domingo, 18 de abril de 2021

GNR fiscaliza veículos pesados


A Guarda Nacional Republicana (GNR), entre 19 de abril, e 25 de abril, realiza a uma operação de fiscalização intensiva de veículos pesados, orientando as ações para as vias mais críticas à sua responsabilidade e onde se verifique um maior volume de tráfego deste tipo de veículos, de modo a promover a segurança rodoviária e a diminuição do risco de ocorrência de acidentes de viação.



Irão ser empenhadas as subunidades de trânsito dos Comandos Territoriais do Continente e da Unidade Nacional de Trânsito (UNT), na realização de ações coordenadas de fiscalização de veículos pesados. Estas ações visam melhorar a sustentabilidade, a concorrência e as condições de trabalho em transporte rodoviário, através do cumprimento dos regulamentos existentes, com especial incidência nas matérias de manipulação e de Sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR), designadamente na deteção de situações de manipulação de sistemas que inibem a utilização de AdBlue, aumentando a eficácia e a qualidade dos serviços prestados pela Guarda aos utentes das vias.

Nos anos de 2019 e 2020, a GNR registou 11.159 acidentes envolvendo veículos pesados, dos quais resultaram 14 vítimas mortais e 36 feridos graves, entre condutores e passageiros.

O Euro Contrôle Route (ECR) é um grupo Europeu de Inspeção de Transportes que tem por objetivo melhorar a segurança rodoviária sustentabilidade, a concorrência leal e as condições de trabalho no transporte rodoviário. A concorrência verificada entre operadores de transportes rodoviários, origina, por vezes, a redução de preços por parte dos transportadores. Esta redução da margem de lucro, é, em alguns casos, compensada através da prática de irregularidades para aumentar a receita em detrimento da segurança rodoviária, sendo o cansaço o principal fator de risco que afeta os motoristas profissionais em resultado do incumprimento dos tempos de condução e repouso.


Três migrantes clandestinos a bordo de cargueiro detetados no porto de Lisboa

Três pessoas que viajavam de forma clandestina num navio cargueiro com bandeira da Libéria foram hoje impedidas de entrar em Portugal, disse à agência Lusa o comandante local da Polícia Marítima de Lisboa.

Em declarações à Lusa, o comandante Diogo Branco explicou que os três migrantes foram detetados durante as manobras da embarcação no porto de Lisboa para reabastecimento de combustível.

"Durante a manobra de entrada, o rebocador que estava a dar apoio apercebeu-se que estavam algumas pessoas na porta do leme e informou o piquete da Polícia Marítima, tendo sido desencadeados todos os procedimentos legais", contou.

O responsável afirmou que, de imediato, as autoridades procuraram assegurar-se de que "não havia entradas ilegais em território nacional" nem que haveria quedas ao mar.

Procedeu-se a uma visita a bordo para assegurar as condições de segurança e constatou-se que estavam três elementos maiores de idade, homens, indocumentados, num espaço contíguo à porta do leme em condições absolutamente perigosas para a sua integridade física", apontou.

Diogo Branco explicou que o destino do cargueiro é o porto de Antuérpia, na Bélgica, e que os três homens, a quem foi negado o desembarque em Portugal, irão seguir viagem sob responsabilidade do comandante da embarcação, estando a partida agendada para as 16:00 de hoje.

"Ficarão a cargo do comandante do navio que se assegurará das condições de habitabilidade necessárias e depois o seu desembarque na Monróvia (capital da Libéria), local onde embarcaram no dia 12 de abril", atestou.

Lusa

Fabio Quartararo vence em dia de queda para Miguel Oliveira


O francês Fabio Quartararo (Yamaha) venceu hoje o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, terceira corrida do campeonato do mundo de velocidade em motociclismo, em que o português Miguel Oliveira (KTM) foi 16.º após uma queda à sexta volta.

O piloto francês, que partiu da 'pole position', gastou 41.24,292 minutos para cumprir as 25 voltas ao traçado português, deixando o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) em segundo, a 4,610 segundos, e o espanhol Joan Mir (Suzuki) em terceiro, a 4,948 segundos.

Com estes resultados, Quartararo assumiu a liderança do campeonato, aproveitando o abandono do anterior líder, o francês Johan Zarco (Ducti), devido a queda.

Lusa


Piscinas Municipais de Anadia reabrem ao público


As Piscinas Municipais e os Courts de Ténis, localizados no Complexo Desportivo de Anadia, vão reabrir ao público, no dia 19 de abril, segunda-feira, de forma condicionada e apenas em regime de aula livre.

As Piscinas Municipais irão funcionar de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e às 20h30 e ao sábado, das 9h00 às 13h00. A prática da natação será feita apenas em regime de aula livre.

No que respeita à lotação, apenas serão permitidas 8 pessoas no tanque principal, uma por pista. No tanque de aprendizagem serão permitidas duas famílias, num limite total de 10 pessoas. Será dada prioridade no acesso, aos utilizadores com marcação prévia (231 510 320).

Sauna, hidromassagem e tanque de hidroginástica estarão indisponíveis. Os balneários terão lotação limitada. Os chuveiros e secadores de cabelo e mãos não poderão ser usados pelos utilizadores.

À semelhança do que já acontece noutros espaços municipais será obrigatório o uso de máscara, exceto no cais, respeitar a sinalética, bem como o distanciamento físico e higienizar as mãos à entrada e à saída das instalações.

Mealhada: Apreendidos 150 quilos de sável por fuga à lota


A Unidade de Controlo Costeiro, através do Subdestacamento de Controlo Costeiro de Aveiro apreendeu 150 quilos de sável por falta de submissão ao regime de primeira venda em lota, na localidade da Mealhada.

No âmbito de uma ação de fiscalização levada a cabo com o objetivo de controlar o cumprimento das regras de transporte e comercialização de pescado fresco, os militares da Guarda fiscalizaram um veículo que efetuava o transporte do sável sem qualquer documento de acompanhamento do pescado.

O responsável, um homem de 49 anos, foi identificado, tendo sido elaborado um auto de contraordenação, cuja infração pode ser punida com uma coima até 3 740 euros.

Surfista Frederico Morais avança para os ‘oitavos’ na Austrália


O surfista português Frederico Morais bateu hoje o francês Michel Bourez na segunda bateria da 'ronda de 32' na Narrabeen Classic, na Austrália, terceira etapa do circuito mundial, qualificando-se para os oitavos de final da competição.

Em Narrabeen, Nova Gales do Sul, 'Kikas' fechou o 'heat' com 9,83 pontos (4,00 e 5,83 nas suas duas melhores ondas), levando a melhor sobre Michel Bourez, que fez 6,94 (3,27 e 3,67).

O único português entre a elite do surf mundial passa, assim, para a 'ronda de 16' desta prova da Liga Mundial de Surf (WSL, na sigla inglesa).

Na próxima ronda, o surfista português vai enfrentar o brasileiro Filipe Toledo.

Lusa

Cinemas, teatros, auditórios, salas de espetáculo e centros comerciais. O que muda a partir desta segunda-feira

 

A generalidade de Portugal continental avança esta segunda-feira para a terceira de quatro fases do plano de desconfinamento, há ainda concelhos que se mantêm na mesma fase e quatro que recuam. As novas medidas de desconfinamento entram em vigor num país a três velocidades.

O que reabre em todo o país a partir de 19 de abril:

  • Escolas do ensino secundário e universidades

Nesta terceira fase do desconfinamento, os cerca de 300 mil estudantes do ensino secundário e os quase 400 mil do ensino superior podem regressar às aulas presenciais, mesmo nos dez concelhos que não avançam ou até recuam no desconfinamento.

No ensino superior, as universidades e os institutos politécnicos têm autonomia para decidir como será o regresso ao ensino presencial.

O que reabre na generalidade dos concelhos

(Concelhos excluídos: Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande, Penela, Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior)

  • Lojas e centros comerciais

Os centros comerciais e todas as lojas, independentemente da sua dimensão, podem reabrir na segunda-feira, cumprindo a lotação fixada pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Esta abertura aplica-se à generalidade do país, exceto em seis concelhos (Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela), que se vão manter com as regras atualmente em vigor, e quatro (Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior), que vão recuar para as regras mais 'apertadas' da primeira fase de desconfinamento.

  • Cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculo;

As salas de cinema e de espetáculos reabrem, mas devem encerrar às 22:00 durante a semana e às 13:00 aos fins de semana.

  • Lojas de cidadão

Reabrem com atendimento presencial por marcação.

  • Restaurantes, cafés e pastelarias

Os restaurantes, cafés e pastelarias poderão abrir o serviço de mesa no interior, com lotação máxima de quatro pessoas por mesa no interior. No caso das esplanadas, a lotação passa a seis pessoas por mesa. Os horários são até 22:30 nos dias de semana ou até às 13:00 nos fins-de-semana e feriados.

Outras mudanças

  • Retoma das modalidades desportivas de médio risco

A atividade física volta a ser permitida ao ar livre em grupo de até seis pessoas, assim como as modalidades desportivas de médio risco.

No lote de médio risco estão incluídas as principais modalidades coletivas, casos do andebol, basquetebol, futebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, cujas divisões profissionais prosseguiram durante o segundo confinamento geral, em vigor desde 15 de janeiro.

Corfebol, futebol de praia, hóquei e hóquei em linha, polo aquático, aquatlon, hóquei subaquático e râguebi subaquático também regressarão ao ativo, assim como o râguebi em cadeira de rodas, que completará o leque de desportos para pessoas com deficiência.

  • Casamentos, batizados e eventos exteriores com limitações

Os casamentos e batizados voltam a ser permitidos no território continental, ainda que limitados a 25% da capacidade de ocupação dos espaços onde esses eventos decorram.

Já os eventos exteriores nos concelhos que avançam para a próxima fase ficam sujeitos a uma diminuição de lotação de cinco pessoas por 100 metros quadrados.

  • Regras para voos e encerramento de fronteiras

As regras para a circulação aérea mantêm-se iguais, mas os voos com origem ou destino no Brasil e Reino Unido vão ser permitidos para viagens essenciais e a fronteira terrestre com Espanha permanece fechada nos próximos 15 dias.

Em relação aos voos do exterior, todos os passageiros que cheguem a Portugal por via aérea têm que apresentar comprovativo da realização de teste negativo.

Os passageiros de voos originários do Brasil, África do Sul e de países com uma taxa de incidência igual ou superior a 500 casos por 100 mil habitantes são obrigados a fazer quarentena.

Na fronteira terrestre com Espanha, só é permitida a passagem nos 18 pontos autorizados ao transporte internacional de mercadorias, trabalhadores transfronteiriços e de caráter sazonal devidamente documentados, veículos de emergência e socorro e serviço de urgência.

Os cidadãos provenientes do Brasil, África do Sul ou de países com uma taxa de incidência de covid-19 igual ou superior a 500 casos por 100 mil habitantes que passem nas fronteiras terrestres têm também de fazer quarentena.

Dever geral de recolhimento mantém-se

Nesta nova fase de desconfinamento, o dever geral de recolhimento mantém-se, uma vez que o Governo considera necessária a contenção de circulação para o controlo da pandemia.

Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior voltam às regras anteriores ao desconfinamento 

Nestes quatro municípios, com uma incidência de 240 casos por 100 mil habitantes, volta a estar em vigor a proibição de circulação interconcelhia.

  • Nestes quatro concelhos voltam a fechar:

- Esplanadas;

- Lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua;

- Ginásios;

- Museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.

  • Volta a ser proibido:

- Feiras e mercados não alimentares (por decisão municipal);

- Modalidades desportivas de baixo risco;

- Circular para fora do município, restrição que se aplica diariamente, a partir de segunda-feira e durante os próximos 15 dias, ainda que estejam previstas exceções, como trabalho ou assistência a familiares.

  • Permite-se o funcionamento de:

- Comércio ao postigo;

- Salões de cabeleireiros, manicures e similares, após marcação prévia;

- Estabelecimentos de comércio de livros e suportes musicais;

- Parques, jardins, espaços verdes e espaços de lazer;

- Bibliotecas e arquivos;

- Ensino secundário e ensino superior regressam ao modo presencial.

Concelhos que se mantêm na segunda fase do plano

Os concelhos de Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela mantêm as medidas em vigor, sem poderem avançar para a terceira fase do plano de desconfinamento.

  • Permite-se:

- Funcionamento de lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua;

- Feiras e mercados não alimentares (por decisão municipal);

- Funcionamento de esplanadas, com a limitação máxima de quatro pessoas por mesa, até às 22:30 nos dias de semana e até às 13:00 aos fins de semana;

- Prática de modalidades desportivas consideradas de baixo risco;

- Atividade física ao ar livre até quatro pessoas;

- Funcionamento de ginásios sem aulas de grupo;

- Funcionamento de equipamentos sociais na área da deficiência.

- Ensino secundário e ensino superior regressam ao modo presencial.

A próxima fase do desconfinamento:

O que reabre em 3 de maio

  • Restaurantes, cafés e pastelarias passam funcionar sem limite de horário, mas com a lotação limitada a um máximo de seis pessoas ou a 10 em esplanada;
  • Todas as modalidades desportivas, a atividade desportiva ao ar livre e os ginásios voltam a não ter restrições;
  • A partir desta data voltam a ser permitidos os grandes eventos exteriores e eventos interiores com diminuição de lotação e os casamentos e batizados podem realizar-se com 50% da lotação.

Madremedia

Sara Moreira assegura qualificação olímpica na maratona


A atleta Sara Moreira assegurou hoje a qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao terminar em segundo a maratona disputada em Twente, nos Países Baixos, com o tempo de 02:26.42 horas.

Na prova disputada no aeroporto de Twente, nos Países Baixos, para onde foi transferida a Maratona de Hamburgo, devido às restrições motivadas pela pandemia de covid-19, a atleta do Sporting, de 35 anos, apenas foi batida pela alemã Katharina Steinrück, com o tempo de 02:25:59, mas alcançou o seu principal objetivo.

Sara Moreira é a terceira atleta portuguesa a atingir a marca de qualificação olímpica para a prova da maratona em Tóquio2020 (02:29.30 horas), depois de Carla Salomé Rocha (02:24.47) e Sara Catarina Ribeiro (02:26.40), ambas alcançadas em 2019, em Londres e Valência (Espanha), respetivamente.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que foram adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, vão realizar-se na capital japonesa entre 23 de julho e 8 de agosto.

Lusa

A cura do mendigo cego

 

  • Péricles Capanema

Cegueira involuntária e cegueira voluntária. Estava lendo noticiário nacional, mas o que me vinha à cabeça estava longe dele, era a cena poética da cura do cego de Jericó. Corrijo-me, em parte, é falso o que afirmei. Vinha ao espírito não só a pobre cegueira involuntária do mendigo cego curado por Jesus, mas a situação dantesca da cegueira voluntária, realidade amazônica, fruto dos erros da inteligência e das prevaricações da vontade. Cegueira voluntária, real ou apenas moralmente; um homem que fura os próprios olhos é sempre cena dantesca. A primeira foi eliminada no mendigo pela voz de Cristo.

Ativismo compassivo. Teremos força para eliminar a segunda, a voluntária? Ou, por outra, existe cura para a noite voluntária do espírito? Para alguém que se inflige a cegueira mental, pior que a material padecida por um mendigo nas estradas da Palestina? Existe, sim. Qual? Voluntária, também. Esclarecendo-o, ajudando-o a mudar o rumo da vontade, estimulando novos hábitos de pensamento e conduta. É ativismo compassivo. Aviso, sob a luz da compaixão, cegueira voluntária e vacinação serão o miolo do artigo. Além da cura do cego de Jericó.

A tua fé te curou. Jericó, como se sabe, fica na Palestina, Cisjordânia, às margens do rio Jordão, a umas cinco léguas de Jerusalém. “Cidade das Palmeiras”, é considerada a cidade mais antiga ainda existente, e ainda a de menor altitude, 270 metros abaixo do nível do mar. Por ali entraram os judeus livres que retornavam da escravidão egípcia. Jericó viu também a libertação de um pobre mendigo do negrume dos olhos.

“Ao sair Jesus da cidade com seus discípulos e com uma grande multidão, estava sentado à beira da estrada um cego mendigo, chamado Bartimeu, filho de Timeu. Quando soube que era Jesus o Nazareno, começou a clamar: ‘Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!’ Muitos mandaram que se calasse, mas ele clamava ainda mais: ‘Filho de Davi, tem compaixão de mim!’ Jesus parou e disse: ‘Chamai-o’. Chamaram o cego, dizendo-lhe: ‘Tem ânimo; levanta-te, ele te chama’. Lançando de si a sua capa, de um salto levantou-se e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: ‘Que queres que eu te faça?’ Respondeu-lhe o cego: ‘Mestre, que eu tenha vista’. Disse-lhe Jesus: ‘Vai, a tua fé te curou’. No mesmo instante recebeu a vista, e o foi seguindo pela estrada.” (Mc 10, 46-52).

Compaixão. Foi a fé que curou o cego? Ou foi o coração compassivo de Jesus, tocado pela firme manifestação da fé? Tocado pelo sofrimento. Foi a compaixão. Deixo o mendigo cego de Jericó, agora curado. Fazia o melhor, seguia Jesus pelas estradas poeirentas da Palestina. Agora, o Brasil.

Compra e doa tudo. Olhar na pandemia, de outro modo, nas necessidades da vacinação. Fez falta a compaixão. Trago de início os surpreendentes (para dizer pouco) artigos 2º e 3º da recente lei 14.125/2021:

“Art. 2º Pessoas jurídicas de direito privado poderão adquirir diretamente vacinas contra a Covid-19 que tenham autorização temporária para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para importação e distribuição ou registro sanitário concedidos pela Anvisa, desde que sejam integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI). § 1º Após o término da imunização dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as pessoas jurídicas de direito privado poderão, atendidos os requisitos legais e sanitários, adquirir, distribuir e administrar vacinas, desde que pelo menos 50% (cinquenta por cento) das doses sejam, obrigatoriamente, doadas ao SUS e as demais sejam utilizadas de forma gratuita”.

Asfixia na vacinação e sufoco na economia“Poderão adquirir vacinas, desde que sejam integralmente doadas ao SUS”. E assim, até que todas as pessoas pertencentes aos grupos prioritários sejam vacinadas (cerca de 77 milhões), as empresas brasileiras podem adquirir quantas vacinas quiserem. Sem problema algum, atendidas as exigências da lei. Mas terão de as doar, todas, ao SUS. Você entendeu direito, leitor, expliquei direito, está na lei; não se trata de avantesma de algum coitado delirante. Passado o limite dos grupos prioritários, sabe lá Deus quando será alcançado (mantido o atual ritmo, Deus ajude que não, na média da presente velocidade, 233 mil por dia, lá pelo fim do ano), as empresas poderão adquirir vacinas, mas terão de doar 50% do lote para o SUS. O que vai acontecer agora? É fato, o Brasil precisa de vacinas agora. Tenhamos compaixão do povo. Sem mudança na lei, até que seja ultrapassado o limite dos 77 milhões, a bem dizer nenhuma empresa estabelecida no Brasil vai comprar vacina. Óbvio ululante, ao alcance do beócio mais chapado. Com isso, mais fechamento na economia, aumento do número de mortes. Por que parece não ter importância? Por que parece não ter urgência? Veremos abaixo. Na prática, está sufocada pelo Poder Público, na fonte, no seu aspecto de momento mais urgente e importante, a colaboração da iniciativa privada. Legislativo e Executivo, contudo, trombeteiam dia e noite que querem e precisam com urgência da colaboração do setor privado para debelar crise que já matou mais de 300 mil brasileiros e vai logo chegar aos 500 mil e, ademais, sufoca a economia.

Ilegalidade evitável. Outra consequência desagradável e evitável da lei. Por baixo do pano, ilegalmente, algumas empresas importarão e clandestinamente vacinarão funcionários, familiares deles, donos, familiares dos donos, amigos. Já está acontecendo. Elas na prática estão defendendo vidas, estão garantindo o funcionamento do negócio, empregos. Quem as censurará? Muitos; mas a maioria as julgará com leniência e até com aprovação. Alexandre Padilha, deputado federal petista, requereu ao MP/MG que abra investigação e que sejam confiscadas vacinas, que segundo divulgação na imprensa, compradas por empresas, estariam sendo aplicadas em Minas Gerais. Circulam vídeos, existe ação da Polícia. Nada disso precisaria acontecer para o bem de todos.

Ventania de bom senso. Arejamento, espaços abertos, ação pelo bem comum, é o que fazem de forma crescente alguns ativistas compassivos. Trabalham pelo interesse dos seus negócios, mas, ao mesmo tempo, sua ação revela compaixão pela situação brasileira. Nesse sentido, e justamente, são ativistas da compaixão. Diante do quadro de insensatez ovante (vou ficar por aqui), dois empresários em especial, Luciano Hang e Carlos Wizard, liderando sem-número de colegas da iniciativa privada, tentam viabilizar a entrada efetiva do setor privado no combate à pandemia. Para tal pedem mudança na lei 14.125.

Liberdades legítimas. Argumentam, com razão, que, em sintonia com o Poder Público, comprar vacinas e imunizar funcionários, além de salvar vidas, diminuirá o peso nas costas do SUS e ademais evitará fechamento de empresas, com consequente perda de empregos. Ação em sintonia com o Poder Público, sublinham. E garantem, já têm 1 milhão de vacinas que poderiam chegar logo ao Brasil. Declarou Luciano Hang ao Antagonista: “A lei veio com problema de fabricação. O Congresso e o governo deveriam dar liberdade total para os empresários comprarem vacinas para seus colaboradores. O governo precisa de licitação para comprar, é um processo demorado. setor privado tem muito mais velocidade. Eu comprei recentemente 200 cilindros de oxigênio para Manaus. Não fiquei fazendo muita cotação. Queria para o dia seguinte e consegui. O setor privado é mais rápido e muitos empresários estão querendo comprar vacinas.” Ocorre-me, a BMW e a Volkswagen fecharam fábricas por temor da Covid-19. Houve diminuição da atividade econômica, queda de empregos, prejuízo de fornecedores, sofrimento de famílias. As duas empresas têm contatos importantes no Exterior, dispõem de aptidão grande para trazer vacinas. Fechariam suas fábricas, se tivessem possibilidade de vacinar os funcionários? Mas a lei-mordaça, cerceando liberdades legitimas, impede-as de agir a favor de seus funcionários. O caso delas se repete Brasil afora. Uma lufada de oxigênio. Li agora, Rolando Spanholo, juiz substituto da 21ª vara federal de Brasília, em controle constitucional difuso, considerou “usurpação inconstitucional da propriedade privada” os dispositivos da lei 14.125, acima referidos. E autorizou um grupo de agentes de turismo, delegados (Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo) e servidores a comprar no Exterior a vacina sem doar tudo para o SUS. Razão, os mencionados dispositivos violam o direito fundamental à saúde, pois atrasam a imunização. Espero que tal iniciativa prospere, suscite imitadores no Brasil inteiro e dê copiosos frutos de vida e prosperidade.

Privilégio e desigualdade. Qual a razão para barrar brutalmente a entrada do setor privado no fornecimento das vacinas? Qual o motivo que justificaria a medida cruel que favorece a asfixia de pacientes e da economia? Dois motivos de ordem doutrinária, nenhuma razão ponderável de ordem prática. Estão aqui: não pode haver privilégio, não pode haver desigualdade, ambos mantras da cegueira voluntária. É preciso deixar claro para os cegos, e são multidão, pois os normais já veem, existem privilégios (leis privadas) que prejudicam o bem comum, existem privilégios que favorecem o bem comum. O segundo caso deve ser estimulado. Estamos nele. De modo igual, existem desigualdades que prejudicam o bem comum. Mas existem desigualdades que favorecem o bem comum. O segundo caso deve ser estimulado. É a presente situação. Funcionários e familiares de muitas empresas serão favorecidos com a mudança da lei. As empresas continuarão abertas. Ótimo. Sua situação privilegiada favorecerá também ao país. Ótimo de novo. Com efeito, a iniciativa do grupo de empresários traz liberdade para o povo, liberdade e estímulo para a economia. Representa compaixão para milhares de famílias. Apoiemos o que fazem esses ativistas da compaixão. Parabéns a eles e a todos os que caminham nessa direção. Realço, combatem o preconceito — tais birras contra o legítimo privilégio e a legítima desigualdade são tumores de estimação que corroem em especial a intelligentsia brasileira. E para desgraça do Brasil o importante para os setores da cegueira voluntária é nutrir tumores de estimação e daí sua antipatia com a evidente urgência em punçá-los. Furar abscessos é tarefa imprescindível. Que tenham êxito os ativistas da compaixão, seja como autores de ações judiciais, seja como promotores dos movimentos de opinião pública e de esclarecimentos dos poderes constituídos em Brasília. Sua defesa de legítimos interesses privados tem enorme repercussão social. Com eles vitoriosos, sairemos do pântano do retrocesso e avançaremos em estrada segura.

ABIM