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa.


Região de Aveiro | Municípios de Ovar, Estarreja e Murtosa assinalam Dia Mundial do Turismo

Três territórios num trabalho conjunto de promoção e desenvolvimento sustentável da região

Em 2019, os Municípios de Ovar, Estarreja e Murtosa voltam a assinalar o Dia Mundial do Turismo – 27 de setembro, através de um programa conjunto, com atividades que visam proporcionar aos agentes de turismo locais um maior conhecimento das atividades turísticas desenvolvidas nos três territórios e reforçar a importância de um trabalho integrado que contribua para um desenvolvimento sustentável da região.


Apresentação Pública do Painel de Azulejo Comunitário “Caldeira de Peixes”
A celebração desta efeméride arranca a 26 de setembro, a partir das 18h30, em território vareiro, com a apresentação do Painel em Azulejo “Caldeirada de Peixes”, no Mercado Municipal de Ovar. Este painel comunitário surge de uma ação iniciada no Maio do Azulejo’19 que consistiu em oficinas de pintura de Azulejo, no qual participaram mais de mil pessoas, desde a população local, aos alunos das Escolas do concelho, coletividades locais, até visitantes e turistas nacionais e estrangeiros.
Pelas características do painel e pela referência direta a temas com interesse para o setor do turismo – o mar, a ria, a pesca e a gastronomia – a apresentação deste painel será o mote para a celebração do Dia Mundial do Turismo.
Esta ação será complementada por representações etnográficas de associações de Ovar ligadas à Ria e ao Mar (Rancho Folclórico “As Morenitas do Torrão do Lameiro”, Grupo Folclórico “As Varinas de Ovar” e Rancho da Ribeira); por degustações gastronómicas proporcionadas pelas Confrarias dos três municípios – Confraria Gastronómica do Concelho de Ovar, Confraria da Broa d’Avanca, Confraria Gastronómica da Carne Assada de Santo Amaro e Confraria Gastronómica “O Moliceiro”. Neste dia, as comemorações culminam com uma tradicional sardinhada.
O dia 27 de setembro será assinalado pela concretização do programa delineado pelos três municípios e dirigido a operadores locais. O circuito de Arte Urbana e a Casa Museu Egas Moniz em Estarreja, o Percurso do Azulejo, o Museu Escolar Oliveira Lopes e a Igreja de Válega em Ovar, a COMUR e um passeio de moliceiro na Murtosa são algumas das propostas apresentadas para esta data. 




Proença-a-Nova | “O olhar das coisas” em exposição na Galeria Municipal



“O Olhar das coisas” dá nome à exposição de pintura de João Pereira que estará patente até 31 de outubro na Galeria Municipal de Proença-a-Nova e cuja inauguração aconteceu a 14 de setembro. João Pereira é natural da Póvoa de Santarém e tem ligações afetivas a Proença-a-Nova, onde já teve a oportunidade de expor na aldeia de Cunqueiros. Agora chegou a vez de expor a sua arte na Galeria Municipal, “um espaço privilegiado para mostras de arte”, como descreveu João Manso, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, no dia da inauguração, acrescentando que “privilegiamos sempre a mostra de artistas com raízes ou ligações afetivas a Proença-a-Nova e esta exposição do João Pereira é mais um exemplo. Além disso, o autor conseguiu transpor para os seus quadros alguns materiais utilizados na região e isso é de louvar”. 

João Pereira transmite através destas 23 obras os seus sentimentos e emoções, “a forma de olhar e sentir a vida e o meu mundo interior”, revelou. Seguindo uma linha artística entre o figurativo e o abstrato, através de uma técnica mista sobre tela, madeira, cartão e a utilização de um antigo panal em linho utilizado na apanha da azeitona, o autor traduz produtos e elementos paisagísticos da região e que não passaram despercebidos ao seu olhar atento. “Na maioria das vezes não sabemos olhar verdadeiramente para as coisas que nos cercam, muitas vezes apenas damos valor para algo depois de o perdermos, olhar de verdade para as coisas e saber entender a beleza das coisas simples, é saber ver para além do que os olhos podem ver, olhar para as coisas resulta da minha história e o muito respeito e admiração por aquilo que me rodeia”, rematou.

Proença-a-Nova | e Maranho em destaque nos dias 28 e 29 de setembro


O Festival do Plangaio e do Maranho vai voltar a dar destaque a dois produtos gastronómicos do concelho de Proença-a-Nova: o plangaio e o maranho. No próximo fim de semana, Sobreira Formosa prepara-se para receber este certame com um programa que além da gastronomia inclui cultura, história, desporto e animação musical. Nove associações da União de Freguesias de Sobreira Formosa e Alvito da Beira servirão refeições e petiscos onde não faltarão estes dois produtos gastronómicos e treze produtores e artesãos do concelho complementarão esta mostra. 

Sábado, dia 28, a partir das 9h30 terá lugar o colóquio “Vias da Beira Baixa – abordagem histórica e geográfica à mobilidade”, no Edifício Fortes e Baterias. As inscrições são gratuitas e estão a decorrer no Posto de Turismo. O festival abre às 16h com a banda Brass Fusion e, ao final da tarde, a recriação história no âmbito da Rota das Visitas Guiadas e Encenadas do projeto Beira Baixa Cultural – cofinanciado no âmbito do Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, promovido pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) - irá retratar um dos momentos da passagem dos invasores franceses pela região. 

Destaque ainda para os dois ateliers de cultura e gastronomia – inseridos também no Projeto Beira Baixa Cultural -, um no sábado, às 17h, com Tita Verganista, e outro no domingo, às 12h, com o Chef Miguel Mesquita, ambos com propostas inspiradas nos dois produtos protagonistas deste festival: o plangaio e o maranho. As inscrições são limitadas 25 pessoas e estão a decorrer no Posto de Turismo. À noite, o destaque recai sobre a banda portuguesa “The Lucky Duckies”, mas antes terá lugar o espetáculo de encerramento da Aldeia Djembe Camp e após a banda Red Seven. 

Domingo, dia 29, pelas 9h00 começa o peddy paper A Formosinha, que partirá à descoberta da história de Sobreira Formosa. O festival encerra com o segundo Encontro de Concertinas, organizado pela Escola de Concertinas de Proença-a-Nova, por onde passarão diversos grupos ao longo da tarde. 

Acompanhe todos os pormenores deste festival no site do município e na página oficial do Facebook.

Alentejo | Assembleia Municipal de Évora aprovou aquisição de terreno para expansão do PITE




A Assembleia Municipal de Évora, na sessão de 20 de Setembro de 2019, aprovou, por unanimidade, a deliberação acerca da proposta de aquisição de prédio urbano – Terreno para expansão do Parque Industrial e Tecnológico de Évora. Uma decisão que permitirá à Câmara Municipal aumentar a quantidade de lotes disponíveis, face à necessidade urgente de expansão do PITE para reforçar a oferta municipal, para instalação de empresas e dinamização económica.

Nesta sessão, foram eleitos os representantes das Juntas/Uniões de Freguesias do Concelho ao 24º Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (Jerónimo José, como efectivo, e Luís Ramalho, como suplente) e aprovado, por unanimidade, o relatório final de avaliação de propostas da "Contratação de Empréstimo para substituição da dívida de empréstimo do PAEL”.

A proposta de aprovação da minuta de aditamento ao contrato de empréstimo (mútuo) celebrado com o Banco BPI, para substituição do PAEL, foi aprovada com 19 votos favoráveis (13 da CDU, 3 do PSD, 1 da Coligação Afirmar Évora 2017, 1 do BE e 1 do Movimento Machede Popular Independente) e 13 abstenções (PS).

Mereceu ainda aprovação unânime a deliberação sobre o pedido de autorização para abertura de procedimentos concursais para recrutamento de pessoal técnico, por tempo determinado, para ministrar as Actividades de Enriquecimento Curricular no ano lectivo de 2019-20 – Ratificação do Despacho do Presidente da Câmara Municipal de Évora.

O 6º relatório semestral do Plano de Saneamento financeiro – Junho de 2019 foi aprovado com 19 votos favoráveis (13 da CDU, 3 do PSD, 1 da CAE 2017, 1 do BE e 1 do MMPI) e 13 abstenções (PS).

Foi tomado conhecimento do Relatório de Revisão às Demonstrações Financeiras do Município de Évora – 1º semestre de 2019 e da Auditória ao Município de Évora – Controlo do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e da Informação do Presidente da Câmara de Évora, acerca da Atividade do Município, bem como da situação financeira do mesmo, referente aos meses de Junho, Julho e Agosto de 2019.

No período Antes da Ordem do Dia, os pais, mães e encarregados de educação da Escola Básica de S. Mamede vieram expor as suas preocupações em relação às implicações das obras de requalificação do edifício e pátios no funcionamento das aulas.

Após a exposição do assunto, feita pelo Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola, o Presidente da Câmara, o Presidente da União de Freguesias e vários membros da Assembleia pronunciaram-se sobre o assunto. Assunto acerca do qual há ainda duas reuniões agendadas para breve, uma entre a autarquia e os pais e outra que reúne toda a comunidade educativa e as diversas entidades envolvidas, visando encontrar entre todos as melhores soluções para a situação em causa.

A moção “Exige-se a Adjudicação e Construção da Obra do Hospital Central Público da Alentejo em Évora até 2023”, proposta pela CDU e lida por Elmina Lopes, foi rejeitada com 17 votos contra (13 do PS, 3 do PSD e 1 da CAE2017), 2 abstenções (1 do MMPI e 1 do BE) e 12 a favor (CDU).

A moção “Isenção do IMI no Centro Histórico de Évora”, proposta pela CDU e lida por Nuno Cabrita, foi aprovada com 19 votos a favor (13 da CDU, 3 do PSD, 1 do BE, 1 da CAE 2017 e 1 do MMPI) e 13 abstenções (PS).

Uma recomendação intitulada “Évora: Um Concelho de mato a céu aberto?”, proposta pelo PSD e lida por Ângela Caeiro, foi aprovada com 18 votos a favor (3 do PSD, 13 do PS, 1 da CAE 2017 e 1 do MMPI), 10 abstenções (1 do BE e 10 da CDU) e 3 contra (CDU).

Foi rejeitada a moção “Sobre o aumento do preço da água no Concelho”, proposta pelo PS e lida por Adelino Fonseca, com 14 votos contra (13 da CDU e 1 do MMPI), 5 abstenções (3 do PSD, 1 do CAE 2017 e 1 do BE) e 11 a favor (PS).

Uma “saudação à greve climática global”, apresentada pelo BE e lida por Bruno Martins, mereceu aprovação unânime.


Aprovação unânime mereceu também o voto de pesar (e respectivo minuto de silêncio), proposto pela Mesa da Assembleia Municipal de Évora e lido pelo Presidente, pelo falecimento do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Évora, João Rodrigues.

Pequim inaugura novo aeroporto internacional e maior terminal do mundo

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GaúchaZH
O Presidente chinês, Xi Jinping, presidiu hoje à inauguração do segundo aeroporto internacional de Pequim, que inclui o maior terminal do mundo e cujo custo de construção se fixou em 120 mil milhões de yuan (mais de 15 mil milhões de euros).A abertura ocorre nas vésperas da celebração do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China. O primeiro voo teve como destino Cantão, capital da província de Guangdong, segundo a imprensa local.
Erguido no extremo sul da cidade, o Aeroporto Internacional de Pequim Daxing foi construído em menos de cinco anos e está projetado para receber 72 milhões de passageiros por ano.
O investimento total, que inclui terminal, estação de alta velocidade, vias rodoviárias e infraestruturas em torno do aeroporto, ascende a 400.000 milhões de yuans (52,5 bilhões de euros).
O principal aeroporto da capital chinesa, situado no norte da cidade, é o segundo mais movimentado do mundo e o volume de passageiros está próximo do seu limite de capacidade. Em 2018, pela primeira vez, excedeu os 100 milhões de passageiros anuais.
Com cinco andares e uma área conjunta de 103 quilómetros quadrados, o Aeroporto de Daxing é também o primeiro a incorporar dois andares dedicados exclusivamente à chegada de passageiros – um para voos domésticos e outro para voos internacionais -, e outros dois para partidas.
É também o primeiro aeroporto do mundo a abrigar uma estação ferroviária de alta velocidade abaixo da sua superfície.
A falecida arquiteta iraquiana britânica Zaha Hadid projetou o aeroporto, que tem a forma de uma fénix.
O aeroporto fica a cerca de 45 quilómetros do centro de Pequim.
Lusa / Madremedia

Negócios | Bruxelas premeia projetos portugueses com 30 milhões de euros

Dois projetos portugueses receberam esta quarta-feira, em Bruxelas, 30 milhões de euros no âmbito do programa Horizonte 2020. Os prémios foram entregues aos projetos selecionados durante as Jornadas Europeias da Investigação e Inovação.
Para os autores dos projetos, que são desenvolvidos em parceria com países mais desenvolvidos, é fundamental que a União Europeia apoie países e regiões que ainda precisam de fixar projetos e equipas.
Projetos portugueses premiados:


  • MIA-Portugal (Multidisciplinary Institute of Ageing) – liderado pela Universidade de Coimbra, em parceria com a Universidade de Newcastle upon Tyne, a Universidade de Groningen e o Instituto Pedro Nunes. Este projeto criará o primeiro centro de excelência em investigação sobre o envelhecimento no Sul da Europa. O objetivo geral do novo centro de excelência consiste em melhorar a saúde e o bem-estar de uma população em envelhecimento e beneficiar do potencial de excelência científica e de inovação para criar oportunidades de negócio. Com base numa posição de liderança internacional no domínio do envelhecimento, irá criar conhecimentos para promover uma vida saudável, desenvolver, validar e fornecer intervenções que melhorem a esperança de vida saudável humana, com especial destaque para os membros da população com a esperança de vida saudável mais baixa, e promover a transferência de inovação para práticas e serviços. Tal contribuirá para reduzir a carga socioeconómica das doenças crónicas e o envelhecimento inadequado da população, promovendo a independência funcional, estimulando a economia e criando novos postos de trabalho altamente qualificados.
  • BIOPOLIS – liderado pelo ICETA (Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares), da Universidade do Porto, em parceria com a Universidade de Montpellier e a Porto Business School Association. Através do projeto, a unidade de investigação CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) passará a ser um centro de excelência de I&D&I. Com base num plano empresarial ambicioso, o projeto visa o estabelecimento da BIOPOLIS como um dos melhores centros internacionais de excelência em biologia ambiental, investigação sobre ecossistemas e agrobiodiversidade, com capacidade para difundir a excelência para a inovação nos domínios do ambiente, da biodiversidade e da agricultura, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconómico a nível regional e nacional. O centro de excelência fará avançar a compreensão biológica desde os genes até aos ecossistemas e utilizará estes conhecimentos para fazer face a desafios prementes através do desenvolvimento de investigação de craveira mundial, do estabelecimento de parcerias estratégicas a longo prazo, do envolvimento das partes interessadas e da transferência e exploração dos resultados da investigação. Este objetivo será alcançado atraindo investigadores talentosos, proporcionando excelentes condições para a investigação, formação, internacionalização e trabalho em rede, alinhando a investigação com os desafios societais e as estratégias de especialização inteligente, desenvolvendo programas de formação avançados ambiciosos, desenvolvendo intensas atividades de comunicação, divulgação e exploração e estabelecendo um programa sólido de parcerias e outros mecanismos para promover a tradução da investigação e inovação em aplicações e oportunidades de negócio. A BIOPOLIS promoverá, assim, a excelência num país com pouca atividade de investigação e promoverá o desenvolvimento económico sustentável.
Cada um destes projetos vai receber um financiamento da União Europeia no valor de 15 milhões de euros.

Oeste | Câmara de Pombal irá adquirir autocarro para manter apoio às instituições do concelho

A Câmara de Pombal deliberou, na reunião da passada sexta-feira, abrir concurso para a aquisição de um autocarro de 55 lugares.
O principal objetivo da aquisição da viatura é a manutenção da política de apoio às várias entidades do concelho que se deslocam para fins culturais, desportivos, sociais, recreativos, educativos e outros.
A viatura atualmente em uso pelo Município para esta finalidade perfaz 16 anos no próximo mês de fevereiro, pelo que deixaria de reunir as condições legais para transporte de crianças com idade inferior a 16 anos.
No ano de 2018, o autocarro do Município, com capacidade para 53 pessoas, realizou 201 viagens, tendo sido transportadas 8404 pessoas. Deste total, 97 viagens foram para transporte de crianças, o que totaliza 3675 crianças.
Considerando que grande parte dos utilizadores do autocarro são crianças, seja em atividades educativas, seja para fins desportivos e culturais, o Município de Pombal despoleta a aquisição de uma nova viatura, que permita garantir a continuidade deste apoio.
O Município optou por, nesta aquisição, exigir um conjunto de mecanismos de segurança, além daqueles que são habituais e legalmente exigidos, como o Programa Eletrónico de Estabilidade, sistema de aviso de saída da faixa de rodagem, sistema de aviso de colisão frontal, sistema de travagem de emergência, sistema automático de extinção de incêndios no compartimento do motor, entre outros.


Sociedade | Jovens de Montemor põem “mãos à obra” por um concelho e um país mais limpo.

No domingo dia 22 de setembro, cerca de 150 jovens do concelho de Montemor-o-Velho juntaram-se à iniciativa voluntária “Vamos limpar Portugal” e puseram “mãos à obra” em prol de um concelho mais limpo. Repartidos por várias freguesias do concelho de Montemor-o-Velho, os voluntários dedicaram o seu domingo à causa ambiental, arregaçaram as mangas, calçaram luvas e mobilizaram-se para recolher o máximo de lixo possível nas ruas.

“Tudo o que fazemos pelo ambiente é pouco”, por isso, quando Ana Francisca, de 17 anos, estudante universitária, soube da iniciativa, decidiu voluntariar-se para que a iniciativa se realizasse em Montemor-o-Velho. Desde então, com o apoio de outros jovens voluntários, conseguiu mobilizar a população e as entidades locais e efetivar a iniciativa no concelho.

“Infelizmente recolhemos bastante lixo”, afirmou a representante da iniciativa no concelho de Montemor-o-Velho, surpreendida com a quantidade de lixo nas ruas. Para além do plástico, papel e vidro, foram recolhidas sobretudo beatas, que o grupo de voluntários vai enviar para uma empresa em Guimarães que as reutiliza para produzir tijolos.

A acompanhar a ação voluntária, o vereador da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Décio Matias, elogiou a adesão da população do concelho à iniciativa, em especial o "empenho e disponibilidade dos jovens que, para além de promoverem a limpeza das nossas ruas, sensibilizam as famílias e a sociedade”. Para Décio Matias, a consciencialização da população é vital para que “exemplos de más práticas como os que assistimos diariamente se alterem em prol do nosso futuro e do futuro dos nossos jovens”.

O projeto solidário "mãos à obra”, que partiu da ideia de Inês Durão, contou com mais de 10 mil pessoas, distribuídas em mais de 100 grupos, que, no passado domingo, limparam norte a sul de Portugal ao mesmo tempo.

No âmbito da sua ação ambiental, o Município de Montemor-o-Velho associou-se à iniciativa, procedendo à recolha do lixo e ao seu correto encaminhamento.

Para o futuro, fica a ideia de retomar a iniciativa em breve, fazendo uma "limpeza nacional de dois em dois meses, não havendo ainda uma nova data definida”, informou Ana Francisca que continua a acreditar que pequenos gestos fazem a diferença.

Mira Online

Ciência | Portugueses estudam impacto do leite materno doado no intestino de bebés prematuros

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Sapo24
Uma equipa de investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da NOVA Medical School vai iniciar um estudo que visa analisar o impacto do leite materno doado no intestino de bebés prematuros.
De acordo com o CINTESIS, com este estudo observacional, pretende-se avaliar os fatores que interferem com a microbiota intestinal (bactérias e outros microrganismos que habitam o intestino) de bebés “muito prematuros” hospitalizados numa unidade de cuidados intensivos neonatal nacional.
Em análise estão a dieta materna, o tipo de parto (vaginal ou cesariana) e o tipo de alimentação disponibilizada aos bebés nesta fase da vida (leite materno, leite materno doado fortificado e não fortificado ou fórmulas industriais).
“O leite materno é rico em probióticos e em prebióticos devido ao conteúdo rico em oligossacarídeos, que ajudam a modular a microbiota intestinal. Por isso, a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno em exclusivo nos primeiros seis meses de vida”, explica, em comunicado, Juliana Morais, investigadora do CINTESIS envolvida neste trabalho, que é coordenado por Conceição Calhau.
De acordo com a nutricionista, “quando o leite materno não está disponível, o leite humano doado deve ser a primeira alternativa. Embora este leite passe por um processo de pasteurização, acredita-se que o resultado na microbiota dos bebés será semelhante à do leite materno”.
“Já as fórmulas industriais têm sido associadas a uma menor diversidade de ‘bactérias boas’ e a maior obesidade aos 18 meses de idade”, acrescenta.
Os investigadores acreditam que o tipo de alimentação provocará diferenças significativas na composição da microbiota intestinal dos bebés nascidos entre as 28 e as 32 semanas de gestação, que são particularmente suscetíveis de sofrerem um desequilíbrio entre microrganismos benéficos e microrganismos prejudiciais, chamado de disbiose intestinal.
“Ao contrário do que se pensava antigamente, esta alteração precoce do tipo, quantidade e diversidade de bactérias e outros micróbios presentes no intestino não será temporária. Ela afetará a ‘programação’ do metabolismo e da imunidade muito para além da infância, influenciando o desenvolvimento de várias doenças na idade adulta”, refere a investigadora.
O projeto conta com a colaboração da Maternidade Dr. Alfredo da Costa/Centro Hospitalar de Lisboa Central e do único Banco de Leite Humano existente em Portugal.
Lusa / Madremedia

“CENA(S)” Exposição Fotográfica de Carlos Gomes em Cantanhede

Como parte integrante do "D´Arte", decorreu na noite de terça-feira a visita comentada à exposição fotográfica "CENA(S)", na Galeria situada na Rua Marquês de Pombal, em Cantanhede.
A iniciativa moderada pelo Presidente da Associação Orfeão Vox Caeli de Cantanhede, Bruno de Lima Pinto, contou com a presença da Presidente da União das Freguesias de Cantanhede e Pocariça, Aidil de Sá Machado, do Vereador da Câmara Municipal de Cantanhede, Luís Silva, do representante da cultura da Câmara Municipal de Cantanhede, Casas de Melo, da Presidente da Associação FotografArte,  Fátima Lopes, e foi protagonizado pelo fotógrafo Carlos Gomes que, numa intervenção impactante para cerca de 60 visitantes, discursou sobre a sua arte direcionada para a fotografia de cena e o seu percurso enquanto fotógrafo de espetáculos, num diálogo aberto com todos os presentes.
O encerramento deu-se com um brinde de espumante Marquês de Marialva, patrocinado pela Adega de Cantanhede.
Pode visitar esta exposição até à próxima sexta-feira, das 15:00 horas às 19:00 horas.
Fonte: Mira Online

Mundo | Rede de tráfico de ovários e recém-nascidos desmantelada na Grécia

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Jornal i - Sapo
Uma rede de traficantes de ovários e bebés recém-nascidos de mulheres com origem sobretudo na Bulgária foi hoje desmantelada em Tessalonica, no Norte da Grécia, anunciou a polícia daquele país.
As mulheres búlgaras, mas também georgianas e de etnia cigana, eram levadas para clínicas particulares em Tessalonica para fazer o parto ou remover os ovários, que depois eram vendidos, explicou a polícia grega.
A investigação contabilizou 22 casos de adoções ilegais e 24 de vendas de ovários no âmbito desta rede, que faturou mais de 500.000 euros desde 2016, acrescentaram as autoridades.
A operação hoje realizada resultou na detenção de 12 pessoas, incluindo um médico, um advogado e dois funcionários de clínicas particulares de Tessalonica, sendo que o tráfico era gerido por um advogado e um ginecologista.
A polícia suspeita, no entanto, que haja mais 66 pessoas ligadas à rede, que é também investigada por lavagem de dinheiro.
“As famílias candidatas a adoções pagavam entre 25 mil e 28 mil euros por uma criança, valor que abrangia o pagamento à mãe biológica, ao advogado, os custos da hospitalização e a percentagem paga aos intermediários”, explicou o chefe da polícia de Tessalonica, Christos Dimitrakopoulos.
As mulheres que faziam parte da rede recebiam, segundo a mesma fonte, entre 4.000 e 5.000 euros para fazer o parto na Grécia.
Apesar de o anterior Governo grego, do primeiro-ministro Alexis Tsipras, ter alterado parte dos procedimentos de adoção para reduzir o tempo de espera dos candidatos, o processo legal necessário pode demorar cinco anos naquele país, o que tem levado muitos candidatos a recorrer a tráfico ilegal.
Em 2011, 10 búlgaros e dois gregos foram processados judicialmente por transportarem 17 mulheres grávidas búlgaras para a Grécia para aí terem e venderem os recém-nascidos.
Dois anos depois, uma menina a quem a comunicação social chamou “o anjo louro” foi encontrada num acampamento cigano e acolhida pela associação “O sorriso da criança”.
O interesse mediático pela menina, chamada Maria, obrigou as autoridades búlgaras a investigar o tráfico de bebés para países estrangeiros, nomeadamente para a Grécia.
Os pais de Maria, búlgaros de etnia cigana, viviam em pobreza extrema e abandonaram a menina quando esta tinha sete meses de idade, tendo sido alvo de uma investigação sobre a venda de crianças na Bulgária.
O casal com quem a menina foi encontrada tinha sido acusado de sequestro, mas acabou por ser ilibado.
Lusa

Cantanhede | SOCIEDADE COLUMBÓFILA VOLTOU A RECEBER ABEL MENDONÇA



Aproveitando a sua deslocação a Portugal, Abel Mendonça, major na reserva e ex-Presidente da Fundação Social das Forças Armadas de Cabo Verde, esteve na cidade de Cantanhede, no passado dia 18 de setembro, de visita à Sociedade Columbófila e à cidade de Cantanhede. 

Recebido por Lurdes Silva da Direcção Geral da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense, Abel Mendonça após o almoço teve a oportunidade de conhecer a nova sede da Columbófila de Cantanhede onde realizou uma reunião de trabalho no âmbito do Projecto de Cooperação . de Partida!, tendo a oportunidade de conhecer o trajecto associativo, mais recente da Columbófila Cantanhedense e em particular as actividades desenvolvidas, no âmbito dos projectos de cooperação e também avaliar o trabalho já desenvolvido, perspetivando o futuro desta parceria, que também envolve o Município de Cantanhede e a União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça. 

Abel Mendonça aproveitou o momento para agradecer reconhecidamente o trabalho desenvolvido pela Sociedade Columbófila e pelos restantes parceiros, anunciando a sua disponibilidade para dar mais um impulso neste projecto de cooperação, referindo que o mesmo tem tido uma importância fundamental para atenuar as dificuldades das famílias mais carenciadas da cidade da Praia, mas sobretudo para fazer sorrir as crianças beneficiárias do projecto. 

No final da visita Abel Mendonça, deu a conhecer á dirigente da Sociedade Columbófila o interessa do Clube Desportivo Travadores, filial do Sport Lisboa e Benfica, que vem desenvolvendo na cidade da Praia, um trabalho notável no acompanhamento das famílias mais desfavorecidas daquela cidade, de vir, também, a estabelecer uma parceria, com vista a integrar as entidades que beneficiam do apoio direto da Sociedade Columbófila. 

Anteceder a visita à Sociedade Columbófila, Abel Mendonça, fez questão de se deslocar à base do Grupo Os Mosqueteiros, sedeada na zona industrial da cidade de Cantanhede, principal mecenas do Projecto de Cooperação . de Partida!, para agradecer o apoio que aquele grupo económico tem dado a este projecto de cooperação. 

Recebido por Luis Teixeira, Abel Mendonça teve a oportunidade de conhecer em pormenor as instalações da Base Logística dos Mosqueteiros, manifestando a sua gratidão pela colaboração da insígnia, que tem contribuído para atenuar um conjunto muito significativo de carências básicas das famílias mais necessitadas dos servidores das Forças Armadas de Cabo Verde.

Coimbra |Doutoramento em Ciências e Tecnologias da Informação da FCTUC chega a Macau

Primeiro o Brasil, agora Macau. O Programa Doutoral em Ciências e Tecnologias da Informação (PDCTI), ministrado no Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), chega a Macau este ano letivo.

A sessão inaugural vai decorrer no dia 14 de outubro, mas antes, amanhã, dia 26 de setembro, realiza-se a cerimónia de lançamento simultânea em Coimbra e em Natal, Brasil, às 14h30m (hora portuguesa). Os novos estudantes vão assim estar juntos por videoconferência, com a presença dos coordenadores do programa doutoral em cada um dos locais: Luís Paquete em Coimbra, no Departamento de Engenharia Informática, e Henrique Madeira em Natal.

Com três dezenas de estudantes matriculados nesta edição, mais de metade estrangeiros, o PDCTI procura explorar as oportunidades que a diversidade de espaços interdisciplinares em que a Computação e a Informática assumem um papel de relevo proporciona para a realização de projetos de investigação de elevado potencial científico e grande impacto. O plano doutoral está enquadrado pelo Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), que fornece um ambiente propício à integração dos estudantes em equipas de investigação e correspondentes redes internacionais de conhecimento.

O alargamento a Macau representa mais um passo sólido na política de internacionalização da FCTUC, «gerando uma presença frequente dos docentes do DEI em Macau, com foco na investigação científica. Acreditamos no grande potencial do PDCTI em Macau, pois permite o acesso ao nosso programa doutoral de estudantes do território de Macau e da China», afirmam os coordenadores do programa doutoral, Henrique Madeira e Luís Paquete.

Os estudantes irão desenvolver a sua investigação no CISUC, centro que obteve classificação de “Excelente” na última avaliação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), «reforçando a imagem de investigação científica de alta qualidade e de nível internacional que o CISUC já tinha. O número de projetos financiados neste centro cresceu nos últimos anos, especialmente no que toca a projetos europeus, o que representa mais e melhores oportunidades de investigação ao mais alto nível internacional para os novos doutorandos», notam os docentes dos DEI.

A chegada do Programa Doutoral em Ciências e Tecnologias da Informação da FCTUC ao Brasil e a Macau resulta de parcerias estabelecidas entre a Universidade de Coimbra e o Instituto Federal do Rio Grande do Norte e o Instituto Politécnico de Macau.

Cristina Pinto



Mundo | Depoimentos esclarecedores no Amazonas

Índia Kaynã Munduruku

Depoimentos obtidos por dois jornalistas de Catolicismo, Paulo Henrique Chaves e e Nelson Ramos Barretto, e publicados na edição Nº 825, setembro/2019.

Manaus — capital do Estado do Amazonas, cidade moderna com dois milhões de habitantes — está cercada de águas e florestas quase intactas. Eis aí, já no início da nossa viagem, uma constatação visual oposta à falácia de que estamos queimando a Amazônia. E o fato concreto é que 97% do Estado do Amazonas encontra-se preservado!

Andando pelas ruas, encontramos brasileiros indígenas dispersos no meio da população. No dia 19 de junho, na Assembleia Legislativa, participamos de um Seminário das populações mestiças. Após nossa palestra, cujo tema foi “Princesa Isabel, a Redentora — mito ou realidade”, fomos procurados pela simpática índia Kaynä Munduruku, 41 anos, conhecida jornalista e radialista. Ela ficara encantada com a história da Princesa Isabel, que infelizmente não é contada nos livros escolares.

Depois de gravarmos uma entrevista para a sua rádio Tribos do Norte, conversamos longamente e nos impressionamos com o relato da sua vida pessoal, um verdadeiro depoimento para a história. Ela descende de várias etnias, como Munduruku, Sateré-Mawé e Mura. Seus antepassados são originários do Pará, onde o povo está enraizado e mantendo muito viva a sua língua.

Como qualquer amazonense do interior, Kaynä não calcula as distâncias por quilômetros, mas por dias de viagem em barco; e a essa informação um tanto imprecisa acrescenta-se uma particularidade pitoresca: rio acima ou rio abaixo. Até os 14 anos, quando faleceu seu pai, ela habitava em plena selva, em local isolado num dos braços do Rio Madeira, município de Manicoré. A que distância? Três dias de barco até Manaus… rio abaixo.

Perseguição e denúncia
Kaynä possui uma personalidade e capacidade de expressão fora do comum, a julgar pelo tempo de contato que tem com a cidade. Foi muito perseguida pela estrutura indigenista petista, mas não abre mão de sua independência. Gravou um vídeo num linguajar cauteloso e ponderado, mas também corajoso, em que faz uma denúncia contra a FUNAI e as ONGs indigenistas.

Ela mostra que a situação mudou para os povos indígenas. Eles estão despertando, querendo mais liberdade, e não aceitam que antropólogos e indigenistas “imponham a nossa identidade”, pois “sabemos quem somos”. Também as ONGs se meteram muito na questão indígena, fazendo com que milionários donos de ONGs, e os indígenas que se aliaram a eles, estejam muito bem de vida, enquanto os povos indígenas que realmente precisam estão na mais extrema miséria. Não têm nada, e muitos vivem como mendigos na rua, viciados em álcool.

Kaynä conclui: “O que precisa ser feito para os povos indígenas é dar-lhes oportunidade de trabalhar. Quem vai conseguir comprar suas coisas com uma bolsa família, ter uma vida boa e saudável? Não consegue. O índio precisa produzir. Não é preguiçoso, é capaz e tem uma inteligência grande. Sabe plantar, sabe produzir, só precisa de oportunidade. Com seu trabalho, os indígenas darão uma grande contribuição para a economia do Brasil”.

A fala da Kaynä contrasta com as imposições dos indigenistas e da nova eco-teologia, que propagandeiam o isolamento e a vida primitiva na pobreza. No vídeo de Kaynä* aparece o cacique Miguel de Santarém protestando contra o procurador Luís de Camões Boaventura, do Ministério Público Federal, por ter declarado abertamente que os índios devem viver na aldeia, na pobreza e na subsistência.

*Sínodo da Amazônia: Os índios querem mesmo ficar na selva? Veja o que eles dizem:

Mudança de Kaynä para Manaus
Sair da selva para morar numa cidade como Manaus foi, para Kaynä, como emigrar para outro país, pois no meio da selva tudo é diferente, a pessoa não tem conhecimento do que se passa fora dela. Não há estudo, nem se sabe qual é a sua utilidade; não há política, e é grande a dificuldade em entender para que ela serve. Pão, manteiga, luz elétrica, dinheiro, são desconhecidos. Havia um sistema de trocas. Depois chegou o rádio a pilha, do qual aproveitavam a música, porque nem faziam ideia do que se falava no noticiário.

“Assim começou a minha história. Quando cheguei a Manaus, com 14 para 15 anos, foi muito difícil para mim. Acabei sendo devolvida para minha aldeia, pois quase morri. A culpa teria sido minha, tenho a marca ainda na cabeça. Fui morar numa casa de família daqui, não como empregada, mas para ser formada. Eu não sabia o que era pão, o que era manteiga, o que era luz elétrica, não conhecia casa de alvenaria, não conhecia outro piso que não fosse a terra-batida. Certa vez a dona da casa me deu uma garrafa de detergente para limpar o chão. Eu não sabia o que era detergente, derramei a garrafa toda no local, e tomei um tombo ao caminhar sobre o piso escorregadio. Feri-me na cabeça, e passei muito mal. Outro dia a senhora me pediu que passasse manteiga no pão, para as crianças. Não sabia como fazer isso, então peguei o pão e o abri com as mãos. Enfiei uma colher na lata de manteiga, e comecei a encher com ela o pão. Não conhecia estas coisas mais elementares. Aprender tudo isso foi muito difícil.”

Um despreparo assim para a vida na cidade deixa a pessoa exposta a abusos de toda ordem, pois é indefesa e facilmente enganada. Kaynä achava que na cidade não havia noite, pois na selva a diferença entre dia e noite é muito nítida: “A gente usava uma lamparina, que ilumina pouco. Fiquei apavorada, imaginava que na cidade as pessoas não dormissem, não descansassem, e que a luz elétrica fosse uma espécie de eterno dia. Quando alguém desligava a luz, eu me assustava, pois não entendia como aquilo podia se passar numa fração de segundo”.

Sobre o motivo de sua ida para a cidade, ela contou que havia sido antecedida por umas primas, e quando estas iam à aldeia visitar os parentes, tinham a pele bonita, voltavam “falando bonito”. Então, era “legal” vir para cidade. Isso se tornou o sonho de toda menina lá.

Sobre a língua, ela esclarece: “Falávamos uma mistura, palavras do português que mudavam totalmente de significado, mas que eram utilizadas entre nós e nos entendíamos bem”.

Escola e saúde na aldeia
“Certa vez chegou na aldeia uma prima do meu pai, levando um livro, uma cartilha de poucas páginas. Sem escola, ela nos ensinava as letras, e a gente ia desenhando na lama da beira do rio. A água vinha e apagava as letras que a gente tinha feito. Escrevíamos com o dedo, ou então com um pedaço de pau, pois não tínhamos acesso a nada do que era conhecido e utilizado fora da aldeia. Não conhecíamos nem tínhamos dinheiro.

“Barcos passavam pelo Rio Madeira, mas nós morávamos longe de sua margem. Depois de algum tempo meu pai se mudou para próximo do rio, e lá plantou melancias, pois assim os frutos poderiam sair para os centros consumidores por via fluvial. Meu pai chegou a colher certa vez umas quatro mil melancias, e as levou ao porto para o embarque. Mas o barco estava com excesso de peso, e não pôde aceitar a carga. O outro barco só passaria dentro de alguns dias, com isso ele perdeu toda a produção.

“Até hoje tenho parentes vivendo lá, mas muita coisa já mudou. Tenho uma prima que estuda em faculdade, dessas que não exigem presença”.

A educação dos filhos era melhor
“Eu ficava muito assustada com a forma de criação dos filhos na cidade, se comparada com a forma pela qual fui criada. Penso que os pais hoje em dia não têm pulso firme para educar um filho, e as crianças chegam a bater no rosto dos seus pais. Entre nós, indígenas, havia respeito total. Quando chegavam pessoas adultas em casa, todas as crianças iam correndo para o tapiri, uma casinha de palha para as crianças brincarem e se abrigarem nessas ocasiões. Era proibido às crianças aproximarem-se de pessoas estranhas adultas conversando; e se chegassem perto, quando a visita fosse embora a gente apanhava. Fomos criados assim, e quando percebi como era a criação das crianças da cidade, para mim foi um choque muito grande. Não entendia nada da cidade, por isso passei de tudo e por tudo aqui. Isso deixou uma grande ferida, que fica aqui na alma e não cicatriza.”

Os programas radiofônicos de Kaynä
Kaynã numa transmissão ao vivo

“Decidi cuidar de meus parentes e amigos que já estão aqui, fazendo um trabalho voltado para a comunicação dos povos da floresta. Meu trabalho é voluntário, pois o meu público é habitante das selvas, e não tem como me pagar e ajudar. Minha rádio se chama Tribos do Norte. Procurei dar nomes aos programas utilizando a linguagem dos povos da floresta. O primeiro programa chama-se ‘Popa da canoa’, expressão que tem muito significado para os povos da floresta. Quando eu era criança, meu pai vinha na proa, enquanto eu ficava na popa. Mas quando ele vinha para a popa, eu ficava lá em cima na proa, onde o vento soprava forte. Era confortável e gostoso passear desse jeito.

“Outro programa se chama ‘Fala, parente!’, quando dou a eles ocasião de falar. Há muita participação dos ouvintes, com perguntas de tudo e sobre tudo.

“Não tenho meios de medir a audiência. Tive um pouco a noção de meus radiouvintes quando comecei a viajar pelo interior, pois bastava eu chegar para que uma pessoa avisasse a outra, e dentro em pouco todas sabiam que eu estava lá. A partir daí eu percebi que todo mundo me conhecia, as crianças vinham e ficavam acanhadas, com vergonha de se aproximar, talvez pensando que eu fosse uma pessoa importante, que está lá no rádio falando coisas complicadas; e agora, ao nos aproximarmos dela, ela vai falar com a gente. Eu ficava olhando, ria, e pouco a pouco elas vinham para perto de mim, me abraçavam, queriam tirar foto comigo”.

Os meios de comunicação na selva
“Quando fui cursar jornalismo na faculdade, não encontrei professores que me dessem aulas sobre comunicação dirigida ao público indígena, pois davam aulas focadas no público da cidade: como escrever uma boa matéria, como falar bem, ensinavam-se técnicas, etc. Mas eu pensei que, se falasse de forma muito técnica, ‘complicada’, iria perder o meu modo simples de falar, e assim prejudicaria o meu contato com o público da floresta.

“Saí da faculdade e fui estudar sozinha, tornando-me eu mesma a minha professora, embora vivendo num centro como Manaus. Mas a partir de minhas observações lá da selva, fui estudando como fazer para levar notícias aos meus ‘parentes’. E deu muito certo, pois de povos da selva eu entendia.

“Foram quatro anos de pesquisas sobre o modo de levar a comunicação aos povos da floresta. A internet é um instrumento muito útil de comunicação, mas no meio da selva amazônica… Pesquisei sobre a comunicação por meio do telefone celular, quis saber se os ‘parentes’ tinham acesso a um telefone, como eu poderia atingir a cabeceira do rio e do igarapé, aonde não chega TV, rádio, mas chega WhatsApp, etc. Mas o homem da floresta fala umas vinte línguas diferentes, e a comunicação se tornaria ainda mais difícil.

“Comecei por pedir a Deus inteligência e sabedoria, e isso me deu uma espécie de visão de Deus. Foi Deus mesmo quem me deu forças, me deu fé. Eu estava caída, achava-me muito pequena, não sabia falar direito, não tinha sabedoria, não tinha entendimento. Nesse período fui ser articuladora política. Pedia sabedoria a Deus, porque não tinha argumentos para tratar com políticos, não entendia nada. Rezei durante seis meses. Deus não me falava nada, eu não sentia qualquer mudança, pois continuava mesmo pequenininha”.

Deus fala também aos índios
“Eu rezava ao Deus universal, Criador do Céu e da Terra, pois antes eu não sabia quem era Deus. Sou cristã. Quando menina, cheguei a pensar que Deus fosse uma árvore: a árvore maior e mais bonita, que se destacasse entre as outras, era Deus. Fui criada achando que Deus fosse árvore, só mais tarde entendi que não era assim.

“Ao cabo de seis meses pedindo a Deus, quando estava a ponto de desistir, numa madrugada eu me levantei e implorei a Deus que me desse entendimento, pois não queria ser ‘mais uma’ no movimento indígena, queria ser diferente. E aí a voz falou comigo. Foi como se eu tivesse saído do meu corpo e ficasse flutuando.

“A partir daquele dia entendi que eu iria me tornar comunicadora para o meu povo, entendi tudo o que tinha de fazer. O nome Rádio Tribos do Norte me surgiu como sugestão clara, e por meio de um celular comecei a constituir o meu grupo de seguidores. Depois que entendi tudo, como faria o meu primeiro programa? Eu não sabia por onde começar.”

Meus recursos tecnológicos
“Eu tinha uma televisão velha, grande, que eu precisava esmurrar para que soltasse o seu característico ruído. Minha lista de contatos contava com apenas quinze nomes, não possuía estrutura alguma, meu celular com a bateria viciada, não sabia mexer direito com o WhatsApp. Mas as vozes que ouvi diziam que a solução estaria na palma da minha mão.

“A hora chegou, e tinha de rodar o meu primeiro programa na Rádio Tribos do Norte. Comecei mais ou menos assim: ‘Bom dia meus parentes, está começando na Rádio Tribos do Norte o programa Na popa da canoa, apresentado por Kainä Munduruku’. Eu havia ligado a música, utilizando-me do som da velha televisão. Dei os costumeiros tapas nela, e quando fui ouvir o áudio, saiu a coisa mais linda, parecia ter sido gravado num estúdio de alta tecnologia, não havia um chiado, som limpo, limpo! Coisa de primeiro mundo! (risos).

“Naquele momento, pareceu-me que todos os quinze ‘parentes’ pararam para ouvir. A partir daí iniciaram-se os pedidos para colocação de nomes na minha lista: primo, pai, avó, cacique, tuxaua… Em poucos minutos o grupo estava lotado, não podia introduzir mais nomes na lista. Uma história bem-sucedida.

“Minha rádio vai completar quatro anos, com repercussões até nos Estados Unidos, Portugal e vários outros países da Europa. Mas lá na cabeceira do Igapó, aonde a TV não chega, aonde o rádio não chega, nós chegamos por meio da comunicação que se encontra na palma de minha mão, o celular.

“Há casos em que, na aldeia, apenas um indígena possui celular com WhatsApp. O que ele faz? Vai duas vezes por semana à cidade, conecta-se na internet por meio da energia elétrica, recolhe as mensagens com as notícias e as leva para a aldeia. Ao voltar, alguém traduz do português para aqueles que não o entendem.

“Agora a minha rádio vai transmitir a notícia da palestra sobre a Princesa Isabel, a entrevista do Sr. Nelson Barretto sobre as atividades da Campanha Paz no Campo,e sobre o papel da Princesa Isabel na abolição da escravatura no Brasil. Daqui a pouco eles saberão lá do fundo das selvas o que aconteceu aqui, tomarão conhecimento da questão dos mestiços. Faço vídeos pequenos, vou cortando, pois não podem ser grandes. Os indígenas não têm celulares potentes, e se os vídeos forem grandes eles não conseguem abrir.

“Mesmo com internet fraca, todos podem ter essas informações, que passo com muita responsabilidade. O programa é feito por amor, não é patrocinado. Já pensei várias vezes em desistir, mas os ‘parentes’ mandam áudios implorando que, por favor, não os abandone. Sou a única fonte que sabe levar comunicação da forma que eles entendem, pois não sabem ler e escrever”.

Serviço social voluntário e eficiente
Kaynã transmitindo de uma canoa

“Faço vários serviços sociais, como pedir às famílias daqui alimentos, roupas, calçados. Faço campanhas de arrecadação de objetos para os indígenas. Graças a Deus, já consegui até geladeira para os que não têm. Muitas vezes, quando eu não recebia ajuda, ia lançando mão dos meus próprios pertences. Certa vez eu ia fazer uma viagem grande, a Israel, mas dias antes chegaram aqui muitos doentes do interior, pessoas que nunca tinham vindo à cidade, com seus filhos internados. Não tinham roupas, não suportavam ar condicionado, e para ajudá-los eu fui me desfazendo do que havia conseguido para viajar: dei meus sapatos, casaco, cobertor, dei tudo. De repente eu estava a uma semana da viagem, e não tinha mais nada, dei tudo o que eu tinha.

“Meu Deus do Céu! Nem para minha mãe eu contei o que havia acontecido. Aí, a mulher que ia me levar para Israel falou assim: ‘Kainä, está frio lá, leve roupa de frio’. Eu desabafei com uma colega minha do grupo de WhatsApp, e ela contou isso na rede. Resultado: ganhei tudo novo, até escova de dente! Ganhei um celular novo para tirar as fotos da viagem. Numa comunicação dessas, cheguei a receber até um prêmio do Estado do Amazonas.

“Os povos da floresta perguntam muito se há algum deputado que fala deles, se ao menos sabe que nós existimos. Perguntam se tenho contato com as autoridades.”

Brasileiros indígenas
“Eu acho que neste governo nós estamos conhecendo uma abertura muito grande,uma facilidade muito grande de ter esse acesso ao Presidente, porque ele tem uma visão certa sobre os indígenas brasileiros, que na realidade são brasileiros indígenas. Governos anteriores trabalharam para deixar os índios engaiolados e isolados. Hoje temos índios advogados, médicos, somos responsáveis e acabou essa coisa de dizer que índio é preguiçoso, pois tem muito índio trabalhador que quer fazer a diferença, quer ajudar o Brasil a evoluir para retomada de crescimento e desenvolver o nosso País. No campo da agricultura há muitos ‘parentes’ que têm quilômetros e quilômetros quadrados de terra, mas não recebem nenhum tipo de incentivo.

“O que falta são políticas públicas voltadas para os povos da floresta, para os caboclos, para os ribeirinhos. Todos têm dificuldades, e precisam de políticas voltadas para eles, não a mesma que existe para os produtores do agronegócio. Se utilizar a expressão ‘homem do campo’ para um índio, um caboclo ou um ribeirinho, ele entende outra coisa, talvez uma pessoa que joga futebol num campo. Para os ‘povos da floresta’ deve ser outra a linguagem, outras as políticas públicas específicas, tudo feito numa linguagem que eles entendam. Tenho a certeza de que os povos indígenas podem contribuir muito para a economia do nosso País.

“Nas áreas de reserva há minério de toda espécie, algumas já cultivam banana e outras culturas. Mas não havendo essa política específica, não há como escoar a produção, que se estraga antes de ser aproveitada. Falo, por exemplo, de caminhão-barco, que vá buscar nosso produto nas proximidades dos plantios e fazê-lo chegar ao mercado consumidor. Nossas estradas no Amazonas são os rios, e nós dependemos de barcos adequados que atendam as necessidades dos povos da floresta, senão eles perdem a produção. De que adianta produzir, se não há comprador? Tudo o que os índios vêm produzindo em maior escala acaba se perdendo, em razão da falta de escoamento. Com isso ficam desanimados, e deixam de plantar.”
Raoni com Macon

Falso conceito de ‘cultura indígena’
Muitas ONGs interesseiras e pessoas mal orientadas acham que os índios devem permanecer no seu atual modo de vida primitivo, por isso quisemos obter a opinião de Kaynä. A posição dela foi muito segura e taxativa:

“Eu não gosto desse tipo de gente. Eles querem dar palpite sobre o que nós somos, e fizeram uma espécie de ditadura na cabeça das pessoas. Alguns até quiseram trocar o sentido das palavras do povo Munduruku. A gente não se adapta a isso. Eu estou numa luta muito grande, fui a primeira índia do Amazonas a apoiar o Bolsonaro, e venho pagando um alto preço por isso. No governo anterior foi implantado algo muito forte na cabeça dos índios, que está perdurando até hoje.

“Esse tipo de gente acha que eu e outros indígenas que apoiamos o atual governo não somos índios,pois estamos apoiando um governo anti-indígena. Mas somos brasileiros, e acreditamos nas mudanças que esse governo pretende fazer em relação a nós. Bolsonaro veio para libertar os brasileiros indígenas de um cativeiro que eles estão vivendo há muitos anos, imposto pelo antigo governo. Creio que a assessoria do governo Bolsonaro está totalmente aberta para ouvir os povos da floresta. Preocupo-me também pela situação dos caboclos e ribeirinhos, que é muito semelhante à nossa. A população brasileira tradicional do meio da floresta precisa de uma nova política pública, porque ela tem a mesma necessidade de trabalho e poderá fazer muita diferença na questão econômica do nosso País.”

Raoni, um cacique que não representa os índios
Perguntamos à nossa entrevistada o que pensa sobre o cacique Raoni. Ela contou que o conheceu bem, inclusive por ter mantido amizade muito estreita com ele, chegando a ser candidata a se tornar sua 5ª ou 6ª esposa.

“Recentemente ele foi à Europa, esteve com o presidente da França e com o Papa, para dizer que a floresta amazônica está sendo queimada. Mas a intenção dele era arrecadar dinheiro, e para isso divulgou que estão desmatando e queimando a Amazônia. Desde que eu me entendo por gente, nunca vi o Raoni por aqui visitando comunidades da Amazônia. Mas de uma hora para outra ele aparece na Europa abraçando o Macron na França, como se representasse os indígenas brasileiros. Com que intuito? Falar mal do atual governo brasileiro?

“Já foi o tempo em que um cacique podia representar todos os povos indígenas do Brasil. Somos mais de 300 etnias no País, e cada etnia tem seu cacique, seu chefe. Os próprios índios falam que não se sentem representados por Raoni. Ele não deveria ter feito isso, foi uma agressão aos brasileiros indígenas da Amazônia. Não se comunicou com a autoridade do Amazonas, nem com os povos indígenas do Amazonas, simplesmente pegou a mala e foi. Sozinho. Isso que ele fez não foi legal. Conversamos entre nós, por meio de meus programas na rádio, e várias lideranças disseram que Raoni não as representa. Não basta ele dizer que representa, as coisas mudaram.”

Ser a redentora de um povo, como a Princesa Isabel
“Gostei muito, muito mesmo, da palestra sobre a Princesa Isabel, da humildade dela. Fiquei imaginando, se ela tivesse reinado no Brasil, como teria sido, como nós estaríamos hoje, pois além de humilde ela era muito preparada. Eu gostaria muito de ser uma princesa como ela, para me tornar a redentora de meu povo”.

ABIM