quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Moçambique | “Temos estado a falhar na nossa obrigação número 1 de amar, acarinhar, nutrir e proteger as crianças” Graça Machel

Foto de Adérito Caldeira
O Fórum Africano de Políticas para a Criança (ACPF, acrónimo em inglês) lançou nesta quarta-feira (27) em Maputo o primeiro relatório que documenta a exploração sexual da criança no continente e que corrobora a afirmação do Secretário-Geral da ONU que a violência contra crianças é uma “emergência silenciosa”. Graça Machel disse que o documento mostra “o quão temos estado a falhar na nossa obrigação número 1 de amar, acarinhar, nutrir e proteger as crianças”.

Em Moçambique as raparigas que trabalham como empregadas domesticas e na agricultura de subsistência em Moçambique são exploradas sexualmente torna público o relatório que revela no Quénia, Malawi, Tanzânia, Eswatini e Zimbabwe a prevalência ao longo da vida de sofrimento da violência sexual varia entre 22 e 38 por cento para raparigas e entre 9 e 17 por cento para rapazes.

No Gana 39,4 por cento de crianças já sofreram “assaltos indecentes” e 18 por cento foram desvirginadas em actos de “purificação”. Na África do Sul uma em cada três pessoas, do sexo masculino ou feminino, esteve em risco de abuso sexual antes de atingir os 17 anos de idade. No Egipto 36 por cento das crianças de rua sofreram abusos sexuais, violência e outras práticas coercivas como “exploração através de transacções sexuais”. A violência sexual contra crianças portadoras de deficiência variou entre duas crianças no Senegal e quatro nos Camarões.

“Agora temos um instrumento para batermos a porta de todos os governos e dizer primeiro é preciso que reconheças o problema, reconhecendo é preciso estabelecer não só legislação e instituições mas mobilizar a sociedade para dizer não há direito de nós continuarmos a ignorar esta tragédia”, declarou Graça Machel que é membro do Conselho Internacional de Administradores do ACPF e desejou que em diante sejam muito mais ouvidas as vozes “das próprias crianças, dos seus irmãos mais velhos que são jovens, organizações de mulheres, organizações profissionais, professores, juristas, que comecem a assumir a sua responsabilidade também”.

A antiga primeira-dama de Moçambique e da África do Sul afirmou que este relatório, intitulado ‘’Exploração Sexual de Crianças na África - Uma Emergência Silenciosa’’, serve para “recordar as instituições africanas, desde a União Africana, as organizações regionais, cada governo, organizações da sociedade civil, famílias e pais o caminho que já trilhamos, mas indicando com muita honestidade o quão temos estado a falhar na nossa obrigação número 1 de amar, acarinhar, nutrir e proteger crianças”.

“Pela primeira vez está-se a levantar a tampa de um assunto que tem sido em alguns casos tabu, mesmo neste país, o nosso país”

Graça Machel assinalou que em África “temos Constituições perfeitas, temos leis sofisticadas, mas muitas vezes nem instituições apropriadas nós temos para responder aos grandes desafios de protecção daqueles que nós dizemos amar. Outras vezes não sabemos sair da política para um plano concreto de implementação dos Direitos das Crianças. E quando nós temos alguns planos são fragmentados, é como se uma criança fosse parcelada: agora é Saúde, agora é Educação, agora é Água. Raramente nós temos respostas integradas e completas que respeitem a pessoa da criança integral e harmoniosamente a crescer”.

“Este não é um exercício de pesquisa só para apresentar relatório e apresentar recomendações, este é um exercício para tocar as nossas consciências, todos nós aqui, de uma outra de outra maneira”, disse ainda a activista que indicou que com o relatório “pela primeira vez está-se a levantar a tampa de um assunto que tem sido em alguns casos tabu, mesmo neste país, o nosso país, fazemos de contas que não está a acontecer”.

Graça Machel enfatizou que “raramente países africanos tem uma política clara e completa de protecção das crianças contra a exploração sexual. Agora há formas muito mãos sofisticadas, e como nós vivemos na era digital, nem pais, nem professores, nem instituições, nem leis até existem para dizer essa é das formas mais cruéis de expor crianças a actos de violência extrema que é a violência sexual”.

O alerta da activista está relacionado com evidencia que o relatório apresenta: em todo o mundo a cada sete minutos uma página na internet projecta uma imagem ou imagens de crianças a serem abusadas sexualmente; No Quénia 53 por cento das crianças que vive em bairros de lata suburbanos e 51 por cento das crianças de famílias monoparentais estão expostas a filmes pornográficos e, consequentemente, são altamente vulneráveis à exploração sexual online; No Senegal meninas estão a ser recrutadas para filmes pornográficos; Nos Camarões rapazes e raparigas de 14 e 18 anos de idade podem ser vistos a pousar e trabalhar em clubes de striptease onde são filmados; 1800 crianças são exploradas semanalmente no Uganda em danças sem roupa conhecidas como “ekimansulo”.

“Estas crianças não podem dar-se ao luxo de serem apenas o futuro e se não agirmos, rápido, melhor, não haverá futuro para elas”

Para a Representante Especial do Secretário-Geral (SG) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Violência contra a Criança este documento mostra que decorridos 30 anos desde a adoção da Convenção das Nações sobre os Direitos da Criança, “não conseguimos ainda virar a maré contra esses crimes. Se continuarmos assim, não alcançaremos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que prometem acabar com todas as formas de violência, exploração e abuso de crianças até 2030”.

“O relatório mostra que apenas cinco dos 19 países africanos documentados pontuam acima de 50 por cento nos seus esforços nacionais para impedir a exploração sexual infantil. Portanto, é justo dizer que a retórica não levou a uma ação apropriada, inclusiva e consistente” enfatizou Najat Maalla M’jid que exigiu “os governos africanos precisam fazer mais, muito mais!”

A Representante Especial do SG da ONU definiu o lançamento deste relatório como “um marco para renovar os compromissos da Convenção das Nações sobre os Direitos da Criança e para a implementação da Agenda de Desenvolvimento Sustentável para tornar a África livre da violência contra as crianças. Garantir que nenhuma criança seja deixada para trás deve ser nosso objectivo comum nos próximos anos”.

“Tal como as próprias crianças, caros amigos, não se deixem enganar: estas crianças não podem dar-se ao luxo de serem apenas o futuro. Porque elas são o presente e, se não agirmos, rápido, melhor, não haverá futuro para elas!”, apelou Najat Maalla M’jid.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Mundo | Vale do Rio Doce anuncia imparidades de 1,6 bilião de dólares e vai parar mina em Moçambique durante 3 meses

A Vale do Rio Doce anunciou nesta quarta-feira (27) que vai reavaliar em baixa o negócio de carvão em Moçambique correspondendo a imparidades de 1,6 bilião de dólares e em 2020 vai encerrar as operações da sua mina em Moatize, na Província de Tete, durante 3 meses para “manutenção mais profunda”. A mineradora regista queda de produção e exportação do carvão mineral metalúrgico, de maior valor comercial, desde 2018 e deverá cortar postos de trabalho.

O anúncio consta de um comunicado para os seus investidores onde a empresa brasileira informa que registará “imparidades”, sem efeito em caixa, de aproximadamente 1,6 bilhão dólares norte-americanos no quarto trimestre de 2019 na sua operação em Moçambique.

“A Vale identificou que sua expectativa de yield (lucro) do carvão metalúrgico e térmico mudou desde a concepção do projecto, principalmente devido a problemas técnicos apresentados no projecto e nas operações”, acrescenta o documento onde a minerado esclarece que as imparidades resultam também da revisão do plano de actividades, “que reduziu o nível de reservas provadas” e reviu “os cenários de preço do carvão metalúrgico e térmico”.

O novo plano vai dar prioridade “a reservas minerais de melhor qualidade, maximizando a participação do carvão metalúrgico no mix de produtos”, em alusão ao mineral de maior valor comercial e que tem mercado de exportação particularmente para a Índia onde é usado como fonte de energia na produção de ferro e aço.

A Vale do Rio Doce anunciou ainda que, em 2020, “as operações de carvão em Moatize”, na Província de Tete, “entrarão em manutenção por um período de três meses”.

Contactada pelo @Verdade a subsidiaria da Vale do Rio Doce em Moçambique explicou que a manutenção das suas duas usinas, que pressupõe interrupções temporárias na operação, “é um processo técnico rotineiro que fazemos mensalmente pequenas interrupções para reparos nas usinas e agora vamos fazer uma manutenção mais profunda. Não obstante, vamos produzir neste período, mas em ritmo menor que uma operação normal”.

Relativamente as imparidades anunciadas a Vale Moçambique argumentou ao @Verdade que estão relacionadas com princípios contabilísticos internacionais. “Este princípio preconiza que devemos comparar o valor contábil do investimento numa subsidiária com o valor presente líquido daquela operação, e ajustar nos livros contábeis quando este é inferior. Este é o caso e o efeito é somente no valor do investimento que a Vale S.A. no Brasil. Não há impacto na Vale Moçambique”.

O facto é desde 2018 a produção, exportação e receitas da mineradora em Moçambique estão em queda gerando cada vez menos receitas para o Estado.

Aliás o @Verdade revelou que a Vale do Rio Doce até está a desinvestir no nosso país tendo no 3º trimestre do ano passado retirado de Moçambique cerca de 1,1 bilião de dólares.

A Vale Moçambique não indicou em que altura irá suspender as suas actividades temporariamente nem se a queda de produção e de receitas vai implicar o despedimento de trabalhadores, contudo o @Verdade entende que a paralisação vai acontecer no início do próximo ano.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Cantanhede | No âmbito do projeto Tardes Comunitárias”


5 minutos de antena: fale do que sabe e gosta foi tema de oficina na Biblioteca Municipal de Cantanhede

Vários foram os temas abordados na oficina intitulada “5 minutos de antena: fale do que sabe e gosta”, que reuniu cerca de quarenta pessoas, no auditório da Biblioteca Municipal de Cantanhede, no passado dia 27 de novembro.
Esta foi mais uma iniciativa realizada no âmbito do projeto concelhio Tardes Comunitárias: Dar Mais Vida aos Anos, que teve como principal objetivo dar a palavra aos participantes do projeto para que os mesmos partilhassem com os assistentes, experiências pessoais e outros assuntos do seu interesse.
Foram oradores na sessão, Celeste Cortesão, Isilda Gentil, José Lopes Ferreira, Lénea Oliveira, Licínio Pereira Alves, Maria do Céu Neto, Maria do Rosário Nunes e Messias Mendes das Neves, todos participantes neste projeto concelhio e que se inscreveram para dar os respetivos contributos. Os temas abordados no decurso da sessão relacionaram-se com experiências pessoais dos oradores bem como outros do agrado dos mesmos, a saber: “Apicultura” (Messias Mendes das Neves); “O amor dos meus pais” (Celeste Cortesão); “Fazer muito com pouco: reciclagem e reaproveitamento” (Isilda Gentil); “A festa de N.ª Sr.ª de Vagos em Cantanhede e em Lemede” (José Lopes Ferreira e Lénea Oliveira); “Um salto de paraquedas que não abriu” (Licínio Pereira Alves); “A minha prática de voluntariado” (Maria do Céu Neto) e “Praticar meditação: a minha experiência” (Maria do Rosário Nunes).


Obituário | Morreu Anabela Barreto após luta contra o quarto cancro: “A luta acabou esta noite”

Era a quarta vez que Anabela lutava contra a doença.
Fotografia: Facebook @vamosajudaraAnabelaCancro
A informação foi avançada pela página de apoio do Facebook. Anabela Barreto, a mulher que lutava contra o quarto cancro, faleceu esta quinta-feira. “A luta acabou esta noite, uma luta inglória…”, lê-se numa publicação feita na sua página de apoio.
“Fica na memória e no coração uma pessoa forte e que tanto lutou para viver mais um dia. A pessoa mais lutadora e mais forte que conhecemos deixou-nos. Não existe qualquer palavra que explique o buraco que deixou a nossa Anabela em nós. Um obrigado com muito carinho a todos que ajudaram e a todos que deixaram a Anabela entrar um pouco na vossa vida”, pode ler-se na mesma publicação.
Anabela Barreto batalhou pela primeira vez contra a doença há cerca de 10 anos atrás. A luta, da mulher residente em Sintra, contou com todo o apoio da família e amigos. Foram várias as figuras mediáticas do nosso país que não ficaram indiferentes à sua história de vida – uma história cheia de glórias.
Anabela Barreto chegou a criar uma angariação de fundos com o objetivo de atingir 40 mil euros para ir realizar um tratamento contra a doença na Alemanha.
Fonte: bombeiros24

Manteigas | Reunião do Executivo | Dia 20 de novembro 2019


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Junto seguem as deliberações, aprovadas em minuta, na reunião da Câmara Municipal de Manteigas realizada no dia 20 de novembro de 2019.

Ratificação da decisão do Presidente da Câmara Municipal, referente ao exercício do direito de preferência a exercer pela Câmara Municipal - Loteamento do Souto Grande

Foi apresentada, para ratificação, a decisão do Presidente da Câmara Municipal referente à abdicação do exercício do direito de preferência, relativo a um imóvel sito no Loteamento do Souto Grande, cujo pedido foi remetido por Elefer, Lda.
Submetido a votação, a Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, ratificar.

Aprovação do licenciamento da construção de moradia unifamiliar
Foi presente, para aprovação o licenciamento da construção de moradia unifamiliar, conforme descrito na informação n.º 7264/Proc. 01/2019, datada de 30 de outubro de 2019.
A Câmara Municipal de Manteigas deliberou, por unanimidade, aprovar o licenciamento da obra, conforme proposto na aludida informação.

Aprovação do licenciamento de instalação de armazenamento de GPL Classe 1 - Hotel Vila Galé Manteigas
Foi presente, para aprovação o licenciamento de instalação de armazenamento de GPL Classe 1 - Hotel Vila Galé Manteigas, conforme descrito na informação n.º 6956/Proc. 19/2016, datada de 29 de outubro de 2019.
A Câmara Municipal de Manteigas deliberou, por unanimidade, aprovar o licenciamento da instalação, conforme proposto na aludida informação.

Integração na Rede Nacional dos Balcões da Inclusão
Foi presente, para deliberação, a integração na Rede Nacional dos Balcões da Inclusão através da celebração de um protocolo de cooperação.
Submetida a votação, a Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, aprovar o referido protocolo.


Alteração orçamental n.º 8/2019
Foi presente, para deliberação, a alteração orçamental n.º 8/2019.
Submetida a votação, a Câmara Municipal deliberou, por maioria, aprovar a referida alteração, com a abstenção do Vereador José Manuel Custódia Biscaia e o voto contra do Vereador José Manuel Saraiva Cardoso.


Manteigas, 28 de novembro de 2019

Proença-a-Nova | Município promove reunião com os agentes turísticos do concelho


O Município de Proença-a-Nova promoveu uma reunião de trabalho com os agentes turísticos do concelho, nomeadamente hotelaria, alojamentos locais, restaurantes e empresas de animação turística, com a presença de 19 empresários e do professor de turismo do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova que ficaram a conhecer os investimentos previstos para o próximo ano, bem como o calendário de eventos e a participação da autarquia em feiras da especialidade. “É importante que os investimentos que se fazem, quer privados, quer públicos, estejam articulados de modo a potenciarem a cadeia de valor para a criação de riqueza e para a promoção e divulgação do território”, referiu o presidente da Câmara Municipal. 

João Lobo apresentou, em traços gerais, as estatísticas do setor do turismo em 2019, tanto a nível nacional como na região Centro, que em ambos os casos têm apresentado aumento ao nível das dormidas. A projeção é que o país deverá atingir os 27 milhões de hóspedes pela primeira vez, mais dois milhões do que em 2018, e que a receita turística aumente 6%. No caso do rendimento médio por quarto disponível, a nível nacional encontra-se nos 66 euros, enquanto que na zona Centro esse valor é de 31,7€, mostrando como ainda há trabalho a realizar pelas diferentes tipologias de alojamento. 

Na estratégia desenvolvida para 2020-2030, o Turismo da Região Centro de Portugal definiu cinco pilares que pretende promover: cultura, história, património e gastronomia e vinhos; natureza, wellness, turismo ativo e desportivo e mar; turismo espiritual e religioso; turismo corporate e empresarial; e lifestyle, inspirational e novas tendências. É também neste âmbito que o Município está a canalizar os seus investimentos, nomeadamente com as intervenções programadas para a Serra das Talhadas, a praia fluvial da Aldeia Ruiva, a conclusão da Grande Rota da Cortiçada e a aposta continuada na gastronomia tradicional do concelho (alguns dos quais com festivais gastronómicos já programados para o próximo ano). 

Para o sector do turismo em específico, o Município irá desenvolver um conjunto de formações técnicas no sentido de qualificar os agentes turísticos, a começar pelo inglês tendo em conta que o Reino Unido continua a ser o principal país de origem de quem nos visita. Na reunião, o vice-presidente, João Manso, desafiou os presentes a testarem os seus conhecimentos sobre o turismo do concelho através do jogo kahoot que, de forma informal, foram respondendo às questões apresentadas. Os empresários presentes tiveram igualmente a oportunidade de deixar as suas sugestões, pedidos, inquietações e receberam um dossier que será completado com conteúdos sobre o património material e imaterial e que será usado como ferramenta de trabalho na divulgação do concelho. “O caminho faz-se caminhando e se o fizermos em conjunto chegaremos sempre mais longe”, sintetizou João Lobo no final da reunião.

Operação Marquês: Carlos Santos Silva diz que os 23 milhões de euros que tinha na Suíça lhe pertenciam

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SAPO24
O empresário Carlos Santos Silva disse ontem em tribunal que os 23 milhões euros que trouxe da Suíça, através de um regime excecional de regularização tributária, lhe pertenciam e não a José Sócrates, segundo fonte ligada ao processo.
Carlos Santos Silva começou a ser interrogado na fase de instrução da Operação Marquês, na qual é arguido juntamente com o seu amigo e ex-primeiro-ministro José Sócrates de quem, segundo o Ministério Público (MP) é “testa de ferro”.
A fonte disse que Carlos Santos Silva, que esteve ligado ao grupo Lena, afirmou ao juiz Ivo Rosa que os 23 milhões que em 2010 trouxe para Portugal ao abrigo do RERT (Regime Especial de Regularização Tributária), uma amnistia fiscal lançada pelos Governo PS, liderados por José Sócrates, em 2005 e 2010.
Para o Ministério Público, o Grupo Lena obteve benefícios comerciais graças à atuação de José Sócrates enquanto primeiro-ministro e Carlos Santos Silva “interveio como intermediário de José Sócrates em todos os contactos com o referido grupo”.
Durante o interrogatório Carlos Santos Silva nunca comprometeu o ex-primeiro-ministro de quem é amigo há mais de 40 anos e que para o Ministério Público funcionou como “testa de ferro”, tendo colocado nas suas contas, nomeadamente na Suíça, dinheiro do antigo primeiro-ministro.
Segundo o MP, “na qualidade de primeiro-ministro e também após a cessação dessas funções, permitiu a obtenção, por parte do Grupo Lena, de benefícios comerciais” e Carlos Santos Silva “interveio como intermediário de José Sócrates em todos os contactos com o referido grupo”.
O interrogatório do engenheiro civil de 58 anos continua na quinta-feira, podendo prolongar-se para sexta-feira dada a quantidade de matéria do processo que o envolve.
Santos Silva é acusado de 33 crimes entre os quais corrupção passiva e ativa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.
A Operação Marquês teve início a 19 de Julho de 2013 e culminou na acusação a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – pela prática de quase duas centenas de ilícitos económico-financeiros.
Lusa / Madremedia
Imagem: RODRIGO ANTUNES/LUSA

Oeste | Hospital de Leiria recusou exame a doente que tinha dívidas com 20 anos de taxas moderadoras. Agora vai ter de lhe pagar uma indemnização

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O Centro Hospitalar de Leiria vai ter de pagar 2500 euros a paciente que viu recusado um exame por ter uma dívida de 80 euros em taxas moderadoras que remontava ao período compreendido entre 1995 e 2001. À data do exame já as dívidas tinham prescrito.
Escreve o Público esta quinta-feira, 28 de novembro, que o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) recusou fazer um exame a um doente porque este tinha uma dívida de 80,62 euros euros que remontava ao período compreendido entre 1995 e 2001.
Agora, a Entidade Reguladora da Saúde condenou o hospital a pagar uma coima de 2500 euros ao cidadão por ter violado o direito de acesso à prestação de cuidados no Serviço Nacional de Saúde.
Segundo a lei, o não pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS) prescreve ao fim de três anos a partir da data em que determinado serviço ou cuidado foi prestado. As dívidas do paciente eram do período de 1995 a 2001, e o seu exame foi recusado em 2015.
O exame em causa era uma broncofibroscopia com biópsia e sedação, foi pedido em novembro de 2014 e recusada a sua realização em Janeiro de 2015.
O cidadão em causa, ignorando o prazo de prescrição, pagou 44,41 pela dívida mais antiga, referente ao período de 1995 e 1997. Mais tarde, em julho de 2016, pagou outros 31,22 euros, referentes a taxas moderadoras de serviços prestados entre 1997 e 2000. Já em janeiro de 2017, o mesmo hospital terá requerido o pagamento de outros 29,99 euros por dívidas posteriores.
Durante este período o exame não foi realizado, dois anos depois de ter sido pedido pela médica do paciente.
Madremedia

País | Entidade Reguladora da Saúde aponta o dedo a duas unidades hospitalares


A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) concluiu que houve deficiências graves na prestação de cuidados de saúde de qualidade e em tempo adequado a doentes em unidades de saúde da Feira e Algarve.

A ERS detetou várias falhas na assistência a uma mulher de 74 anos que morreu vítima de paragem cardiorrespiratória, após ter sido transferida do Hospital de Gaia para a Feira, como conta a jornalista Rosa Azevedo.

Segundo os dados recolhidos pelo regulador, a mulher foi vítima de atropelamento em dezembro do ano passado tendo dado entrada no Hospital de Gaia com traumatismo crânio-encefálico grave e fraturas da coluna cervical e da bacia.

Após tratamento e estabilização das lesões agudas, a doente viria a ser transferida para o Hospital da Feira, na sua área de residência, apesar de esta unidade ter informado o Hospital de Gaia de que não dispunha de vaga para o internamento.

A mulher ficou assim na sala de observações do Serviço de Urgência (SU) desta unidade, vindo a morrer dois dias depois em paragem cardiorrespiratória.

A ERS considera "totalmente inadmissível" a decisão do Hospital de Gaia de transferência da utente sem que se encontrasse devidamente assegurada a continuação do nível de cuidados prestados, "prejudicando com a sua conduta a integração dos cuidados a prestar".

Concluiu que o Hospital da Feira "não acautelou o devido acompanhamento" da utente, uma vez que aquela "permaneceu sem qualquer vigilância/ou monitorização no SU durante, pelo menos 10 horas".

Exames chegaram depois da morte
Um doente oncológico do Centro hospitalar Universitário do Algarve também foi alvo de deficiências na assistência. A conclusão da ERS foi que o doente teve de esperar demasiado por exames.

O paciente em tratamento a um cancro no pulmão esperou quase dois meses pelos resultados de um exame genético que foi pedido ao Instituto Português de Oncologia para definir a terapêutica e que chegou tarde demais.

O doente acabou por morrer sem fazer quimioterapia por causa desse atraso nos exames.

RTP NOTÍCIAS 

Mundo | O futuro chegou antes da hora


  • Péricles Capanema
Amigo meu de décadas, como poucos culto, amável e inteligente, enviou-me dito francês conhecido “savoir dire, savoir plaire, savoir faire” (saber dizer, saber agradar, saber fazer), como possível tradução da locução inglesa “soft skills”, por mim examinada em texto recente — “Foco no sucesso”, desde 27 de outubro em meu blog periclescapanema.blogspot.com.
Perguntava eu no artigo se alguém tinha em mente tradução adequada para o que hoje significa “soft skills” no mundo dos negócios, em que de forma especial exprime qualificações necessárias para ali alcançar posições de destaque (eu não tinha). Minha intenção primeira no presente texto era discorrer sobre em que a viva construção francesa acima transcrita parece exprimir corretamente o “soft skills” e em que, a meu entender, deixava de lado certos aspectos.
Todo o artigo já estava na cachola, era só limar um ou outro pormenor e pôr no papel. No texto imaginado por mim havia um ponto que só uma vez ouvi levantado (aliás, por político mineiro que já nos deixou há tempos) como fundamental na vida: a importância do convívio com homens inteligentes. O experiente homem público julgava indispensável para a formação intelectual, para moldar a personalidade, para as obrigações de pai de família e de profissional o tal convívio. “Procure sempre o convívio dos homens inteligentes”. Claro, homens no sentido normal da palavra, mulheres, crianças, moços, idosos (seres humanos). Ousaria rematar com um pontinho: busque o convívio dos bons observadores. Nada soma quem não sabe ver direito a realidade. Os raciocínios brotam desfocados se os olhos antes não captam realidade objetiva e rica.
Corta, o resto fica para depois. De repente fui agredido pela realidade e me vejo obrigado a tratar agora de outro assunto. O amigo acima mora em Frankfurt. Outro amigo, residente em Paris, a quem não vejo faz muito tempo, muito tempo mesmo, o que lamento, têm algo em comum: o mau gosto de ler textos meus. Passou os olhos pelo “Preocupa” (postado no blog também em 27 de outubro) e se viu na obrigação de me avisar: o futuro já chegou. Pensei comigo: antes da hora (para os incautos). O futuro em tela estava marcado para 2047.
Todos sabem, o “Le Monde” é jornal de enorme importância, com viés de centro-esquerda (não é um “Le Figaro”). E assim em geral ecoa mal ou não ecoa as vozes que vêm da direita. O “Le Monde” edita uma espécie de revista “Le magazine du Monde”, cujo número 424 de 1-11-2019 traz informativo artigo de Florence de Changy intitulado “Les entreprises étrangères sous pression chinoise” (As empresas estrangeiras debaixo da pressão chinesa).
Não são empresas pequenas, são mamutes famosos, alguns dos quais do mundo do alto luxo. Florence de Changy começa relatando o caso da NBA (National Basketball Association), a gigante norte-americana que coordena o basquete nos Estados Unidos. Um simples tuíte de Daryl Morey, dirigente do Houston Rockets, apoiando os combatentes pela liberdade em Hong Kong (atenção, só reclamam o que consta dos textos legais), desencadeou furor na China continental, o que causou prejuízos grandes aos maiores clubes dos Estados Unidos. Alguém duvida que o furor não foi instigado pelas autoridades chinesas? Retaliada no bolso, a NBA entrou logo na linha. O recado, e não é o primeiro, ficou mais claro: o governo chinês exige lealdade absoluta (se quiserem troquem lealdade por submissão, fidelidade, vassalagem, subserviência, dá no mesmo). Não admite ninguém pisando fora da linha traçada pelo PCC (Partido Comunista Chinês).
Outro caso. Tem sede em Hong Kong uma linha aérea grande e reputada, a Cathay Pacific. Em agosto, o governo chinês exigiu da empresa que demitisse imediatamente 200 empregados que participaram dos presentes protestos na cidade. Ou, menos que isso, de alguma maneira manifestaram algum apoio, mesmo que discreto. Ordem dada, ordem cumprida. Foram logo demitidos os pouco mais de 200 funcionários. Rua! E ainda três dirigentes. A punição não terminou aí, funcionários de grandes empresas chinesas estão proibidos de voar na Cathay Pacific. Avery Ng, deputado social-democrata, nota: O governo chinês deu o recado: qualquer pessoa, qualquer uma mesmo, que ousar tomar posição não conforme à linha determinada pelo Partido Comunista Chinês, será punida ou demitida. É aviso ameaçador para todas as empresas que tenham o menor interesse no mercado chinês”.
Poucas semanas depois, foi a vez do BNB Paribas, banco francês. Funcionário seu em Hong Kong ousou colocar no Facebook particular expressão de alguma maneira depreciativa com a China continental e favorável aos Estados Unidos. Sofreu avalanches de ataques das milícias digitais. Teve de sair do banco (a reportagem não deixa claro se pediu demissão ou foi demitido; na prática, a mesma coisa. Rua!).
Resumindo o clima, observou o francês residente há 15 anos em Hong Kong: “Começamos a ter medo de nossa própria sombra. É enorme o efeito da intimidação chinesa. Todo mundo sabe, mas não se pode falar a respeito. Além do mais, de que adiantaria? É a nova realidade”.
De momento, todas as grandes empresas de Hong Kong, e aqui estão incluídas as francesas, muito presentes no setor do luxo e das finanças, temem o passo em falso fatal. Têm uma única escolha: obedecer Beijing. Versace, Givenchy, Coach, Delta Airlines, Zara, entre outros, já pagaram por seus erros.
A vigilância inclui o Tibete e a China Nacionalista. Estão proibidos comentários ou quaisquer manifestações que destoem da linha oficial do Partido Comunista. Beijing nos dois assuntos não tolera ponderações contrárias a seus interesses. A Dior, numa apresentação interna, projetou um mapa da China. Por distração, não constava nele Taiwan. Guerra das milícias digitais. A Dior se dobrou em desculpas, reconheceu publicamente o dogma comunista da “China única”, “respeito constante pelo princípio da China única”. E assim vai.
E assim irá. Pelo tratado com a Inglaterra, a administração de Hong Kong só passará a ser chinesa em 2047. A China perdeu a paciência, mandou às favas escrúpulos, e já está sinalizado sobre o que teremos pela frente. O futuro está chegando antes. Para Macau, a data é 2049, mas ali o futuro já chegou. Eles não piam contra a China, que já domina tudo. Hong Kong e Macau recebem hoje tratamento que, se não acordarmos, será o nosso daqui a algum tempo. Quando? Não sei. Uma coisa sei, para nós, o futuro também pode chegar antes da hora.
ABIM

Religião | O papel de Nossa Senhora na Cristandade medieval

Segundo renomado historiador protestante, portanto insuspeito, a Santíssima Virgem sempre esteve no centro da vida medieval, sendo a alma da Cristandade

Plinio Maria Solimeo

Durante séculos se criou uma legenda negra a respeito da Idade Média, tachando-a de uma época obscurantista e primitiva. Isso se deveu sobretudo ao ódio de muitos ao papel exercido pela religião nesse tempo, assim descrito por Leão XIII em sua famosa encíclica Immortale Dei, de 1885:

“Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então, a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças aos favores dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. […] Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer”.

Isso explica o interesse que os monumentos da Idade Média despertam até hoje, pelo número incontável de turistas que vão de todo o mundo à Europa, principalmente à França, para vê-los e admirá-los.

É preciso dizer que surgem felizmente de tempos em tempos, nos horizontes mais inesperados, historiadores honestos e eruditos que prestam tributo à Doce Primavera da Fé, como a chamou Montalembert. Um deles é Henry Brooks Adams (1838 – 1918) [foto ao lado], jornalista de renome, editor, escritor e professor de História Medieval na Universidade de Harvard, bisneto de John Adams, primeiro vice-presidente e depois segundo presidente dos Estados Unidos, e neto de John Quincy Adams, sexto presidente americano.

Grande observador da realidade histórica, Adams se encantou com a Idade Média, desiludido como estava com a vida pública do seu tempo. Depois de tentar a carreira política, “ficou enojado com os políticos demagogos, e com uma sociedade na qual todos se haviam tornados ‘servos do poder’. Escreveu que os americanos ‘não tinham tempo para pensar; só viam, e não conseguiam ver nada além do dia de trabalho; dizia que a atitude deles em relação ao universo exterior era como a dos peixes de profundidade” (Encyclopedia Brittanica), que não se importam a não ser com o que passa ao seu redor.

O jornalista Carmelo López-Arias, em artigo em Cari Filii, afirma que “o pensador e historiador protestante” descobriu a Idade Média através do papel que nela teve a Santíssima Virgem. Para López-Arias, em suas múltiplas viagens à Europa ele soube “captar a onipresença da Santíssima Virgem em todas as formas da cultura tradicional europeia; e, com uma sensibilidade especial, compreendeu que essa omnipresença era a própria alma da Cristandade, e respondia a uma psicologia humana e razoável”.

Ainda segundo López Arias, Adams assim explica a relação do homem medieval com a Santíssima Virgem: “Seu vínculo com Maria respondia a um instinto de sobrevivência. Sabiam que estavam em perigo. Se havia uma vida futura, Maria era a única esperança’. Ante a lei divina, ‘essencialmente eterna, infinita, imutável’, que não permitia ‘debilidade nem erro’, os homens ‘se viam forçados a ir de esquina em esquina seguindo uma lógica implacável, até cair desvalidos aos pés de Maria […], felizes de encontrar proteção e esperança em um ser que podia entender a linguagem que falavam, e as escusas que podiam oferecer’”.

Para Adams, esse papel de Nossa Senhora na Idade Média pode ser compreendido melhor analisando-se a catedral de Chartres [foto ao lado]. Ele o fez numa circunstância dolorosa, quando já sexagenário teve a alma despedaçada pelo suicídio da mulher, após 13 anos de feliz matrimônio sem filhos.

A fim de superar esse trauma, Adams começou a viajar por todo o mundo. “Buscando um ponto no qual focalizar sua vida e seus estudos, encontrou-se com a Cristandade medieval. […] ‘Para apagar sua melancolia e sobrelevar a aceleração dos princípios do século XX, buscou a sabedoria e a beleza do século XII’. A caminho de Chartres, descobriu que quase todas as grandes igrejas dos séculos XII e XIII pertenciam a Maria”, e que sua presença era insubstituível para o homem medieval.

Crítico do mundo moderno, Henry Adams visitou a tão bafejada Exposição Universal de Paris de 1900. Comenta López-Arias: “Ali, nos pavilhões industriais nos quais se expunham as grandes máquinas a vapor e seus gigantescos dínamos, descobriu a idolatria da força mecânica que anunciava seu domínio na centúria nascente. E ocorreu-lhe uma comparação que faria fortuna: ‘No Louvre e em Chartres […] se encontra a força mais alta jamais conhecida pelo homem [Maria Santíssima], criadora das quartas quintas partes da melhor arte, capaz de exercer uma atração sobre a alma humana maior do que todas as máquinas a vapor e que todos os dínamos concebíveis. […] Todo o vapor do mundo é incapaz de construir Chartres, mas a Virgem o pôde. […] Símbolo ou energia, a Virgem atuou como a maior força que o mundo ocidental jamais experimentou, e atraiu a si as atividades dos homens com mais força que qualquer outro poder natural ou sobrenatural jamais pôde exercer”. Adams faz esta contundente afirmação no capítulo O dínamo da Virgem, em sua mais famosa obra de caráter autobiográfico, A educação de Henry Adams, escrito em terceira pessoa em 1907.

Em outra de suas obras, Mont Saint Michel et Chartres [capa ao lado], assim fala Adams desta catedral: Ela “é uma fantasia de criança, uma casa destinada a agradar à Rainha do Céu, e a agradar-lhe tanto que Ela pudesse sentir-se feliz nela, para encantar-se enquanto sorri […] [a Virgem] foi a maior dos artistas, dos filósofos, dos músicos e dos teólogos que jamais viveram na terra, exceto seu Filho. Mas em Chartres Ele era ainda um infante sob sua proteção. A igreja foi construída para Ela em um espírito de fé ingênua, prática, utilitária e em pureza de pensamento, em todos os pontos comparável ao da menina que prepara uma casa para sua boneca preferida”.

López-Arias comenta: Esses “São parágrafos de Adams que recolhe John Senior em ‘A restauração da cultura cristã’ [capa ao lado], e Adams explica que isso é verdade não somente para as grandes catedrais, mas para ‘a cultura cristã absolutamente em todo lugar, e o será sempre, sobre toda a superfície da Terra. E Maria é sua causa, sua consequência e sua medida”. Pergunta Senior: “Cada uma de nossas roupas, cada uma de nossas diversões, cada uma de nossas conversas, de nossas empresas ou de nossas experiências nos laboratórios, cada um de nossos escritos, Lhe estão dedicados?” E conclui: “A restauração da Cristandade está ligada ao número de corações que estão consagrados ao Imaculado Coração de Maria’”.

Mas não são apenas Adams e Senior que descortinam o papel da Virgem na formação da Idade Média. A professora Rachel Fulton Brown, medievalista da Universidade de Chicago, chegou à mesma conclusão: “Em minhas investigações, prestei uma atenção especial à devoção medieval à Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é algo mais do que a Virgem que os cristãos creem que deu à luz ao Filho de Deus. Ela é a clave que explica a própria Idade Média. […] Para se entender o lugar de Maria na devoção medieval cristã, não basta estudá-la como um historiador da arte, um músico, um professor de literatura, um historiador ou um teólogo. Para se entender Maria como A imaginaram os cristãos medievais, tem-se que entender-se tudo. Ela está ali, na arte e na arquitetura, na música. Ela está ali, na literatura, na liturgia e nas artes liberais. Ela está ali, nas mais elevadas expressões da imaginação humana e nas mais humildes orações de petição. Ela está ali, na política, no ideal do matrimônio, nos brados de batalha e nas súplicas de piedade dos oprimidos. A Cristandade medieval é inconcebível sem Ela; e, sem embargo, desde a Reforma os cristãos (protestantes) se tornam loucos para explicar por que Ela está ali”.

Concluindo: Apesar de toda delicadeza de Henry Adams em descrever o amor do medieval à Virgem, não se nota no que ele diz de um amor especial por Ela. Por isso, apesar de tudo que escreveu sobre Ela, ele nunca se fez católico. Quando Adams morreu, em 1918, sua sobrinha encontrou em uma gaveta um poema intitulado Oração à Virgem de Chartres. Almejamos que a Virgem Mãe nossa tenha obtido de seu divino Filho compaixão para sua alma, tão apreciável em tantos lados.

ABIM
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Fontes:
https://www.religionenlibertad.com/cultura/516933197/Henry-Adams-el-historiador-protestante-que-vio-en-la-Cristiandad-medieval-homenaje-maria.html?utm_source=boletin&utm_medium=mail&utm_campaign=boletin&origin=newsletter&id=31&tipo=3&identificador=516933197&id_boletin=124614663&cod_suscriptor=452495753
https://www.britannica.com/biography/Henry-Adams-American-historian
https://www.firstthings.com/web-exclusives/2019/07/what-she-asks-she-obtains

Clima | Alguns dos piores cenários de há dez anos já são realidade

Mais de metade dos piores cenários climáticos identificados há uma década pelos cientistas estão comprovadamente a acontecer, alertou hoje uma equipa de investigadores na revista Nature.
Mais de metade dos piores cenários climáticos identificados há uma década pelos cientistas estão comprovadamente a acontecer, alertou hoje uma equipa de investigadores num artigo publicado na revista Nature, em que defendem a declaração de uma “emergência planetária”.

A destruição da floresta amazónica e a perda das grandes massas de gelo na Antártida e Gronelândia estão entre nove pontos críticos em relação aos quais estão a acontecer mudanças sem precedentes mais cedo do que se esperava, e que, combinados, podem levar a um “efeito dominó” com efeitos catastróficos.

“Há uma década, identificámos uma série de potenciais pontos críticos e vemos agora que mais de metade foram ativados”, afirmou o diretor do Instituto de Sistemas Globais da Universidade britânica de Exeter, Tim Lenton.

A ameaça de “mudanças rápidas e irreversíveis significa que não se pode esperar para ver”, afirmou o coautor Johan Rockström, do Instituto para a Investigação do Impacto Climático de Potsdam [Alemanha], salientando que “cientificamente, há provas fortes para declarar um estado de emergência planetária, para desencadear uma ação mundial que acelere a transição para um mundo que possa continuar a evoluir num planeta estável”.
O colapso dos gelos na Gronelândia e na Antártida poderá levar à subida irreversível de dez metros do nível dos oceanos, alertam os cientistas, chamando a atenção para os efeitos combinados desse e de outros fenómenos como a destruição da floresta tropical ou o derretimento dos gelos permanentes, difíceis de prever.
Contudo, não afastam a hipótese de propiciarem “um ponto crítico global”, que pode ser “uma ameaça à existência da civilização”.
A redução de emissões de gases com efeito de estufa poderá fazer abrandar a perda do gelo, dando mais tempo para mover as populações em zonas de mais baixa altitude, defendem.
Embora as temperaturas globais tenham sofrido flutuações ao longo de milhões de anos, os autores do artigo afirmam que os humanos estão a “forçar o sistema” com as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera a aumentarem a um ritmo maior do que o que precedeu a última idade do gelo.
“Não há análises de custo económico/benefício que nos possam ajudar. Precisamos de mudar a nossa abordagem ao problema do clima”, afirmou Tim Lenton.
Deixar para trás a economia assente nos combustíveis fósseis antes de 2050 é uma hipótese improvável, mas já hoje, com a temperatura 1,1 graus acima dos níveis pré-industriais, é provável que o aumento atinja 1,5 graus já em 2040, o que consideram que, só por si, já é uma emergência.
Além da Amazónia, da Antártida e da Gronelândia, as alterações nas massas de gelo do Ártico, os recifes de coral, os gelos permanentes, as correntes marinhas no Atlântico e as florestas do Norte são os pontos críticos sensíveis identificados pelos cientistas.
Fonte:impala

Algarve | Inscrições abertas para o Loulé Design Lab

Está a decorrer até 15 de janeiro a nova fase de candidaturas para residentes no Loulé Design Lab, um projeto da Câmara Municipal de Loulé.
Integrado no Loulé Criativo, o Loulé Design Lab é um laboratório de criação, investigação e experimentação, onde são disponibilizadas as condições necessárias para a formação e fixação de uma comunidade criativa. O eixo de ação é o design, com forte ligação à cultura local e em rede com outras instituições e projetos de referência.
Recentemente instalado no Palácio Gama Lobo, edifício nobre setecentista, o Loulé Design Lab dispõe de várias salas de trabalho, oficina equipada, estúdio de fotografia, sala multiusos e uma equipa dedicada que dá apoio ao nível da mentoria, consultoria, divulgação, produção, entre outros. 
Aos 11 projetos que inauguraram o espaço em setembro de 2017, juntaram-se mais 9 projetos durante o ano seguinte, em áreas diversas como mobiliário, vestuário, bijuteria, adereços, utilitários, entre outros. Esta crescente comunidade criativa procura agora novos elementos que contribuam para a sua dinâmica multidisciplinar e façam aumentar a natural teia de colaborações.
Pela cedência do espaço são pedidas horas para o Banco de Tempo Criativo, utilizadas de forma equilibrada entre as valências e possibilidades de cada residente e as necessidades e agenda do Loulé Design Lab.

Algarve | Está a chegar mais um Festival da Batata-doce

Arranca esta sexta-feira, 29 de novembro, e desenvolve-se até domingo, mais uma edição do Festival da Batata-doce de Aljezur. 
A variedade de oferta gastronómica passará por restaurantes, tasquinhas, street food e uma zona petisqueira na tenda exterior que abordará a batata-doce de Aljezur de forma mais “descomprometida” e leve. 
A tentação do doce mantém uma presença forte e em cada esquina do festival será fácil ser tentado por uma pastelaria variada de base da batata-doce de Aljezur, por um chocolate com batata-doce, um licor, uma compota, uma aguardente, um gelado, uma bebida quente ou até umas refrescantes e saborosas cervejas. 
Mais de uma centena de expositores de artesanato e produtos genuínos da região vão marcar presença no espaço, que também tem animação musical garantida ao longo de todo o fim de semana.
As portas do Festival da Batata-doce de Aljezur estão abertas, na sexta e no sábado, das 12h00 às 24h00 e, no domingo, das 12h00 às 22h00.
A entrada e o estacionamento são gratuitos 

Algarve | Câmara de Faro adjudica mais uma obra de repavimentação

O Município de Faro celebrou, esta quinta-feira, o contrato para a empreitada de repavimentação da Rua António Guerreiro da Silva Gago, transversal a poente da Estrada Nacional 2.
Em comunicado, a autarquia diz que a obra implica “o alargamento da referida rua, de forma a permitir uma melhor circulação e escoamento de tráfego no que se refere ao acesso à e da EN2, popularmente conhecida por Estrada de São Brás de Alportel”.
Ao mesmo tempo “serão criados novos lugares de estacionamento e, a pensar na segurança e conforto de peões, serão edificados novos passeios e uma passadeira de atravessamento da via”.
A intervenção, adjudicada à Sociedade Candeias & Silva, Lda. pelo valor total de 45 mil euros, tem um prazo de execução de 60 dias.

Política | Câmara de Figueiró dos Vinhos sem dinheiro para o dia a dia endivida-se em 700 mil euros

A maioria socialista do executivo municipal apresentou hoje, dia 27 de novembro de 2019, a proposta de deliberação nº 128/2019 tendo em vista a contratação de um empréstimo de 700 mil euros com o objetivo de fazer face a dificuldades de tesouraria e à satisfação dos compromissos com os fornecedores.

É num contexto de término do Plano de Saneamento Financeiro - com a última tranche a ser liquidada em janeiro próximo - e com o anúncio exaustivamente propagandeado da liquidação total da dívida à banca no final de 2019 que este empréstimo se vai realizar. É, pois, num contexto em que as desculpas acabaram que a câmara se vai endividar.

É sem grande surpresa que o Partido Social Democrata tomou conhecimento de que a Câmara se vai endividar em mais de 700 mil euros, capital mais juros, porque já não tem dinheiro para fazer face às despesas do dia a dia. E é sem surpresa na medida em que o PSD já vinha a alertar há muito para as consequências negativas do caminho que tem sido seguido. E é, igualmente, sem surpresa porque se confirmam os piores cenários apontados, recentemente, por entidades independentes. 

A IGF – Inspeção Geral de Finanças realizou, recentemente, uma auditoria ao Município com resultados nada animadores.

O relatório do Revisor Oficial de Contas, do primeiro semestre de 2019, dava conta dos encargos assumidos pela câmara e não pagos nos primeiros seis meses do ano de que a despesa realizada e não paga e que a despesa comprometida por realizar e por consequência também não paga totaliza quase oito milhões de euros.

Como se não bastasse o Conselho das Finanças Públicas refere que o maior agravamento, de pagamentos em atraso, de todas as câmaras do país ocorreu na Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos com 1,4 milhões em atraso só no primeiro semestre de 2019.
Tudo isto a juntar aos empréstimos das obras junto ao campo de futebol e da Sonuma, ambos, para pagar daqui a 15 anos.

De facto, só se desilude quem se ilude primeiro. 

Este empréstimo é mais uma prova acabada do falhanço da gestão socialista no concelho.

Este executivo, cumprida metade do seu mandato, num contexto de um governo da sua cor partidária e de suporte da sua maioria na Assembleia Municipal, falhou. E falhou clamorosamente. Falhou após um reiterado discurso contrário e no exato momento em que foi sujeito a mostrar o que valia. Posto à prova, falhou.   

Sem dinheiro para as despesas correntes do dia a dia o executivo PS é obrigado a endividar a câmara em mais de 700 mil euros. Para quem apregoava a gestão e o rigor aqui está o resultado desastroso de uma gestão assente em festas e entretenimento e reveladora da inversão das prioridades necessárias à resolução dos problemas dos Figueiroenses e do concelho.

As finanças municipais estão hoje depauperadas e incapazes de responderem às solicitações mais simples, de financiarem a economia local e de investirem na criação de emprego e, assim, de poderem dar um contributo válido no combate à desertificação, ao baixo poder de compra e à saída dos mais jovens que procuram melhores condições de vida noutros concelhos.

O executivo PS chega a esta metade do mandato num processo de degradação indisfarçável e incapaz de cumprir aquilo que prometeu aos Figueiroenses. O executivo PS perfeitamente resignado está a colapsar e os Figueiroenses já começaram a perceber que nos momentos em que é preciso liderança, determinação, garra, captação de investimento e criação de emprego o executivo falha. Para nós PSD, que somos oposição, isso não é um problema em si mesmo, mas o problema é para Figueiró dos Vinhos. O Concelho é que está a perder tempo com este executivo, os Figueiroenses é que estão a perder oportunidades com esta gestão socialista.

Já sabemos que alguns não se incomodam com estas coisas, mas nós não nos conformamos, merecemos melhor.

Um dia, quiçá já na próxima legislatura, haveremos de voltar a liderar o Concelho, mas nessa altura esse executivo não vai existir para vender ilusões, festas e entreténs, vai existir para apoiar as pessoas e a sua vida, para captar investimento, para criar emprego e sobretudo para não falhar como este tem falhado.



Figueiró dos Vinhos, 27 de novembro de 2019

Partido Social Democrata de Figueiró dos Vinhos