sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Ação Social | Município de Águeda elabora Estratégia Local de Habitação


O Município de Águeda encontra-se a elaborar a Estratégia Local de Habitação, um documento enquadrador das necessidades e das potenciais soluções em matéria de acesso à habitação adequada e capaz de dar resposta às necessidades dos atuais e dos potenciais residentes do concelho de Águeda.
Este documento, de extrema relevância e importância para o Município, tem como grandes objetivos: qualificar o tecido urbano e potenciar o bem estar social, assegurar o acesso a uma habitação condigna a todas as famílias, dar prioridade às operações de reabilitação do parque habitacional e gerar nova habitação adaptada a suprir carências especificas, promover o mercado de arrendamento no concelho e apostar num modelo de gestão habitacional inteligente e próximo dos munícipes.
A elaboração da estratégia integra um momento de diagnóstico e caracterização do contexto atual, e um momento subsequente de definição de opções estratégicas.
Para o diagnóstico é essencial a recolha e sistematização da informação, quantitativa e qualitativa que permita traçar um retrato real do concelho, sendo para tal essencial a participação dos munícipes.
É neste contexto, será realizada uma sessão de esclarecimento e trabalho no dia 27 de novembro, pelas 18h00, com stakeholders locais, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que terá como objetivo de recolher contributos e perceções sobre a situação habitacional no concelho de Águeda e os principais desafios que devem ser trabalhados pelo Município e pelas demais entidades públicas e privadas que pretendem ter uma intervenção ativa no contexto urbano/residencial do nosso território.
Para que todos possam contribuir para este estudo encontra-se disponível um inquérito online em www.cm-agueda.pt que tem como objetivo recolher informação sobre as principais dificuldades e necessidades daqueles que escolheram ou querem escolher Águeda, não só como local de trabalho, mas também como local de residência.
Estamos convictos que o preenchimento deste questionário por parte de todos os residentes ou potenciais residentes do nosso concelho será essencial ao correto diagnóstico do contexto e à definição de opções estratégicas que possam ter os desejados impactos no mercado de habitação de Águeda.
Contamos com a participação de todos os munícipes!

Castelo de Porto de Mós em destaque na nova publicação da Centro Atlântico

O livro “Castelos - Maravilhas de Portugal / Castles – Wonders of Portugal”, da autoria de Libório Manuel Silva e Miguel Gomes Martins, foi apresentado na passada quinta-feira, 21 de novembro, no Museu dos Coches, em Lisboa e contou com a presença dos autores e do Major-General Aníbal Alves Flambó, que já colaborou várias vezes com o Município de Porto de Mós.

O Castelo de Porto de Mós esteve entre os vinte castelos portugueses selecionados para integrar a edição bilingue e foi, ainda, escolhido para ser a contracapa da publicação.

O Município de Porto de Mós terá disponível uma versão personalizada, com o Castelo e Porto de Mós na capa e uma introdução sobre o concelho.

Libório Manuel Silva, editor do Centro Atlântico, é autor de vários livros de arte, sendo especializado em fotografia de cultura e património. Miguel Gomes Martins, por seu turno, é doutor em História pela Universidade de Coimbra e também autor de vários livros, no mesmo campo.

"Este livro, com as belas imagens de Libório Manuel Silva e o texto informado e rigoroso de Miguel Gomes Martins (um especialista consagrado da arte militar medieval), constitui uma viagem pela história maravilhosa dos castelos medievais portugueses. Uma jornada de Bragança a Silves, passando por todas as outras regiões do país", pode ler-se no comunicado enviado pela Centro Atlântico, que indica que este já é o livro da Centro Atlântico com mais pré-encomendas de sempre.

A editora fala ainda na "presença muito marcante" dos castelos na paisagem portuguesa, descrevendo o compêndio como "uma viagem pela história maravilhosa dos 20 principais castelos medievais portugueses".

O livro conta com um prefácio de João Gouveia Monteiro, professor catedrático de História Militar e de História da Idade Média na Universidade de Coimbra.

A publicação desta edição conta, ainda, com a concretização de uma coleção de postais com os 20 Castelos Maravilhas de Portugal.


Patrícia Alves

Coimbra | Projeto que pretende inovar no setor imobiliário recebe 50 mil euros do ESA BIC Portugal


O projeto “Localista”, focado no desenvolvimento de uma solução digital inovadora para o setor imobiliário, recebeu um financiamento de 50 mil euros do Business Incubation Center da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal).

O “Localista” é liderado pelo docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no âmbito do Programa MIT Portugal, João Fonseca Bigotte, e pretende mudar o paradigma na compra e venda de casas.

Hoje em dia, a informação disponibilizada nos websites imobiliários, um dos principais meios de pesquisa, «centra-se em dois critérios - descrição das características do imóvel e indicação do preço -, negligenciando um fator de decisão crucial – a localização. A nova solução irá permitir comparar a localização dos imóveis de forma objetiva, traduzindo a facilidade de acesso a equipamentos e serviços que uma dada localização permite, ou seja, vamos fornecer um índice de atratividade (de A a E, de forma semelhante às classes de eficiência energética)», explica João Fonseca Bigotte.

Assim, será possível que cada utilizador «encontre o imóvel mais adequado aos seus interesses, avaliando a localização deste em função das suas preferências de mobilidade e de qualidade/estilo de vida, por exemplo, o acesso a meios de transporte públicos, a proximidade a escolas, a zonas verdes ou a zonas de entretenimento, etc.», explicita o investigador do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA).

Para tal ser possível, «reunimos um conjunto de dados de diversas fontes, muitos deles georreferenciados, mas a grande inovação consiste em incorporar tecnologias espaciais, que no nosso caso respeitam a dados de satélite de observação da Terra, para conseguirmos determinar este nosso índice de atratividade de uma determinada localização», refere.

O projeto, que conta já com o interesse de duas das cinco maiores agências de mediação imobiliária nacionais em realizar um projeto-piloto, irá traduzir-se numa ferramenta «muito útil, quer para os agentes imobiliários que para o consumidor final, porque, atualmente, uma das grandes dificuldades de um mediador imobiliário é conseguir perceber o que é que o cliente pretende exatamente e, por isso, muitas vezes mostra imóveis que não correspondem às expectativas de quem procura. Podemos dizer que o Localista vai facilitar a comunicação entre o mediador e o cliente. Para o mediador, permite efetuar uma melhor qualificação do cliente e uma melhor pré-seleção de imóveis a visitar. Para o cliente, permite encontrar e comparar imóveis mais adequados às suas expectativas», nota ainda João Fonseca Bigotte.

O programa ESA BIC, promovido pela Agência Espacial Europeia em vários países-membros, é coordenado em Portugal pelo Instituto Pedro Nunes (IPN). Este programa destina-se a apoiar financeiramente o desenvolvimento tecnológico de protótipos de soluções inovadoras, com elevado potencial de mercado, que incorporem tecnologias espaciais e/ou dados de satélite de observação da Terra.

Cristina Pinto

Reflexão

Numa da suas reuniões, Hitler pediu que lhe trouxessem uma galinha. Agarrou-a fortemente com uma das mãos enquanto a depenava com a outra. A galinha, desesperada pela dor, quis fugir mas não pôde. Assim, Hitler tirou todas suas penas, dizendo aos seus colaboradores:

"Agora, observem o que vai acontecer".
Hitler soltou a galinha no chão e afastou-se um pouco dela.
Pegou num punhado de grãos de trigo, começou a caminhar pela sala e a atirar os grãos de trigo ao chão, enquanto os seus colaboradores viam assombrados como a galinha assustada, dorida e a sangrar, corria atrás de Hitler e tentava agarrar algumas migalhas.

A galinha seguia-o fielmente para todos os lados. Então, Hitler olhou para seus ajudantes que estavam totalmente surpreendidos e disse-lhes:

"Assim se governa o povo.
Viram como a galinha me seguiu apesar da dor que lhe causei?
Tirei-lhe tudo, as penas e a dignidade mas, ainda assim, ela segue-me em busca de migalhas."

Assim é a maioria das pessoas, seguem os seus governantes e políticos apesar da dor que estes lhes causam e, mesmo que lhes tirem a saúde, a educação e a dignidade, pelo simples gesto de receber um benefício barato ou algo para se alimentar por um ou dois dias, o povo segue aquele que lhe dá umas simples migalhas.

Enviado por Alves Ribeiro

Futebol | Pinto da Costa: "As pessoas só morrem quando morrer a última pessoa que as ame"

No discurso da 32.ª edição dos "Dragões de Ouro", o presidente do F. C. Porto, Pinto da Costa emocionou-se ao recordar Paulo Nunes de Almeida, presidente do Conselho Fiscal do clube e da SAD do F. C. Porto e da Associação Empresarial de Portugal, falecido em julho.

Além de ter anunciado a renovação de Fábio Silva, Jorge Nuno Pinto da Costa deixou elogios aos outros consagrados na noite desta quinta-feira. No que ao futebol diz respeito, Romário Baró e Marega não foram esquecidos.

"O Romário Baró parece uma gazela, mas hoje passou de gazela a dragão de ouro, cheio de talento ao serviço do futebol. Marega é realmente um exemplo. Um homem em que poucos acreditavam durante algum tempo, mas que com a vinda do treinador Conceição passou a ser aquilo que acreditavam nele. Que ia ser importante depois dessa confiança. É um espetáculo dentro do espetáculo", começou por dizer.

Nélson Puga, distinguido com o prémio Carreira, também mereceu a atenção do líder azul e branco, bem como o ciclista João Rodrigues.

"O prémio ao Puga não foi o terminar. Foi a meta volante da longa carreira em que tem sabido conquistar todos com que lida. O Puga tem duas famílias, a de sangue e do F. C. Porto. João Rodrigues... corpo franzino, 24 anos, dragão indomável. Três dias antes de terminar a Volta a Portugal, visitei-o em Bragança antes da partida para a última etapa. No dia seguinte a ter uma queda, foi aconselhado a desistir, mas disse-me: 'não vou desistir e vou ganhar'. E ganhou. É com este espírito que se tem que envergar a camisola do F. C. Porto e é um autêntico porta-voz do clube no Algarve. Só não te nomeio embaixador do F. C. Porto na região do Algarve porque ela ainda não existe. Estando na Constituição Portuguesa há muita gente que a promete, mas há pouca gente que cumpre".

"O futuro a Deus pertence, não sei quantos dias mais poderei estar aqui, sei que, se Deus quiser, ainda vou andar muitos, porque quando estou doente os meus médicos não me deixam morrer. Que o tempo que cá andar que não seja um tempo extra, porque isso faz-me lembrar papagaios e cartilheiros. Não quero passar esse tempo extra a pensar nos meus inimigos, que me odeiam, mas sim a estar com quem nos ama. Só assim valerá a pena viver", disse o líder dos azuis e brancos.

No final, Pinto da Costa recordou Paulo Nunes de Almeida, presidente do Conselho Fiscal do clube e da SAD do F. C. Porto e Associação Empresarial de Portugal, falecido em julho deste ano.

"Finalmente, e porque os últimos são os primeiros, quero aqui evocar Paulo Nunes de Almeida. Não vou dizer o excelente chefe de família que ele foi, sabe-o a mulher, os filhos, os irmãos. Não vou dizer o quem foi na sociedade portuguesa, porque todos sabem, não vou dizer o portista que ele foi, demonstrava-o em cada atitude, movimento, palavra. Quero é apenas dizer ao Paulo Nunes de Almeida que ele não morreu: as pessoas só morrem quando morrer a última pessoa que o amava e isso só vai acontecer daqui a muitas gerações", concluiu o presidente do F. C. Porto, visivelmente emocionado.

JN, Hoje às 01:01

Mundo | França tornou-se no país europeu com mais pedidos de asilo

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SAPO24
França tornou-se no país europeu com mais pedidos de asilo, pela primeira vez desde o início da crise migratória em 2015, afirmou hoje em Paris o ministro do Interior.
“A França tornou-se desde 20 de outubro no primeiro país em termos de pedidos de asilo na Europa, embora a entrada na Europa continue a baixar. É uma anomalia estatística em que devemos trabalhar”, declarou o ministro Christophe Castaner após um encontro com o seu homólogo da Geórgia sobre cooperação migratória.
Há quatro anos, no auge da crise migratória, a França registava 80.075 pedidos de asilo, enquanto a Alemanha recebia 890 mil, dez vez mais.
Segundo fonte oficial do Ministério do Interior francês, citada pela AFP, no dia 17 deste mês havia 120.900 pedidos de asilo em França, enquanto a Alemanha tinha 119.900.
A mesma fonte adiantou à France-Presse que estes dados podem ser justificados com o facto de os migrantes não terem conseguido asilo noutros locais, pedindo-o a França.
A França anunciou já que vai mesmo avançar com introdução de quotas para a imigração económica e com a alteração de regras nos pedidos de asilo.
Para quem entra em França pedindo asilo ou vê o seu visto expirar, o período de acesso livre ao sistema de saúde vai ser reduzido de um ano para seis meses, com um período de carência de três meses até se poder aceder à Segurança Social no país — excluindo os menores, que terão acesso universal.
Lusa

Opinião | Os coveiros da Saúde

Em 18 de Maio de 2018, no Congresso Fundação Saúde SNS, realizado em Coimbra, António Arnaut, figura incontornável da Democracia portuguesa e “pai” do Serviço Nacional da Saúde, proferiu as seguintes palavras:
Como todos sabemos, os meus amigos como profissionaisao |  e eu como utente, o nosso SNS atravessa um tempo de grandes dificuldades que, se não forem atalhadas rapidamente, podem levar ao colapso. E tudo em consequência de anos sucessivos de subfinanciamento e de uma política privatizadora e predadora resultante da Lei nº 48/90, ainda em vigor, que substituiu a lei fundadora de 1979. A destruição das carreiras depois de tantos anos de luta, iniciada em 1961, foi o rombo mais profundo causado ao SNS.
Sem carreiras, que pressupõem a entrada por concurso, a formação permanente, a progressão por mérito e um vencimento adequado, que há muito defendo seja igual ao dos juízes, não será possível ter um Serviço Nacional de Saúde digno desse nome. A expansão do sector privado, verificada nos últimos anos, deveu-se a esta desestruturação e ao facto de a Lei nº 48/90 considerar o SNS como um qualquer sistema presente no “mercado” em livre concorrência com o sector mercantil, que visou a destruição do Estado Social e reduziu o SNS a um serviço residual para os pobres. É preciso reconduzir o SNS à sua matriz constitucional e humanista.
Na verdade, com a prossecução, pelos governos de António Costa, da mesma política que António Arnaut criticava, a situação presente do Serviço Nacional de Saúde, não obstante os patéticos desmentidos da Ministra da Saúde, é de um verdadeiro caos que só ainda não chegou – embora para lá caminhe, e a passos largos – ao desastre completo em virtude da extrema dedicação dos profissionais, médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos que ainda trabalham no nosso sistema público de Saúde.
A enorme gravidade do actual estado do SNS é todos os dias confirmada por novos e cada vez mais inaceitáveis episódios. Como confirmou uma recente e excelente reportagem das jornalistas Vera Lúcia Arreigoso e Raquel Albuquerque, publicada no “Expresso”, metade dos médicos têm actualmente mais de 50 anos e, consequentemente, têm o direito de não fazer urgências. Há cada vez mais vagas (actualmente cerca de 30%) por preencher por haver cada vez menos profissionais dispostos a suportar as péssimas condições de trabalho (desde o número de horas até à falta quer de equipamento adequado, quer de outros profissionais, designadamente enfermeiros) em inúmeros Centros de Saúde e hospitais.
Preocupados com as consequências que essa falta de condições pode acarretar, multiplicam-se as demissões de médicos chefes de equipa: os chefes de equipa de Medicina e de Cirurgia do Hospital de S. José em Julho de 2018, os de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra em Agosto desse mesmo ano, os da Urgência do Hospital D. Estefânia em Dezembro e 6 chefes de equipa de Medicina Interna do Serviço de Urgência e Polivalente do Hospital de Viseu em Maio de 2019.
Tal como se multiplicou a apresentação de declarações de escusa de responsabilidade, cujo número, só até meados de Novembro, já atingiu as 244, mais 168 que no ano anterior. Em Agosto deste ano, mais de metade dos obstetras do Hospital de Santa Maria apresentaram esse documento e no princípio do mês de Novembro foi a vez de fazerem o mesmo 21 chefes de equipa do Serviço de Urgência dos Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente.
No Hospital de Leiria, cujo Presidente se demitiu em Março de 2019 alegando precisamente a falta de recursos, há apenas 3 especialistas de Medicina Interna na equipa de urgência para 470 mil habitantes, tendo chegado a suceder frequentemente que o chefe de equipa fosse um médico que concluíra a especialidade há um mês, apoiado por 2 médicos internos.
Em Vila Franca de Xira, na escala de urgência de obstetrícia, onde deviam constar 5 especialistas, muitas vezes estão apenas 2 obstetras e um médico interno ou até indiferenciado!?
Depois de, em Setembro, 10 chefes de equipa da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta terem ameaçado demitir-se, contra as declarações e promessas da Ministra da Saúde (nomeadamente à saída da sua audição na Comissão Parlamentar da Saúde em 5/2/19, onde afirmou peremptoriamente estar tal encerramento “fora de causa”), esse serviço deixou mesmo de funcionar à noite desde a segunda-feira passada, 18 de Novembro, obrigando os pais das crianças doentes residentes na margem esquerda do Tejo a terem de se deslocar a Lisboa ou a Setúbal para serem atendidas.
No Hospital Amadora-Sintra – programado para servir 350 mil pessoas, mas que, na realidade, serve um universo de 700 mil – a urgência de obstetrícia está a ser assegurada por médicos com mais de 55 anos que têm até aqui aceite integrar as respectivas escalas (embora tivessem direito a não o fazer) e a escala de anestesia tem apenas 2 anestesistas, com a proibição de qualquer gozo de férias.
No Hospital de São Bernardo, em Setúbal, a “solução” encontrada pela Administração foi a ilegalidade, obrigando os médicos a fazerem horas extraordinárias para além do limite legal.
Em 2019 continua a haver 700 mil cidadãos sem médico de família e 100 mil doentes com tempos de espera superiores a 1 ano até serem finalmente atendidos.
Tal como o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUST) tem insistentemente denunciado, por ausência de quartos ou camas disponíveis nos hospitais, há pessoas a ficarem longos períodos, por vezes 2 e 3 dias, numa maca, fazendo assim com que as ambulâncias que as transportam (às vezes às dezenas!) fiquem inoperacionais, tal como já sucedeu inúmeras vezes, nomeadamente no Hospital de Santo André, do Centro Hospitalar de Leiria, em Janeiro deste ano, e anteontem no Hospital de Viseu.
Toda a situação da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, é outro caso infelizmente paradigmático desta verdadeira calamidade. Na verdade, durante pelo menos uma década, as crianças com doenças graves, como cancro ou leucemia, foram autenticamente despejadas em contentores sem o mínimo de condições de conforto e, pior que isso, de higiene e sanidade.
Foi então precisa uma tenaz e corajosa luta de pais para que, após múltiplas denúncias e públicas manifestações, as crianças tivessem finalmente passado, em Julho último, desses miseráveis contentores para o edifício principal, mas só então foi desbloqueada a verba dos 23,5 milhões de euros necessários à construção do novo edifício, tendo sido necessário impor ao Governo e à Ministra da Saúde a adjudicação da obra por ajuste directo, dada a particularíssima urgência da obra. A mesma urgência que, recorde-se, o Governo soube invocar para a tristemente célebre negociata (ao dobro do preço corrente de mercado) das golas anti-fumo, mas que resistiu até à última a adoptar no caso da ala pediátrica de São João. E a mesma adjudicação sem concurso que o Governo de António Costa soube usar para entregar, em exclusivo, o negócio da recolha de resíduos orgânicos urbanos à empresa EGF, do Grupo Mota-Engil…
Para onde quer que nos viremos, constatamos uma crescente falta de profissionais, como médicos e enfermeiros, e, muito em particular, de especialistas. Verificamos que aqueles que ficam, ganhando muito menos que no privado e trabalhando horas a mais e em condições crescentemente degradadas, se sentem caca vez mais exaustos e desmotivados. São verdadeiramente estarrecedores os resultados do estudo“Burnout na Classe Médica em Portugal: Perspetivas Psicológicas e Psicossociológicas”,realizado em 2017 pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, sob a coordenação do Professor Jorge Vala: 66% dos médicos da amostra inquirida apresentaram um nível elevado de “Exaustão Emocional”, 39% um elevado nível de “Despersonalização” e 30% um elevado nível de “Diminuição da Realização Profissional”. Isto, quando um estudo da Universidade do Minho, em 2016, já revelava que 1/5 dos enfermeiros inquiridos sofria de exaustão, decorrente, designadamente, de milhares e milhares de horas extra ilegais com capitações de 40 doentes por um único enfermeiro. Faltam equipamentos adequados, nomeadamente para os imprescindíveis exames auxiliares de diagnóstico, como falta quem os possa utilizar adequadamente, tudo isto enquanto há equipamentos instalados de milhões à espera de autorizações burocráticas ou de profissionais habilitados para começarem a funcionar (como sucede com o Laboratório de Hemodinâmica do Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães).
Mas o desastre não fica por aqui. Já em Outubro deste ano ficou a saber-se que a prestigiada revista científica “The Lancet” salientou que o SNS português não estava a ir ao encontro das necessidades da população, sublinhando que os gastos com a Saúde a cargo dos doentes (para além do que já pagam em impostos) já representam 28% da despesa total das famílias portuguesas, o que significa uma percentagem que “é significativamente mais elevada do que a média da União Europeia (15%)” ao mesmo tempo que enfatiza que “a falta de investimento no SNS (…) está a impedir a modernização dos hospitais e a substituição de material médico obsoleto”, bem como a desmotivar os profissionais do SNS que, precisamente devido às “precárias condições de trabalho”, vão procurar emprego “no sector privado e no estrangeiro”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Portugal é um dos únicos quatro países, entre os 33 analisados, que reduziu a despesa em saúde pública, empurrando quem carece de cuidados de saúde, e ainda os vai podendo pagar, para as instituições privadas e para os seguros privados, tendo, como denunciou o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a percentagem de cidadãos portugueses que, com maior ou menor custo, subscreveram seguros privados de saúde subido de 24%, em 2014, para 37%, em 2018.
Aliás, em 2017, a percentagem do PIB destinada à Saúde dos portugueses diminuiu para 9%, enquanto a média da União Europeia aumentou para 9,6%, e aquela redução só não foi maior devido ao enorme crescimento da despesa suportada pelas famílias, tendo aumentado 86,7% entre 2000 e 2018 (5,1% dos quais nos últimos 9 anos). O subfinanciamento crónico e propositado do SNS levou assim a que, entre 2010 e 2019, a sua despesa tivesse sido de 94.769 milhões de euros, enquanto as transferências do Orçamento do Estado para o mesmo SNS foram de apenas 88.277 milhões o que representa uma diferença de 11.492 milhões de euros, diferença essa que foi coberta com as receitas das taxas moderadoras e dos serviços prestados pelo SNS a entidades privadas, mas sobretudo com uma dívida cada vez mais astronómica. E, assim, se os prejuízos do SNS foram de 345,6 milhões de euros em 2017, em 2018 eles já ascenderam ao valor inacreditável de 848,2 milhões de euros.
E a verdade é que, precisamente ao contrário dos discursos oficiais, a parcela transferida para o SNS através do Orçamento do Estado, medida em termos de percentagem do PIB, não tem deixado de diminuir desde 2010 (4,9%) até 2018 (4,3%).
Por outro lado ainda, à guisa de “compensação” pelos baixos salários pagos no SNS (que representam perdas efectivas do poder de compra na ordem dos 10,7% a 17,1% nos últimos 10 anos) e das péssimas condições de trabalho, assiste-se ao acentuar da promiscuidade público-privada dos profissionais da Saúde, tendo a figura jurídico-laboral da dedicação exclusiva sido retirada deste sector sob o pretexto de que era “cara”.
Desta forma errada e oportunista, tolera-se, se não mesmo incentiva-se, que um número crescente de profissionais do SNS trate de “compor” ou completar os respectivos orçamentos familiares arranjando ocupações profissionais no sector privado
Entretanto, e perante a assim crescente e propositadamente criada inoperância do sistema público, o negócio privado da Saúde autenticamente explodiu. Em 2017, já o número de hospitais privados era de 114, representando 51% do total, com pessoal contratado de forma precária, ganhando ao doente ou à peça (acto clínico), e aos quais o Estado vem atribuindo uma parcela crescente dos cuidados de Saúde sob o argumento de que não os consegue prestar. Tudo isto fazendo com que o financiamento pelo SNS do sector privado da Saúde fosse de 5.446 milhões de euros e, em 2019, seja já de 5.756 milhões, 3.922 milhões dos quais com “fornecimentos e serviços externos”, ou seja, com aquilo que não é, nem podia ser, feito no SNS e que o Governo prefere encomendar aos grupos privados.
Se a situação em termos de profissionais já hoje se encontra em ruptura (tendo emigrado 1.225 médicos e cerca de 10.000 enfermeiros nos últimos 3 anos) e se a verdade é que, entre os médicos mais antigos que saíram do SNS, 43% se reformou, 33% trocou o sector público pelo privado e 7% emigrou, já a percentagem dos mais novos que, no final de 2017, ponderava emigrar assim que tivessem a respectiva especialidade, chegava aos 48%!
Finalmente, importa sublinhar que, pela Portaria nº 153/2017, foram definidos os chamados Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) para primeira consulta hospitalar, sendo de 30 dias para uma consulta médica prioritária de especialidade e de 120 dias, a partir de 1/1/18, para as consultas de prioridade normal. Ora, basta ver que há unidades hospitalares onde uma consulta de urologia chega a demorar 4 anos e 3 meses, uma de oftalmologia atinge os 2 anos e 10 meses e uma de obesidade 442 dias, para se perceber a hipocrisia da definição desse tipo de regulamentos.
Já neste mês de Novembro, através do chamado “Índice Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar”, promovido pela Ordem dos Farmacêuticos, pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e pela Faculdade de Farmácia de Lisboa, soube-se que 39,1% dos hospitais têm rupturas diárias no fornecimento de uso hospitalar e 30,4% têm rupturas semanais.
Ora, é relativamente a toda esta verdadeira catástrofe que a Ministra da Saúde vem afirmando – como ainda há pouco tempo declarou quer no debate parlamentar, quer no Fórum TSF – que “não há caos em dia nenhum” e até fala num SNS “mais robusto”.
O que temos hoje em curso – e já temos há longo tempo, com governos quer do PS, com ou sem apoios, quer do PSD e do CDS – é um processo de destruição progressiva do SNS. 
Sob os habituais, e não demonstrados, argumentos, arvorados em postulados indiscutíveis pelos ideólogos do neo-liberalismo (“liberdade e da excelência da iniciativa privada”, “supremacia da gestão privada sobre a gestão pública” e “liberdade de escolha do doente”), tratou-se de levar a cabo um plano justificador da degradação sucessiva do SNS e precisamente sob o pretexto assim construído entregar fatias crescentes da Saúde aos grandes grupos privados do sector.
A estagnação e destruição das carreiras profissionais, a degradação das suas retribuições e das condições de trabalho em geral, designadamente os horários, a par do não investimento na construção e no (re)apetrechamento das unidades hospitalares, a amputação e o encerramento progressivo de unidades de cuidados de saúde primários, a preferência e consequente pagamento a peso de ouro, da contratação da prestação de serviços por empresas privadas em detrimento da contratação de mais profissionais para os quadros, a pressão para a adopção da ilegalidade para fazer face a situações caóticas como as das urgências hospitalares (por exemplo, forçando à prestação de horas extraordinárias infindas ou eliminando períodos de consultas para assim conseguir realocar mais médicos aos serviços de urgência), corte sucessivo dos recursos materiais e humanos do SNS, eis a receita que todos os últimos ministros da Saúde têm seguido para promover e justificar o enterro do mesmo SNS. 
Mas Marta Temido, especialista encartada na manipulação, tem levado a mistificação, a falsidade e a calúnia ao extremo.
Corrida da presidência da Autoridade Central dos Sistemas de Saúde (ACSS), precisamente por o Tribunal de Contas ter denunciado que, com intuitos fraudulentos, manipulara e falsificara os dados relativos aos números e tempos de espera de consultas, foi ela que António Costa escolheu para suceder a Adalberto Campos Fernandes e agora para continuar no Governo.
Marta Temido tem merecido esta honra por parte do Primeiro-Ministro, precisamente por não apenas seguir à risca a estratégia de desarticulação e destruição do SNS que António Arnaut denunciou, como por tratar de a disfarçar e camuflar de forma relativamente eficaz.
Assim, se os enfermeiros reclamam e lutam, logo, e com a mais venenosa das perfídias, se lhes atira para cima o anátema de que seriam financiados pelos grupos privados para destruírem o SNS e de que até estariam a deixar morrer doentes. A Ordem dos enfermeiros sai em defesa dessa classe profissional e denuncia as mais criminosas situações de maus tratos de doentes (designadamente nas urgências hospitalares) e logo se lhes lança a “guarda pretoriana” da IGAS, com uma sindicância em que até escutas telefónicas anónimas e ilegais valeram para procurar descredibilizar e crucifixar os dirigentes da mesma Ordem. Os médicos e respectivos dirigentes da Ordem e dos sindicatos médicos põem a nu o escândalo da crescente falta de cuidados e até de segurança para os doentes, muito em particular nas Urgências, e o risco cada vez maior de atrasos, de insuficiência de meios e até de erros clínicos, e logo Marta Temido, sempre com a preciosa ajuda dos especialistas da “Comunicação” corre a jurar que os doentes são a sua maior preocupação e que as preocupações por aqueles expostas não passariam de exagerados ou até mal-intencionados relatos, pois o governo de tudo está a tratar, e bem. Os cidadãos e as suas organizações protestam contra o encerramento das urgências e o discurso governamental é o do “vira o disco e toca o mesmo”.
E, assim, enquanto na própria França do ultra-liberal Macron, acaba de ser anunciado um denominado Plano de Urgência para o Hospital Público que passa pela criação de carreiras mais atractivas, pela dignificação das remunerações, pela revalorização profissional e social dos médicos e demais profissionais, por um significativo e imediato investimento nos serviços públicos de saúde e pela assunção e resolução de grande parte das dívidas dos hospitais públicos, António Costa e Marta Temido, sempre com os habituais sorrisos “para a fotografia” e as frases feitas da propaganda oficial, fingem tomar medidas para tudo afinal ficar na mesma.
Quem assim actua, ainda por cima em cargos públicos, não pode deixar de ser responsabilizado. Até porque, como todos sabemos, quando são os coveiros a tratar, é a Saúde que agoniza!…
António Garcia Pereira
Fonte: noticiasonline

Ana Rita Cavaco no livro “Portuguesas”


A Bastonária Ana Rita Cavaco é uma das 150 mulheres fotografadas para o livro “Portuguesas”, de Veríssimo Dias, que é apresentado esta terça-feira, 19 de Novembro, em Lisboa.

“Portuguesas: uma homenagem em 150 retratos” é uma obra de elogio da mulher e é o quinto livro de fotografia de Veríssimo Dias.

“Este livro assume-se como sinalização da importância da Mulher, um elogio à igualdade de género e um agradecimento pelo seu papel na construção de um país melhor”, explica o autor na obra.

Sobre a escolha das mulheres fotografadas, onde além da Bastonária se incluem escritoras, actrizes, políticas, magistradas, entre outras, Veríssimo Dias admite que muitas outras poderiam ter sido fotografadas, mas assume a sua decisão final. “Portuguesas não pretende ser uma mera galeria de notáveis. Para além de mulheres portadoras de notoriedade e centralidade, retrataram-se também outras, menos conhecidas, mas integrantes do corpo do País”, explica o autor.

Fonte: ordemenfermeiros

Mundo | Religião: Por que o culto a Pachamama no Vaticano não era uma bagatela


Dom Athanasius Schneider*

No dia 4 de outubro de 2019, festa de São Francisco de Assis, na presença do Papa Francisco e de outros altos dignitários eclesiásticos, realizou-se nos Jardins do Vaticano [foto acima] uma cerimônia de caráter claramente religioso, como declarado no comunicado de imprensa do Vaticano de 4 de outubro de 2019: “Durante a cerimônia de oração que encerrou a iniciativa ‘Tempo da Criação’, recentemente promovida pelo Papa Francisco, foi plantada uma árvore de Assis como símbolo da ecologia integral, para consagrar o Sínodo da Amazônia a São Francisco, no próximo 40º aniversário da proclamação papal de Poverello de Assis como padroeiro dos amantes da ecologia. No final do ato, o Papa rezou o Pai Nosso. Representantes dos povos indígenas da Amazônia, frades franciscanos e vários representantes da Igreja participaram da cerimônia.”

O que essa declaração ocultou foi o fato de, durante essa cerimônia de oração, terem ocorrido ritos religiosos das religiões pagãs dos nativos sul-americanos. Houve gestos e palavras que expressavam um culto religioso a figuras mitológicas da religião aborígine; acima de tudo, atos de prosternação foram realizados diante de duas figuras femininas grávidas nuas, que deveriam representar a fertilidade. Também havia uma dança religiosa em torno dessas figuras, na qual uma mulher vestida de xamã usava chocalhos que simbolizavam os deuses pagãos da fertilidade. O uso das “maracás” ou chocalhos pelo xamã significa nos cultos indígenas da Amazônia a voz dos espíritos e eles são usados ​​para reivindicar a ajuda do poder dos animais e dos espíritos. As “maracás” são um dos instrumentos mágicos mais poderosos para esses povos. A cabeça da “maracá” é uma cabaça (abóbora), com a cabeça do chocalho com a haste representando a união fecundante do mundo masculino (haste) com o mundo feminino (cabaça). Exatamente essas “maracás” foram usadas na “Cerimônia de Oração” em 4 de outubro.

As estátuas representando mulheres grávidas nuas foram então colocadas brevemente na Basílica de São Pedro, em frente do túmulo de São Pedro, novamente na presença do Papa, e depois durante todo o tempo do Sínodo Amazônico na igreja de Santa Maria Traspontina [foto ao lado], em Via della Conciliazione, onde foram realizadas cerimônias regulares de oração, e isso numa igreja com o tabernáculo e a presença eucarística de Cristo. Além disso, a estátua da mulher grávida e nua foi levada no dia 19 de outubro em uma Via Sacra, organizada pelos participantes do Sínodo.

Nos primeiros dias após essas cerimônias, o Vaticano evitou mencionar o significado exato das duas figuras femininas grávidas nuas. Somente depois de tais figuras terem sido removidas em 21 de outubro da igreja de Santa Maria em Traspontina e jogadas no Tibre [foto ao lado], foi que o próprio Papa Francisco anunciou, em 25 de outubro, a identidade delas como devendo simbolizar a Pachamama: “Gostaria de dizer uma palavra sobre as estátuas de Pachamama que foram removidas da igreja na Traspontina e que estavam lá sem intenções idólatras e jogadas no Tibre. Isso foi feito pela primeira vez em Roma e, como bispo da diocese, peço desculpas pelas pessoas ofendidas por esse gesto.”

O padre jesuíta Fernando López, um dos organizadores da veneração das estátuas de Pachamama no Vaticano, disse que as mesmas foram compradas num mercado de artesanato em Manaus, na Amazônia brasileira, acrescentando que a Pachamama faz sentido para todos nós, e que devemos continuar “a dança da vida em honra da Mãe Terra”.

Declarar que todos esses atos de culto a estátuas de Pachamama, ocorridos em igrejas durante uma cerimônia de oração, não tenham sido atos de culto nem de religião, mas apenas uma expressão da cultura e do folclore, algo inofensivo e trivial, é negar as evidências e fugir da realidade.

Em face do grave fato de tais atos dúbios de culto religioso — os quais são obviamente pelo menos próximos da superstição e da idolatria —, alguns cardeais, bispos, padres e muitos leigos protestaram publicamente, tendo alguns deles inclusive chamado o Papa Francisco a arrepender-se e fazer atos de reparação. Infelizmente, essas vozes corajosas são criticadas até por bons católicos, muitas vezes com o argumento de que isso significaria um ataque pessoal ao Papa Francisco. Tal raciocínio lembra muito a história das novas roupas do rei… Outros consideram o culto às estátuas de Pachamama inofensivo e comparam esta questão à disputa sobre os chamados ritos chineses (chamados de “disputa de acomodações”) nos séculos XVII e XVIII. Aqueles que fazem tais afirmações não têm conhecimento factual do significado da Pachamama para os povos indígenas e na propaganda mundial da nova “religião Gaia ou Mãe Terra” em nossos dias, nem tampouco um conhecimento mais detalhado do problema histórico dos ritos chineses e da sua solução no século XX.

O fato de o fenômeno “Pachamama” ter uma conotação claramente religiosa já prova sua definição nas fontes de informações geralmente acessíveis e mais frequentemente consultadas como, por exemplo, na Wikipédia, que afirma: “Pacha Mama ou Pachamama (do quíchua Pacha, ‘universo’, ‘mundo’, ‘tempo’, ‘lugar’, e Mama, ‘mãe’, ‘Mãe Terra’) é a deidade máxima dos povos indígenas dos Andes centrais. Vários autores consideram Pachamama como uma divindade relacionada com a terra, a fertilidade, a uma mãe, o feminino. Pacha-Mama, segundo o conceito que tem entre os índios, poderia ser traduzido no sentido de ‘terra grande, diretora e sustentadora da vida’. A terra, como geradora da vida, será então assumida como um símbolo de fecundidade.”

Quem já lidou com o movimento ambiental global, ouviu sem dúvida o termo Gaia. Gaia é um renascimento do paganismo que rejeita o cristianismo, que vê o cristianismo como seu maior inimigo e a fé cristã como o único obstáculo a uma religião global que se concentra no culto a Gaia e na unificação de todas as formas de vida concentradas em torno da deusa “Mãe Terra” ou “Pachamama”. Uma sofisticada mistura de ciência, paganismo, misticismo oriental e feminismo fez desse culto pagão uma ameaça crescente à Igreja cristã. O culto à “Mãe Terra”, ou “Gaia” ou “Pachamama” é o foco da política ambiental global de hoje.

A Assembleia Geral da ONU de 2009 proclamou 22 de abril como o “Dia da Mãe Terra” internacional. Naquele dia, o presidente boliviano Evo Morales [foto ao lado, no ritual à Pachamama], um autoproclamado adorador de Pachamama, fez esta declaração à Assembleia Geral das Nações Unidas: “Pachamama — a ‘Mãe Terra’ do Quéchua — é uma divindade fundamental da visão de mundo nativa, baseada sobre um total respeito pela natureza. A terra não nos pertence, mas nós pertencemos à terra.”

O fato de a expressão “Mãe Terra” ou “Pachamama” não ser um nome cultural inofensivo, mas de possuir traços religiosos, prova-o, por exemplo, também o Manual do Professor publicado em 2002 pela UNESCO com o título significativo “Guia do Professor Pachamama”. Nesse manual se afirma, entre outras coisas: “Imagine, a Mãe Terra assume uma forma física e imagine como seria encontrá-la. Como ela ficaria? Sobre o que você conversaria com ela? Quais seriam sua principal preocupação e suas perguntas? Como você as responderia? Onde você poderia encontrá-la [a Mãe Terra]? Pense em um lugar onde você poderia encontrá-la”. Um lugar, por exemplo, onde alguém poderia encontrar a “Mãe Terra” ou “Pachamama” na representação de mulheres grávidas nuas esculpidas em figuras de madeira seria na cerimônia de oração nos Jardins do Vaticano, no mencionado dia 4 de outubro de 2019; na Basílica de São Pedro, na Via Crucis de 19 de outubro, e na igreja de Santa Maria em Traspontina, em Roma.

Dom José Luíz Azcona [foto ao lado], bispo emérito da Prelazia Amazônica Marajó, rejeitou de maneira convincente a absurdidade e insustentabilidade da tese, de que o culto de Pachamama no Vaticano foi uma coisa insignificante. Ele é um conhecedor das religiões e costumes dos índios amazônicos, entre os quais viveu por mais de 30 anos e os evangelizou. Em uma carta aberta de 1º de novembro de 2019, Dom Azcona salientou que eram especialmente os “pequeninos” da Igreja — e, sobretudo, os índios amazônicos que se converteram e que vivem intensamente a fé católica —, que foram escandalizados pela veneração da Pachamama no Vaticano. Eles estavam confusos e profundamente magoados em seu senso de fé católico. A seguinte declaração de Dom Azcona é comovente: “Mas esse mesmo gesto [de veneração da Pachamama] constituiu um escândalo (e não farisaico) para milhões de católicos no mundo inteiro. Especialmente para os pobres, ‘os pequenos’, para os ignorantes, ‘os fracos’ que evidentemente têm o ‘sensus fidei’ (sentido da fé) tão justa e permanentemente defendido pelo Papa Francisco e violentamente golpeados em sua consciência inerme, indefesa por completo diante de tamanha violência religiosa. E de modo particular foram os pobres, os simples, ‘os fracos’, os desprotegidos da Amazônia, os mais atingidos por esse impacto idolátrico. Eles sentiram no mais íntimo, ao menos na Amazônia brasileira, este ataque contra a fé cristã, contra a convicção eclesial de que a única Rainha da Amazônia é Nossa Senhora de Nazaré, Mãe do Deus Criador e Redentor. Nenhuma outra mãe, nenhuma outra Pachamama andina ou de onde for, e tampouco nenhuma Iemanjá!”

Dom José Luíz Azcona também se referiu ao impacto devastador que os atos públicos de culto a Pachamama no Vaticano tiveram sobre os protestantes fiéis: “Para os irmãos Evangélicos e Pentecostais este escândalo tem tido um efeito devastador. Horrorizados, têm sido testemunhas de cenas de verdadeira idolatria e, entre o espanto e o estupor, se confirmam agora mais e mais na convicção errada de que católico é adorador de ídolos. Já não de santos, santas, José, Maria, senão de verdadeiros demônios. Desta maneira, o diálogo ecumênico-inter-religioso ficou abalado com consequências humanamente irreparáveis e com complicações ecumênicas pesadas para quem queira entender o mistério da igreja como ‘Sacramento Universal de Salvação’ (Lumen Gentium) também para os Pentecostais.”

Dom Azcona afirmou de modo apropriado que a ideia e o simbolismo da “Mãe Terra”, da “Gaia”, e também da “Pachamama”, difundidos hoje, não podem ser destacadosmental e religiosamentedo fenômeno das muitas divindades-mães pagãs históricas: “Lembremos as inúmeras Mãe-Terra que precederam e acompanharam a Pachamama como deusas da fecundidade, da fertilidade, em culturas e religiões de todos os tempos, duas do âmbito bíblico. No Antigo Testamento, a Astarte (Asherà) é a deusa da fecundidade, do amor sensual e representada nua. […] No Novo Testamento, no livro dos Atos dos Apóstolos 19, 23-40; 20,1 Ártemis de Éfeso ‘a Grande’, deusa da fecundidade representada com a metade do corpo cheio de mamas, resumia o que se entende pela estatua da Mãe-Terra Pachamama”.

A comparação do culto à Pachamama no Vaticano com a disputa histórica dos ritos chineses é factualmente insustentável. Os rituais chineses envolviam atos de veneração à imagem de Confúcio, uma pessoa histórica que era reverenciada como um grande herói nacional e pensador da cultura chinesa. Além disso, tratava-se de veneração a antepassados​​falecidos. Em ambos os casos, antes dos retratos dessas pessoas históricas, eram realizados atos de veneração, como uma inclinação ou acender velas. Como esses ritos nos séculos XVII e XVIII ainda estavam associados às crenças supersticiosas do confucionismo como religião, a Igreja os proibiu rigorosamente, para evitar qualquer aparência de superstição e idolatria. No século XX, os atos de veneração a Confúcio eram de natureza puramente civil e ocorreram em lugares não sacros e não religiosos. Além disso, as efígies dos antepassados ​​eram veneradas pelos católicos sem a inscrição usual “sede da alma”, como era habitual entre os pagãos chineses. Assim, após cessar qualquer aparência de superstição e idolatria, a Santa Sé permitiu os ritos chineses em 1939 por uma Instrução da Congregação da Propaganda Fide; contudo, sob as seguintes condições: é permitido fazer apenas uma inclinação de cabeça diante de uma imagem de Confúcio que for exibida nos locais civis, e se se temer um escândalo, a intenção correta dos católicos deve ser explicada publicamente. Além disso, a Instrução diz que os católicos só podem apresentar gestos de veneração de natureza puramente civil e, se necessário, explicar sua intenção para eliminar qualquer interpretação incorreta desses atos. O mesmo se aplica ao ato de veneração aos retratos dos antepassados. Além disso, a Igreja Católica permitiu o uso de apenas do nome divino inequívoco, isto é, “Senhor do Céu”, e proibiu outros nomes divinos chineses ambíguos, como “Céu” ou “Deidade Suprema” ou “Imperador Supremo”, proibição que não foi revogada pela Instrução de 1939.

A diferença essencial entre os ritos de culto à Pachamama e os chamados ritos chineses é o fato de a Pachamama ser uma construção das mitologias pagãs, isto é, adora-se um mito puro ou um conglomerado inanimado e impessoal de matéria, como a terra.

Quem afirma que o culto à Pachamama era inofensivo e não se revestia de aspeto religioso, mas apenas cultural, seria ensinado melhor por uma oração à Pachamama publicada no contexto do Sínodo Amazônico pela “Fondazione Missio”, órgão da Conferência Episcopal Italiana, onde é dito: “Pachamama, boa mãe, sê-nos propícia! Sê-nos propícia! Deixa a semente ter um bom sabor, que nada de ruim aconteça, que não a perturbea geada, que produza boa comida. Pedimos-te: dá-nos tudo! Sê-nos propícia! Sê-nos propícia!”.

O culto de Pachamama praticado no Vaticano durante o Sínodo da Amazônia é uma forma de superstição idólatra por conter gestos que em sua forma original implicam o culto à “Mãe Terra” enquanto uma divindade ou uma forma de superstição não idólatra. Pois esse culto de Pachamama expressa a crença na terra como se ela fosse um ser vivo e pessoal; portanto, é um sincretismo que introduz elementos enganosos no culto cristão, que, afinal, sempre deve ser direcionado ao Deus verdadeiro.

Em um artigo publicado em 23 de outubro de 2019 na página internet Infocatolica (www.infocatolica.com), Pe. Nelson Medina, OP [foto ao lado], missionário na Amazônia colombiana, desmascara a fraude do culto supostamente inócuo de Pachamama com a seguinte declaração apropriada: “Devo dizer que a imagem que foi levada a Roma não é representativa da Amazônia colombiana, e acredito que de nenhum lugar da Amazônia. A figura não representa nada ‘ancestral’ da cultura da Amazônia. Levar tais imagens a esse local sagrado só pode significar que elas são consideradas como tendo um significado religioso porque, caso contrário, seriam expostas em uma galeria de arte ou em um museu de história étnica ou amazônica. A gente pode dizer que a imagem representa fertilidade, mulher ou vida. Mas então a pergunta é: nossa fé adora a fertilidade, a vida ou a mulher como tal? Se essa imagem não tem caráter de culto, por que colocá-la junto ao altar onde o sacrifício único e suficiente de Cristo está presente? Não é exatamente essa a violação escandalosamente pública do Primeiro Mandamento da Lei de Deus?”.

Os representantes do Vaticano também usaram São John Henry Newman para com sua ajuda legitimar o culto de Pachamama. Contudo, esta comparação é exagerada e factualmente imprecisa, como o demonstrou de forma convincenteo Pe. Nelson Medina ao indicar que John Henry Newman estava se referindo a algumas ações ou objetos relativamente neutros em si mesmos e que podem ser transformados em seu significado e usados ​​na Igreja. As imagens projetadas para o Sínodo Amazônico não têm nada dessa neutralidade: “celebrar a ‘vida’ sem adorar a Deus, o único Criador, é simples paganismo. E com os ídolos pagãos, seja o bezerro de ouro ou o dinheiro dos comerciantes no templo de Jerusalém, são necessárias ações firmes e claras […] que podem alcançar o Tibre”.

Em todos os tempos, e também através da Instrução de 1939 sobre os ritos chineses, a Igreja Católica, à imitação fiel do comportamento dos Apóstolos, esteve escrupulosamente engajada em suas palavras e ações, para evitar qualquer sombra de idolatria (idolatria) e de superstição (superstitio), bem como para não dar a menor aparência disso (ver também São Tomás de Aquino, Summa theol., IIa IIae, q 93, a.1).

Ainda sobre o culto à Pachamama no Vaticano, o advogado italiano pró-vida Gianfranco Amato (ver seu ensaio em “La Verità” de 14 de novembro de 2019) o resume do seguinte modo:

“Retratar Pachamama como um ícone da cultura indígena da Amazônia não significa apenas distorcer a realidade, mas negar e humilhar a diversidade das verdadeiras culturas amazônicas a fim de impor uma visão teológica indígena para impor objetivos puramente ideológicos e políticos.

“O presidente mexicano López Obrador [foto ao lado] realizou um ritual em homenagem à divindade Pachamama para solicitar permissão de construir a ferrovia Maya no sudeste do México. Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Cristina Fernández de Kirchner, Andrés Manuel Lopez Obrador, Evo Morales e Daniel Ortega são apenas alguns chefes de Estado que participaram oficialmente de cultos em homenagem à Mãe Terra. Portanto, não é apenas um fato religioso puramente peruano, mas estamos diante de um fato político real que está inserido em uma agenda política precisa que promove o pensamento panteísta. Exclui a ideia cristã de um Deus transcendente em relação à criação e coloca a dignidade da terra acima da dignidade da pessoa humana. Uma revolução cultural copernicana está sendo tentada: superar o antropocentrismo da modernidade com um ‘geocentrismo’ ecológico. A Terra, e não o ser humano deveria estar agora no centro do cosmos, a tal ponto que já ouvimos discursos em que a limitação dos direitos humanos em favor dos ‘direitos’ da Terra é teorizada.

“A Pachamama é um engano teológico para os cristãos. Como vimos, é uma divindade inca pagã. As imagens que a reproduzem do ponto de vista teológico são simplesmente ídolos. O fato de um teólogo, um padre, um bispo, um cardeal, um papa ou um simples crente não conseguir reconhecer esse fato aparentemente indiscutível parece realmente perturbador e completamente incompreensível. Poderíamos dizer que estamos diante de um novo eclipse de consciência, desta vez não na esfera da lei da vida, mas na esfera do primeiro e mais importante mandamento: nos direitos de Deus. A isso advém a circunstância agravante de que não apenas a consciência de um povo, mas a consciência da própria Igreja é obscurecida por esse culto de Pachamama. À luz da revelação divina contida na Palavra de Deus, na Tradição da Igreja e no Magistério, a pergunta é muito simples: fazer ídolos para adoração é um pecado muito grave. Prostrar-se diante dos ídolos é idolatria. Oferecer-lhes dons e sacrifícios, carregando-os em triunfo, colocando-os em um trono, coroando-os e queimando-os incenso é uma idolatria manifesta totalmente imoral. Colocá-los em altares ou em igrejas consagradas para adorá-los é uma profanação verdadeira e clara.

“O culto à Pachamama é uma decepção em termos de compreensão da tolerância. A sensibilidade dos fiéis parece ferida quando experimentam o sombrio espetáculo de ídolos adorados nas igrejas católicas. É um fato profundamente desagradável que requer uma condenação estrita. Isso não é falta de respeito ou tolerância em relação a pessoas que professam uma religião diferente. Respeitamos as crenças religiosas de todos, mas trata-se de impor tolerância à idolatria nas Igrejas católicas e em locais profanados pela presença de ídolos. Isso não é aceitável. Tolerar tudo isso significa ser cúmplices da profanação. Por esse motivo, o gesto de ‘idoloclasmo’ (destruição de ídolos), corajosamente realizado na Igreja romana de Santa Maria na Traspontina, é a expressão da mais nobre fé. Não é assunto de calúnia, mas merece um elogio.

“O culto à Pachamama é um engano da inculturação. O princípio da inculturação é a proclamação do Evangelho, que pode ser acolhida por todos os povos de todas as culturas. O dinamismo da evangelização leva a um processo gradual de transformação da cultura que acolhe a Palavra de Deus e penetra no coração da mesma cultura através da conservação do bem, da purificação do mal que está contido nela, e traz uma evolução dinâmica da fé que sempre pode renovar tudo. Sem considerar o critério do contraste não podemos falar de inculturação. É claro que a evangelização é um contraste necessário com os graves aspectos imorais das culturas que ela busca alcançar e, obviamente, exige a renúncia à idolatria.”

A saga da Pachamama é um raio-x preciso do estado interior da Igreja neste momento dramático da História, lembrando das palavras verdadeiramente proféticas do Prof. Joseph Ratzinger em seu ensaio Os novos pagãos e a Igreja, publicado pela primeira vez na revista “Hochland” (outubro de 1958). As seguintes palavras chocantes de Joseph Ratzinger podem certamente ser lidas como uma espécie de comentário atual sobre o acontecimento do culto à Pachamama ocorrido no Vaticano e justificado pelo Papa Francisco: “O paganismo hoje está na própria igreja, e é isso que caracteriza a Igreja de nossos dias, bem como o novo paganismo, de que é um paganismo na Igreja e uma Igreja em cujo coração vive o paganismo”.

As seguintes palavras flamejantes do coração de Dom José Luíz Azcona, um missionário amazônico e um digno sucessor dos apóstolos, continuam brilhando na história: “Um dos aspectos mais vergonhosos deste gesto idolátrico [no Vaticano] tem sido o esmagamento da consciência dos ‘pequenos’ pelo escândalo.”

Em vista do fato inegável da gravidade objetiva dos atos de culto à Pachamama no Vaticano, com suas nítidas implicações pseudo-religiosas e sua instrumentalização pela propaganda da religião mundial globalista da “Mãe Terra”, pode-se ainda falar de inocuidade desses atos ou refugiar-se no álibi dos “ritos chineses”? Isso significaria defender o indefensável.

Na época da grande confusão eclesial doutrinal e pastoral da crise ariana no século IV, Santo Hilário de Poitiers [quadro ao lado], o Atanásio do Ocidente, tinha a convicção de que esse estado não devia ser aceito com silêncio ou por uma minimização da situação. Estas suas palavras, citadas a seguir, são extremamente oportunas e assaz aplicáveis ​​ao escândalo acontecido no Vaticano pela veneração da Pachamama: “A partir de agora, o silêncio não seria mais chamado de discrição, mas de inércia” (Contra Const. 1).

Todos na Igreja dos nossos dias que não minimizaram nem aceitaram silenciosamente os atos de culto a Pachamama no Vaticano, mas levantaram sua voz de advertência, devem ser objeto de gratidão e apreço, antes de tudo os leigos que, movidos por seu senso sobrenatural de fé e através de seus atos, expressaram seu verdadeiro amor e respeito pelo Papa e por sua Mãe, a Santa Igreja Católica.

18 de novembro de 2019
+ Athanasius Schneider,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria em Astana

ABIM
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* Matéria publicada orignalmente em alemão no site Kath.net (19-11-19). Em inglês foi publicada por www.lifesitenews.com (20-11-19).