segunda-feira, 10 de maio de 2021
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SAÚDE: Organização Mundial da Saúde classifica variante com origem na Índia como “variante de preocupação”
Luís Filipe Vieira: Relação com BES e Salgado era “completamente transparente”
A relação especial que eu tinha com o grupo BES era uma relação completamente transparente, já vinha do passado, de perto deles, mas curiosamente não era com ele [Ricardo Salgado] que eu lidava", disse hoje o também presidente do Benfica no parlamento.
Luís Filipe Vieira está a ser ouvido pelos deputados na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, e respondia a Hugo Carneiro (PSD).
"Houve uma aproximação mais de perto quando foi o financiamento do estádio da Luz. Por isso, os financiamentos que poderiam passar pelo Banco Espírito Santo eram os nossos operacionais, era o nosso diretor financeiro ou era com o Bernardo Espírito Santo ou com o António Souto que eram discutidos, e com o doutor Vítor Madureira, e depois era aprovado em conselho", respondeu ao parlamentar do PSD.
Questionado se se tinha reunido com o antigo líder do BES, Ricardo Salgado, "para discutir os seus negócios particulares e o financiamento às suas empresas", o empresário admitiu que sim.
"Se me perguntar se eu, por vezes, num jantar ou num almoço em que fosse convidado para estar, se falava como é que estavam os negócios, como é que iam ou não iam, logicamente que falava com ele", reconheceu.
"Mas isso não tem nada a ver com a parte da empresa e como é que ela funcionava", referiu o também presidente do Benfica.
Fonte: Lusa
Imagem: Visão - Sapo
Estoril acolhe em 2021 etapa portuguesa da Taça do Mundo de Carros de Turismo
O autódromo do Estoril vai acolher a etapa portuguesa da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), em vez de Vila Real, que vai acolher a prova nos próximos três anos, anunciou hoje a organização do campeonato.
Em comunicado, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou a realização da corrida no circuito cascalense, nas mesmas datas em que estava previsto para Vila Real, em 26 e 27 de junho, dadas as restrições impostas no combate à pandemia de covid-19.
"O Estoril vai ser a nova 'casa' do fim de semana português do WTCR em 2021, na sequência das restrições governamentais relativamente a eventos de massas em locais únicos, que devem permanecer em vigor até agosto. Estas restrições, devido à pandemia de covid-19, impossibilitam a realização da prova no circuito citadino de Vila Real, onde o número de espetadores não pode ser controlado", lê-se no referido comunicado.
A prova de carros de turismo, cujo campeonato conta com o português Tiago Monteiro (Honda), vai ocorrer antes de o Estoril acolher a prova do campeonato de resistência automóvel, em 16 e 17 de julho, as 12 Horas do Estoril.
O responsável pela competição, François Ribeiro, explicou que a "prioridade" passava por manter Portugal no calendário de 2021 do WTCR em Portugal", agradecendo à FIA e à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) os ajustes no calendário.
"Enviamos também os melhores cumprimentos às pessoas de Vila Real, com quem esperamos reencontrar-nos na próxima época, quando começarmos o nosso novo acordo de três anos, graças ao entusiasmo do presidente da Câmara [Rui Santos]", prosseguiu François Ribeiro.
Igualmente citado no comunicado, o autarca transmontano lamentou o adiamento, desejando os maiores sucessos na prova a disputar no Estoril.
Lusa
Imagem: Sapo Desporto
Interrupção do fornecimento de água no dia 11 de Maio em Odelouca, Falacho, Enxerim, Pedreira, Pinheiro e Garrado, Norinha e zona alta de Silves
Marinha Grande | Teatro Stephens com música para bebés e de Cristina Branco em maio
Juventus arrisca ser excluída da Serie A na próxima época
A Juventus, clube no qual atua o português Cristiano Ronaldo, arrisca ser excluída do campeonato italiano caso continue ligada ao projeto da Superliga europeia, revelou hoje o presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC).
"As regras são claras. Se a Juventus continuar ainda a fazer parte da Superliga europeia no arranque da próxima temporada, não poderá competir na Serie A. Tenho pena pelos adeptos, mas regras são regras e têm que ser aplicadas a todos os clubes", disse Gabriele Gravina, em declarações à comunicação social italiana.
Ao contrário do AC Milan e do Inter de Milão, que abandonaram o projeto depois de uma 'chuva' de críticas vindas da UEFA, de vários governos, dos treinadores, jogadores e adeptos, a Juventus continua a fazer da Superliga europeia, juntamente com FC Barcelona e Real Madrid, naqueles que são os únicos três 'sobreviventes'.
"Espero sinceramente que essa situação termine o mais rápido possível", acrescentou Gravina.
O anúncio da Superliga Europeia aconteceu em abril, mas não sobreviveu mais de 48 horas, com várias vozes críticas, desde governos, à UEFA, FIFA, federações e adeptos.
Perante as críticas, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea iniciaram a debandada do projeto, seguindo-se Atlético de Madrid, Inter de Milão e AC Milan.
O 'sonho' liderado pelo presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, juntou 12 dos principais clubes de Inglaterra, Espanha e Itália, tendo em vista a criação de uma competição anual com 20 equipas, na véspera de a UEFA revelar o formato competitivo da Liga dos Campeões, a partir de 2024/25.
Lusa
Luís Filipe Vieira: Bancos quiseram que fosse para o Benfica para o viabilizar
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, disse hoje que os bancos quiseram, no início dos anos 2000, que fosse para o seio do clube devido à sua situação financeira, pois estavam interessados na sua viabilização.
"A minha ida para o Sport Lisboa e Benfica não é apenas uma vontade e um orgulho da minha parte. Foi também um pedido de várias instituições financeiras" que estavam "interessadas na viabilização" do clube, disse hoje o presidente do Benfica no parlamento.
Luís Filipe Vieira, também presidente da Promovalor, está a ser ouvido pelos deputados na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, no âmbito das audições realizadas aos grandes devedores da instituição financeira.
"Interpretei isso como uma prova de confiança nas minhas capacidades e na minha palavra, tendo em conta a situação de extrema fragilidade que o Sport Lisboa e Benfica atravessava no ano 2000", prosseguiu o presidente dos 'encarnados', no cargo desde 2003.
Depois de ter dito que já era um empresário "reconhecido e prestigiado" antes de ir para o clube, Luís Filipe Vieira recordou o seu percurso no Benfica.
Vieira entrou no clube "primeiro, em maio de 2001, como gestor do futebol", e "depois, em outubro de 2001, como presidente do Conselho de Administração da Benfica Estádio SA", disse aos deputados.
Posteriormente, em 2002 passou a presidente da SAD [Sociedade Anónima Desportiva] do Benfica e, "finalmente, a partir de outubro de 2003, como presidente" do clube da Luz.
"Nessa altura, os fornecedores e os bancos -- todos os bancos com quem trabalhava -- conheciam-me e apoiavam-me", disse o empresário, referindo-se, em particular, ao Banco Espírito Santo (BES) e ao BCP.
O dirigente desportivo recordou que no início do século XXI o Benfica "encontrava-se numa situação financeira muito delicada, como nunca antes tinha vivido na sua história", classificando de "tristes acontecimentos" as "dificuldades" e "fragilidades" atravessadas pelo clube.
"Os desafios que encontrei no Sport Lisboa e Benfica obrigaram-me a uma dedicação quase exclusiva, incompatível com a gestão das minhas empresas", disse, vendo-se "forçado a reduzir gradualmente" o seu envolvimento na gestão das suas empresas e finalmente optando por "profissionalizar a gestão" das mesmas, através da criação do grupo Inland/Promovalor.
Lusa
JUSTIÇA | Caso SEF e Ihor: Inspetores condenados a nove e sete anos de prisão
Tiroteio em festa de aniversário mata seis pessoas nos EUA
Desde o início deste ano já terão ocorrido mais de 190 tiroteios em massa nos Estados Unidos da América.
Um tiroteio vitimou seis pessoas durante uma festa de aniversário, este domingo, em Colorado Springs, cidade do estado norte-americano do Colorado, com o autor do ataque a suicidar-se, informou a polícia local, em comunicado.
O tiroteio ocorreu na última madrugada, com a polícia a ser alertada pelas 0h18 locais (7h18 em Lisboa), tendo encontrado no local seis mortos e outro homem ferido que foi transportado para um hospital próximo, onde acabou por morrer.
De acordo com a polícia, um grupo de crianças e adultos celebravam uma festa de aniversário quando o ataque aconteceu, efetuado por um homem, aparentemente namorado de uma das vítimas, que se dirigiu à residência e começou a disparar, antes de se suicidar.
Não houve feridos entre as crianças presentes na festa, que se encontram agora sob a custódia de outros familiares, indicou na nota a polícia de Colorado Springs.
O projeto sem fins lucrativos Gun Violence Archive [Arquivo de Violência Armada, em português], indica que, em 2021, já ocorreram 191 tiroteios em massa nos Estados Unidos.
Durante o ano de 2020, foram 610 os incidentes totais deste tipo nos Estados Unidos, enquanto em 2019 aconteceram 417 casos, segundo a mesma fonte.
O presidente norte-americano, Joe Biden, qualificou como uma "vergonha internacional" a violência armada no país e pediu um endurecimento das leis para restringir o porte e a comercialização de armas no território.
Lusa
Imagem: TSF
Atletas da secção ar livre e aventura da Sociedade Columbófila participaram no 3º trail trilhos luso bussaco
Canil Municipal de Leiria com novo site
João Galamba diz que ‘Sexta às 9’ é uma “coisa asquerosa”. RTP refere que palavras “assumem particular gravidade” vindas de membro do Governo
João Galamba, secretário de Estado Adjunto e da Energia, respondeu no Twitter a um comentário de um utilizador, referindo-se ao programa 'Sexta às 9', da RTP, como "estrume" e uma "coisa asquerosa". O comentário já foi apagado.
No Twitter, um utilizador identificou João Galamba num comentário que fazia referência ao seu nome, depois da emissão de um programa do 'Sexta às 9', da RTP, sobre o caso Zmar e os imigrantes em Odemira. "Todas as semanas abro uma garrafinha do @Joaogalamba e sento-me a ver o estrume por ele produzido", pode ler-se em registo partilhado pelo Observador.
Por sua vez, o secretário de Estado Adjunto e da Energia respondeu — e depois apagou o comentário assim que noticiado. "Lamento, mas estrume só mesmo essa coisa asquerosa que quer ser considerada 'um programa de informação'. Mas se gosta desse caso psicanalítico em busca da sua expiação moral, bom proveito".
O canal publicou uma nota na página de Facebook do programa 'Sexta às 9' onde refere que "a Direção de Informação da RTP repudia as declarações expressas pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia João Galamba".
As palavras que proferiu atentam contra o bom nome da RTP e da sua jornalista Sandra Felgueiras e desrespeitam a liberdade de Informação. Vindas da parte de um membro do governo assumem particular gravidade. Mas nem por isso condicionarão o trabalho dos jornalistas da RTP", pode ler-se.
O Sindicado dos Jornalistas (SJ) também se manifestou quanto ao sucedido, dizendo repudiar "a forma como o Secretário de Estado da Energia se referiu ao programa".
Na mesma nota pode ler-se que "o SJ lembra que a liberdade de expressão não justifica tudo e considera que uma pessoa com as responsabilidades governativas e públicas de João Galamba deveria ser a primeira a perceber que um ataque à liberdade de imprensa é um ataque à democracia".
"O SJ não contesta o direito a opinar que assiste ao Secretário de Estado. O sindicato lamenta, sobretudo, a falta de cultura democrática que leva um governante, na rede social Twitter, a classificar de “estrume” um programa informativo do qual não gosta. O SJ considera ainda que o facto do governante ter retirado o comentário, não apaga a gravidade do mesmo", é referido.
Na sequência do episódio do programa sobre o Zmar e do comentário de João Galamba, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, insistiu na demissão do ministro Eduardo Cabrita e estendeu o pedido ao secretário de Estado João Galamba, acusando-os de “indignidade institucional”.
“Senhor primeiro-ministro, dê um duplo jackpot ao país e livre-se de Eduardo Cabrita e João Galamba, porque eu tenho a certeza de que não se revê nestas faltas de educação e na indignidade institucional que estes membros do Governo estão a revelar”, afirmou no domingo, na sessão de encerramento do X Congresso Regional do CDS-PP/Açores, em Angra do Heroísmo.
Francisco Rodrigues dos Santos, que já pediu por várias vezes a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sequência da requisição civil no Zmar, em Odemira, estendeu agora esse pedido ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, acusando-o de ter atacado “de forma ordinária” um canal de televisão.
“João Galamba, qual ‘hater’, tornou-se um 'cowboy' do teclado no seu Twitter. Se há uns anos avisava, por SMS, um ex-primeiro-ministro de um processo judicial, agora destila ódio constantemente nas suas redes sociais”, disse, acrescentando que “um secretário de Estado que não percebe que sem jornalismo, mesmo que incómodo, não há democracia é um secretário de Estado que está a mais e tem de sair imediatamente deste Governo”.
Madremedia
Industriais de artigos religiosos anseiam pela normalidade no turismo
Lusa
Imagem: RTP
CIM Viseu Dão Lafões implementa sistema de prevenção de incêndios florestais
SÃO PACÔMIO
Eremita e Confessor, instituiu a vida cenobítica entre os monges do deserto e lhes prescreveu uma regra; recusou por humildade o sacerdócio e se tornou o patriarca dos monges que levam vida em comum. Sua festividade é celebrada no dia 9 de maio.
- Plinio Maria Solimeo
São Pacômio divide com Santo Antão a honra de ter instituído a vida cenobítica no Egito. Ao contrário dos eremitas ou anacoretas, que se afastavam do contato do mundo para melhor buscar Deus, o cenobita vivia em comunidade, sob uma regra, obedecendo a um superior. Pacômio foi o primeiro a fixar por escrito suas regras.
Nascido por volta de 292 em uma pequena vila nos arredores de Kénèh, em Kénoboskion (atual Nag Hammadi), no Alto Egito, era filho de pais pagãos supersticiosos e idólatras, mas desde a infância mostrou-se muito refratário ao paganismo, fazendo jus a seu nome – que em copta, língua na qual foi educado, quer dizer grande águia ou falcão do rei.
Santa Catarina de Alexandria
Pacômio apenas saía da adolescência, e ainda era pagão quando foi alistado à força nos exércitos de Maximino Daia (308-313). Esse imperador renovou as perseguições aos cristãos após a publicação do édito de tolerância de Galério.
Eusébio de Cesareia afirma que Daia tomou-se de uma ‘paixão insana’ por uma jovem cristã, a futura mártir Santa Catarina de Alexandria, notável por sua nobreza, riqueza, educação e castidade. Quando Catarina repeliu seus avanços, mandou matá-la cruel e lentamente com pontas de ferro. Não surtindo efeito, mandou decapitá-la e apossou-se de toda a sua fortuna.1 Muito popular na Idade Média, essa santa foi uma das ‘vozes’ de Santa Joana d’Arc.
Caridade dos cristãos leva à conversão
Estando no exército, Pacômio foi feito prisioneiro em Tebes. Durante o cativeiro era confortado pelos cristãos locais, que o desconheciam, sendo por eles alimentado em segredo. Tocado por essa dedicação desinteressada a um estranho, perguntou a um deles quem lhe mandava fazer aquilo, e foi informado de que era o Deus que está nos céus. Nessa noite o prisioneiro rezou com os cristãos para esse Deus, sentindo-se inclinado a seguir tão bela doutrina.
Quando ficou livre, voltou para o Egito e se fez batizar. Ainda incerto sobre o rumo a tomar, pôs-se a serviço de uma comunidade cristã, o que lhe permitiria praticar a caridade com a qual fora tratado por seus seguidores durante a prisão. Mas isso não o satisfazia, pois queria dedicar-se inteiramente a Deus. Foi então informado de que um ancião chamado Palimão servia a Deus no deserto. Foi à procura dele e se colocou sob a sua direção.
De São Palimão, diz o Martirológio Romano Monástico no dia 11 de janeiro: “Na Tebaida, cerca de 330, São Palimão eremita, que iniciou São Pacômio na vida monástica e lhe deu os seus princípios fundamentais: vigiar e orar no jejum e na solidão”.
Instituição da vida cenobítica
Nessa época os eremitas se retiravam frequentemente, durante algum tempo, para um lugar solitário, de onde voltavam de tempos em tempos à sua antiga morada. Com São Pacômio ocorreu outra coisa, pois ele ouviu em Tabenesse, no deserto, uma voz misteriosa que lhe disse: “Pacômio, permanece aqui e funda um mosteiro”. Enquanto meditava sobre essas palavras, um anjo lhe apareceu e disse: “Pacômio, eis a vontade de Deus: servir o gênero humano e o reconciliar com Deus”. Compreendeu então que para isso não devia viver só e isolado, mas com outros, pois o anjo acrescentou que “muitos, ansiosos de abraçar a vida monástica, virão para cá”. Isto significava substituir a vida eremítica pela cenobítica, ou seja, a vida isolada na solidão pela vida em comunidade.
Primeiro cenóbio
Foi assim que, encorajado por São Palimão, Pacômio fundou com três companheiros a sua primeira comunidade, aproximadamente no ano 320.
Os candidatos começaram a aparecer. O primeiro foi seu irmão mais velho, e depois surgiram outros. Entretanto, todos visavam inicialmente seguir a vida eremítica, só que com algumas pequenas alterações sugeridas por Pacômio, como as refeições em comum.
Agiu com muita sabedoria em relação aos primeiros monges que almejavam uma vida um tanto eremítica. Procurava que os cuidados da vida cenobítica não lhes fossem empurrados muito abruptamente, por isso encarregou-se dessa parte, permitindo-lhes que dedicassem todo o tempo que quisessem aos exercícios espirituais.
Aos poucos foram construídos em redor do primeiro núcleo algumas habitações e um oratório, cercados por um muro. Foi assim que nasceu o mosteiro de Tabenesse, às margens do Nilo, entre a grande e a pequena Tebaida.
Esse mosteiro era duplo, pois Maria, a irmã de Pacômio, fundou uma comunidade de monjas na margem oposta do rio. O santo deixou indicações para os monges e as monjas que viviam sob sua regra. Entre elas, a de que os homens deveriam encarregar-se dos trabalhos materiais, e as mulheres da confecção de vestes e funções domésticas do mosteiro.
Esse tipo de organização dupla tornou-se depois popular no Oriente no tempo do cenobismo cristão, pela necessidade de as monjas terem monges na proximidade para celebrar os ofícios divinos e distribuir os sacramentos.
Organização dos mosteiros
São Pacômio era bom administrador. Com o aumento do número de monges, dividiu-os em grupos de vinte, sob a direção de um superior sujeito a si, que era assistido por um auxiliar. Cada grupo tinha seu pavilhão e devia habitar sob o mesmo teto, exercendo determinado trabalho: alfaiates, marceneiros, escriturários, agricultores etc. Deviam também observar uma ordem do dia em comum.
São João Cassiano (360-435), nascido na Cítia Menor (atual Romênia), visitou os mosteiros de São Pacômio, e fundou depois perto de Marselha, na França, um mosteiro semelhante. Assim, a chamada Abadia de São Vítor foi um dos primeiros mosteiros masculinos na região; e o de São Salvador, o primeiro feminino. Ambos serviram depois de modelo para o desenvolvimento do período monástico ocidental. Por isso São João Cassiano é considerado o fundador do monasticismo ocidental.
Regra ditada por um anjo
Pacômio desejava que seus monges imitassem as austeridades dos eremitas. Escreveu então uma regra — dizem que ditada por um anjo —, a qual foi traduzida depois por São Jerônimo, e ainda existe. Esta facilitava as coisas para os menos competentes, não chegando ao mais extremo ascetismo dos mais capazes. As refeições eram em comum, mas os que desejassem ausentar-se delas eram encorajados a fazê-lo, sendo colocados em suas celas pão, sal e água.
Eis alguns pontos de sua regra:
● A admissão dos recrutas era precedida por um exame, do qual o santo se encarregava;
● O recruta ou postulante devia passar por um tempo de prova, durante o qual tinha que aprender a ler e a escrever (deve-se ter em vista que a educação geral era muito precária na época);
● O hábito religioso era uniforme para todos, baseado no das pessoas simples do país;
● Toda propriedade era posta em comum;
● Nenhum monge podia ser sacerdote; e se o candidato já o era, seria tratado como os demais irmãos;
● As refeições eram tomadas em comum, com dias de jejum prescritos;
● A oração era comum de manhã e à tarde. O Ofício Divino era também em comum aos domingos e dias de festa;
● Finalmente, e o mais importante: a obediência ao superior do grupo, sobretudo ao do mosteiro, era estrita, sendo Pacômio o superior.
O santo quis regular a vida da comunidade pela Sagrada Escritura, da qual os monges sabiam trechos de memória, e os recitavam em voz baixa durante o trabalho.
Embora tivesse sido ampliado várias vezes, o mosteiro logo ficou pequeno, sendo necessário fundar um segundo em Pabau. Um mosteiro de Chenoboskion juntou-se à Ordem, e antes da morte de Pacômio já havia nove mosteiros para homens e dois para mulheres.
Milagres e santa morte
Pode-se dizer que a vida monástica ou cenobítica no Egito nasceu com São Pacômio. Não era mais um chefe carismático que agregava ermitões reunidos em pequenos grupos em torno de si, mas uma comunidade de religiosos com regras precisas de vida em comum na oração, contemplação e trabalho, a exemplo dos primeiros apóstolos de Jesus.
São Pacômio foi agraciado por Deus com o dom dos milagres. No entanto, curava várias doenças ou aflições com uma única condição: somente se fosse para o bem da alma. Era também favorecido com o dom da profecia.
O grande Santo Atanásio quis ordená-lo sacerdote, mas Pacômio resolveu permanecer leigo, por humildade.
Morreu vítima de uma peste que assolava o Egito. O local de sua sepultura foi sempre desconhecido, porque antes de sua morte ele havia recomendado aos seus discípulos mais fiéis que o enterrassem num lugar secreto, para evitar a veneração de muitos de seus seguidores.
Até o século XII, a Ordem de São Pacômio era constituída por cerca de 500 monges. Assim como Santo Antão, o Grande, ele é considerado o instituidor da vida monástica e eremítica, o patriarca dos cenobitas.
De São Pacômio, diz o Martirológio Romano Monástico no dia 15 de maio: “Memória de São Pacômio abade, morto na Tebaida em 348. Testemunha da caridade cristã para com os prisioneiros no tempo de seu serviço militar, converteu-se e pediu o hábito monástico ao eremita São Palimão. Sete anos mais tarde, uma voz divina o mandou ‘construir uma casa em Tabenesse, para nela reunir muitos irmãos’. São Pacômio é assim considerado como o fundador do monaquismo cenobítico”.2
ABIM
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Notas:
Outras fontes consultadas:
– https://nominis.cef.fr/contenus/saint/1127/Saint-Pacome-le-Grand.html
– http://www.santiebeati.it/dettaglio/52450
– The Catholic Encycopedia, St. Pachomius.