O Dubai adotou uma semana laboral mais curta para favorecer a produtividade e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Além da instauração da semana de quatro dias e meio de trabalho, os Emirados Árabes Unidos (EAU) alteraram o tradicional fim-de-semana de sexta-feira e sábado para sábado e domingo, para alinhar o país com os mercados globais e melhorar a competitividade económica.
“A abordagem foi cuidadosamente estudada para beneficiar todos os segmentos da sociedade, embora possa parecer que são as empresas que mais beneficiam com a nova semana de trabalho. Acreditamos firmemente que tem sido altamente benéfico para os empregados e famílias. Com uma semana de trabalho alinhada com o resto do mundo, facilitamos o planeamento das férias para as pessoas que residem nos Emirados e tem família no estrangeiro. Sem esquecer, claro, a comunidade empresarial, que vai certamente tirar partido do alinhamento com o horário de trabalho internacional, o que permite uma melhor integração nos mercados globais em tempo real. Acreditamos que as medidas são interessantes para a sociedade como um todo", disse à euronews Abdulla Ali Rashid Al Nuaimi, subsecretário adjunto de Comunicação e Relações Internacionais dos EAU.
Uma semana alinhada com os mercados globais
A nova organização do trabalho deverá facilitar as transacções financeiras, económicas e comerciais com outros países. “Há uma grande vantagem porque antes costumávamos ter de trabalhar para participar em chamadas com clientes noutros países, frequentemente à sexta-feira, porque na Europa, a sexta-feira à tarde é um dia mais leve ao nível dos contactos com os clientes. Éramos excluídos porque não podíamos participar ou porque éramos obrigados a participar durante o fim-de-semana. Por isso, para nós, nessa perspectiva, é uma verdadeira melhoria", explicou Santiago Castillo, da empresa Roland Berger.
A transição para um sistema alinhado com os mercados globais começou por ser aplicada ao sector público e às escolas. Depois foi a vez dos mercados financeiros. O setor privado deverá também seguir o exemplo.
Com esta decisão governamental, os EAU tornaram-se no primeiro país do mundo a adotar uma semana de trabalho de quatro dias e meio, de segunda-feira até ao meio-dia de sexta-feira.
A melhoria da conciliação vida profissional-vida privadaOs novos horários nos Emirados foram aplicados às escolas onde o dia escolar deverá terminar ao meio dia de sexta-feira.
"Trata-se de favorecer o bem-estar, com a oportunidade de reduzir a semana de trabalho para que os nossos filhos, o nosso pessoal e as nossas famílias possam passar tempo juntos. Foi uma verdadeira bênção e uma surpresa interessante que foi muito bem recebida pelo pessoal e pelos alunos. Tem sido muito fácil fazer pequenas adaptações para que possamos manter a riqueza das aprendizagens porque não queremos reduzir o currículo. A educação deve ser algo divertido e deve abarcar muitas coisas. Temos sido capazes de fazer pequenos ajustes para maximizar o tempo de ensino e as aprendizagem das crianças", contou Clare Turnbull, directora da Royal Grammar School Guildford Dubai.
Para quem reside no Dubai, o novo fim-de-semana de dois dias e meio é visto como uma forma de melhorar o equilíbrio entre vida profissional e vida familiar.
“Dar prioridade ao equilíbrio entre trabalho e família é muito importante. O facto de todos nós podermos ver os nossos filhos que precisam de nós. Temos de ser um modelo para eles e temos de passar tempo com eles. Penso que a maioria dos pais está a adorar o facto de terem filhos felizes à hora do almoço, e ir buscar as crianças ao meio dia. E nós temos energia para estar com eles à sexta-feira. Penso que muitas pessoas deverão ser beneficiadas com a medida, há muitas coisas que podemos fazer à sexta-feira. Há sítios como clubes de praia onde podemos ir com amigos porque os meus filhos não tinham muito tempo para brincar. Tem sido realmente fantástico eles poderem conviver com os amigos", contou Edwina Viel, residente no Dubai.
A pandemia de Covid-19 deu visibilidade às questões da conciliação entre vida profissional e vida privada, da saúde mental e do impacto do bem estar na produtividade. Empresas do Reino Unido estão atualmente a testar a semana de 32 horas.
A Suíça poderá juntar-se em breve à grande maioria dos países europeus, banindo em referendo a quase totalidade da publicidade ao tabaco.
O país tem atualmente uma legislação bastante permissiva nesse sentido, em grande parte devido ao forte "lobby" de alguns dos maiores fabricantes de cigarros do mundo, que estão sediados no território suíço.
A iniciativa popular que será votada no próximo domingo pretende proibir toda a publicidade que pode ser vista por menores o que, na prática, é praticamente equivalente a uma interdição total.
Jean-Paul Humair, diretor do Centro de Prevenção de Dependência de Genebra:"A iniciativa procura uma proibição quase completa da publicidade que alcance crianças e adolescentes. É esse o objetivo. Na realidade, qualquer publicidade ao tabaco pode alcançar crianças e adolescentes e o mesmo é verdade para produtos semelhantes e derivados, como os cigarros eletrónicos ou o tabaco aquecido, por exemplo."Os opositores, entre os quais se conta o próprio governo federal e o parlamento, estimam que o projeto vai longe demais e "infantiliza os adultos".
Um argumento também defendido, como seria de esperar, pelo número um mundial do setor, a Philip Morris International, com sede na Suíça.
Patrick Eperon, porta-voz da campanha "Não" e membro do "Centro Patronal":"Estamos contra porque o texto da iniciativa é extremo, prevê proibir toda a publicidade que pode ser vista por menores e não os visa unicamente, o que significa que praticamente toda a publicidade será proibida, nomeadamente para adultos. Em nome da proteção das crianças, acabamos por infantilizar os adultos. Estamos numa época em que toda a publicidade é susceptível de ser proibida e, obviamente, para os meios económicos suíços, é um problema considerável e fundamental."
Segundo as últimas sondagens, a maioria dos suíços votará a favor da iniciativa, mas a grande incógnita é se conseguirá obter uma maioria nos 26 cantões, condição obrigatória para a sua adoção.
O Município de Reguengos de Monsaraz assinou um protocolo de cooperação com o Alto Comissariado para as Migrações no âmbito do projeto piloto “Integrar Valoriza” para reforçar as políticas de acolhimento e a integração de imigrantes. Com a adesão à rede de municípios que incorporam este projeto, a autarquia pretende garantir um bom acolhimento e a inclusão da população imigrante no concelho nas áreas da saúde, cívica, social, laboral, habitacional e educacional.
A intervenção das entidades ao nível local, que pela proximidade dispõem de conhecimento privilegiado, permite identificar e responder prontamente e com rigor aos desafios e necessidades, mas também estimular e dar visibilidade às oportunidades que a população imigrante representa para os municípios de acolhimento. O protocolo vigora durante um ano e permite à autarquia criar pelo menos uma das respostas que ainda não disponha, como por exemplo um Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes, um Plano Municipal para a Integração de Migrantes, a Estratégia Local de Habitação, oferta de cursos de “Português Língua de Acolhimento”, incentivo ao associativismo representativo das populações migrantes ou um Plano Estratégico Municipal Cultura-Educação.
O projeto piloto “Integrar Valoriza” visa implementar medidas de política pública nacional descentralizadas, mediante uma intervenção articulada e integrada entre entidades públicas e privadas com responsabilidades na área do acolhimento e da integração de imigrantes.
Começou
recentemente a execução de um troço de estrada entre a Rua Dr.
Filipe Requixa e a Rua Heróis do Ultramar, na zona de expansão sul
de Cantanhede. Os trabalhos que estão a ser realizados pelas equipas
da Divisão de Administração e Apoio às Freguesias da Câmara
Municipal consistem na abertura do novo percurso viário e na
aplicação de tout-venant
e vai permanecer assim durante algum tempo para que fique devidamente
consolidada a base de sedimentação, após o que a autarquia
avançará com a empreitada para aplicação do pavimento betuminoso
e trabalhos completares, nomeadamente a instalação do sistema de
drenagem de águas pluviais e de equipamentos de segurança,
sinalização, passeios e estacionamento.
O
novo troço de estrada nasce do aproveitamento prolonga a rua Dr.
Filipe Requixa, na parte posterior do Bairro Charles Cide, num
traçado em linha reta até à Rua Heróis do Ultramar, em direção
à estrada de Outil, o que virá a facilitar significativamente a
circulação viária neste local.
Trata-se
de uma obra complementar a outra realizada há algum tempo,
designadamente o prolongamento da Avenida do Brasil, onde foi
executada a rotunda “Maria de Cantanhede, na confluência com a Rua
Antero de Quental e a Rua Padre Américo.”.
Para
concretizar esse prolongamento da referida avenida, a autarquia teve
de adquirir uma garagem/armazém e o imóvel contíguo no lado
Poente, o que representou um investimento muito significativo, mas
plenamente justificado no quadro da política de qualificação e
valorização do sistema de mobilidade em todo o perímetro da cidade
de Cantanhede.
Agora,
com a execução do novo troço de estrada entre a Rua Dr. Filipe
Requixa e a Rua Heróis do Ultramar conclui-se esse processo numa
importante área residencial em expansão da cidade e que oferece
indiscutíveis vantagens ao nível da fluidez de trânsito em
diversas ruas das imediações, facilitando ainda a ligação dessa
zona à estrada para Outil.
A
via terá um perfil transversal análogo ao existente na urbanização
contígua, variando de acordo com as zonas destinadas a
estacionamento público, prevendo-se, também, a execução de um
passeio com dois metros de largura, confinante a Sul.
Ao
nível da rede de águas pluviais, o caderno de encargos da
empreitada a lançar a concurso oportunamente incluirá a instalação
de uma malha de sumidouros implantados nas laterais da faixa de
rodagem e que ficarão ligados a caixas de visita e coletores a
executar no eixo da via. Estes, por sua vez, terão destino ao
coletor pluvial existente na rede pluvial da urbanização.
O
projeto prevê também especiais cuidados ao nível da sinalização
vertical e horizontal, para garantir, em complemento com as marcas
rodoviárias, um correto ordenamento e fácil escoamento do tráfego.
De resto, ficou definida a execução de toda a sinalização
horizontal em material refletor de aplicação a quente
(termoplástico) com incorporação de esferas de vidro,
garantindo-se, desta forma, a perfeita visibilidade noturna.
A Autarquia de Silves volta a promover a Marcha dos Namorados, através do setor de desporto, que decorrerá no dia 20 de fevereiro, pelas 10h00. Esta iniciativa, que visa a promoção da atividade física junto de toda a população, integra o programa da 6.ª Mostra Silves Capital da Laranja e tem como local de concentração e partida, a zona da FISSUL.
Tendo em conta a sua condição física e preferência, cada participante é convidado a escolher um de dois percursos apresentados: um de 5,4 km, com grau de dificuldade baixo, totalmente urbano e outro de 10,2km, com grau de dificuldade médio, a realizar em zona urbana e serra. Ambos os percursos terminam junto ao edifício da FISSUL, local onde decorrerá a 6.ª Mostra Silves Capital da Laranja.
As inscrições estão abertas devendo ser efetuadas online, em https://www.cm-silves.pt/Preview.aspx?pageID=8445&ver=16327, ou junto do sector de Desporto (localizado no complexo das Piscinas Municipais de Silves), através do telefone 282 440 270, do endereço de correio eletrónico desporto@cm-silves.pt, bem como nas Juntas de Freguesia do Concelho, onde os interessados também poderão inscrever-se para reservar o seu lugar nos autocarros que a CMS irá disponibilizar neste dia (lugares limitados). Estas poderão, também, ser efetuadas no próprio dia, no local, até meia hora antes do início da atividade.
Relembramos que a CMS continua a desenvolver a campanha “Lixo Zero 0 – ambiente 100”, uma iniciativa que pretende sensibilizar todos os participantes para a necessidade de redução do lixo e diminuição da pegada ambiental. Neste sentido, é pedido a cada participante que traga a sua garrafa/cantil para que, durante a prova a organização possa enchê-la.
A Marcha dos Namorados conta com a parceria do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, Programa Nacional de Marcha e Corrida, Plano Nacional de Ética no Desporto, Plano Nacional de Desporto para Todos e com o apoio do Agrupamento de Escolas de Silves, das Frutas Martinho, Bombeiros Voluntários de Silves e GNR.
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Atendendo ao período que se atravessa, o Município de Silves adverte que, fazendo-se cumprir as orientações da DGS, deverão ser cumpridas as seguintes indicações:
- O uso de máscara é obrigatório em todo o recinto do evento, até à partida, e após a chegada.
- Durante o percurso é recomendado o uso de máscara apenas na aproximação dos postos de abastecimento, e quando não seja possível garantir-se a distância mínima entre participantes.
Trinta anos depois do Tratado de Maastricht, a substituição da Cristandade pela utopia de uma República Universal é meta da Revolução anticristã. O fracasso e a agonia daquele Tratado inverteram os rumos.
Luis Dufaur
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 854, Fevereiro/2022
Num dia 7 de fevereiro, há exatos trinta anos, na cidade holandesa de Maastricht, os chefes de Estado e governo dos 12 países que então constituíam a União Europeia (UE) assinaram um Tratado de repercussão mundial, cujas consequências ainda abalam a Europa e o mundo.
Desde o Tratado de Bruxelas de 1948, uma sucessão de acordos — aceitos até com agrado pela opinião pública devido aos benefícios econômicos e a paz que prometiam — foi modelando a futura UE. Mas, depois do Tratado de Maastricht, tudo iria mudar.
Basta ver a rumorosa saída da Grã-Bretanha da UE (o Brexit); os contínuos protestos contra a cúpula da UE sediada em Bruxelas; as decisões do Parlamento Europeu, com sede em Bruxelas e Estrasburgo. Ainda há pouco, por ocasião da passagem do ano 2021/2022, a bandeira da UE foi retirada apressadamente do Arco do Triunfo, em Paris [foto abaixo], devido à forte indignação popular que suscitou.1
Longa e cuidadosa manobra
Os tratados iniciais primavam pela ambiguidade sorrateira entre o que seus inspiradores utopistas e redatores diziam e o que visavam. Poucos discerniram o que eles traziam no bojo. Exemplo desses raros espíritos com discernimento foi o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que em 1950 visitou a Europa, esperando encontrar líderes conservadores legítimos — chefes de casas reais, dignos eclesiásticos, nobres e militantes — que defendessem a integridade da Cristandade.
Na sala de espera da casa de Dom Roger Beaussart (1879-1952), Bispo-auxiliar de Paris, ele conheceu um distinto nobre, amigo do eclesiástico, que o convidou para um almoço no seleto Automóvel Club, onde lhe fez uma confidência: “A Europa está mudando de um modo inimaginável, porque em vez de caminhar para uma dilaceração entre as correntes de opinião que a dividem, pelo contrário, caminha para uma síntese. Está sendo preparada uma Europa unida, cujo centro será, provavelmente, Estrasburgo.
“Está sendo preparado um Parlamento e um governo da Europa que farão desaparecer as diversidades nacionais. Vão ser eliminadas as fronteiras alfandegárias […] A Europa terá, portanto, um só mercado consumidor, com uma só indústria e um só comércio geral. No interior dos países haverá uma composição desde o partido comunista até as correntes monarquistas mais radicais. […]
“As Casas Reais e a antiga nobreza vão mandar deputados para o Parlamento de Estrasburgo. E o senhor poderá ver sentado o Arquiduque Otto de Habsburgo e a expressão mais moderna de extrema esquerda caminhando no mesmo rumo”.2 Naquele instante, Plinio Corrêa de Oliveira discerniu que tal plano era uma manobra para extinguir os restos da Cristandade, carregados de bênçãos, aos quais ele havia consagrado sua vida, seu coração e seu porvir.
O pior acontece
Nos anos seguintes, a “confidência” revelada a Dr. Plinio em Paris tomou corpo na pirâmide burocrática dos tratados e acordos acima referidos. Por fim, no início dos anos 90, o objetivo que a manobra ocultava estava sendo articulado para pô-lo em prática. Políticos utopistas, pragmáticos ou sonhadores, revolucionários ou conservadores, anunciavam em jornais e livros que a hora crucial para por em prática a “confidência” — até então meio secreta — havia chegado.
O Tratado de Maastricht iria decretar o fim das soberanias dos países membros, ou seja, a sua morte. A redação do Tratado era ininteligível para a quase totalidade dos homens, mesmo para os mais habituados ao linguajar jurídico e diplomático. Maastricht preludiava outras fusões em grandes grupos geográficos — como foi o caso do nosso pernibambo Mercosul —, que no final se unificariam numa imensa República Universal, velho sonho anticristão.
Naqueles anos, jovens europeus discípulos de Dr. Plinio que se encontravam na capital paulista me convidaram para ajudá-los no extenuante esforço de ler, desintrincar e resumir a vasta documentação oficial relativa à manobra. Reunimo-nos numa comissão e, uma vez vista toda a matéria, expusemo-la ao Dr. Plinio. Para ele, a novidade estava só na explicitação com que os fautores do Tratado de Maastricht efetivavam a velha “confidência” de Paris no longínquo ano de 1950.
Um inesperado e um fracasso
Numa dessas conversas, Dr. Plinio disse algo que muito nos impressionou: “Eles têm uma consciência muito grande de que estão dando um passo perigosíssimo que pode dar numa catástrofe […]. No fundo, trata-se da implantação de uma ditadura mundial, porque todas as nações ficam sujeitas a um plano feito por tecnocratas a serviço de utopistas, que no fundo são ocultistas que querem implantar uma irreligião nova e um mundo novo. Os utopistas exigem dos tecnocratas algo que tem um risco medonho”.
Em seguida Dr. Plinio explicitou o que chamou de “risco medonho”: “Mesmo uma nação de dimensões pequenas, se bem de grande cultura, como a Dinamarca, que recuse o plano da unificação europeia, pode encrencar toda a manobra. É a famosa metáfora do carro guiado por muitas juntas de bois. De repente um boi resolve se deitar na estrada e para tudo”.3
O Tratado assinado deveria ter uma ratificação solene segundo as Constituições de cada país, pois exigia renúncias às respectivas soberanias. Em junho de 1992, enquanto participava da Eco-92 no Rio de Janeiro visando documentar o que a ecologia gestava para o futuro, vi estarrecido num quiosque, uma manchete de que o povo da Dinamarca recusara em plebiscito o Tratado de Maastricht. E se um país não o ratificava, o Tratado ficava inválido. A previsão do Dr. Plinio, feita numa reunião de comissão, havia se cumprido com a recusa da Dinamarca!
Voltando para São Paulo, os jornais traziam mais uma “bomba”: o presidente socialista da França, François Mitterrand, havia convocado um plebiscito extraordinário — não requerido pela Constituição — visando obter um voto esmagador que deixaria a Dinamarca de queixo no chão. Todas as normas francesas para manifestações públicas estavam suspensas e todos os europeus presentes no país poderiam agir livremente para falar do Tratado.
Foi assim que a massa dos políticos, sindicalistas, mídias etc., da Europa e do mundo se engajou para atender ao pedido de Mitterrand. Filósofos, escritores, políticos e eclesiásticos esquerdistas, liberais ou conservadores faziam lobby sobre o eleitor da França. O líder socialista espanhol Alfonso Guerra disse: “Ficamos vesgos de tanto olhar para o que acontecia na França”.
O presidente Mitterrand enviou um documento para cada francês explicando o que dizia o Tratado que ninguém entendia. Na capa só constava: “Lettre à tous les Français”, de punho e letra do próprio presidente. Plinio Corrêa de Oliveira teve em mãos um exemplar desse documento e comentou a inteligência do golpe, dado com o talento francês. Tudo foi posto em ação para obter o resultado visado.
Heroica campanha
Mas a Société française pour la défense de la Tradition, Famille et Propriété (a TFP francesa), com o contributo pessoal de militantes de outras TFPs europeias, saiu às ruas em campanha distribuindo o manifesto “A TFP diz não a Maastricht. Pode-se aprovar um tratado ininteligível?”. O manifesto foi publicado em sua íntegra no jornal Le Quotidien de Paris em 18-9-1992. Era a luta de David contra o Golias do establishment político-midiático internacional. As faixas com slogans da TFP passaram a incluir o perfil de um mosqueteiro — o histórico d’Artagnan, morto na tomada de Maastricht nas guerras de Luís XIV — com a frase: “1673: d’Artagnan morre em Maastricht – 1992: Maastricht se esforça para matar a França”. Mais ainda, a TFP francesa inaugurou uma flor de lis dourada no topo dos mastros de seus estandartes grandes. O público francês não precisava mais: ficava evidente a oposição ao Tratado de Maastricht e que este se opunha à Cristandade e à autêntica França.
O manifesto esclarecia concisamente a essência do Tratado: que ele se articulava em eixos fundamentais que feriam a soberania do país que o assinasse; que extinguia as Forças Armadas e a defesa nacional; instaurava uma moeda única (o atual euro); acabava com a política externa e de segurança independente; abolia as fronteiras entre os países membros; criava uma “cidadania europeia” e corroía as nacionais; fundia gradualmente os Poderes Judiciários num só poder europeu; impunha uma política ambientalista única; e, por fim, não concedia nenhuma opção para se abandonar o Tratado.
Quem mandaria no topo da pirâmide de dependências burocráticas criadas ou reforçadas pelo Tratado? Depois de ponderar todos os dados, o manifesto da TFP francesa foi taxativo: “Nas culminâncias do edifício comunitário, seus chefes planarão a uma altura que se verifica menos em um avião do que em um disco-voador […]. Será inevitável que no alto dessa União Europeia se forme uma nomenklatura como foi, na ex-URSS, a nomenklatura soviética”.4
Afinal, o resultado do plebiscito francês foi angustiante para os “maastrichtianos”: um empate técnico que um grande jornal qualificou de resultado “ni-ni” (nem sim nem não); outro periódico deu o título: “Ou…i”, e outro “Le petit Oui”, e um britânico: “So narrow” (“Estreito demais”). “Maastricht está morto no espírito da quase totalidade dos franceses”,escreveu Jacques Calvet,5 um dos redatores do Tratado. Mitterrand não venceu como queria, o Tratado não convenceu, passou muito apertado, forçado e a contragosto.
Das análises de jornais e intelectuais franceses, Dr. Plinio tirou a seguinte conclusão: “Com esse resultado, o plano todo do Tratado dá a impressão de um animal ferido por um tiro numa parte substancial e se arrasta sangrando sobre a lama ou sobre a neve, e que não sabe para onde andar. Eles não estão conseguindo levar a opinião pública para onde querem porque o cetro da mídia não comanda mais. O que resta à pessoa que tem o poder na mão? É virar a mesa. Nós vemos cada vez mais as incógnitas fazerem uma torre de Babel a partir da qual ninguém sabe para onde as coisas vão”.6
Utopia substituída por Babel
O plano de Maastricht ainda avançou, mas colidindo com uma opinião pública que já não temia contestar a cúpula da União Europeia. Em 29 de outubro de 2004, os chefes dos países da UE apresentaram uma Constituição Europeia elaborada sob a batuta do ex-presidente francês Valéry Giscard d’Estaing7 que radicalizava Maastricht. Mais uma vez, o povo francês tinha que aprová-la em plebiscito. E em maio de 2005 os franceses a repeliram, sendo acompanhados em junho do mesmo ano pelo povo holandês. Os países membros eram então 25, e apenas 18 confirmaram.
Numa trapaça histórica, os mesmos chefes de Estado reformaram a recusada Constituição Europeia com o nome de Tratado de Lisboa, com a condição de que ele não seria submetido ao voto popular. Esse Tratado entrou em vigor no dia 1º de dezembro de 2009, porém com tantas emendas, ressalvas, contorções jurídicas e ‘colas’ de outros tratados para conseguir o consenso dos países descontentes, que perdeu o caráter de uma Constituição válida para todos.
A história da marcha do “animal ferido que se arrasta sangrando sobre a lama ou neve” continua até os presentes dias sob a forma da extensíssima onda de protestos populares contra o “disco voador” que comanda a UE. Merece destaque a ruptura definitiva da Grã-Bretanha com a UE, que submergiu a utopia maastrichitiana num caos de negociações e disputas.
Também se podem assinalar as intérminas e furiosas oposições da Polônia e da Hungria às ameaças ditatoriais da UE, por esta se opor às reformas de estruturas do tempo soviético e lhes querer impor a agenda LGBT e normas contrárias à família. Há ainda as exceções ao Acordo de Schengen, que regulava a livre circulação dos cidadãos comunitários estipulada no Tratado de Maastricht. Acrescem-se a exigência da Suécia de não adotar o euro para assinar o Tratado de Maastricht e a recusa de 76.8% da população da Suíça de ingressar na UE.
Balanço 30 anos depois
Três décadas depois, o Tratado de Maastricht ainda vive, ou morreu? O “animal ferido” exala bafejos agônicos, porém a utopia não morreu. Outras mãos tentam recolher a tocha que bruxuleia no chão. De Moscou, Vladimir Putin insiste na quimera da Eurásia — uma nova União Europeia do Atlântico até Vladivostok, cuja capital estaria em Moscou, e não em Bruxelas.
Putin acrescenta uma enganação bem no estilo da KGB, na qual ele se formou: essa nova EU, ou Eurásia, seria “conservadora”. Como prova, irriga com dinheiro movimentos e líderes conservadores opostos aos diktats de Bruxelas. Resta ver se essa proposta seduzirá os melhores. Se não o conseguir, Putin não esconde a vontade de partir para uma guerra, ameaçando ou mesmo invadindo a Europa.
Também Pequim rumina essa utopia e constrói uma ciclópica nova “Rota da Seda”,8 que conectaria com as mais avançadas tecnologias povos a ela escravizados. Essa “rota” atravessaria a Europa e a Ásia, entraria pelo mar no Alasca, e no Peru — pelo sul, furando os Andes, rasgando a Amazônia e chegando às grandes cidades brasileiras na costa atlântica, até atingir um Polo Logístico Antártico na Argentina. O plano é para além de ousado e ainda em vias de execução, mas o sonho anticristão é o mesmo.
Assim sendo, onde está a verdadeira esperança? Só numa magnífica reação do ideal de Cristandade, como acenou Plinio Corrêa de Oliveira: “Quando os homens resolvem cooperar com a graça de Deus, são as maravilhas da História que assim se operam: é a conversão do Império Romano, é a formação da Idade Média, é a reconquista da Espanha a partir de Covadonga, são todos esses acontecimentos que se dão como fruto das grandes ressurreições de alma de que os povos são também suscetíveis. Ressurreições invencíveis, porque não há o que derrote um povo virtuoso e que verdadeiramente ame a Deus”.9
A recusa do Tratado de Maastricht poderia inserir-se numa reação que dá continuidade a esses grandes ressurgimentos católicos.
Durante séculos os artigos preciosos da China: especiarias, sedas, marfins, porcelanas etc. foram levados por imensas caravanas que iam até o Mediterrâneo. Os comerciantes venezianos os revendiam por toda a Europa. Essas caravanas faziam a chamada “Rota da Seda”, possuiam muitos percursos e recolhiam preciosidades da Índia; tapeçarias da Pérsia etc. Hoje Pequim está refazendo a nova “Rota da Seda”: uma imensa e variada rede de autopistas, trens e portos para inundar o mundo com mercadorias e agentes do Partido Comunista Chinês.
Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Parte II, Cap. VII, nº 2, Artpress, São Paulo, 1998.
Para celebrar o Dia Internacional de Darwin, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro preparou um fim de semana inteiro dedicado ao cientista britânico Charles Darwin. A 12 e 13 de fevereiro, as famílias podem contar com um programa de atividades que vai aguçar o olhar curioso para a natureza.
A 12 de fevereiro de 1809 nascia Charles Darwin, uma das mais influentes pessoas na construção do conhecimento científico, no que respeita à ecologia e evolução. Darwin foi naturalista, botânico, geólogo, mas acima de tudo um grande observador. Soube juntar evidências e padrões e explicar na sua obra “On the origin of species” o que atualmente definimos como a Teoria da Evolução. A 12 de fevereiro celebra-se em todo o mundo o contributo de Charles Darwin para a visão atual da História da Vida.
A Fábrica Centro Ciência Viva associa-se a esta celebração mundial com um programa que abrange várias áreas da ciência. No próximo fim de semana, miúdos e graúdos são convidados a explorar a biodiversidade à nossa volta, a saber mais sobre a extinção dos dinossauros e a construir e programar robôs tartaruga.
No domingo de manhã, está ainda agendado um Workshop Dóing no makerspace da Fábrica, em que crianças a partir dos 8 anos vão criar o molde, construir e decorar uma simpática tartaruga.
A Escola das Artes da Universidade Católica do Porto promove mais um ciclo de aulas abertas. A primeira sessão decorre já no próximo dia 17 de fevereiro, às 18h30. O convidado é o conceituado curador brasileiro, Luiz Camillo Osório, que falará sobre “Da virada antropológica nos anos 1970 à arte indígena contemporânea no Brasil”.
“Todos os anos a Escola das Artes debruça-se sobre os temas de maior relevância em torno das práticas artísticas contemporâneas. Nestas sessões públicas abertas à comunidade, os nossos alunos entram em contacto com artistas, curadores e pensadores que estão na vanguarda das suas respetivas áreas. Esta é uma dimensão fundamental para que no seu desenvolvimento artístico e profissional possam ganhar consciência sobre as discussões que marcam o meio artístico. Os nossos alunos crescem em diálogo com o meio artístico e preparados para criar trabalho de grande relevância.”, afirma o professor Daniel Ribas, coordenador do mestrado em Cinema da Escola das Artes.
Luiz Camillo Osório, o primeiro convidado deste ciclo de aulas abertas, tem um vasto currículo na área da Estética e da Filosofia da Arte. Além de ser diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio e de se dedicar à pesquisa académica, também é crítico e um dos mais importantes curadores brasileiros. No âmbito da curadoria, desempenhou funções no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Pavilhão brasileiro, na Bienal de Veneza de 2015. Também, já assinou a coluna de crítica de arte nos Jornais O Globo e Jornal do Brasil. A Aula Aberta de Luiz Camillo Osório tratará de uma transição antropológica da arte brasileira nos anos 1970 e, de seguida, abordará a produção indígena contemporânea, ao longo do século XXI.
Entre fevereiro e maio, estão já confirmadas as aulas abertas com Ângela Ferreira (24 de fevereiro), Ulrich Baer (10 de março), Manthia Diawara (17 de março), Maka Lisboa (21 de abril), Rosangela Rennó (28 de abril), Filipa Lowndes Vicente (12 de maio), Jessica Sarah Rinland (19 de maio) e Marinho de Pina (26 de maio).
As Aulas Abertas são de entrada gratuita e realizar-se-ão no Auditório Ilídio Pinho todas as quintas-feiras (18h30), entre fevereiro e maio de 2022, na Escola das Artes, Universidade Católica Portuguesa.
No próximo dia 19 de fevereiro, a Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) e a Universidade de Aveiro, em parceria com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, os compartes dos Baldios de Gondramaz e Cadaval, a Junta de Freguesia de Vila Nova, o Município e os Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, promovem em Gondramaz (Miranda do Corvo) mais uma plantação de espécies autóctones (medronheiro, sobreiro e carvalho). O início da ação, que é levada a cabo no âmbito do projeto F4F - Forest For Future, liderado pelo SerQ - Centro de Inovação e Competências da Floresta, tem início marcado para as 09h00 e uma duração estimada entre 4 a 8 horas.
A plantação dá continuidade às ações de valorização da floresta da Região Centro já concretizadas em Mortágua, Alvoco das Várzeas e Avô, sempre com o mesmo objetivo: contribuir para uma floresta mais diversificada; aumentar a biodiversidade da fauna; defender a floresta contra incêndios e protegê-la contra pragas e doenças; e dar a conhecer os cuidados a observar na plantação do medronheiro, do sobreiro e do carvalho.
Destinada ao público em geral e a estudantes em particular, a ação é organizada pela professora da ESAC-IPC, Filomena Gomes.
A participação é gratuita, mas as vagas limitadas e sujeitas a inscrição em https://f4f.serq.pt, preferencialmente até 18 de fevereiro de 2022. O ponto de encontro será na entrada da aldeia de Gondramaz.
Unidade Móvel desloca-se a Aveiro todas as sextas-feiras para consultas de ortopedia, com foco no diagnóstico e tratamento de artroses e lesões das articulações.
A Clínica Espregueira - FIFA Medical Centre of Excellence - entidade de referência em Medicina e Traumatologia Desportiva, a nível nacional e internacional, com vocação especial para o Sistema Locomotor, Medicina Regenerativa e Medicina Desportiva – está a apostar numa medicina de proximidade, levando até diversas cidades do interior uma Clínica Móvel com consultas para diagnosticar e tratar artroses e lesões das articulações, que afetam milhares de pessoas, quer pelo desgaste da idade, quer por trauma de desporto.
A primeira unidade móvel com foco no sistema locomotor é especializada no diagnóstico e tratamento de artroses e lesões das articulações que afetam milhares de pessoas pelo desgaste da idade ou por um trauma.
Esta unidade está em Aveiro todas as sextas-feiras, das 9h00 às 18h00. Disponibiliza ainda uma consulta tripartida com o doente, o médico assistente e um especialista de reputação internacional (online). Esta modalidade permite que o doente que reside no interior do país tenha acesso aos mais diferenciados médicos especialistas sem ter que se deslocar para fora da área de residência.
Munida de sala de consulta e gabinete para tratamentos diferenciados em Medicina Regenerativa, onde são efetuados tratamentos modernos ortobiológicos injetáveis, esta Clínica Móvel pode ajudar a resolver diversas patologias ortopédicas e, até mesmo, evitar cirurgias.
A primeira consulta de avaliação é gratuita. Os agendamentos de consulta podem ser feitos pelo email info@clinicamovel.com, ou pelo telefone 220 100 112.
Terminou com balanço positivo a terceira edição do ‘Rali da Cortiçada’, que decorreu no último sábado, dia 5 de fevereiro, em Proença-a-Nova. A concentração de todos os 34 carros e cerca de 70 pilotos deu-se na parte da manhã no Parque Urbano Comendador João Martins, o ponto onde ainda se fizeram algumas reparações e foram conferidas as últimas verificações técnicas.
Pedro Cristóvão, diretor de prova do Rali da Cortiçada, afirma que mais uma vez o Rali realizado em Proença-a-Nova voltou a cumprir as expectativas: “todos os horários foram cumpridos e todos os pilotos se encontram de boa saúde e sem problemas, apesar dos habituais acidentes deste tipo de Ralis”. O responsável pela realização da prova apontou ainda o facto de os “estabelecimentos comerciais da vila terem estado ao longo do fim-de-semana com maior movimento”, numa parceria que se revela benéfica tanto para o Município, como para o Lusitânia Automóvel Clube.
Momentos antes do arranque oficial, Pedro Cristóvão dirigiu-se aos participantes, explicando as regras da variante ‘Regularidade Sport Plus’, na qual se pediu aos pilotos que igualassem o tempo base da primeira volta - realizada o mais rápido possível - e ‘Regularidade Histórica’, pedindo-se exatamente o mesmo, mas a uma velocidade média de 60kms/hora. Definiu também horários a cumprir, para que fosse mantida a igualdade entre todos os carros, isto é, para que todos os participantes pudessem correr nas mesmas circunstâncias. Este tipo de provas de Regularidade é, segundo Pedro Cristóvão, “mais ‘leve’, pois permite que haja maior diversidade de carros em competição”, sem a obrigatoriedade de ter tantas medidas de segurança, como por exemplo “extintores de incêndio e sistemas de extinção”.
Relembrar que o Rali da Cortiçada é uma prova automobilística inscrita no calendário desportivo da FPAK - Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. Em ‘Regularidade Sport Plus’ o pódio foi constituído por Fernando Teotónio e Luís Morgadinho, com um Mitsubishi Evo IX (1º); Pedro Duarte e Paula Balacó, com um Porsche GT3 (2º); e Jorge Santos e Vítor Hugo, Skoda S2000. Na variante Regularidade Histórica, César Ribeiro e Pedro Almeida venceram ao volante de um BMW E30; o segundo lugar foi para José Laranjo e Duarte Lourenço, com BMW 2002; Armando Antunes e Filipe Fernandes fecharam o pódio, com um Lokswagen Golf Gti.