domingo, 6 de março de 2022

SOLIDARIEDADE: Milhares estão a reservar Airbnbs na Ucrânia

 Milhares de pessoas em todo o mundo estão a alugar quartos na Ucrânia através da plataforma de alojamento Airbnb. Reservam quartos em Kiev ou em outros locais do país através da Internet. A ideia não é passar férias numa zona de guerra ou juntarem-se aos combatentes. O objetivo é ajudar os ucranianos que não conseguiram sair ou decidiram ficar nos país.

Os donos das casas são pagos 24 horas depois do check-in. Quem participa neste movimento, que começou a ser divulgado nas redes sociais, reserva o espaço e avisa os anfitriões que se trata de um gesto de solidariedade.

A iniciativa conta com o apoio da empresa de alojamento norte-americana. A Airbnb anunciou que vai prescindir temporariamente das taxas de agência para reservas de alojamento na Ucrânia, disponibilizar gratuitamente 100 mil apartamentos aos deslocados e suspender as atividades comerciais na Rússia e Bielorrússia.

Euronews/JMO

Dar Sangue. Um ato de cidadania participativa

O sangue é um bem insubstituível, obtendo-se através de dádiva benévola, pois não é possível produzi-lo artificialmente. São muitos os doentes que necessitam de componentes sanguíneos de forma a terem melhor qualidade de vida, sendo a sua disponibilidade essencial para situações em que há risco de vida.

Dar sangue é um ato simples e seguro, não há risco de contrair doenças, sendo todo o material descartável. Todo o percurso da dádiva, iniciando-se na inscrição, passando pela triagem clínica, colheita e terminando numa ligeira refeição, demora cerca de 45 minutos.

A todas as unidades de sangue colhidas são realizadas análises que visam garantir a segurança do sangue, protegendo os doentes que recebem os componentes sanguíneos. A determinação do grupo sanguíneo AB0 e Rh, rastreio de Hepatite B e C, VIH 1 e VIH 2 (vírus da imunodeficiência humana 1 e 2, responsável pela sida), HTLV, sífilis; são algumas das análises realizadas. Sempre que o resultado destas análises estiver alterado ou for positivo, o dador é informado, sendo a unidade de sangue inutilizada.

Após o estudo analítico às unidades de sangue colhidas, estas são processadas e separadas em diferentes componentes sanguíneos:

  • Glóbulos vermelhos – têm como principal função transportar o oxigénio a todas as células do nosso corpo. Este componente é utilizado, por exemplo, em situações de hemorragia, doença hemorrágica, oncológica, entre outras;

  • Plaquetas – a sua função principal é parar uma hemorragia, sendo utilizadas no tratamento de doenças oncológicas, hematológicas, nos transplantes de medula óssea, entre outras;

  • Plasma – contém principalmente albumina e proteínas de coagulação. É utilizado para o tratamento de coagulopatias, nos grandes queimados e em doenças infeciosas.

Dar Sangue. Um ato de cidadania ativa.

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UCRÂNIA: vítima da tirania stalinista

 Num país de tradição cristã, o povo ucraniano sofreu verdadeiro genocídio perpetrado por Stalin. Nos anos 1932-33 pereceram aproximadamente 8 milhões de camponeses.

Homenagem, em Kiev, capital da Ucrânia, às vítimas do genocídio de 1932-1933

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 679, Julho/2007

  • José Narciso Barbosa Soares

Lisboa — Numa ensolarada tarde de março, recebeu-me para uma conversa o Sr. Rostyslav Tronenko — embaixador da Ucrânia em Portugal desde janeiro de 2006 — na sede da embaixada, um palacete do elegante bairro do Restelo, em Lisboa.

Conhecera-o eu casualmente na embaixada da Itália, meses antes, no dia da festa nacional transalpina, junto com a simpática embaixatriz Da. Fabiana Melisse da Costa Tronenko, curitibana com quem se casara quando exercia funções de ministro-conselheiro da embaixada de seu país em Brasília.

Católico, licenciado em Línguas Modernas pela Universidade Estatal de Kiev, tem mestrado na Academia Diplomática e em Relações Internacionais. Além do português, fala fluentemente vários idiomas. No Brasil, onde é grande a comunidade de imigrantes ucranianos, e em Portugal, com grande imigração recente (70 mil legalizados, 60 mil não legalizados), o cargo de embaixador ganha especial relevância. Com apenas 45 anos, o Sr. Tronenko já pode exibir um consistente currículo diplomático, tendo servido junto a organizações internacionais, como a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

Daquele nosso rápido encontro, ficara combinada uma conversa sobre a Ucrânia e os problemas que o país vem enfrentando depois da independência conquistada em agosto de 1991, ratificada plebiscitariamente em dezembro do mesmo ano por mais de 90% da população.

Nossa conversa versou sobre diversos assuntos, sendo o tema principal o genocídio perpetrado contra o povo ucraniano em 1932-33, pela barbárie stalinista. Nessa ocasião pereceram entre 7 e 9 milhões de camponeses — fato sinistro conhecido como Holodomor ou Golodomor [Grande Fome]. Sobre essa atrocidade, o Sr. Tronenko disparou sem pestanejar: “Foi uma retaliação brutal do homo sovieticus ateu, sem família e contra a propriedade privada, para submeter a Ucrânia com a morte indiscriminada de camponeses, base social da nossa nação”.

A análise e compreensão desse drama é tanto mais importante no momento atual, quando assistimos a muitas tentativas de se fazer esquecer os crimes do comunismo, tendo em vista a sobrevivência da utopia socialista depois da poeira levantada pela queda do Muro de Berlim em 1989, e do estrepitoso colapso da União Soviética em 1991.

Tal análise é um imperativo de consciência para Catolicismo, que desde sua fundação não hesitou, contra ventos e marés, estar sempre na linha de frente no combate aos totalitarismos que ensangüentaram o século XX. Ademais, neste ano de 2007 celebram-se, cheios de esperança, os 90 anos das aparições de Fátima. Celebram-se também o horror da tomada do poder pelos bolchevistas na Rússia (com a ajuda prestimosa de Kerensky) e os 75 anos do genocídio ucraniano, acontecimentos estes previstos, direta ou indiretamente, naquelas aparições.

Faremos de início um recuo histórico, a fim de aproximar o leitor da realidade geopolítica, histórica e cultural daquele grande e longínquo país da Europa, em parte já exposto em Catolicismo (edição de janeiro/2005) por Dom Efraim, Eparca para os católicos ucranianos no Brasil.  

Mapa da Ucrânia

Situação geográfica, história conturbada e heróica

São Vladimir, o Grande, oficializou o
cristianismo na Ucrânia, em 988

A Ucrânia está situada no centro geográfico da Europa. A oeste faz fronteira com a Polônia e Eslováquia; a sudoeste, com a Hungria, Moldávia e Romênia; ao norte e a nordeste com a Bielorússia e Rússia; e ao sul é banhada pelos mares Negro e Azov.

Com mais de 600 mil km², o território ucraniano possui planícies e florestas atravessadas pelos montes Cárpatos, a oeste, e pelas montanhas da Criméia, ao sul. Com 48 milhões de habitantes, é o quinto país mais populoso da Europa; é integrado por 110 grupos étnicos, sendo os ucranianos a maioria (37 milhões). Mas há que registrar importantes minorias de russos, poloneses, húngaros, bielo-russos, búlgaros, gregos, tártaros, moldavos e de várias outras nacionalidades.

É anterior à era cristã a implantação de vários núcleos agrícolas no território da atual Ucrânia. Da fusão dos eslavos com os guerreiros citas, antepassados dos sármatas, criou-se o poderoso reino dos Bosporos. Os gregos, vindos do Mediterrâneo, penetraram no Mar Negro, fundaram várias cidades e transmitiram sua civilização, combatendo a hegemonia de Roma.

Kiev, a capital, embora seja incerta a data de sua fundação, aparece nos primeiros documentos por volta do século V. Dois séculos depois, já era o centro de um vasto império que ia do mar Negro ao Báltico, chegando até ao rio Volga. Nascia então o principado de Kiev. São Vladimir, o Grande, oficializou em 988 o cristianismo na Ucrânia.

Depois de guerras com povos vizinhos, as tradições ucranianas se mantiveram. Já no século XV Kiev ficou sob controle político-militar do principado da Lituânia juntamente com outras terras, mas gozou do estatuto de cidade livre.

Após um período conturbado por lutas sangrentas, no século XVII a Ucrânia começou a entrar na esfera de influência do império russo por meio do Tratado de Pereiaslav. O insucesso das ações de autonomia ucraniana ocasionou expedições punitivas por parte dos czares russos e a subseqüente partilha territorial. A zona oeste da Ucrânia foi colocada sob o domínio dos Habsburgos. Entretanto, a identidade cultural, histórica e política ucraniana não sucumbiu a tais vicissitudes.

Com a queda do czar Nicolau II, a Ucrânia experimentou uma independência efêmera (1917-1921). Quando o império austro-húngaro caiu em 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial, os bolchevistas já tinham tomado o poder na Rússia, e em 1922 derrotaram o exército nacional ucraniano. A Ucrânia foi integrada à força na União Soviética. Dez anos depois sobreveio a Grande Fome (Golodomor).

Viktor Yuschenko (foto abaixo), que veio a desempenhar importante papel na “Revolução Laranja” de 2004. Esta revolução levou às ruas milhares de pessoas contra os resultados fraudulentos do segundo turno das eleições de 2004.

Colapso da URSS: aspiração de liberdade x interferência russa

Com a queda do Muro de Berlim e a desintegração da URSS, as repúblicas anexadas à força clamaram por independência. A Ucrânia não constituiu exceção. Foi assim que a Rada (parlamento ucraniano) aprovou, a 16 de junho de 1990, o Ato de Soberania, que consistiu no primeiro passo para a restauração da independência. Realizaram-se eleições, sendo eleito Leonid Kravchuk, um ex-comunista “reciclado” (1991-1994). Seguiu-se, por dois mandatos, Leonid Kuchma (1994-2004), também ele um “reciclado” das hostes do antigo Partido Comunista. O primeiro-ministro desse período foi Viktor Yuschenko, que veio a desempenhar importante papel na Revolução Laranja de 2004. Esta revolução levou às ruas milhares de pessoas contra os resultados fraudulentos do segundo turno das eleições de 2004. Em 2005, Yuschenko foi eleito presidente, seguindo uma linha reformista e claramente pró-ocidental. Na seqüência das eleições legislativas de 2006, os resultados foram adversos para Yuschenko. Seu segundo partido, Nossa Ucrânia, obteve o 3º lugar. O “Bloco” da Sra. Timochenko ficou em 2º, e em primeiro o pró-russo Partido das Regiões, coligado com os partidos comunista e socialista, este conquistou maior número de assentos no Parlamento, tornando-se Viktor Yanukovitch o primeiro-ministro.

É difícil aquilatar hoje a verdadeira dimensão da metamorfose operada pelo comunismo no leste da Europa, quer nos países que foram satélites da URSS, quer nas repúblicas anexadas ao império czarista.

         A Ucrânia, por um lado, vem dando passos na privatização da terra, e está em fase de conclusão a transferência da propriedade agrária para pessoas singulares e coletivas de direito privado; abriu negociações bilaterais com a União Européia e a OMC (Organização Mundial do Comércio); atribui grande importância às relações com a NATO para uma futura adesão; ajudou a criar uma organização de cooperação e desenvolvimento pró-ocidental com outros países, conhecida como GUAM (Geórgia, Ucrânia, Azerbaijão e Moldávia). Por outro lado, existe uma disputa no estilo braço-de-ferro entre o Presidente Yuschenko, pró-ocidental, e o primeiro-ministro pró-russo Yanukovitch, seduzido pela “deriva totalitária” de Putin. É difícil prever o desfecho dessa crise.

Celeiro da Europa transformado em território de genocídio

A Ucrânia, antes de subjugada por Stalin, era a maior produtora de trigo, conhecida como “Celeiro da Europa”.

Com a documentação que o embaixador Tronenko me forneceu sobre o Golodomor (Grande Fome), vamos tentar enquadrar nesse contexto o drama brutal que se abateu sobre o povo ucraniano, de forma a torná-lo compreensível aos leitores.

Corria o outono de 1931. A fome começou artificialmente, como instrumento de terror político manejado pelo tirano Stalin, o qual se utilizou principalmente dos seguintes expedientes: 1) confisco das colheitas e das reservas alimentares dos camponeses ucranianos, recorrendo a todo o tipo de violências e abusos, colocando em grave risco sua sobrevivência; 2) repressão a qualquer forma de resistência (deportação de populações, detenção em campos de concentração e fuzilamentos); 3) fechamento das fronteiras da Ucrânia pela polícia, impedindo que os camponeses procurassem alimentos na Rússia e em outras regiões, ou os transportassem para a Ucrânia; 4) proibição da venda de passagens de trem, instalação de barreiras policiais nas estações ferroviárias e nas estradas que levavam às cidades. Centenas de milhares de famintos foram assim obrigados a regressar às aldeias, morrendo de fome; 5) revogação dos direitos de autonomia cultural, lingüística e política da nação ucraniana, incluindo as comunidades que viviam nas outras regiões da União Soviética; 6) repressão da elite cultural e política (escritores, sacerdotes, dirigentes políticos, artistas, etc.), sob a acusação de nacionalismo.

O objetivo dos déspotas de Moscou era não só quebrar a resistência dos agricultores à coletivização agrícola, como também eliminar a alegada conspiração nacionalista que pretendia separar a Ucrânia do restante da União Soviética. Com seus 30 milhões de hectares de excelentes terras aráveis, a Ucrânia era o celeiro da Europa. Nas mãos de Stalin, tornou-se instrumento de tortura e morte!

Em 7 de agosto de 1932, os títeres de Moscou aprovaram o decreto Sobre a proteção da propriedade das empresas do Estado, kolkhozes e cooperativas e o reforço da propriedade social (socialista), em que estava previsto o fuzilamento e o confisco dos bens. Os camponeses eram condenados à morte, sem julgamento ou inquérito, por tentar salvar-se apanhando espigas nos campos. Os resultados, em fins de 1933, ficaram patentes: entre 7 e 9 milhões de mortos, talvez o maior genocídio da História.

Fotos (acima e abaixo) de cenas da fome que assolou a Ucrânia em 1932. O genocídio de milhões de ucranianos é denominado Golodomor (ou Holodomor).

Reconhecimento do Holodomor por vários países

Alguns governos estrangeiros, apesar de terem conhecimento da fome através de seus embaixadores, não apresentaram qualquer protesto ao governo soviético conduzido por Stalin. Além disso, em setembro de 1934 a URSS foi admitida na Sociedade das Nações!

Durante mais de 50 anos, a diáspora ucraniana procurou divulgar a verdade sobre o Golodomor. Com esse objetivo, apoiou a investigação realizada por diversas entidades acadêmicas, tais como a Comissão do Congresso dos Estados Unidos da América, presidida pelo historiador James Mace (1988), e a Comissão Internacional de Inquérito da Fome de 1932-1933 na Ucrânia, dirigida pelo jurista Jocob Sundberg (1990).

Por proposta do presidente Yuschenko, a 28 de novembro de 2006 a Rada (Parlamento) da Ucrânia reconheceu oficialmente o Golodomor como ato de genocídio contra o povo ucraniano.

Na 58ª Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas foi elaborada uma declaração apoiada por 63 países, incluindo no dicionário político internacional o termo Golodomor, confirmando assim o reconhecimento da tragédia nacional do povo ucraniano.

Os parlamentos de dez países (EUA, Canadá, Estônia, Argentina, Austrália, Itália, Hungria, Lituânia, Geórgia e Polônia) já reconheceram que o Golodomor foi um ato de genocídio.

No governo Lula da Silva, idealizador do esdrúxulo programa Fome Zero, a solidariedade em relação ao povo ucraniano, vítima de genocídio pela Grande Fome, teve… apoio zero!

ABIM

Sangrentas perseguições sofridas pelo povo ucraniano

 D. Efraim B. Krevey, antigo Eparca para os ucranianos católicos no Brasil

Tendo em vista a covarde invasão russa contra a Ucrânia, por ordem do déspota Vladimir Putin, aqui reproduzimos uma entrevista publicada na revista Catolicismo (Nº 649, janeiro/2005) com o antigo Eparca para os ucranianos católicos no Brasil, D. Efraim B. Krevey (falecido no dia 2 de abril de 2012).

O povo ucraniano havia se livrado da tirania soviética e rompeu com o mundo soviético-comunista, inclusive com os hinos, bandeiras, símbolos (foice e martelo, por exemplo), estátuas, nomes de ruas e empresas, enfim, tudo que lembrasse a ex-URSS.

O que aquele heróico povo não esquecerá nunca é do genocídio, ordenado por Stalin, que matou de fome milhões de ucranianos, o chamado “holodomor” — o que agora Putin parece querer renovar, mostrando sua cara stalinista. Disso trataremos num post que faremos amanhã.

D. Efraim B. Krevey, Eparca para os ucranianos católicos no Brasil

O ilustre Prelado expõe o calvário da Igreja Católica na Ucrânia sob a tirania comunista até a queda da Cortina de Ferro, e manifesta sua alegria pela expansão atual do catolicismo naquela nação

Temos a honra e o prazer de apresentar a nossos leitores a palavra abalizada da maior autoridade eclesiástica dos ucranianos em nossa Pátria.

Nascido em 1928 em Ivaí (PR), D. Efraim Krevey ingressou na Ordem dos Basilianos, tendo sido coadjutor da Paróquia de São Josafat em Prudentópolis (PR); vice-reitor e professor no seminário São José da mesma cidade; Reitor do mencionado seminário; superior e professor no Studium OSBM, em Curitiba; Provincial da Província São José da Ordem dos Basilianos.

Em 1971 foi nomeado Bispo-coadjutor, com direito à sucessão, de D. José Martenetz, para os católicos ucranianos do Brasil. Em 1978 assumiu o cargo de Eparca, em substituição a D. Martenetz.

D. Efraim Krevey concedeu a entrevista em sua residência de Curitiba a nossos enviados especiais, Dr. Pedro Luiz Bezerra de Barros e Sr. Hélio Brambilla

*     *     *

Catolicismo –– V. Exa. poderia informar aos nossos leitores como se formou a Igreja Católica de rito bizantino na Ucrânia?

D. Efraim –– Primeiramente, agradeço muito por me darem esta oportunidade de falar algo sobre a Igreja Oriental Bizantino-Católica em terras da Ucrânia. O cristianismo foi oficializado na Ucrânia no ano de 988, durante o principado de São Vladimir, o Grande. Ele levou esse rito da Grécia, antiga Bizâncio, e por isso continua até os dias de hoje sendo chamado rito bizantino-ucraino-católico.

Esse rito cresceu muito nas terras da Ucrânia a partir de Kiev, capital do país. E de Kiev ele disseminou-se e foi oficializado até 1054 em toda a Ucrânia, em toda a Bielorússia, em toda a Bulgária e em todo o território russo, tanto europeu quanto asiático.

Nesse ano ocorreu o cisma, o rompimento da Igreja Oriental –– com sua sede em Bizâncio ou Constantinopla, hoje Istambul –– com a Igreja Católica. Até 1054 não havia diferença, todos eram católicos com dois ritos: o oriental e o latino. Esse cisma difundiu-se para a Ucrânia e toda a Rússia, formando-se então a chamada igreja ortodoxa russa, isto é, cismática, pois não aceita o primado do Santo Padre e normas disciplinares de Roma.

A Igreja Católica da Ucrânia [fiel a Roma], no decorrer desses mil e poucos anos, expandiu-se muito, mas sempre sofreu perseguições por parte da Rússia pré-comunista. Depois de 1918, pelo comunismo, quando o poder na Rússia passou a ser exercido por Lênin, e posteriormente por Stalin em 1929, segundo a ideologia materialista e marxista, sem Deus e sem espiritualidade, que professavam.

Catolicismo –– Como se deu o martírio da Igreja Católica de rito bizantino por Stalin e seus sucessores?

D. Efraim –– A perseguição contra a Igreja Católica tornou-se muito forte, rígida e sangrenta a partir de 1939. Em 1940–41, e mais ainda em 1946, a perseguição acentuou-se quando se realizou um pseudo-sínodo, sendo a Igreja Católica ucraniana toda dizimada. Praticamente seus bispos e sacerdotes foram aniquilados de 1946 a março de 1956, sendo forçados a aceitar o cisma da chamada igreja ortodoxa russa. Desde 1946, estabeleceu-se na Ucrânia, com toda força, essa igreja cismática, chefiada pelo patriarca [cismático] de Moscou, situação que continua até hoje. 1946 é um ano dos mais dolorosos e trágicos para a Igreja Católica da Ucrânia, porque todos os bispos foram pressionados a assinar um contrato e um decreto de abolição da Igreja Católica e de subordinação ao patriarcado de Moscou. Todos os bispos católicos foram aprisionados. Alguns foram enviados para diversos campos de concentração, outros para o Kazaquistão, e outros ainda para a Sibéria, como o Cardeal Josyf Slipyj e centenas de sacerdotes, a quase totalidade da Igreja Católica. Em conseqüência da saída dos bispos, todas as instituições católicas, escolas, institutos universitários e seminários foram fechados.

Proibida a Igreja Católica, muitos bispos morreram martirizados. Começou a existência da Igreja do Silêncio ou Igreja das Catacumbas do século XX, como dizem os escritores, principalmente na parte ocidental da Ucrânia, a Galícia, cuja capital é Lvov.  Esta província, onde 95% dos habitantes eram católicos, sofreu a maior perseguição por parte dos russos. Nesta região, toda aldeia de 80, 100 a 120 famílias tem uma ou duas igrejas, e o povo é muito fiel ao catolicismo.

Alguns bispos foram clandestinamente sagrados pelo Cardeal Josyf Slipyj e por outro bispo, D. Volotender Stervilk, que ficou escondido nas aldeias. Ele também sagrou alguns bispos. Um deles ainda está vivo, D. Paulo Vlacenko. Outros prelados, ordenados igualmente de modo clandestino, já faleceram. Estes bispos eram andarilhos, transitando de uma aldeia para outra, atendendo os doentes, ministrando os sacramentos. Não participavam de sepultamentos, porque era proibida qualquer cerimônia pública. Mas atuavam de maneira clandestina, celebrando Missas nas casas particulares. Essa Igreja do Silêncio sobreviveu até 1991, quando caiu a Cortina de ferro. Graças a Deus, a Igreja Católica foi libertada, sendo alguns templos reabertos ao público. Foi essa uma época muito feliz e gloriosa, denominada em nossa história a Ressurreição da Igreja Católica na Ucrânia.

Catolicismo –– Quais são os desafios atuais para re-evangelização da Ucrânia?  

D. Efraim –– O principal desafio é enfrentar a formação marxista imposta pelo terror comunista em todas as escolas e institutos de educação, na época em que era proibida nas igrejas qualquer reunião de cunho religioso eclesial. Entretanto, naquele tempo os cismáticos podiam reunir-se…

Aos poucos, devido ao trabalho apostólico que está sendo realizado, vamos reconquistando os jovens, que cresceram alheios a qualquer religião.

Mas interessa sublinhar a existência, nesses últimos decênios, da denominada igreja doméstica. Em outros termos, cada família é uma pequena parte da Igreja. Se ainda existe uma marca tão forte, robusta e viva do catolicismo em milhares de famílias, deve-se isso precisamente a essa prática, mediante a qual tornaram-se famosas as mães que se reuniam e conservaram a verdadeira fé.

Existe um forte atrito entre a Igreja Católica da Ucrânia, de um lado, e o governo ucraniano e o patriarca de Moscou, de outro. A causa do conflito: os católicos desejam a restituição das igrejas que lhes foram confiscadas. Muitas foram devolvidas, embora bastante danificadas, apresentando paredes completamente vazias. Diversas delas não foram entregues e nem o serão. E estão sendo construídos novos templos pelos ortodoxos cismáticos e pelo governo russo; porque o patriarcado de Moscou assemelha-se a um ministério do governo daquele país. Se os católicos desejam edificar uma igreja, são obrigados a fazer coletas para sua construção, enquanto os ortodoxos cismáticos recebem dinheiro à vontade do patriarcado russo para edificar seus templos. Muitas igrejas católicas foram transformadas em depósitos para material de construção.

Catolicismo –– Quais as vantagens que adviriam, para o apostolado católico na Ucrânia, de ser erigido um patriarcado de rito ucraniano em Kiev? Por que a igreja cismática russa se opõe com tanta virulência a essa legítima aspiração dos fiéis do maior rito da Igreja Católica após o rito latino?

D. Efraim –– A Igreja ucraino-católica oriental é a igreja mais numerosa e mais pujante de todas a igrejas orientais. O que representa um prestígio para a Igreja, para os católicos, para a fidelidade ao Papa e para todos nós ucranianos da diáspora. Consistiria um fator de prestígio para os 300 mil ucranianos no Brasil, inclusive para a Hierarquia latina, se fosse nomeado um patriarca.

Um ponto a ser ressaltado é que os orientais no Brasil, fiéis do rito bizantino de origem ucraniana, pertencem, em sua maioria, à quarta ou quinta geração. No entanto, conservam eles sua fidelidade à Igreja Católica, através do rito bizantino greco-católico. Com a criação de um arcebispado e mais duas dioceses, tal fato consistiria num engrandecimento da Igreja, seria um fator para conservar e revigorar esse rito.

Catolicismo –– Qual foi a situação material e moral herdada pela Ucrânia depois de 70 anos de dominação russa e comunista? E qual a situação atual, após pouco mais de 10 anos de independência?

D. Efraim –– Em 1991, por ocasião da queda da Cortina de Ferro, não havia propriedade privada nem liberdade no país. Os bancos, as casas comerciais haviam sido entregues para os russos na Ucrânia ou para membros do Partido Comunista. O povo encontrava-se numa situação de miséria. Por toda parte, patenteava-se a influência comunista: em todas as escolas os professores, desde a primária, eram obrigados a pregar o marxismo, o stalinismo e o materialismo. A filosofia de Stalin afirma que a pessoa humana é como a grama e o capim, que se poda hoje e amanhã ele estará crescido.

Mas a recuperação dessa triste situação está se realizando, o povo vai revivendo, a Igreja ressurgindo, as propriedades estão sendo restabelecidas. Entretanto, o trabalho para erradicar a referida mentalidade implantada na mente e no coração da população e dos jovens é difícil.

Hoje em dia, pelos cálculos conhecidos, há mais ou menos cinco milhões de ucranianos que migraram para outros países. E a credibilidade da Ucrânia no Ocidente ainda é pequena, infelizmente.

Catolicismo –– Um dos maiores crimes do comunismo internacional foi o genocídio de milhões de camponeses ucranianos para oprimir a nação e impor a Reforma Agrária. Quais os motivos que levaram Stalin a praticar tal massacre de inocentes?

D. Efraim –– Para responder a essa pergunta, parece-me necessário observar que a opinião pública e a imprensa internacional ainda não analisaram a fundo a razão desse massacre. Muitos artigos sobre o tema foram publicados. Pelo que se sabe desse genocídio (sete ou oito milhões de vítimas), julgo ter sido uma tragédia das mais fatídicas e terríveis da História, talvez mais que a de Auschwitz. A população de milhares de aldeias morreu de fome. Os comunistas confiscaram tudo, os animais domésticos, toda a produção, a lavoura, os paióis. Até o pão que a dona-de-casa acabara de fazer era confiscado e levado por caminhões do exército russo. O objetivo do terror era que todos se declarassem partidários do comunismo e aceitassem os kolkhozes (fazendas coletivas). Hoje ainda existem tais fazendas abandonadas, caindo aos pedaços. Foi uma tragédia.

Recentemente, promoveu-se um abaixo-assinado não só no Brasil, mas também em outros países, visando o reconhecimento desse crime cometido pelo regime comunista como genocídio. Os Estados Unidos, a Polônia e outros países já reconheceram esse crime como genocídio. Mas existe uma força que está trabalhando para que o documento não se difunda. Por quê? Ignoro a razão. Tal documento foi entregue em mãos ao presidente Lula, e diversas cópias dele foram encaminhadas ao governo brasileiro pelo Embaixador da Ucrânia em Brasília. Se o documento caminhou, não sei.

Catolicismo –– Pedimos a V. Exa. uma bênção especial para os redatores e leitores de Catolicismo.

D. Efraim –– O Cardeal Slipyj chegou a dizer-me, bem como a outros bispos novos, que a bênção válida é muito mais forte se dada com ambas as mãos, como farei. Quero abençoar a atividade desenvolvida por vocês; não é um trabalho simples, mas pode ser considerado um grande apostolado, pela visão que ele supõe da Igreja, do povo e da humanidade. Constitui uma propagação do Evangelho, segundo o ensinamento de Cristo. Se tal ensinamento for observado, teremos a paz, a tranqüilidade e a felicidade.

ABIM

UCRÂNIA | Blinken promete mais apoio à Ucrânia face às ameaças de Putin

O apoio que os Estados Unidos querem demonstrar à Ucrânia leva o secretário de Estado americano a fazer um intenso périplo na região. Antes de se deslocar à Moldávia, Antony Blinken encontrou-se com o responsável diplomático ucraniano, Dmytro Kuleba, na fronteira polaca.

Estando a criação de uma zona de exclusão aérea fora de questão para a NATO, Blinken apontou outros caminhos, como o fornecimento de aviões de caça a Kiev, e realçou que "o apoio humanitário, económico e securitário vai aumentar".

Por seu lado, Kuleba agradeceu o que chamou de "clara demonstração de amizade" por parte daqueles que estão ao lado dos ucranianos.

Mas, para Vladimir Putin, todos os passos que os denominados países ocidentais estão a dar são uma agressão para a Rússia. As palavras tornaram-se mais extremas e o presidente russo diz já que a hipótese de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e as sanções já impostas equivalem a uma declaração de guerra a Moscovo.

Segundo Putin, qualquer interferência naquele espaço aéreo será vista como um ato de participação no conflito armado, seja qual for o país a tomar essa iniciativa.

Os militares britânicos comparam a estratégia atual da Rússia à que foi utilizada na Chechénia e na Síria, isto é, desmantelar a resistência multiplicando ataques em zonas densamente habitadas.

Fonte: euronews

Covid-19: Mais 17 mortes e 10 066 novos casos nas últimas 24 horas

 Portugal registou nas últimas 24 horas mais 10.066 casos de covid-19 confirmados, mais 17 mortes com a doença e uma subida nos internamentos, de acordo com o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Resumo do boletim epidemiológico (últimas 24 horas):

  • Novos casos: + 10 066
  • Óbitos: + 17
  • Recuperados: +11 203
  • Internados: 1 208 (- 19)
  • Internados em UCI: 82 (-3)
  • Casos ativos: 478 148 (- 1 154)

nível nacional, Portugal está com uma incidência a 14 dias de 1512,7 casos por 100 mil habitantes e um índice de transmissibilidade R(t) de 0,78.

No continente, a incidência está nos 1432,4 casos de infeção e o índice de transmissibilidade R(t) é 0,76.

* Dados atualizados 04/03/2022 (a matriz de risco é atualizada todas as segundas, quartas e sextas pela DGS).

Judo. Mais duas medalhas para Portugal

No Open Europeu de Judo em Praga, a equipa lusa já soma quatro medalhas.

Jorge Fonseca ganhou a medalha de ouro nos -100kg e João Fernando o bronze nos -81kg no Open Europeu de Judo em Praga.

Fonseca, bicampeão mundial, eliminou na meia-final o sérvio Bojan Dosen, por wazari, e na final precisou apenas de 19 segundos para marcar um ippon sobre o suíço Daniel Eich.

Nos -81 kg, João Fernando conquistou a medalha de bronze frente ao checo Jan Svoboda, com uma vitória por wazari.

No sábado, Rodrigo Lopes e Francisco Mendes, ambos em -60 kg, tinham conquistado medalhas de bronze para Portugal, em Praga.

Fonte: Renascença

Foto: Renascença

Menino ucraniano de 11 anos chega sozinho à Eslováquia

 A mãe do menino colocou-o num comboio para a Eslováquia, porque teve de ficar na Ucrânia a cuidar da mãe, com problemas de saúde.

Um menino ucraniano de 11 anos atravessou a fronteira para a Eslováquia sozinho, com apenas um saco de plástico, o passaporte e um número de telefone escrito na mão, disse a polícia eslovaca à AFP.

"Ele veio sozinho de Zaporizhzhia, porque os seus pais tiveram que ficar na Ucrânia", disse à agência de notícias francesa a porta-voz da polícia, Denisa Bardyova, acrescentando que o menino, que chegou no sábado, ficou ao cuidado de voluntários, que o alimentaram.

O exército russo ocupou a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, na sexta-feira.

A mãe do menino colocou-o num comboio para a Eslováquia, sozinho, porque teve de ficar na Ucrânia a cuidar da sua mãe, que tem problemas de saúde.

"Estou muito grata por o meu filho ter sido salvo", disse Yulia Pisetskaya, num vídeo publicado na rede social Facebook no domingo.

Na mesma rede social, a polícia eslovaca disse que o menino "conquistou o coração de todos com o seu sorriso, a sua coragem e a sua determinação, dignas de um verdadeiro herói".

Os voluntários na fronteira contactaram familiares da criança na Eslováquia, que a foram buscar e a levaram para a capital, Bratislava.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com as Nações Unidas.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Fonte: Lusa

Foto: O POVO

Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy

 Tem 44 anos.

É judeu, filho de um professor e de uma engenheira e nasceu a 25 de Janeiro de 1978 em Kryvvi Rih, uma região russófona do Sudeste da Ucrânia, na época ainda parte da União Soviética.
Licenciou-se em Direito e decidiu ser comediante e actor. Fundou uma produtora de televisão, participou em oito filmes e três programas de TV - entre os quais "Servidor do Povo" uma série de comédia que, entre 2015 e 2019, foi um dos maiores sucessos da TV ucraniana e na qual representava o papel de Presidente da Ucrânia.
Em 2018 criou um partido político - "Servidores do Povo" e a 31 de Dezembro de 2018 anunciou a sua candidatura a presidente da Ucrânia. E ganhou as eleições presidenciais a 21 de Abril de 2019 com 73% dos votos expressos pelo povo ucraniano.
É casado desde 2003 com Olena Kiyashko, uma colega de escola, com quem tem dois filhos, Oleksandra de 17 anos e Kyrylo de 9.
A sua língua nativa é o russo mas domina o ucraniano e o inglês.
Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy é hoje líder de 44 milhões de ucranianos num dos momentos mais negros da sua história, invadidos por centenas de milhares de soldados russos. Uma guerra total, mas desigual, contra um gigante militar, económico e industrial, contra o maior país do mundo com um território que cobre 11% da superfície do planeta Terra.
44 milhões de ucranianos que lutam quase sozinhos, mas de forma corajosa e determinada pela sobrevivência do seu país. Liderados por alguém que, de há meses a esta parte, ergue-se e faz frente a gigantes sem mostrar medo. Como um David frente a um Golias.
Neste momento Zelenskyy está em Kyiv a capital. Cercado pelos russos a quem representa, neste momento, o inimigo número um a abater.
Teria sido legítimo e se calhar correcto e lógico que tivesse abandonado Kyiv rumo a um local mais seguro de onde pudesse continuar a liderar a Ucrânia neste momento negro.
Porque nestes momentos o líder tem de ser protegido a todo o custo. Como, por exemplo, fizeram os americanos a 11 de Setembro de 2001 quando obrigaram George W. Bush a voar horas e horas de um lado para outro no Air Force One, escoltado, protegido e seguro.
São os protocolos. E os protocolos têm sempre a sua lógica...
Mas Zelenskyy ficou.
Permaneceu no posto.
E recusou sair. E quando até os próprios americanos se ofereceram para o tirar da capital respondeu que não precisava de uma boleia mas sim de munições.
"Leading from the front"...
Mesmo sem disparar um tiro, atirar uma granada ou um Cocktail Molotov, Volodymyr Oleksandrovych Zelenskyy está a lutar.
A liderar.
A comandar.
Não na segurança de uma rectaguarda.
Mas na frente.
Debaixo de fogo.
No olho do furacão.
E isso...é coragem. É bravura. É força.
E isso merece todo o respeito.
Num mundo onde políticos assumem lideranças para se tornarem, muitas vezes, comediantes ou até palhaços não deixa de ter o seu quê de inspirador ver um comediante que, chegado ao poder, se tornou um verdadeiro líder.
Nunca se subestime aquilo que alguém é capaz de fazer quando está a lutar, de costas para a parede, por aquilo que lhe é mais sagrado...
Autor: Ricardo Marques
Fonte: Facebook 06/03/2022

Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar recolhe bens para ajudar doentes ucranianos

Até dia 10 de março, a Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP) está a recolher bens para enviar aos refugiados ucranianos que vivem com esta doença.

A hipertensão pulmonar é uma doença limitante e a sobrevivência dos doentes depende totalmente da medicação e de um tratamento contínuo. Para além dos cuidados médicos, estes doentes precisam de especial proteção contra o frio, uma vez que este é um dos maiores inimigos de quem vive com esta doença.

Os cidadãos da Ucrânia precisam de ajuda, e os doentes de Hipertensão Pulmonar também. Por isso, as associações ucranianas de apoio a doentes com hipertensão pulmonar pedem ajuda a todas as associações do mundo para ajudar os seus doentes.

A APHP não ficou indiferente a este pedido de ajuda e faz o apelo. A Associação conta com vários centros de recolha de Norte a Sul do país e a ajuda pode ser feita através do contacto com o centro de recolha mais perto da sua área de residência.

Vila Nova de Gaia

(Teresa Carvalho, 91 4127716)

Águeda

(Manuela Ferrão, 919 952 784)

Coimbra

(Clara Ferrão, 914 782 051)

Mealhada

(Mª João Saraiva, 918 929 933)

Benavente

(Rita Rodrigues, 935 095 493)

Lisboa

(Fátima Antunes, 939 367 127)

Sintra/Cascais

(Dulce Barbosa, 964 572 309)

Bens necessários: paracetamol, ibuprofeno, aspirina, ligaduras, betadine, compressas, roupa interior térmica, sacos-cama, produtos de higiene, etc.

A associação está também a aceitar donativos, que poderão ser enviados para o IBAN PT50 0035 0450 0002 0913 1308 5.

Para além desta iniciativa, a APHP está a organizar um leilão solidário para angariação de fundos que revertem inteiramente para os doentes ucranianos. As obras a serem leiloadas são dois quadros pintados por Rita Rodrigues, uma artista que vive com hipertensão pulmonar desde a infância. O leilão decorre na página do Facebook da APHP (www.facebook.com/hipertensaopulmonarportugal) até dia 10 de março.