O treinador Jorge Jesus admitiu hoje que a equipa de futebol do Benfica está "num momento difícil", devido aos resultados dos últimos jogos, mas lembrou que é nestas situações "que se constroem os grandes jogadores e treinadores".
Numa antevisão da partida de segunda-feira, frente ao Rio Ave, o técnico lembrou que "o próximo jogo" é aquele que todos os jogadores e treinadores "querem mais rápido, quando não ganham, como foi o caso" da partida frente ao Arsenal, e garantiu que a sua equipa está preparada para dar a volta aos últimos quatro jogos sem vencer.
Sabemos que estamos num momento difícil e estamos preparados para tentar passar esta crise de alguns resultados. Trabalhamos não só o aspeto físico, mas também psicológico e as indicações durante a semana foram de uma equipa alegre e com vontade de mudar o último resultado, que não foi uma vitória, e vamos à procura dela neste jogo", garantiu em declarações feitas em exclusivo à BTV.
Jesus, de resto, repetiu a ideia de que ainda "há muita coisa para ganhar" no campeonato, mas lembrou que a sua equipa não está "em primeiro nem em segundo" e que, por esse motivo, tem de "ir à procura dos rivais que estão à frente", além de que esse percurso tem de ser feito "jogo a jogo".
"A prioridade é passar o rival que está à tua frente. Como estás em quarto lugar, tens de tentar passar o terceiro, depois o segundo. E, quando passares o segundo, pensares se ainda tens capacidade pontual para poder pensar no primeiro", apontou.
Sobre a partida de segunda-feira, com o Rio Ave, o técnico espera encontrar um adversário "superorganizado, que sai bem para o contragolpe", mas assumiu que "não há outra forma de pensar" na partida que não seja a de chegar à vitória e que, para isso, o Benfica tem de "jogar bem".
Nesse sentido, não descartou a possibilidade de manter um esquema de três defesas centrais, tal como utilizou na quinta-feira, frente ao Arsenal, de forma a contrariar o pouco tempo de preparação entre os dois encontros.
"Cada jogo tem a sua história e o de amanhã [segunda-feira] tem outras características, mas não está posta de parte essa possibilidade, porque nos poucos dias e horas que tivemos de treino, trabalhámos em cima dessa possibilidade de voltar a jogar com os três [defesas] centrais", admitiu.
O Benfica recebe o Rio Ave na segunda-feira, às 19:00, no Estádio da Luz, numa partida da 21.ª jorndada da I Liga portuguesa de futebol, onde tem a possibilidade de encurtar a distância para os rivais Sporting e FC Porto, que no sábado empataram (0-0) o clássico no Estádio do Dragão.
A equipa de Jorge Jesus segue em quarto lugar no campeonato e, em caso de vitória sobre os vila-condenses, diminui a distância para o líder, o Sporting, para 13 pontos, e para o segundo, o FC Porto, para três pontos, mas os 'dragões' podem ser hoje ultrapassados pelo Sporting de Braga, que tem mais quatro pontos do que os 'encarnados'.
Há 28 dias consecutivos que o número de recuperados (1664, este domingo) supera o de novas infeções.
Portugal regista este domingo mais 41 mortes e 718 novos casos de infeção por Covid-19. Portugal já assinala desde quinta-feira o menor número de mortes diárias (49) desde 8 de novembro de 2020, quando se registaram 48 vítimas mortais.
Estão confirmadas 16.317 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 41 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 804.562, mais 718 nas últimas 24 horas. Há, neste momento, 69.268 casos ativos.
Os dados divulgados este domingo indicam ainda que 1664 pessoas foram dadas como recuperadas, fazendo subir para 718.977 o número total de recuperados desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.
O Papa Francisco pediu hoje proximidade com aqueles que sofrem de doenças raras, em particular com as crianças doentes, no final da oração dominical do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Depois de recordar que hoje se celebra o Dia Mundial das Doenças Raras e saudar os membros de algumas organizações que atuam neste campo, presentes na Praça de São Pedro, o Papa argentino salientou a importância das redes de solidariedade com os pacientes e familiares dessas doenças.
"Eles ajudam a não se sentirem sós, a trocarem experiências e conselhos", disse, antes de pedir proximidade "às famílias e aos doentes, especialmente as crianças".
"Devemos estar ao lado das crianças doentes, das crianças que sofrem, dar-lhes o carinho, a ternura do amor de Deus", acrescentou.
O Dia Mundial das Doenças Raras, que visa tornar a população consciente para estas doenças, é celebrado desde 2008 no último dia do mês de fevereiro.
Óleo alimentar usado transformado em desinfetante, esterilização com recurso a ultravioletas ou terapia fotodinâmica para eliminar o coronavírus numa fase precoce são alguns dos projetos de empresas incubadas no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, para responder à pandemia.
Sete empresas com incubação física ou virtual no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, decidiram adaptar-se ao contexto de pandemia e criar soluções que possam contribuir para o combate à covid-19.
Uma dessas é a LaserLeap, que trabalha em tecnologias para administrar medicamentos através da pele, e que lidera um projeto, em parceria com várias instituições, através do qual procura desenvolver uma terapia fotodinâmica para ‘atacar’ o novo coronavírus numa fase precoce de contágio.
A terapia, normalmente usada para combater bactérias ou células cancerígenas, consiste na junção de luz, medicamento e oxigénio, recorrendo a esta técnica para combater o vírus onde ele normalmente está em grande quantidade numa fase precoce de contágio – no nariz.
“Esta metodologia pode ser usada em diferentes situações. A situação mais interessante é em conjunção com um teste rápido, que se faz em alguém que se está a rastrear e dá positivo numa fase muito precoce de contágio”, disse à agência Lusa o administrador da LaserLeap, Carlos Serpa.
Outra das situações em que a metodologia poderá ser aplicada é “num hospital, com uma pequena dose para pessoas que estão em grande risco, ou, por exemplo, num lar”, apontou.
A tecnologia não é invasiva e poderá permitir “baixar muito a carga viral ou mesmo não deixar progredir o contágio”, salientou.
Os resultados dos testes feitos em laboratórios do Centro de Neurociências e Biologia Celular e na Faculdade de Medicina “têm sido positivos”. Há já condições para avançar com ensaios clínicos, mas falta o financiamento para arrancar essa fase, referiu Carlos Serpa.
Já a EcoX, empresa fundada em 2016 e que trabalhava na transformação de óleo alimentar usado em produtos de limpeza, decidiu direcionar o seu conhecimento para a criação de desinfetante, assim que chegou a pandemia.
“Já tínhamos o ‘know how’ na transformação e valorização do óleo usado para produtos de limpeza. Porque não utilizar esse ‘know how’ para alargarmos também aos produtos desinfetantes? Foi isso que fizemos. Pegámos no óleo e num processo de biotransformação e conseguimos valorizar o óleo com agentes bioativos com capacidade de inativar o vírus, mas também outros micro-organismos como bactérias e fungos”, afirmou um dos sócios fundadores da empresa, César Henriques.
A empresa já criou um multi-superfícies desinfetante e álcool gel e está a terminar os testes de bioatividade, esperando chegar ao mercado até ao final do ano.
Na Figueira da Foz, a Streak, especializada em soluções de automação industrial e controlo, já estava a desenvolver em 2019, antes da pandemia, um equipamento com recurso a ultravioletas para esterilização do ar e superfícies, na altura a pensar nos problemas relacionados com bactérias multirresistentes em contexto hospitalar.
O produto, denominado Purehybrid, distingue-se por ser um único equipamento que permite fazer esterilização do ar e das superfícies ao mesmo tempo, contou à Lusa o gestor de projetos da Streak, Peter Santos, realçando que no modo de esterilização apenas do ar é permitida a presença de seres humanos na sala.
“Podemos ter a opção de esterilizar só o ar, ou o ar e a superfície”, com uma dose produzida pelo equipamento 15 vezes superior à necessária para eliminar o novo coronavírus, aclarou.
A Streak espera poder comercializar o equipamento no final de março.
A empresa está também a desenvolver produtos mais pequenos e mais baratos, que poderão ser utilizados em restaurantes ou hotéis, por forma a “minimizar os riscos de transmissão do vírus”, realçou.
De um amaciador para dar propriedades antivíricas à roupa, a um produto para tratamento de doentes graves com covid-19, várias empresas incubadas no IPN estão a desenvolver soluções para ajudar no combate à pandemia.
Perto de 100 passageiros foram considerados prioritários pelo Governo, porque tinham necessidade de regressar por razões de saúde, problemas familiares ou financeiros.
O avião da TAP que transportava 300 passageiros oriundos do Brasil aterrou ao início da manhã no aeroporto de Humberto Delgado, em Lisboa. Os passageiros têm de apresentar à chegada um comprovativo de realização de teste à Covid-19.
De acordo com o Governo, perto de 100 passageiros foram considerados prioritários, porque tinham necessidade de regressar por razões de saúde, problemas familiares ou financeiros.
O voo humanitário foi organizado pelo Executivo, numa altura em que os voos entre Portugal e o Brasil continuam suspensos até 16 de março.
O Governo já admitiu realizar outro voo humanitário entre Portugal e o Brasil, caso haja mais passageiros em situação prioritária que não conseguiram lugar neste voo da TAP.
Pauleta vai substituir Ricardinho, que está lesionado, na convocatória da seleção portuguesa de futsal para os encontros com a República Checa, de qualificação para o Euro2022, anunciou hoje a Federação Portuguesa de Futebol.
O capitão da seleção lusa falhou o último encontro do seu o clube, os franceses do ACCS Futsal, e também não será opção para os jogos com os checos, no qual será substituído por Pauleta, do Sporting, com a concentração da equipa das 'quinas' a iniciar-se hoje.
Ricardinho é a segunda grande baixa para estes encontros, depois de Cardinal se ter lesionado com gravidade, devendo ficar afastado da competição durante oito a 10 meses, devido a uma rotura do tendão de Aquiles.
Devido às condicionantes causadas pela pandemia de covid-19, os dois encontros com a República Checa vão ser jogados em Lodz, na Polónia, em 06 e 09 de março.
Os oito vencedores dos grupos e os seis melhores segundos classificados juntam-se aos anfitriões Países Baixos na fase final, entre 19 de janeiro a 06 de fevereiro de 2022, enquanto os restantes dois segundos classificados disputam um 'play-off', de 14 a 17 de novembro de 2021, para definir a outra vaga.
Na campanha de apuramento, Portugal, campeão europeu em título, ainda defrontará no grupo 8, a Noruega, num duplo compromisso em abril, com os noruegueses a disputarem ambos os jogos fora, devido à pandemia de covid-19.
Após duas jornadas, a República Checa lidera o grupo, com seis pontos, seguida de Portugal, com quatro, e da Polónia, com um, enquanto a Noruega tem zero pontos, por ter falhado os dois jogos em casa dos checos e ter sido penalizada com duas derrotas por 5-0.
Lista de 14 convocados:
- Guarda-redes: Edu (Valdepeñas/Esp) e Vítor Hugo (Sporting de Braga).
- Fixos: André Coelho (FC Barcelona/Esp) e João Matos (Sporting).
- Alas: Bruno Coelho (ACCS Futsal/Fra), Miguel Ângelo (Sporting de Braga), Pany (Sporting), Pedro Cary (Leões Porto Salvo), Pauleta (Sporting) e Tiago Brito (Benfica).
- Universais: Afonso (Benfica), Erick (Sporting) e Fábio Cecílio (Benfica).
Consultas telefónicas, receituário por 'e-mail', vigilância a doentes e sobrecarga de trabalho burocrático são as marcas da pandemia no Centro de Saúde das Caldas da Rainha, cujos médicos fazem medicina de prioridades e levam trabalho para casa.
José Eduardo Jesus, 61 anos, é o primeiro na fila de quatro pessoas que aguardam a abertura da Unidade de Saúde Familiar (USF) Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, onde às 08:00 tem marcada "uma consulta normal, de acompanhamento".
Normal, passou a ser, em tempos de pandemia de covid-19, que à entrada o espere Leandro Sousa, enfermeiro escalado nesse dia, para fazer a primeira hora da "gestão de entradas", munido de um termómetro e de um borrifador para desinfetar as mãos de quem entra.
Este é o novo normal que, rotativamente, toca a todos os enfermeiros da USF, entre muitas outras tarefas que a pandemia trouxe a quem trabalha na unidade coordenada por Paula Oliveira, de medicina geral e familiar.
"Nós [médicos] não tirámos o curso para avaliar pessoas pelo telefone", afirmou, sentada no gabinete onde, desde o início da pandemia, há um ano, enfrenta a "grande sobrecarga de trabalho burocrático" sentida, sobretudo, na terceira vaga da doença.
Em finais de janeiro, a USF tinha em vigilância "mais de 200 pessoas" infetadas ou em isolamento, refletindo-se num dos maiores picos de trabalho para os médicos de família que fazem "o acompanhamento telefónico diário, incluindo aos fins de semana ou datas festivas como o Natal".
A rotina desta profissional implica agora "chegar de manhã, atualizar a plataforma 'Trace-covid', distribuir os novos casos pelos médicos de família", fazer escalas para acompanhamento daqueles que não têm médico de família e distribuir por outros os doentes dos médicos afetos ao ADR Comunitário (Área de Doenças Respiratórias), para onde são normalmente encaminhados os casos suspeitos.
A braços com uma plataforma "complicada e muitas vezes sobrecarregada", nesta USF os médicos optaram por criar um ficheiro Excel, no qual inscrevem todos os utentes a seguir.
"Sabemos quais são os que inspiram mais cuidados e a esses tento ligar sempre de manhã, a saber como passaram a noite", contou Paula Oliveira, acrescentando que, depois, faz "algumas consultas gerais", no intervalo das quais contacta mais alguns utentes em vigilância, antes de regressar às consultas e restantes tarefas diárias.
Nota-se um enorme acréscimo de contactos por 'e-mail', seja para dúvidas em relação a sintomas, pedidos de receita ou pedidos de exame", explicou a coordenadora da USF, somando a reposta a estes pedidos ao rol das tarefas diárias dos médicos.
Pelo meio, mais uns telefonemas para saber se os utentes infetados ou em isolamento precisam de "certificado de incapacidade temporária, se têm apoio para não terem de sair de casa, para informar sobre juntas de freguesia que prestam apoio e farmácias que levam medicamentos a casa ou para dar altas clínicas", relatou a médica.
Acresce, por cada telefonema, a azáfama de "preencher todos os dados na plataforma, passar as baixas, as altas, as receitas, os exames...". Por isso, na maior parte dos dias, "priorizam-se os contactos, ficando os menos urgentes para fazer em casa, no final do dia, já fora das horas de trabalho", sublinhou a médica.
No pico da terceira vaga, a coordenadora da USF chegou a "contactar doentes às 22:00", tal como acontece com outros colegas que telefonam de casa e dos telemóveis pessoais.
"Há sobrecarga dos telefones fixos do Centro de saúde, que só tem uma central que não conseguia dar resposta e teve que ser remodelada, além de que já há pessoas que não atendem números privados", afirmou, ilustrando o dia a dia de quem anda há um ano "a fazer medicina de prioridades".
Do outro lado do corredor Isabel Ramos alterna estas rotinas com consultas presenciais, entre as quais o seguimento de hipertensos e diabéticos e a área materno-infantil, "focada nas idades mais importantes, para que não interrompam a vacinação, por exemplo".
Entre a consulta da pequena Matilde e a do bebé Afonso, explicou à Lusa que todos os dias responde a "dezenas de 'e-mails'", uma forma de comunicação que acredita que "irá ficar para futuro" e a que reconhece algumas vantagens.
A par com os "cerca de 20 telefonemas por dia", no âmbito da vigilância covid-19, esta médica adotou como prática corrente telefonar aos doentes que não vão à USF há muito tempo, "sobretudo os idosos, que ficam muito contentes e sentem que não estão abandonados".
Já em relação àqueles que não são os seus doentes, admitiu não ser "fácil avaliar por telefone" pessoas desconhecidas, ficando muitas vezes a dúvida, perante os sintomas descritos: "Será que fiz bem? Será que devia ter enviado para o hospital?", questionou-se. E por isso, frequentemente, faz "mais um telefonema ao final do dia, ou ao fim de semana", já para não falar "nos dias de Natal e de passagem de ano".
"Damos mais horas, é muito mais cansativo e o que sabemos é que entramos às 08:00 e saímos quando calha", disse, convicta de que a pressão vai manter-se quando a pandemia aliviar e "surgirem muitas pessoas ávidas de vir à consulta".
Enquanto isso, na USF a pandemia continua a fazer rodar profissionais pelas tarefas do novo normal.
Leandro Sousa, que, entretanto, passou o termómetro e o borrifador a outra enfermeira, está de volta às funções de sempre, tratando de um doente que à entrada lhe segredou: "Eu já tive covid, eu e a mulher, a miúda escapou".
"Tivemos de nos adaptar a novas rotinas de funcionamento, mas tudo se faz", garantiu o enfermeiro que, a par com a atividade assistencial tem colaborado no apoio à ADR e na vacinação contra a covid-19 em lares.
A coordenadora confirmou: "tudo se faz". Em 2020, apesar da pandemia, realizaram-se na USF 70 mil consultas, 60% das quais presenciais e que abrangeram 11 mil dos 14 mil utentes inscritos.
A diferença relativamente ao período pré-pandemia é que "ao fim do dia se fecha o cacifo com "a sensação de que fica sempre alguma coisa por fazer. Acorda-se de noite a pensar se nos esquecemos da tarefa x, do doente que nos ligou, da baixa que não passámos, se passámos a declaração de alta ou se o doente recebeu o 'e-mail", rematou Paula Oliveira.
A saúde mental saiu a perder em todo o mundo devido à pandemia de covid-19, com estudos em vários países a refletirem o aumento dos índices de medo, ansiedade e depressão nas suas populações.
Na Argentina, país que teve a maior quarentena em todo o mundo, cerca de oito meses, um estudo da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires concluiu que o confinamento afetava a saúde mental de 80,3% dos argentinos.
Entre os transtornos mais visíveis devido ao confinamento prolongado na Argentina, apareciam o medo, a ansiedade e a depressão.
A seguir, apresenta-se a situação nalguns países.
Alemanha
Um estudo recente, conduzido pela Universidade de Saarland, indica que a satisfação com a vida do dia-a-dia diminuiu significativamente. Os investigadores analisaram as consequências psicológicas e sociais do último ano em 1.500 homens e mulheres, concluindo que "as preocupações, o stress e o estado depressivo aumentaram".
Durante o primeiro confinamento, os participantes neste estudo revelaram uma noção de "proximidade da sociedade", revelou a investigadora Dorota Reis à agência de notícias alemã DPA, acrescentando que agora avaliam os comportamentos como "bastante egoístas e distanciados".
Também um novo estudo em mais de mil crianças, entre os sete e os 17 anos, levado a cabo pela Universidade Médica de Hamburg-Eppendorf, indica que o stress e as privações durante a pandemia de covid-19 estão a afetar a saúde mental, especialmente entre as famílias mais carenciadas.
As conclusões revelam que uma em cada três crianças alemãs sofre de ansiedade, depressão ou apresenta sintomas psicossomáticos como dores de cabeça ou de estômago.
Também os pedidos de ajuda e aconselhamento telefónico aumentaram. A linha "Nummer gegen Kummer" (Linha contra o luto, em tradução livre) recebeu, no ano passado, 33 mil chamadas, o triplo das recebidas em 2019. Os pedidos de ajuda prendem-se com situações de stress agudo, incerteza na forma de cuidar das crianças, excesso de tarefas e frustração.
Argentina
O país teve, durante 2020, o mais prolongado e estrito isolamento social do mundo.
Na região metropolitana de Buenos Aires, que compreende a capital e dez municípios ao redor, a quarentena durou 233 dias, quase oito meses. Começou em 20 de março e terminou em 09 de novembro.
Em julho, um estudo da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires, concluiu que o confinamento afetava a saúde mental de 80,3% dos argentinos. Entre os transtornos mais visíveis devido ao confinamento prolongado, apareciam o medo, a ansiedade e a depressão.
A Argentina é um dos países onde as pessoas mais recorrem a psicólogos. Não fazer terapia é pouco habitual mas, durante a quarentena, os profissionais de saúde mental também ficaram proibidos de dar consultas.
Somente em setembro, seis meses depois de quarentena, os habitantes de Buenos Aires puderam ter atendimento médico e fazer exames, algo que estava restrito aos casos urgentes.
Os tratamentos de reabilitação só voltaram em outubro.
"Os argentinos estavam exaustos. O cansaço social depois de quase oito meses chegou ao limite. A fase racional da quarentena já tinha acabado no final de abril. O que veio depois foi irracional", disse à agência Lusa o consultor em opinião pública, Jorge Giacobbe, que mediu mensalmente a aprovação e reprovação da chamada "quarentena eterna".
Quando a quarentena terminou, a Argentina era o nono país com mais casos no mundo, mesmo quando era um dos países que menos testes fazia. Em número de mortos em relação a sua população, a Argentina ocupava o 8.º lugar, numa evidência de que a chamada "quarentena eterna" tinha sido exagerada e tinha fracassado.
No dia 17 de fevereiro de 2021, na cidade de Buenos Aires, a crianças começaram a, gradualmente, voltar às aulas presenciais. Na próxima segunda-feira, dia 01 de março, recomeçam as aulas na região metropolitana, depois de um ano inteiro sem aulas presenciais. As escolas permaneceram fechadas durante um ano letivo inteiro.
O dano psicológico nas crianças é o mais acentuado. A saúde mental mais afetada foi nas crianças.
Na área periférica à capital argentina, as crianças não puderam ir às praças e jardins para brincar até agosto, mantendo um confinamento de cinco meses.
Nessa altura de setembro, oito em cada dez jovens estava em depressão. Seis em cada dez argentinos tinham a sua saúde mental afetada, segundo a Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires.
Na cidade de Buenos Aires, as crianças só puderam sair de casa depois de 100 dias de confinamento.
No começo, apenas no final de semana, no sábado ou no domingo com um dos pais, por apenas uma hora e num raio de 100 metros ao redor do domicílio.
Depois, foi permitido no sábado e no domingo, por uma hora, com os dois pais.
Bélgica
Segundo um estudo divulgado em janeiro pelo Gabinete Federal de Planeamento, um organismo governamental belga, com base num inquérito de dezembro de 2020, no pico da segunda vaga e com novas medidas de confinamento em vigor desde outubro, "a saúde mental dos belgas deteriorou-se".
O inquérito revelou que 64% das pessoas com mais de 18 anos "estão insatisfeitas com os seus contactos sociais, quase o dobro da percentagem em setembro de 2020".
Por outro lado, 40% dos inquiridos sentem pouco apoio social, um valor que aumentou em quase um terço desde o verão.
Por outro lado, as perturbações de ansiedade e depressivas seguem um padrão em forma de U: em junho de 2020, cerca de 22% da população referiu uma destas perturbações, tendo sido registado um recuo para cerca de 16% no verão e no outono, a que se segue nova subida para os 22% iniciais.
"Ao longo da crise, é evidente uma consistência surpreendente: mais de sete em cada dez pessoas, uma proporção muito elevada, queixam-se de perturbações do sono", segundo o mesmo estudo.
Os números, salientam os peritos em saúde pública, confirmam ainda que "as pessoas do escalão etário 18-24 anos, as pessoas isoladas com ou sem filhos e os beneficiários da assistência social têm dificuldade em manter a sua saúde mental".
O gabinete -- sem revelar dados -- destaca ainda que "os antidepressivos e os reguladores do humor estão na base do consumo crescente de drogas psicotrópicas reembolsadas".
A Bélgica disponibiliza números gratuitos de apoio, nomeadamente para prevenção de suicídio, e ligações na Internet para páginas com informação e conselhos.
Espanha
A população espanhola sofre mais problemas de saúde mental do que o resto dos europeus, segundo um estudo europeu realizado pela Fundação AXA em Espanha, que também concluiu que 34% deles admitem ter-se sentido mal ou muito mal, a taxa mais alta da amostra internacional, enquanto apenas 20% dizem que o seu humor é bom (a percentagem mais baixa de todo o estudo).
O painel, realizado em Espanha, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Suíça e Bélgica, com quase 6.000 entrevistas, analisou em agosto e setembro o impacto emocional provocado pela crise sanitária.
O estudo da Fundação AXA também indica que os espanhóis são os europeus que mais refletiram sobre o futuro das suas vidas (72% dizem ter refletido sobre o que é importante para o futuro, em comparação com 58% da média europeia) e 41% sentiram que não tinham o controlo sobre as suas vidas.
Por outro lado, 86% das pessoas inquiridas em Espanha disseram que sentiram falta de ter contacto físico com outras pessoas para além do seu círculo familiar.
Até setembro do ano passado e durante a pandemia de covid-19, o número de pessoas com problemas de saúde mental em Espanha triplicou, com 78% dos inquiridos a afirmar que sentiram que os seus níveis de stress tinham aumentado por causa da pandemia.
Oito em dez dos inquiridos confessou que tinham ponderado pedir ajuda profissional para lutar contra os seus problemas emocionais, o que é visto como um "sinal claro" de que esta matéria já não é tabu na sociedade espanhola.
Os resultados do inquérito também mostram uma "profunda desconfiança" em relação à forma como o Governo espanhol conduziu a luta contra a pandemia.
Em contraste, a maioria das pessoas sondadas afirmou que o sistema nacional de saúde esteve à altura da situação durante a crise.
Outro estudo, do Centro de Investigações Sociológicas, publicado no início de novembro de 2020 concluiu que sentimentos como ansiedade, tristeza ou preocupação têm estado presentes nas famílias espanhóis durante a crise de saúde: metade dos inquiridos admitem sentir-se ansiosos (50,6%), preocupados (53,1%) ou tristes (52,4%) por vezes.
Além disso, 29,3% dos inquiridos confessam sentir-se por vezes deprimidos e 40,7% irritados.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a ansiedade e a depressão atingiram mais pessoas, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e várias instituições de saúde mental, acompanhadas pelo aumento de pessoas com pensamentos suicidas.
A instituição Mental Health America (MHA) revelou num relatório deste ano que, em 2020, "mais pessoas relataram pensamentos frequentes de suicídio e automutilação".
"Desde que a pandemia de covid-19 começou a espalhar-se rapidamente em março de 2020, mais de 178.000 pessoas relataram ideação suicida frequente", alerta a MHA, acrescentando que 37% destes relataram ter tido pensamentos suicidas quase todos os dias em setembro de 2020.
Ainda segundo a MHA, entre janeiro e setembro de 2020, mais de 315 mil norte-americanos realizaram testes de ansiedade (uma subida de 93% em relação ao ano anterior inteiro), das quais oito em cada dez pessoas revelaram sintomas moderados a graves, com especial incidência nos jovens entre 11 e 17 anos.
Em relação à depressão, os testes nos EUA também aumentaram em relação a 2019, com oito em cada dez pessoas das 535 mil que realizaram testes de depressão a revelarem sintomas moderados a severos.
Mais de 70% das pessoas que procuraram ajuda por ansiedade ou depressão revelaram que um dos três fatores principais foi a solidão provocada pelo 'lockdown' [confinamento] e medidas de distanciamento social, constatou a MHA.
Segundo uma pesquisa da Kaiser Family Foundation, a pandemia de covid-19 demonstrou um aumento de preocupações e stress que se traduziu em dificuldades em dormir (para 36% dos inquiridos) ou alimentar-se (32%) e no aumento do consumo de álcool ou substâncias (12%).
Em declarações à agência Lusa, Susan Borja, especialista do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, na sigla em inglês), considera que existem muitas medidas novas para ajudar os cidadãos nesta altura.
Entre "grandes e significativas mudanças de políticas" sobre saúde mental nos EUA, a implementação ou reforço de serviços virtuais ou telefónicos de saúde são uma das principais medidas, a par de mudanças na prescrição e administração de medicamentos para pessoas com distúrbios mentais, disse Susan Borja.
França
O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, disse no fim de 2020 que a saúde mental dos franceses se tinha degradado devido à pandemia, com a covid-19 a ter "um impacto psicológico real" na vida dos cidadãos.
"A saúde mental dos franceses degradou-se significativamente entre o fim de setembro e o início de novembro", declarou o ministro.
As autoridades francesas de saúde acompanham desde março de 2020 a evolução da saúde mental dos gauleses, notando um aumento nos estados ansiosos da população especialmente entre quem teve a doença covid-19 ou sintomas, quem está numa situação financeira mais difícil e sem atividade profissional.
Também as mulheres são mais vulneráveis a estados ansiosos e perturbações de sono, assim como os estudantes e os jovens entre os 18 e os 34 anos.
O aumento das depressões e dos estados de ansiedade fez também aumentar o consumo de antidepressivos e ansiolíticos no país. No primeiro confinamento, mais 330 mil pessoas tomaram este tipo de medicamentos.
De forma a combater estes impactos, o Governo criou no início deste ano um cheque-consulta para os estudantes poderem ir ao psicólogo, havendo sempre a possibilidade da escuta telefónica através do número verde de combate à covid-19.
Reino Unido
De acordo com o instituto de estatísticas britânico [Office for National Statistics], as taxas de depressão em adultos duplicaram durante a pandemia de covid-19 para 20%, com maior incidência em mulheres entre os 16 e os 39 anos devido à falta de capacidade para fazer face a despesas.
O stress e a ansiedade foram os sintomas mais referidos por pessoas afetadas por algum tipo de depressão no inquérito publicado em agosto.
Um estudo mais recente da fundação Prince's Trust, publicada em janeiro, revelou que 26% dos jovens com idades entre os 16 e os 25 anos sente-se incapaz de lidar com a situação e metade admitem que a saúde mental deteriorou-se desde o início da pandemia.
O Governo britânico está consciente do problema e reforçou não só o apoio a profissionais de saúde e trabalhadores de assistência social, reconhecendo a pressão adicional durante o último ano, como também nomeou um Embaixador da Saúde Mental para a Juventude.
Alex George, médico de formação e antigo concorrente no 'reality show' "Live Island" foi nomeado no início de fevereiro pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, para aconselhar os políticos e promover as medidas junto dos seus quase dois milhões de seguidores nas redes sociais.
Portugal, Espanha, Bielorrússia, Grã-Bretanha, Suécia, Israel, Eslovénia e Tunísia vão marcar presença na prova prevista para os dias 15, 16, 17 e 18 de julho deste ano.
Já são oito os países com presença confirmada no Campeonato do Mundo de Velocidade de Juniores e Sub-23, que vai ter o Centro de Alto Rendimento (CAR) de Montemor-o-Velho como palco, entre os dias 15 e 18 de julho deste ano. Além de Portugal, a competição conta também com as inscrições das seleções de Espanha, Bielorrússia, Grã-Bretanha, Suécia, Israel, Eslovénia e Tunísia.
A organização da prova, que, “em termos numéricos, é a maior da canoagem mundial”, perspetiva receber 60 países e cerca de 1.500 atletas dos dois escalões. Apesar dos tempos ainda serem de muitas incertezas provocadas pela pandemia de Covid-19, a canoagem mundial dá um sinal de esperança, com os países a assumirem, desde já, a vontade de marcar presença numa grande competição internacional.
De sublinhar que Portugal recebe pela segunda vez um Campeonato do Mundo de Velocidade de Juniores e Sub-23, repetindo a organização levada a cabo em 2015. Segundo o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, trata-se de “um bom indicador da vontade dos países na participação no nosso Mundial”, com Vítor Félix a defender que as inscrições já concretizadas “podem contribuir para o sucesso da organização”, logo sublinhando que “a excelência organizativa é algo que Portugal tem habituado quem nos visita”.
Entretanto, na quinta-feira, a antiga torre de chegada do CAR de Montemor-o-Velho foi demolida, assumindo-se esta ação como um passo fundamental para o futuro da canoagem portuguesa. Segue-se, agora, a construção da nova infraestrutura, que vai reforçar a excelência daquele equipamento desportivo de âmbito internacional. Importa lembrar que a construção da nova torre de chegada já estava prevista para 2018, ano em que Montemor-o-Velho recebeu o Mundial de Velocidade e Paracanoagem. Depois do Campeonato do Mundo de Velocidade e Paracanoagem de 2018, o Mundial de Juniores e Sub-23, em 2021 assume-se como o início de um novo ciclo de competições internacionais no CAR de Montemor-o-Velho. De referir que a Federação Portuguesa de Canoagem é, neste momento, uma das candidatas à organização, em 2023, do Campeonato da Europa de Velocidade de Juniores e Sub-23, prova que, em 2012, também teve lugar em Portugal.
Duas toneladas de ameijoa japonesa e vários artigos de roupa e calçado de marca contrafeita foram apreendidos em Alcochete, num valor total de 20.000 euros, anunciou hoje a GNR.
A operação, desencadeada pelo Comando Territorial de Setúbal, ocorreu no sábado, nas localidades de Samouco e Alcochete.
Os militares do Destacamento do Montijo atuavam no âmbito da fiscalização das medidas impostas para o estado de emergência, devido à pandemia de covid-19, e do controlo da apanha de bivalves no estuário do Tejo, em que detetaram várias pessoas.
Foram igualmente apreendidos 33 quilogramas de ostras e material usado na apanha de bivalves.
Um auto de notícia por contrafação foi remetido para o Tribunal Judicial de Montijo.
"Foram ainda identificadas 58 pessoas por violação das medidas covid-19, tendo sido elaborados os respetivos autos de contraordenação por violação da limitação de circulação entre concelhos", revelou a GNR, em comunicado.
Um auto de notícia por contrafação foi remetido para o Tribunal Judicial de Montijo.
Também a Unidade de Controlo Costeiro apreendeu 14.163 quilogramas de amêijoa japonesa, com um valor estimado de 141. 488 euros, no concelho de Montemor-o-Novo.
Nesta ação de fiscalização foram identificados dois homens de 26 e 41 anos, que transportavam os bivalves num veículo pesado de mercadorias, sem as medidas mínimas exigíveis e sem documento de registo de moluscos e bivalves vivos, "documento essencial para determinar a proveniência e a qualidade em termos higienossanitários".
Os bivalves foram devolvidos ao habitat natural.
A GNR alertou que, para se garantir a sustentabilidade do pescado e do setor, é importante que todos, desde o consumidor ao pescador, "percebam a vulnerabilidade deste tipo de espécies", sendo da "máxima importância" a captura e comercialização deste recurso, dentro das medidas regulamentares.
O Sporting igualou hoje o seu recorde de invencibilidade a abrir uma época da I Liga portuguesa de futebol, estabelecido em 1981/82, ao empatar 0-0 no terreno do FC Porto, em encontro da 21.ª jornada.
Há 39 anos, sob o comando do inglês Malcolm Allison, os 'leões', que tinham um ataque constituído por Manuel Fernandes, António Oliveira e Rui Jordão, chegaram invictos ao final da 21.ª ronda, registo que os comandados de Rúben Amorim replicaram.
Nas primeiras 21 jornadas do campeonato nacional de futebol da primeira divisão de 1981/82, o Sporting somou 15 vitórias e seis empates, com 47 golos marcados e 16 sofridos.
Os 'leões' cederam quatro empates caseiros, com Belenenses (2-2, à primeira jornada), Boavista (3-3, à sétima), Vitória de Guimarães (2-2, à 11.ª) e Sporting de Espinho (1-1, à 21.ª), e dois fora, com Benfica (1-1, à oitava) e Rio Ave (0-0, à 14.ª).
Quase quatro décadas volvidas, o Sporting está ainda melhor, pois apenas cedeu quatro igualdades, duas em casa, frente a FC Porto (2-2, à quarta ronda) e Rio Ave (1-1, à 14.ª), e outras tantas como visitante, perante o Famalicão (2-2, à nona) e hoje no terreno dos campeões nacionais (0-0, na 21.ª).
O 'nulo' no clássico de ontem, naquele que foi também o primeiro encontro que ficou em 'branco', permitiu aos 'leões' manterem os 10 pontos de vantagem sobre os 'dragões'.
Em 1981/82, o Sporting perdeu na visita ao FC Porto, por 2-0, num encontro da última jornada do campeonato, no Estádio das Antas, no Porto, ao qual chegou já como campeão.
Na primeira volta do atual campeonato, 'leões' e 'dragões' também se equilibraram, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, onde o Sporting marcou primeiro, por Nuno Santos, permitiu a reviravolta (Uribe e Corona), e 'salvou-se' perto do fim, com um tento de Vietto.
Os comandados de Rúben Amorim podem bater o seu recorde de invencibilidade na receção ao Santa Clara, na sexta-feira, em jogo da 22.ª jornada.
Em 1981/82, o 'onze' de Malcolm Allison 'caiu' precisamente à 22.ª ronda, ao perder por 2-1 no Estádio do Bessa, em 20 de março de 1982: Coelho 'bisou' para os 'axadrezados', aos 12 e 42 minutos, com Lito a marcar para os 'leões', aos 34.
Após esse desaire, o Sporting ainda ficou com mais cinco pontos -- as vitórias só valiam dois - do que o Benfica, que bateria em casa na jornada seguinte por 3-1, com um 'hat-trick' de Jordão (18, 65 e 78 minutos), os dois primeiros de penálti.
Depois, os 'leões' não venceram nas três rondas seguintes -- 0-2 em Portimão, 2-2 com a União de Leiria e 0-0 em Guimarães -, mas recompuseram-se: ganharam 3-0 ao Amora e 'selaram' o cetro à 28.ª e penúltima ronda, com um novo 3-0, no Estoril.
Dois golos de Manuel Fernandes e um de Jordão confirmaram o 16.º título nacional dos 'leões', que, depois disso, só arrebataram mais dois campeonatos, em 1999/2000 e 2001/02.
Agora, 19 anos depois, o Sporting, de Rúben Amorim, superou o segundo melhor registo da história do clube a abrir um campeonato, obtido por Jorge Jesus, em 2017/18: 15 vitórias e cinco empates nas primeiras 20 rondas.
Os melhores registos do Sporting sem derrotas a abrir campeonatos:
Esta sessão de colheitas vai decorrer no âmbito da comemoração do Dia Nacional do Dador de Sangue que todos os anos acontece no dia 27 de Março, por determinação do Conselho de Ministros.
A brigada agendada para o dia 26 no Posto Fixo sem fica sem efeito.
A entrada para o salão é efetuada pela porta das traseiras, virada para a nova Junta de Freguesia (Rua Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Aveiro, com Rua de Santa Maria da Feira).
Alerta-se para o o rigoroso cumprimento das medidas de segurança emanadas pela DGS.
A vida só tem um sentido, e o único sentido que a vida tem é quando investimos nossa vida na vida dos outros, ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa, a luta do colectivo.
Esta é a missão da ADASCA: lutar pelo respeito integral da pessoa do dador de sangue, na construção contínua da cidadania e da justiça social. Unidos os objectivos se tornam mais fáceis de alcançar.
O compromisso primordial da ADASCA é estar ao lado dos dadores de sangue, pela defesa dos seus direitos, para que a justiça social nesta área seja uma realidade. Não somos melhores. Nem piores. Somos iguais a nós próprios. Melhor é a nossa causa em prol da dádiva de sangue.
Mais uma edição do Boletim InfoADASCA vem a público, desta vez todo ele dedicado à comemoração do Dia Nacional do Dador de Sangue, que acontece no dia 27 de Março.
Mais uma vez a poesia vem dizer o que pensa sobre o dador de sangue, e por sua vez a dádiva, acto simples, mas, imprescindível para salvar vidas, muitas delas que nem conhecemos ou ouvimos falar.
Para a ADASCA comemorar este dia, com os dadores à distância não faz grande sentido, o mesmo acontece com o Dia Mundial do Dador de Sangue.
Com o passar dos anos tudo mudou, melhor, tudo acabou, vai-se lá saber porquê e com que interesse. Elogia-se o dador na sua presença, mas, na sua ausência, faz-se votos para que não incomode, não chateie…
Os habituais discursos, os mesmos bota palavra, mais preocupados com os sapatos, fato e com a gravata, registo fotográfico para as redes sociais, claro, também para alguma imprensa que vai dando cobertura aos vaidosos.
Inventam uns problemas, propõem umas sugestões, assim se passou mais uma comemoração. O que importa sãos discursos bonitos, frases feitas, palmadinhas nas costas, umas maledicências visando aqueles que não alinham com a hipocrisia que reina no mundo da dádiva de sangue. De facto, em nome dos dadores diz-se tudo, vale tudo, sem que estes tenham conhecimento.
Catolicismo atingiu na edição de janeiro 70 anos no bom combate pela causa católica, sob a constante proteção de Maria Santíssima. Ela nos deu ânimo durante essas sete décadas de luta; e ao mesmo tempo que agradecemos sua excelsa proteção, suplicamos que mantenha sempre as bênçãos de Deus para nossas futuras edições, como também proteja e ilumine todos os nossos leitores, doadores e colaboradores.
Alguns leitores, dentre os que pretendem identificar-se como ‘politicamente corretos’, certamente não compartilham nossas posições nem apreciam Catolicismo. Bem diversa desses opositores é a posição dos que têm a coragem de enfrentar ventos e marés, contra a avalanche de opiniões vulgarmente divulgadas pela maioria da mídia contemporânea. O que proclamamos em alto e bom som, para os nossos leitores, é um elevado ideal de fidelidade católica, que não se identifica nem se confunde com o da maioria dos meios de comunicação.
Somos conhecidos como sendo aqueles da ‘revista das verdades esquecidas’. De fato se aplica a nós a auréola de difusores das verdades esquecidas, como também das virtudes esquecidas: procuramos relembrar e realçar todos esses ‘esquecimentos’, que são indignos de autênticos católicos; procuramos difundir o acatamento à moral católica; procuramos dilatar o amor às verdades pregadas pelo Divino Salvador; procuramos arrancar com destemor a máscara do esquerdismo camuflado dentro da Igreja e nos meios católicos.
Tal programa não agrada aos ‘politicamente corretos’, ansiosos por encontrar apoio no que todo mundo fala, todo mundo aplaude. Não o encontram em nós, pois não somos nem pretendemos ser um eco repetidor de falsas ideologias, vulgaridades, contestações infundadas. Nossa defesa destemida se aplicou e se aplica sempre aos princípios católicos.
Catolicismo é um órgão de combate contra-revolucionário: sem relativismos entreguistas; inteiramente independente; sem vinculação com interesses escusos. Nosso único compromisso é com o Magistério tradicional da única Religião verdadeira — a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Não é por outra razão que não fazemos publicidade comercial, contamos somente com o apoio financeiro de doadores e a generosidade dos nossos colaboradores e assinantes.
Exatamente há 70 anos, na primeira edição de Catolicismo (Janeiro/1951 – Vide: http://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0001/P01.html), Plinio Corrêa de Oliveira (nosso inspirador e principal colaborador) definiu nosso objetivo, nosso ideal contra-revolucionário, em seu primeiro artigo para Catolicismo:
“É esta nossa finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval. Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os cruzados marcharam para Jerusalém. Porque, se nossos maiores souberam morrer para reconquistar o Sepulcro de Cristo, como não querermos nós, filhos da Igreja como eles, lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo Sepulcro do Salvador, isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para O amarem eternamente?”.
Cinco anos depois desta definição, nosso inesquecível colaborador aprofundou em outro artigo o objetivo de Catolicismo, com sua linguagem sem relativismos, e sempre reafirmando o ‘princípio de contradição’ (pelo qual ‘o sim é sim e o não é não’), segundo o ensinamento do Evangelho: “Seja vossa linguagem sim, sim; não, não” (Mt 5, 37).
Como marco dos nossos 70 anos de existência, reproduzimos a seguir as partes mais significativas desse brilhante artigo, transcrito da edição de dezembro de 1955. Serve também esta publicação para relembrar e reassumir ante os nossos leitores o compromisso de meticulosa fidelidade à ortodoxia católica.
Da Redação de Catolicismo
A LINGUAGEM “SIM SIM, NÃO NÃO”
Plinio Corrêa de Oliveira
Nós, diretores, colaboradores e leitores de Catolicismo, nos preparamos para acercar-nos do santo presépio. Queremos meditar as lições que dele decorrem, robustecer nossas vontades nas graças que dele promanam, alentar nossos corações na alegria de que é ele fonte imperecível.
Quis a Providência que o Menino Jesus recebesse a visita de três sábios — que, segundo uma venerável tradição, eram também reis — e alguns pastores. Como se apresentaram eles? Bem caracteristicamente como eram. Os pastores lá foram levando seu gado, sem passar antes por Belém para uma toilette que disfarçasse sua condição humilde. Os Magos se apresentaram com seus tesouros –– ouro, incenso e mirra –– sem procurar ocultar sua grandeza, que no entanto destoava do ambiente supremamente humilde em que se encontrava o Divino Infante.
A piedade cristã, expressa numa iconografia abundantíssima, entendeu durante séculos, e ainda entende, que os Reis Magos se dirigiram para a gruta com todas as suas insígnias. Quer isto dizer que ao pé do presépio cada qual se deve apresentar tal qual é, sem disfarces nem atenuações. Pois há lugar para todos, grandes e pequenos, fortes e fracos, sábios e ignorantes. É questão apenas, para cada qual, de conhecer-se para saber onde se pôr junto de Jesus.
Que lugar ocupa a revista Catolicismo?
Ora, o que é Catolicismo? Qual seu lugar na Casa de Deus? Respondendo a esta pergunta, teremos encontrado nosso próprio lugar junto a Jesus.
Sabemos que os Anjos no Céu, distribuídos nos nove coros, contemplam diretamente a essência divina, em cuja riqueza infinita cada qual vê mais nitidamente certas perfeições. Na Igreja dá-se um fato análogo. As Ordens e Congregações Religiosas têm, em geral, seu espírito próprio, seu feitio, sua escola de santificação. E por isto cada qual contempla e imita mais especialmente certas perfeições do Divino Redentor.
Este fato tem sua repercussão na vida espiritual dos fiéis. Percorrido pelas mais variadas e fecundas correntes de espiritualidade, nascidas de Ordens Religiosas ou de santos dos mais variados estados, distribui-se o laicato em grandes famílias espirituais, de contornos mais precisos ou menos, cuja vitalidade se identifica com a própria vitalidade religiosa de um povo. Congregados Marianos, Filhas de Maria, Acistas, Terceiros Carmelitas, Franciscanos, Dominicanos, Norbertinos, Servitas, Oblatos Beneditinos, Cooperadores Salesianos e tantos outros representam apenas o ponto de cristalização mais visível dessas diversas correntes. De fato, o espírito de Santo Inácio, como o de São Domingos, São Bento, São Francisco, São João Bosco e demais santos, sopra ainda muito mais largamente em toda a Cristandade, dotando-a de uma diversidade maravilhosamente harmoniosa.
Os fatos espirituais, por sua vez, geram consequências no terreno do apostolado. E assim vemos na Igreja militante uma admirável variedade de obras apostólicas que agem cada qual com meios peculiares, falam aos homens uma linguagem própria e se articulam explícita ou tacitamente com as demais, para a realização do Reinado de Jesus Cristo sobre a Terra.
Era necessário que assim fosse. Pois os homens, Deus os cria muito diversos entre si, com necessidades, aspirações e vias muito pessoais. As verdades que mais tocam a uns não são sempre as que mais facilmente movem ou esclarecem a outros.
Poderíamos comparar o conjunto das obras católicas de um país a um imenso carrilhão, em que cada sino emite um som próprio, seja ele grave, solene, possante, seja cristalino, álacre, juvenil. Do fato de tocarem todos resulta a harmonia do conjunto. No imenso carrilhão das obras de apostolado no Brasil, qual o papel de Catolicismo?
O princípio de contradição representado pela mirra
Nesse gigantesco esforço de construção, qual a nossa parcela de colaboração? Ajoelhados aos pés do Menino Jesus, na visita de Natal, todos Lhe oferecem seus presentes: educadores, missionários, oradores, dirigentes de obras, terão frutos positivos a Lhe oferecer. Enquanto tantos se Lhe apresentarão com as mãos cheias de ouro e incenso, o que Lhe daremos nós? Uma coleção de publicações. Nessa coleção, o que há? Se cada palavra contendo boa doutrina, por mais modesta que seja, tem aos olhos da misericórdia divina o valor do ouro e Lhe é agradável como incenso, por certo há muitos grãos de incenso e ouro em nossas páginas. Mas também há muita mirra. Do que, aliás, sentimos alegria, já que o Evangelho conta que os Reis Magos levaram ao presépio não só ouro e incenso, mas também mirra.
Há verdades que aos homens impressionam como o ouro. Há outras que lhes são suaves e perfumadas como o incenso. Quanto à mirra, é mais modesta. A raiz etimológica dessa palavra se relaciona com o vocábulo ‘mur’, que em árabe quer dizer ‘amargo’. Os especialistas descrevem a mirra como uma resina gomosa, em forma de lágrima, dotada de gosto amargo, aromática, vermelha, semi-transparente, frágil e brilhante. Seu odor é agradável, mas um pouco penetrante. Como se vê, tem ela a beleza discreta, austera e forte do sangue. E seu perfume é o da disciplina e da sobriedade.
Diríamos que no campo ideológico a grande verdade representada pela mirra é o princípio de contradição, pelo qual o sim é sim e o não é não. Todas as outras são ouro e incenso, mas só valem se apreciadas num ambiente perfumado pela mirra. E é desta mirra que largamente – muito, muito largamente – necessita o Brasil.
Não se confunda o princípio de contradição, que é a quintessência da lógica, da coerência, da objetividade, com o espírito de contradição. Este é um vício que resulta do prazer jactancioso de contrariar o próximo: é volúvel, e faz do sim o não, e do não o sim, conforme convenha à posição arbitrariamente tomada de momento.
Somos um povo que tem o defeito de suas qualidades. Propensos habitualmente a tudo que é bom, infelizmente não somos ao mesmo tempo infensos a tudo quanto é mau. Em geral os outros povos, quando amam uma verdade, odeiam o erro que lhe é contrário. E reciprocamente, quando amam o erro detestam a verdade que a ele se contrapõe. Em última análise, é pelo jogo desse princípio que se explicam as grandes fidelidades, como as grandes apostasias. Na psicologia do brasileiro, o ódio explícito e declarado à verdade e ao bem é raro. Neste sentido somos um dos melhores povos da Terra. Mas quando se trata, para nós, de deduzir do amor à verdade e ao bem uma atitude militante contra o erro e o mal, o caso é outro. E no fundo isto se dá porque o princípio de contradição é antipático à pacatez brasileira. Uma expressão muito conhecida exprime em linguagem popular o princípio de contradição: ‘pão, pão; queijo, queijo’. Mas em inúmeros casos confundimos pão com queijo.
Seja vossa linguagem sim, sim; não, não
Esta tendência de espírito se reflete em muitos aspectos da nossa mentalidade. O Brasil é uma República; entretanto, em nenhum lugar o monarca destronado e a monarquia deixaram mais saudades. Separamo-nos de Portugal numa atmosfera borrascosa; entretanto, no tratado em que a antiga Metrópole reconhecia nossa independência, asseguramos a D. João VI até o fim de seus dias o título de Imperador do Brasil. O quadro corrente do proclamador da República, Marechal Deodoro – e, por assim dizer, seu quadro oficial – apresenta-o com o peito constelado com as insígnias do Império que ele derrubou. Expulsamos em 1930 o Presidente Washington Luiz; entretanto, restaurado o regime constitucional, regressou ele ao Brasil num ambiente de respeito e de simpatia tão gerais que, com exceção de D. Pedro II, nenhum homem público reuniu em torno de si unanimidade maior. Por que então foi destituído? Dessas pitorescas contradições, poder-se-ia fazer uma longa lista.
Talvez, à vista destas reflexões, algum leitor sorria, como quem está em presença de um amável defeito; pois não deixa de ter algo de simpático e tranquilizador um tal cúmulo de bonomia.
Mas estudemos este assunto no terreno da moral. Trata-se de analisar esta tendência psicológica, para ver se é conforme à Lei de Deus. E não é com meros sorrisos, mas com muita seriedade, que se resolvem os problemas morais.
Aquele que veio ao mundo para pregar as Bem-aventuranças nos deixou por preceito que fôssemos fiéis ao princípio de contradição: “Seja vossa linguagem sim, sim; não, não” (Mt 5, 37). E se tal deve ser nossa linguagem, tal deve ser nosso pensamento. Em matéria de moral, mais do que em qualquer outra, todo excesso é um mal, ainda que seja de qualidades tão simpáticas quanto a bonomia e a suavidade de trato. Trata-se de um mal que, conforme o caso, pode tornar-se muito grave.
Exemplifiquemos. No terreno religioso, é bem verdade que o amortecimento do princípio de contradição nos conduz com muita frequência a atitudes lamentáveis. Quantos são os católicos que se julgam no direito de discordar da Igreja em algum ou em muitos pontos? Com isto, embora se ufanem de católicos, pecam contra a fé. Por quê? Simplesmente porque imaginam possível um tertium genus entre ser católico e não o ser. O mesmo se diga da naturalidade com que se admite entre nós uma categoria de católicos ‘não praticantes’! Claro que os há no mundo inteiro, mas parece-nos que em nenhum país eles têm tão pouca consciência de quanto seu estado apresenta de cacofônico, antitético – em uma palavra, de contraditório.
Por fim, mais um exemplo. Temos entre nós muitas famílias modelarmente constituídas; mas por que progridem as modas imorais? Pelo fato de nessas famílias, embora prezem tanto a virtude, ser por vezes pouco enérgico o combate ao vício. Em todos estes casos, o que nos falta? Vivacidade no princípio de contradição, lapidarmente definido por Nosso Senhor quando mostrou a incompatibilidade entre o ‘sim’ e o ‘não’.
Nada mais perigoso do que amortecer o princípio de contradição
O amortecimento do princípio de contradição gera o gosto, a mania das soluções intermediárias, eu quase diria a servidão às soluções intermediárias. Dados dois caminhos, escolher sempre o do meio, o que não é carne nem peixe: é no que se cifra para muita gente toda a sabedoria. Ora, se é um erro rejeitar por princípio as soluções intermediárias, erro também é adotá-las por princípio. Pois há casos em que a sabedoria as condena formalmente: “Oxalá fosses frio ou quente; mas, como és morno, começarei a vomitar-te de minha boca” (Apoc. 3, 15).
A pessoa viciada em soluções intermediárias é a vítima ideal de todos os velhacos. Pois a habilidade do velhaco consiste precisamente em fazer com que o ingênuo aceite, com algum disfarce, aquilo que ele repudiaria se estivesse claro e sem maquilagem. Os hereges são useiros e vezeiros em velhacarias desta natureza.
Que essa tática é particularmente desenvolvida em nosso tempo, nada mais notório. Estamos no século da quinta coluna; e uma das formas mais hábeis de solapar os meios católicos é esta, conforme já o disseram as mais altas autoridades eclesiásticas de nossos dias. Disse-o Sua Santidade o Papa Pio XII quando, na Encíclica Mystici Corporis Christi, se referiu aos erros que ‘serpeiam’ entre os fiéis. Disse-o Sua Eminência o Cardeal Saliège, arcebispo de Toulouse, quando afirmou em declaração mundialmente famosa que tudo se passa como se houvesse uma ação articulada para “preparar no seio do Catolicismo um movimento de acolhida ao comunismo” (cfr. Catolicismo, nº 37, janeiro de 1954, p. 8).
Assim sendo, nada mais perigoso para o Brasil, nesta hora, do que o amortecimento do princípio de contradição. E nada mais necessário do que trabalhar para, em nosso País, este princípio adquirir mais força, mais cor, mais eficiência em toda a vida mental.
Catolicismo – periódico para católicos militantes e praticantes
Duvido bastante que um leitor não brasileiro compreenda bem toda esta problemática; mas para um brasileiro isto é bem mais inteligível. É inteligível sobretudo para Vós, Senhor Jesus deitado num berço rústico, pois sondais até o fundo as almas e os corações. Para Vós que, sendo a Sabedoria incriada e tendo nascido d’Aquela que é a Sede da Sabedoria, conheceis totalmente a índole de cada povo, a todos amais, a todos quereis santificar. Para Vós, que desde toda a eternidade tão particularmente amastes o povo brasileiro e o predestinastes a uma grandeza que encherá a história de amanhã.
Nossa obra é principalmente de mirra. Publicação feita para católicos militantes e praticantes, queremos que estes Vos amem sem mescla de qualquer outro amor; que só sirvam a um Senhor; que sejam cada qual em seu coração uma cidade sem divisão, contra a qual nada pode o inimigo; que não olhem para trás, ao empunhar o arado; e que, no afã de semear, não se esqueçam de arrancar a erva daninha.
De certo modo os católicos militantes e praticantes são, também eles, sal da terra e luz do mundo. Em parte depende da cooperação deles que o mundo não se corrompa nem caia nas trevas. Queremos que eles sejam um sal muito e muito salgado, uma luz posta no mais alto da montanha, e muito brilhante. Neste sentido, Senhor, é nossa cooperação. Eis o presente de Natal que acumulamos durante o ano inteiro, para Vos oferecer. Outros Vos darão o incenso de suas inúmeras obras, capazes de um bem inapreciável. Nós nos inserimos nessa grande obra queimando em abundância, no solo bem-amado do Brasil, a mirra austera mas odorífera do ‘sim, sim; não, não’.
Que Maria Santíssima aceite essa mirra em suas mãos indizivelmente santas, e Vo-las ofereça. Ela passará a ter para Vós, então, o encanto do ouro e do incenso com alguma coisa a mais; a qual lhe virá do suor, do sangue de alma e das lágrimas de um apostolado que tem suas horas muito amargas… Mas na Cruz está a luz. E neste amargor reside o melhor da alegria e beleza de nosso apostolado.
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Também neste mês, celebramos os 60 anos do I Congresso Latino-Americano de Catolicismo. Realizado em Serra Negra (SP), no Hotel Pavani, contou com a presença de 350 participantes brasileiros e 20 representantes de outros países.