segunda-feira, 25 de abril de 2022

DISCURSO DA PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES, ROSA PALMA, POR OCASIÃO DA SESSÃO SOLENE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL COMEMORAÇÕES DO 48.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL


Estamos a assinalar a passagem dos 48 anos do início da revolução de Abril, já tendo em perspetiva a comemoração do seu cinquentenário.

Assinalamos hoje uma data extremamente importante para a vida de todos nós. O dia em que o Povo investido em vestes militares - ou como disse o poeta Sidónio Muralha “a farda dos homens voltou a ser pele” - interpretando o sentir e o pulsar geral, saiu à rua, para com a força das armas impor a mudança de regime.

E no dia em que o Povo vestido à civil assumiu a posição de soldado da revolução e saiu às ruas para confirmar Abril.

Dia que marcou o início de uma revolução e o início da aliança entre o Povo e as Forças Armadas. Abril que foi consolidado em Maio por todo o País, onde os trabalhadores e o Povo se manifestaram e com a sua presença marcaram devidamente a sua firme vontade de construir um futuro melhor.

Maio que se seguiu naturalmente a Abril, mas que o aprofundou e que lhe deu a tonalidade que o marca. O Abril do trabalho, o Maio da esperança.

E o que se seguiu foi o esforço incessante de transformar o sonho em realidade, a utopia em vida melhor. Mas este Abril que se fez, este Abril pelo qual lutámos e com que sonhámos, este Abril que teve avanços e recuos, é um Abril que mesmo estando incompleto, permanece vivo nos nossos corações e continua a ser a bússola que nos orienta.

Comemorar Abril é expressar palavras que o representam: Comemoração, Festa, Luta, Cravo, Capitão, Soldado, Revolução, Transformação, Solidariedade, Vontade, Mudança, Esperança, Afirmação, Futuro, Progresso, Desenvolvimento, Cooperação, Trabalho, Emprego, Saúde, Educação, Amor, Amizade, Confiança, Movimento, Determinação, Habitação, Felicidade, Igualdade, Fraternidade, Constituição e no momento atual, Paz, Paz e Paz.

Importar recordar, alguns dos pontos do Programa do Movimento das Forças Armadas:

  • A abolição da censura e exame prévio;

  • Medidas que conduzam ao combate eficaz contra a corrupção e especulação;

  • A liberdade de expressão e pensamento, sob qualquer forma;

  • Uma nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em particular das camadas da população até agora mais desfavorecidas, tendo como preocupação imediata a luta contra a inflação e a alta excessiva do custo de vida, o que necessariamente implicará uma estratégia antimonopolista;

  • Uma nova política social que, em todos os domínios terá essencialmente como objetivo a defesa dos interesses das classes trabalhadoras e o aumento progressivo, mas acelerado, da qualidade de vida de todos os Portugueses;

  • Reconhecimento de que a solução das guerras no ultramar é política e não militar.

Foi também anunciado o objetivo dos três D: Desenvolvimento, Democratização e Descolonização.

Passados todos estes anos, temos de reconhecer que alguns destes pontos ainda mantêm atualidade, e temos de os ter presente no posicionamento político sobre os mais diversos assuntos da vida nacional e também da vida internacional.

Mas regressemos a Sidónio Muralha, com a leitura do seu Poema de Abril:

A farda dos homens
voltou a ser pele

(porque a vocação
de tudo o que é vivo
é voltar às fontes).

Foi este o prodígio
do povo ultrajado,
do povo banido
que trouxe das trevas
pedaços de sol.

Foi este o prodígio
de um dia de Abril,
que fez das mordaças
bandeiras ao alto,
arrancou as grades,
libertou os pulsos,
e mostrou aos presos
que graças a eles
a farda dos homens
voltou a ser pele.

Ficou a herança
de erros e buracos
nas árduas ladeiras
a serem subidas
com os pés descalços,
mas no sofrimento
a farda dos homens
voltou a ser pele
e das baionetas
irromperam flores.

Minha pátria linda
de cabelos soltos
correndo no vento,
sinto um arrepio
de areia e de mar
ao ver-te feliz.

Com as mãos vazias
vamos trabalhar,
a farda dos homens
voltou a ser pele
.

Em 2022, as comemorações assumem um significado especial, pelo contexto em que se realizam, pelas condicionantes a que estivemos sujeitos durante os anos anteriores e pelo que representa já de preparação para o cinquentenário da revolução de Abril.

Por isso os 48 anos de Abril são assinalados através de um vasto programa comemorativo que inclui teatro, música, recital de poesia, um workshop, a apresentação de um livro e uma mostra bibliográfica..

.Queremos com esta diversidade marcar o nosso entendimento do que deve ser uma comemoração que é festa e luta ao mesmo tempo.

Uma comemoração que evocando Abril, evocando o presente, dando voz e expressão à nossa cultura e identidade, não esquece os que contribuíram para o derrube da ditadura fascista

Não esquece que houve fascismo e que agora mais do que nunca, é necessário recordá-lo.

Não permitiremos que seja qual for o pretexto se volte ao tempo do pensamento único e se limite a liberdade de expressão.

Sabemos o quão poderosos são os meios ao serviço de quem domina o mundo do ponto de vista económico, político, da comunicação e das redes sociais, mas a massa de que somos feitos, sempre foi o da resistência e da persistência na luta pelas causas em que acreditamos.

Queremos sentir sempre um arrepio de areia e de mar para ver a nossa Linda Pátria Feliz, com o orgulho de sermos portugueses, e ao mesmo, solidários com as lutas e causas de outros povos.

Convidamos todos a viver Abril e a participar neste diversificado programa para todas as idades.

Depois de uma pandemia que nos tem dificultado a vida em vários aspetos, e que acentuou e tornou mais visível a crise económica e social que atravessamos, e que também impactou no relacionamento interpessoal e nos valores da solidariedade e da generosidade, e num período em que já se ia avistando a luz ao fundo do túnel, eis que emerge de novo a crise com as consequências do novo patamar da guerra na Ucrânia.

Consequências que se traduzem no retorno do aumento do custo de vida, nas dificuldades também para que as autarquias locais possam cumprir os seus compromissos com destaque para a realização de obras e para a aquisição de serviços.

Dificuldades que se acumulam com um errado processo de transferência de encargos em matérias essenciais como a saúde, a educação e ação social, em que o governo despeja nos municípios responsabilidades que deviam continuar a ser suas, ainda por cima, não os dotando dos adequados recursos financeiros.

Perante a atual situação de crise é necessário tomar medidas excecionais, corrigir rumos, apoiar os que mais precisam, combater as desigualdades, assegurar para as regiões os indispensáveis financiamentos no quadro dos fundos comunitários e da chamada bazuca.

Necessário ainda valorizar a Constituição da República Portuguesa, cujos princípios e conteúdos devem ser uma referência permanente para a adoção das políticas públicas.

Mas como sempre, cá estamos e estaremos para enfrentar as dificuldades, para lutar contra elas e para lutar pela reversão de políticas que não servem o concelho de Silves, não servem a região e não servem o País.

Somos a favor da descentralização, mas a sua concretização passa desde logo pela reposição da capacidade financeira e de intervenção das autarquias locais, passa pelo reforço geral do Poder Local Democrático, passa pela criação das regiões administrativas e passa também pela reposição das freguesias que foram extintas.

Da nossa parte continuaremos a assumir no Poder Local de Abril, as nossas responsabilidades.

Privilegiando a ligação às populações, aos seus problemas e desenvolvendo os esforços indispensáveis para a sua resolução. Trilhando o caminho do progresso para as nossas populações e para o nosso território.

Da Serra ao Mar, continuará o nosso empenho e a nossa determinação. Porque assumir na sua plenitude as nossas responsabilidades, é também cumprir e honrar Abril.

Num momento de grave crise a nível internacional e num contexto de guerra e de perigo de subida da sua escalada, e dentro do espirito do Programa do MFA (Movimento das Forças Armadas) que reconhece que a solução das guerras é política e não militar, expressamos aqui o nosso apelo ao cessar-fogo imediato, ao diálogo e a uma solução pacífica, negociada e que garanta a segurança coletiva para a guerra na Ucrânia, tal como expressamos o nosso desejo de que o mesmo aconteça onde quer que haja conflitos no nosso planeta, e infelizmente tal não acontece só no Leste da Europa.

Expressamos também quer com palavras quer com as nossas ações a nossa solidariedade aos povos em sofrimento.

O escritor moçambicano Mia Couto escreveu que “Todos os povos amam a Paz. Os que passaram por uma guerra sabem que não existe valor mais precioso. Sabem que a Paz é um outro nome da própria vida.

Como eleita numa autarquia local e atendendo à minha formação como Bióloga, prezo como é evidente para qualquer ser humano, a vida, e uma vida com qualidade, uma vida com felicidade, uma vida com Paz.

Por isso termino a minha intervenção dedicando-a a este tema com a leitura da Ode à Paz da Poetisa Natália Correia:

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,

Pelas aves que voam no olhar de uma criança,

Pela limpeza do vento, pelos atos de pureza,

Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,


Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,

Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,

Pela exatidão das rosas, pela Sabedoria,


Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,

Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,

Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,

Pelos aromas maduros de suaves outonos,


Pela futura manhã dos grandes transparentes,

Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,

Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas

Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,


Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,

Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.


Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,

Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,


Abre as portas da História,

deixa passar a Vida!

O 25 de abril é passado, presente e futuro.

25 de abril sempre!


Marinha Grande | SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EVOCATIVA DO 25 DE ABRIL

Decorreu na manhã do dia 25 de Abril, no Teatro Stephens, a sessão da Assembleia Municipal da Marinha Grande, evocativa da efeméride.

O momento contou com a intervenção do presidente da Câmara, Aurélio Ferreira; do presidente da Assembleia Municipal, Aníbal Curto Ribeiro; dos representantes das forças políticas e movimento de cidadãos com representação na Assembleia Municipal.

Dignificando ainda mais a cerimónia, houve lugar para a declamação do poema de José Niza “E Depois do Adeus”; a interpretação do tema “Grândola, Vila Morena”, pelo Coro da Tertúlia dos Anos d’Ouro; a representação teatral "Tabu", pelo Grupo de Teatro “CalaBoca” (ESACD); e o encerramento da cerimónia com a entoação do Hino Nacional, pelo Coro do Ensino Articulado do Sport Operário Marinhense.

A sessão pode ser vista, na íntegra, no canal do Youtube https://bit.ly/3vHqwDd

ATLETAS DA SECÇÃO DE AR LIVRE E AVENTURA DA SOCIEDADE COLUMBÓFILA COMPETIRAM NA VILA DE SOURE

Teve lugar no dia 24 de abril o VI Cross Trail Soure 1111, numa organização do Soure Mov, que contou com o apoio do Municipio de Soure e da Junta de Freguesia daquela vila, com duas distâncias competitivas, nomeadamente 19km e 12km e ainda uma caminhada.

Participaram na prova de 19km, pontuável para o Circuito Distrital de Trail Running de Coimbra na vertente de Trail Curto, 8 atletas da Secção de Ar Livre e Aventura da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense, e 2 atletas na prova de 12km.

Na distância de 19 Km, Nelson Heleno, alcançou o 11º lugar na classificação geral masculino e o 6º lugar no escalão de MSenior, Pedro Cardoso, 29º geral masculino, 3º M45, José Machado, 42º geral masculino, 7º M40, Nuno Ribeiro, 56º geral masculino, 10º M40 e André Santos, 87º geral masculino, 18º MSenior.

Ainda na mesma distância, mas no sector feminino, Catarina Marques, classificou-se na 15ª posição da geral feminina e quarto no 4ª F40, Cláudia Ferreira, 41ª geral feminina, 8ª FSenior e Anabela Almeida, 42ª geral feminina, 13ª F40.

Na competição dos 12 Km, Luísa Santos, alcançou a 9ª posição na classificação geral feminina e o primeiro lugar no escalão de F45, tendo o atleta José Mendes, alcançado o 37º lugar na geral masculino e o 6º lugar no escalão M35

Coletivamente a Secção de Ar Livre e Aventura da Sociedade Columbófila alcançou o 6° lugar, em 15 equipas classificadas na prova de k19.


Caminheiros da Gardunha: II Rota dos Castros - Argemela

 Os Caminheiros da Gardunha, Grupo de Interesse pela Natureza e a Associação Caminheiros Rosa Negra, da Covilhã, vêm atualizar a informação sobre a II Rota dos Castros que, nesta edição, tem como destino o Castro da Argemela e terá lugar nos dias 30 de abril e 1 de maio.

Os três painéis de debate previstos para o dia 30 de abril, decorrerão no Auditório da ARPAZ, Freguesia do Barco, Covilhã, e contarão com convidados de vários setores da sociedade e dos órgãos de poder local e central:

Painel 1 - 9h:30 – Abordagem Técnica
MODERADOR: Emanuel Castro – Geopark Estrela
Nuno Forner - ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
Mário Rui Salvador – UBI, Professor Assistente Convidado, Médico especialista em Saúde Pública

Painel 2 – 11h:45 - Abordagem Política
MODERADOR: Nuno Garcia – Caminheiros da Gardunha
Nuno Fazenda – Deputado na Assembleia da República
Cláudia André – Deputada na Assembleia da República
Paulo Fernandes – Presidente da Câmara Municipal do Fundão
Vítor Pereira – Presidente da Câmara Municipal da Covilhã
Paulo Barbosa - Presidente da Junta de Freguesia de Lavacolhos
Vítor Fernandes – Presidente da União de Freguesias do Barco e Coutada

Painel 3 – 15h:00 - Abordagem Lúdica, Cultural e Social
MODERADOR: David Caetano – Caminheiros da Gardunha
Maria do Carmo Mendes - UBI
Carlos Fernandes – AR S
Miguel Vasco – I Nature

De referir que foram convidados para o debate o senhor Primeiro Ministro, a senhora ministra da Coesão Territorial, o senhor Ministro do Ambiente e Ação Climática e o senhor Secretário de Estado do Ambiente e Energia. No entanto, até à data, não recebemos qualquer resposta ou registo de receção do convite.

No dia 1 de maio, faremos uma caminhada interpretativa que terá início em três pontos distintos: dois no concelho do Fundão e um no concelho da Covilhã, de acordo com o seguinte horário:
COVILHÃ - ARGEMELA
Início: 9h:00 na Junta de Freguesia do Barco - 14 km, dificuldade média.
FUNDÃO - ARGEMELA
Início: 7h:30 no Largo dos Caminheiros da Gardunha - 19 km, dificuldade alta
Início: 10h:30 na Casa do Bombo de Lavacolhos - 10 km, dificuldade média

Os três grupos encontram-se na Serra da Argemela e farão os últimos quilómetros em conjunto. Às 13h:00 será servido o almoço na Serra da Argemela, para, às 14h:00, se iniciar a visita interpretativa ao Castro da Argemela, visita orientada por arqueólogos e conhecedores da importância patrimonial do conjunto edificado.

Vimos, assim, solicitar a divulgação da II Rota dos Castros e convidá-lo(a) a participar nas várias atividades previstas.

Para mais informação, por favor aceda à seguinte ligação: https://caminheirosdagardunha.wordpress.com/rota-dos-castros/

II Rota dos Castros conta com a parceria dos municípios do Fundão e da Covilhã, da Freguesia de Lavacolhos e da União de Freguesias do Barco e Coutada, bem como do Estrela Geopark e da ARPAZ - Associação Regional de Solidariedade e Progresso do Alto Zêzere.

Nuno Garcia
Presidente da Direção dos Caminheiros da Gardunha
Paulo Andrade
Presidente da Direção da Associação Caminheiros Rosa Negra

Discurso do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã na Sessão Comemorativa da Assembleia Municipal da Covilhã - 25 de abril 2022

 

Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Covilhã, Dr. João Casteleiro,
Senhoras e Senhores Vereadores,
Senhoras e Senhores Presidentes de Junta e Uniões de Freguesia,
Senhoras e Senhores Deputados Municipais,
Na pessoa do Senhor Reitor, Professor Doutor Mário Raposo, cumprimento todas as demais Autoridades Civis, Militares e Religiosas presentes,
Ex.mos representantes das associações, coletividades, sindicatos e empresas do Concelho,


Ex.mos Funcionários da Autarquia,

Representantes da Comunicação Social,
Ilustres Convidados,
Caras e Caros Covilhanenses,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,


Aqui estamos hoje, mais uma vez, para celebrar a tradicional sessão solene comemorativa do mítico 25 de abril de 1974. Uma cerimónia que este ano é particularmente especial por várias circunstâncias.
As minhas primeira palavras são para saudar e agradecer a todas e a todos aqueles que há 48 anos atrás fizeram o 25 de abril - e a todas e a todos aqueles - em especial aos covilhanenses - que durante os 48 anos anteriores resistiram à ditadura fascista e criaram as condições para que o dia 25 de abril de 1974 amanhecesse, como imortalizou Sophia, “o dia inicial inteiro e limpo”.
Assinalámos no passado dia 24 de março os 17.500 dias do Portugal democrático, registando-se o momento em que Portugal ultrapassou, em mais 1 dia, o período de vivência em ditadura fascista, instituída em 1926.


Caras e Caros Covilhanenses,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Que diferença existe entre o Portugal de hoje, o Portugal de 1974 e o Portugal de 1926?!
Portugal é hoje, sem sombra de dúvida e apesar das insuficiências e imperfeições do regime democrático, um país incomparavelmente melhor do que aquele que tínhamos em 1974, resultado de 48 anos negros de ditadura fascista, que governou o país com base na opressão, na privação das liberdades e no culto da ignorância.
Em 1926 a esperança média de vida de um português era de 37 anos e em 1974 de 68 anos. Em 2022 a esperança média de vida em Portugal ultrapassa já os 82 anos.
Em 1970 apenas 47% dos portugueses tinham água canalizada, enquanto que em 2011 mais 99,35% dos portugueses já dispunham desse serviço básico.
Em 1941 em cada 1000 crianças que nasciam, 150 morriam antes do primeiro ano de vida; enquanto que em 2019 morriam 2,8 crianças por cada 1000.
Em 1970, Portugal tinha, em média, 0,3 médicos por cada 1000 habitantes - um dos piores índices da Europa. Em 2019 esse número era de 7,1 médicos, por cada 1.000 habitantes - um dos melhores da Europa e do mundo.
Em 1920, 66% da população era analfabeta. Em 2011 esse valor era inferior a 5%.
Em 1926 havia aproximadamente 2800 alunos no ensino superior em Portugal; Em 1974 havia 58.605 alunos, mas em 2021 frequentavam o ensino superior mais de 411 mil alunos, dos quais, mais de metade, são mulheres.
Em 1950 só 1,2% da população era diplomada com o ensino superior, em 1974 apenas 3% atingiam aquele grau de ensino, sendo que em 2020 apesar de termos atingido o importante patamar de 42% da população com formação superior, ainda estamos abaixo dos números da Europa, que ronda os 60%.


Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Não vou continuar a esmiuçar os números que retratam de forma extraordinariamente clara como evoluiu Portugal em democracia. Esses resultados são sentidos e vividos por todos nós diariamente.
Devemos à democracia praticamente tudo. Foram muitas as portas que Abril abriu, como disse e escreveu Manuel Alegre, desde a nossa liberdade, ao Estado de Direito; desde o direito de manifestação, ao direito à greve e deste ao direito dos trabalhadores ao aumento dos rendimentos do trabalho;
Do Sistema Nacional de Saúde - que tanto nos orgulha, sobretudo neste tempo de pandemia - à Segurança Social e todos os direitos nela consagrados e que se traduzem em prestações sociais que nos apoiam na reforma, na doença, na invalidez, na pobreza e na desgraça.
Do Sistema de Educação ao Ensino Superior e Investigação científica;
Da segurança e socorro até às infraestruturas de mobilidade e transporte.
Enfim, é impossível imaginarmos como seria hoje Portugal, e como viveriam hoje os portugueses se não fosse o 25 de Abril de 1974, poeticamente batizada como a Revolução dos Cravos.
A todas e a todos os que a fizeram, e a todas e todos que desde aí têm construído este país, o meu reconhecimento e o nosso bem-haja!


Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Mas, como dizia no início, a celebração deste ano é especial também por outras razões e outra delas é que esta é a primeira celebração deste mandato autárquico, iniciado em outubro do ano transato.
Após as eleições de 2021, os covilhanenses renovaram a confiança no Partido Socialista, pelo que aqui e reafirmo o compromisso de prosseguirmos com o desenvolvimento da nossa terra e das nossas populações, fazendo também assim com que na Covilhã se cumpra Abril.
Foi o que fizemos nos dois últimos mandatos, foi assim que os covilhanenses o avaliaram nas últimas eleições - por isso nos renovaram a confiança - e contra a vontade de alguns e das proclamações dos oráculos da desgraça, é isso que estamos a fazer, de novo, desde o início deste mandato.
Estamos a cumprir abril quando prosseguimos com a requalificação do espaço público e das infraestruturas rodoviárias. São exemplo disso a requalificação em curso da Rua 30 de junho, que liga Cantar Galo a Vila do Carvalho, com a pavimentação da estrada e construção de passeios. Obra prometida há décadas e que agora está a avançar.
Estamos a cumprir abril quando inaugurámos anteontem a Estrada do Porsim, ambição de décadas que encurta distâncias das populações do sul do concelho com a cidade, nomeadamente das populações de São Jorge da Beira, de Casegas e de Sobral de São Miguel;
Estamos a cumprir abril quando temos em curso um ambicioso projeto de requalificação da Avenida Frei Heitor Pinto, para melhorar as acessibilidades entre o Pólo do Ernesto Cruz da nossa Universidade e o Jardim Público prosseguindo assim com a requalificação do espaço publico e a melhoria de acessibilidades para peões.
Mas também cumprimos Abril quando em Novembro inaugurámos finalmente o novo Teatro Municipal da Covilhã e o Centro de Inovação Cultural que nos vem posicionar muito positivamente no âmbito cultural e devolve à Covilhã a tão necessária e merecida sala de espetáculos!
Cumpre-se abril quando captamos e apoiamos os investimentos empresariais que criam emprego qualificado, garantindo mais umas centenas de postos de trabalho qualificado para as nossas populações, como é o caso dos investimentos industriais da MEPISURFACES e da PharmaPoli, ou das tecnológicas NOESIS, HumanIT ou a ItCenter, a mais recente das empresas instalada no Parkurbis, que já está a dar formação a 15 engenheiros e pretende a breve trecho chegar aos 40.
Cumpre-se abril quando preparamos e apoiamos a regeneração urbana e somos reconhecidos como um dos concelhos na região centro de Portugal que mais e melhor tem aproveitado os fundos comunitários para o efeito.
Mas cumpre-se também abril quando vemos reconhecido o nosso trabalho, a nossa história, a nossa visão estratégica, a nossa capacidade e a nossa ambição com a classificação da Covilhã como Cidade Capital Criativa da UNESCO, na categoria de Design.
Cumprimos Abril quando prosseguimos a estratégia de afirmação, promoção e desenvolvimento turístico da Covilhã.
Quando prosseguimos com a construção de miradouros, como é o caso do novíssimo Miradouro dos Piornos ou quando nos diferenciamos positivamente com um stand promocional na Bolsa de Turismo de Lisboa, reforçando a notoriedade e promoção de todo o Concelho.
Ou ainda quando nos abalançamos em ambiciosos projetos de cooperação regional e, juntamente com os nossos vizinhos de Manteigas e Seia, pretendemos dar uma nova vida aos edifícios da Torre, o ponto mais alto de Portugal continental.
Estamos a honrar os valores da Revolução dos Cravos quando trabalhamos ativamente para concretizarmos na Covilhã um dos direitos constitucionais que ainda não se cumpre plenamente – o direito à habitação. Foi por isso que aprovámos a Estratégia Local de Habitação e que em dezembro último assinámos com o IHRU um contrato de financiamento superior a 5 milhões de euros, numa intervenção global de mais e 14 milhões e que pretende vir dar, no futuro próximo, uma habitação digna a todos os habitantes do concelho da Covilhã.


Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Covilhã,
Caras e Caros Covilhanenses,
Muito mais haveria para enumerar em matéria de realizações municipais, como o de pormenorizar um volumoso número de projetos em curso e/ou em conceção para o futuro, mas para não ser fastidioso e por economia de tempo, não o farei. Quero apenas reforçar o compromisso e a garantia que continuaremos neste mandato, que há muito pouco tempo se iniciou, a trabalhar com dedicação, com a honestidade, com empenho e com a ousadia que temos tido até aqui para que a Covilhã continue a crescer e a afirmar-se como o principal pólo social, económico e cultural da região e do interior de Portugal.


Senhor Presidente da Assembleia,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Não queria terminar sem deixar duas notas finais.
A primeira é que, decorridos que vão dois longos anos e sempre com muito prestimoso auxílio do que construímos com Abril, estamos a aliviar, finalmente, as medidas de combate à pandemia da COVID19 que abalou o mundo.
Devemos sobretudo ao Serviço Nacional de Saúde e aos seus profissionais este momento de viragem, esta vitória sobre a pandemia e estes resultados, que a todos nos devem orgulhar.
A todas e a todos aqueles que nos têm ajudado a ultrapassar esta fase tão difícil da nossa vida coletiva, o meu bem-haja!!!
A segunda nota é sobre o momento particularmente perigoso e anacrónico que vivemos na Europa e no mundo.
Quando julgávamos que o desenvolvimento económico e a evolução social, cultural e política europeia nos manteria a salvo da selvajaria e da brutalidade da guerra, eis que somos confrontados com uma invasão militar de um Estado soberano pelo Exército de outro país, ao arrepio de qualquer regra ou justificação e em flagrante violação do Direito Internacional, vemos a Federação Russa a invadir e a destruir a República Nacional Ucrâniana.
A invasão da Rússia à Ucrânia, numa guerra que se arrasta há dois meses, tem provocado milhares de mortos e milhões de deslocados e refugiados, provocando a maior emergência humanitária da Europa desde a II Guerra Mundial.
A Covilhã, à altura da sua história e da sua tradição solidária, tem procurado, sem alardes, criar as melhores condições para acolher refugiados, cuidar de quem foge da guerra e quem quer uma nova oportunidade para recomeçar a sua vida em paz e segurança.
Na Câmara Municipal criámos a Missão de Acolhimento Covilhã - Ucrânia e temos, neste momento, cerca de uma centena de refugiados alojados entre particulares e instituições, estando a prestar o auxílio e o apoio necessários para que encontrem na nossa comunidade a tranquilidade, a paz e as condições necessárias para ultrapassar este momento traumático que viveram no seu país.
Quero agradecer a todas as instituições envolvidas, a todas as empresas, a todos os particulares, a todas e a todos os covilhanenses, que de uma forma ou de outra têm colaborado e ajudado estas pessoas.
Apelo e desejo que rapidamente cesse o conflito militar e que a guerra termine.
Que as divergências se dirimam no plano diplomático e que a paz regresse à Europa;
Que os líderes europeus estejam à altura e tenham a capacidade não apenas de acabar com a guerra, de construir a paz e, sobretudo, de retomar o caminho do desenvolvimento económico e social das nossas populações para que verdadeiramente se possa continuar a cumprir Abril e os seus valores.
Que os valores da liberdade, da solidariedade e da justiça, sejam fator de progresso, de desenvolvimento, de paz e concórdia entre os povos.


Viva o 25 de Abril!
Viva a Covilhã!
Viva Portugal!

Marinha Grande | Discurso do Presidente da Câmara - Comemorações do 25 de Abril

 
Boa noite,
Caros concidadãos e visitantes do concelho da Marinha Grande.
É com grande honra e alegria que hoje estamos aqui, presencialmente reunidos, para celebrar os 48 anos da conquista da liberdade em Portugal.
Agora que aprendemos a viver com a pandemia, podemos relembrar todos os que lutaram para que os nossos filhos e netos nunca esqueçam a luta dos seus antepassados.
A todos os portugueses que com engenho e arte, ambição e aventura, souberam fazer de Portugal um país respeitado, uma saudação especial.
Às Mulheres e Homens das nossas três freguesias, de todos os lugares, que vivem e trabalham no nosso concelho, vergo-me perante o que conseguiram, seja na vida social, económica e política. Souberam dar de si em prol da comunidade, seja nas vossas empresas, nas coletividades, nas vossas casas, passaram a mensagem de trabalho e lazer, mas também de esperança, relembrando sempre o legado que nos foi deixado por todos os que fizeram esta terra e, hoje especialmente, pelos que fizeram o 25 de abril de 74.
Desde um tempo em que éramos apenas floresta e, em especial, numa época de gloriosa expansão industrial, na segunda metade do Século XVIII com o nascimento da indústria, tivemos sempre mulheres e homens com elevado estatuto moral e ético.
Com o espírito empreendedor e lutador soubemos procurar os nossos direitos e conquistar um lugar na história deste país.
O dia que celebramos hoje é o exemplo da abnegação dum povo, do qual a Marinha Grande se orgulha.
Saudemos, pois, todos os portugueses e os marinhenses em especial os que em 25 de abril de 1974 nos trouxeram a liberdade, nos restituíram a esperança numa vida digna e prospera.
Com a ambição dum tempo e vida melhor, abriram as portas das cadeias, trouxeram de volta os nossos soldados, iluminaram as nossas almas, mostraram-nos uma nova realidade, criaram condições para que hoje possamos estar aqui, em liberdade, fraternidade e igualdade.
Em uníssono agradecemos a todos esses heróis, que com o seu querer e vontade aliado a força imensa de trabalho, nos ensinaram a viver em partilha, demonstrando que unidos somos muito mais capazes.
Hoje, aqui mesmo celebramos a Memória de todas essas mulheres e de todos esses homens que lutaram, que deram o seu suor e sangue pela Liberdade que hoje é de todos nós.
Mas, hoje, é também dia de celebrar tudo quanto construímos nestes 48 anos, sabendo o que custou alcançar, conscientes do muito que ainda há por fazer.
Vivemos tempos de mudança.
Queremos uma terra próspera, onde se viva com maior qualidade de vida e as pessoas se sintam mais felizes.
Cumprimos os nossos deveres, conscientes dos nossos direitos, sejam a educação, a saúde, a cultura e todos os que contribuem para territórios de maior igualdade e justiça social.
Continuemos a ser solidários e leais aos nossos ideias, conscientes de uma grande missão na vida, aquela que cada um de nós cumpre. Mesmo neste tempo difícil de pandemia e guerra, tenhamos a capacidade de ser resilientes e ambiciosos para concretizar os sonhos com que nos comprometemos.
Este é o primeiro ano em que, enquanto Presidente da Câmara, assinalo as comemorações do 25 de Abril Nas últimas eleições autárquicas, pela primeira vez na história da democracia, a Marinha Grande elegeu um grupo de cidadãos eleitores para a sua governação.
Mas não estamos a governar sozinhos. Estamos e trabalhar em conjunto com os vereadores do partido Socialista que aceitaram os pelouros que lhes propusemos e tudo estamos a fazer para que, pelo menos as decisões estratégicas e estruturantes, sejam resultantes de compromissos com todos os vereadores.
E o compromisso é grande.
Na concretização desse desejo, com toda a equipa do executivo, da assembleia municipal, juntas de freguesia e trabalhadores desta Câmara, depositamos na força do nosso trabalho e no pensamento coletivo os pilares do cumprimento desta causa pública.
Apostamos num trabalho coletivo em prol de todos vós. Iniciámos o caminho há pouco tempo. Queremos que o concelho seja conhecido por um local onde é bom viver e trabalhar, atraindo mais residentes, investidores e turistas.
Queremos construir respostas próximas dos cidadãos. Na transferência de competências do Estado para o Município, no passado 1 de abril, recebemos mais de 200 trabalhadores provenientes das áreas da educação, saúde e ação social, e muito trabalho pela frente com os respetivos parceiros.
Queremos uma nova governação, uma administração moderna e eficaz. Realizámos uma reorganização interna dos serviços municipais, apostando na valorização dos trabalhadores e agilizando procedimentos. Estamos a construir uma instituição amiga dos cidadãos e das empresas. Um trabalho árduo que construímos nos primeiros 5 meses.
Em 2022, temos um trabalho exigente ao nível do planeamento e organização, para delinear estratégias e construir projetos. Estamos a apostar no ordenamento do território, no desenvolvimento económico e turístico, em infraestruturas, na ação cultural e desportiva, no apoio às crianças e jovens, em mais respostas sociais e educativas, na melhoria dos cuidados de saúde. Estamos a trabalhar as questões ambientais e da sustentabilidade alinhando-nos com as preocupações que assolam o planeta.
Lembro que temos apenas 6 meses de trabalho e que o programa que planeámos tem um horizonte de 4 anos.
Ao contrário do que todos desejaríamos as mudanças não acontecem de um dia para o outro. Temos a consciência que o sentimento dos munícipes sobre os resultados do que já preparámos ainda é pouco, muitas vezes parecendo que está tudo igual. Mas já não está e, como disse, é um mandato de 4 anos e será nesse período que iremos desenvolver todo o plano que temos para o nosso concelho.
A nossa prioridade foi dar continuidade ao que estava planeado, resolver os problemas prementes e urgentes.
Um processo de mudança deve ser gradual. Para ser bem-sucedido não pode esquecer o passado e muito menos ser baseado na política de terra queimada.
As decisões têm sido estudadas, ponderadas e enquadradas nos objetivos a que nos propusemos.
Na atual conjuntura mundial, nunca foi tão significativo falar de um valor tão nobre e essencial à democracia, como a liberdade.
A Marinha Grande, como tantos outros concelhos, continua a acolher cidadãos imigrantes, que chegam em condições cada vez mais precárias. Em conjunto com as diversas instituições e grupos anónimos, estamos a prestar apoio humanitário e a assegurar o devido encaminhamento dos refugiados, do conflito na Ucrânia, que chegam ao nosso concelho, assumindo o compromisso coletivo de solidariedade e luta pela paz.
Neste processo de acolhimento, a população da Marinha Grande e os cidadãos ucranianos, que já tinham adotado a nossa terra como sendo sua também, têm dado provas altruístas de enorme solidariedade. Deixo-lhes, por isso, o nosso sentido reconhecimento e profunda gratidão.
2022 é um ano exigente e desafiante. Mas, também é um ano de esperança, de reforçar laços, e de, com orgulho, potenciar a nossa história e o futuro que estamos a construir.
A Organização das Nações Unidas declarou 2022 como o Ano Internacional do Vidro. A propósito, não faltarão motivos para promovermos a Marinha Grande, com diversos eventos culturais e turísticos que pretendem afirmar a nossa história, o cluster industrial e económico do vidro, moldes e plásticos e, sobretudo, o nosso futuro.
A construção da democracia conquistada pela Revolução do 25 de Abril e o desenvolvimento dos territórios, faz-se com a comunidade.
Agradecemos a cada um de vós, o esforço coletivo na dinamização da nossa terra. TODOS, somos empreendedores de uma Marinha GRANDE, que queremos que seja cada vez MAIOR e MELHOR, onde as pessoas se sintam felizes. Todos são chamados a esta missão.

O nosso muito obrigado!

Viva o 25 de Abril! Viva a Marinha Grande! Viva Portugal!
Aurélio Ferreira Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande