segunda-feira, 13 de junho de 2022
Idosos de lar de Leiria encontram-se com o Papa
IFAB aprova “em definitivo” as cinco substituições por jogo no futebol
Urgências fechadas: Temido anuncia contratação de recém-especialistas e plano de contingência para o verão
Fogo combatido em Coimbra por 120 operacionais e cinco meios aéreos
DIXIENAZAJAZZ BAND ATUA NO MUSEU JOAQUIM CORREIA AO ENTARDECER
ARS Centro aconselha: Cuidado com o calor!
- Assim, nos dias de maior calor:
- Evite a exposição solar entre as 11h00 e as 16h00.
- No exterior, use protetor solar com fator de proteção superior a 30.
- Use peças de roupa leves, de preferência de algodão, e de cor clara.
- Quando no exterior, utilize um chapéu de abas largas e óculos de sol.
- Evite esforços físicos intensos, em especial nos dias e horas de maior calor.
- Permaneça em locais frescos (à sombra) ou climatizados.
- Durante o dia, feche janelas e persianas; à noite, faça o oposto, aproveitando o ar fresco para arrefecer os edifícios.
- Beba água e sumos naturais de fruta, mesmo não tendo sede. Esta medida é especialmente importante nos idosos, porque não sentem sede, e nas crianças de tenra idade.
- Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas.
- Faça refeições ligeiras, à base de saladas.
- Conserve os medicamentos a uma temperatura e humidade apropriadas (local fresco e seco).
- Visite ou contacte com frequência idosos e outras pessoas vulneráveis vivendo sozinhas.
Atendendo a que a época é propícia a viagens, recomenda-se ainda:- Os idosos e as crianças não devem permanecer no interior das viaturas.
- Não feche completamente as janelas. Lembre-se que o Sol roda e que a viatura, mesmo que inicialmente colocada à sombra, poderá ficar exposta ao Sol ao fim de algumas horas.
- Planeie a sua viagem. Caso a sua viatura não disponha de ar condicionado, evite as horas de maior calor e viaje de noite. Não se esqueça de levar água engarrafada.
- Reduza as atividades ao ar livre, em especial as que exigem esforço físico intenso, tais como desportos, durante o período do dia em que as temperaturas estão mais elevadas e a radiação ultravioleta é mais intensa (entre as 11h00 e as 16h00).
- Na praia, esteja atento às crianças e aos perigos de afogamento.
- Não consuma água de fontenários, mas apenas água da rede pública ou engarrafada.
Para informações adicionais, o Departamento de Saúde Pública da ARSC recomenda as seguintes fontes:Direção-Geral da Saúde – este serviço de saúde pública de âmbito nacional disponibiliza material informativo, destinado à população em geral, no âmbito do Plano de Saúde Sazonal – Verão.Centro de Atendimento do SNS 24 (808 24 24 24) – esta linha de apoio (custo de chamada local) fornece aconselhamento e orientação em saúde.- Instituto Português do Mar e da Atmosfera – disponibiliza, no seu sítio institucional, informação relativa a temperaturas observadas e previstas no nosso País, bem como ao índice de raios ultraviolentas e à qualidade do ar.
Cantanhede | Apresentação teatral que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal. “O bairro da Tabela Periódica” exibida por alunos da Escola Secundária Lima-de-Faria
Cerca de uma centena de pessoas assistiram no passado dia 9 de junho à apresentação da peça de teatro “O bairro da Tabela Periódica”, de autoria do escritor Manuel João Monte, que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal de Cantanhede.
Interpretada por um grupo de 15 alunos do 12º ano de Ciências e Tecnologias da Escola Secundária Lima-de-Faria, em Cantanhede, a apresentação teatral que teve a encenação da docente, Cristina Monteiro.
A iniciativa, que teve a sua estreia no passado dia 4 de abril numa apresentação particularmente dirigida aos alunos do 12º ano deste estabelecimento de ensino, viu agora, em virtude do sucesso alcançado, agendada nova sessão dirigida ao público em geral.~
De salientar o cariz solidário de uma ação em que os alunos doaram as verbas angariadas aos assistentes sociais da Associação SOGA. Recorde-se que a Associação S.O.G.A. – Servir Outra Gente com Amor tem como propósito a promoção e defesa dos direitos humanos, no âmbito de projetos nacionais e internacionais de apoio ao desenvolvimento humano.
Esta organização apoia especialmente a Ilha de Soga, do Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, e tem como principal objetivo alcançar a melhoria das condições de vida da população que vive em pobreza extrema.
O texto “O bairro da Tabela Periódica”, da autoria de Manuel João Monte, docente do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), foi o resultado do desafio que o autor abraçou, ao criar uma peça de teatro que se inspirasse nos 150 anos dessa efeméride, que se celebraram em 2019, ano escolhido como Ano Internacional da Tabela Periódica, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A Tabela Periódica foi publicada pelo químico e físico russo, Dmitri Mendeleev (1834-1907), em 1869, com o objetivo de organizar numa Tabela todos os elementos físicos e químicos conhecidos até aí.
Cerimónia pública que assinala o início das obras de conservação e restauro da Sé de Viseu tem lugar na próxima quarta-feira
CÂMARA DE ÉVORA PARTICIPA NA DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES PATRIMÓNIO MUNDIAL (OCPM)
O Presidente da Câmara Municipal de Évora foi convidado para integrar um painel restrito de nove presidentes de municípios que, em conjunto, irão rever e aprovar o conteúdo do Programa "Québec City Roadmap" que irá definir uma estratégia de ação da OCPM para os próximos anos.
O painel, composto por nove Presidentes de Câmara, é presidido pelo Mayor da cidade do Québec. Para além de Évora e da cidade canadiana, participam como cidades convidadas Bordéus, Bruxelas, Córdoba, Cuzco, San Antonio, Tunis e Dubrovnik. Este conjunto de Municípios irá ter a primeira de duas reuniões no próximo dia 16 de junho, através de videoconferência, para apreciar e decidir sobre o documento estratégico que resultou dos workshops desenvolvidos por especialistas em torno do tema do 16º Congresso Mundial da OCPM - "Melhorar a Qualidade de Vida nos Centros Históricos" - a ter lugar no próximo mês de setembro na cidade do Québec.
Nos workshops temáticos foram debatidas, analisadas e extraídas conclusões que resultaram em propostas de ação estratégica nas áreas da “Cultura e Tecnologia”, “Turismo e Economia” e “Mobilidade”. Na perspetiva urbana e histórica, os especialistas debruçaram-se em torno das mudanças de paradigma que estamos a viver. Estas mudanças, provocadas pela pandemia e pela emergência climática, estão a inspirar um "novo projeto urbano". O trabalho desenvolveu-se assim tendo em conta o facto de esta ser uma oportunidade para repensar a cidade, promovendo a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos e garantindo ao mesmo tempo a conservação do tecido urbano histórico. É com base nestes pressupostos que incidirá a definição de uma estratégia de ação da OCPM, que será analisada e aprovada pelo painel dos nove Presidentes de Municípios convidados de entre o universo de mais de 300 cidades que compõem a Organização das Cidades Património Mundial.
Aveiro | Reunião de Câmara – 13 de junho de 2022
Apresentamos por este meio informação sobre a deliberação da Reunião Extraordinária do Executivo da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), realizada hoje segunda-feira, dia 13 de junho de 2022, nos Paços do Concelho.
Adjudicado o projeto do Eixo Rodoviário Aveiro - Águeda
O Executivo Municipal deliberou adjudicar a elaboração do projeto de execução do Eixo Rodoviário Aveiro - Águeda, à empresa Ripórtico Engenharia, Lda., pelo valor de 841.086,57€ (com IVA incluído).
O projeto que inclui o estudo de impacto ambiental, e vai ser financiado a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num processo liderado pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e a Câmara Municipal de Águeda que hoje mesmo faz idêntica deliberação.
Esta decisão é mais um dos passos em direção à construção da ligação Águeda-Aveiro. Este eixo rodoviário, em perfil de autoestrada, terá 14 quilómetros de extensão, permitindo encurtar em 40% o percurso atual e em 65% a duração, ligando os dois municípios num trajeto que passará a fazer-se em 10 minutos.
O Eixo Rodoviário Aveiro – Águeda é uma via muito importante para os dois Municípios de Aveiro e Águeda, e para a Região de Aveiro, nomeadamente em termos ambientais, de redução de custos e de tempos de deslocação para cidadãos e empresas, bem como para o aumento da segurança rodoviária nas áreas urbanas atravessadas pela antiga EN 230, e de promoção do desenvolvimento urbano e empresarial.
De referir que, na semana passada, foi firmado entre a CCDRC e as Câmaras de Águeda e Aveiro, o contrato de financiamento de 40 milhões de euros para a construção desta via, numa cerimónia que decorreu no Centro de Artes de Águeda.
Marinha Grande | MUSEU JOAQUIM CORREIA RECEBE PERFORMANCE DA BAILARINA INESA MARKAVA
Águeda | Reunião de Câmara de dia 13 de junho de 2022
Marinha Grande | TALK SHOW LEVA ATRIZ E CANTORA VALÉRIA CARVALHO AO TEATRO STEPHENS
Caldas da Rainha promove evento ligado à cerâmica a 17, 18 e 19 de Junho
DIVERSIDADE PALEONTOLÓGICA DA MARINHA GRANDE EM DEBATE
Marinha Grande | WORKSHOP SOBRE PARENTALIDADE
15 de junho | 14h30 | ESAC - auditório H1 + campos de ensaio. ESAC é palco de Dia de Campo promovido pela VOLTZ Maraîchage
Marinha Grande | AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE REGISTO DE TERRENOS NA MOITA
Cantanhede foi a “capital do jazz” com o Festival Internacional de Dixieland. Evento terminou com multidão a assistir à street parade
Valeu a pena esperar 13 anos para voltar a ouvir o jazz de New Orleans nas ruas de Cantanhede. O Festival Internacional de Dixieland terminou este domingo, 12 de junho, em ambiente apoteótico, com uma street parade que levou milhares de pessoas, entre público e participantes, às ruas da cidade, ainda que o calor não tenha dado tréguas.
Durante quatro dias, o Happy Street Jazz, projeto que proporcionou 61 concertos de 12 bandas Dixieland e 18 filarmónicas nos municípios de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure, trouxe o melhor do jazz tradicional, fazendo jus àquele que já foi considerado o melhor festival do género na Europa.
Cantanhede foi palco de 26 concertos nos quatro dias, muitos deles com um verdadeiro mar de gente a assistir, e teve na street parade o ponto alto de evento.
Ao longo do percurso, os grupos de jazz, escolas de dança, bandas filarmónicas, gigantones, entretainers, charretes, carros antigos, bicicletas e outros veículos deram um colorido especial à cidade. Um desfile a que assistiu uma verdadeira multidão e que culminou com uma jam session na praça Marquês de Marialva, com a atuação das bandas Dixie e filarmónicas.
A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede faz um balanço muito positivo, sobretudo pela “adesão extraordinária das pessoas”. “Foi um regresso em grande do Festival Internacional de Dixieland, agora com outra roupagem e com espetáculos fantásticos”, resumiu Helena Teodósio, que deixa uma garantia: “Ainda não sabemos em que moldes se fará no futuro, mas este Festival veio para ficar”.
A autarca entende ainda que este foi um “excelente arranque” para a programação cultural de verão no Município, que terá como ponto alto a 30.ª edição da Expofacic. “É esta dinâmica cultural que queremos implementar em Cantanhede e assim contribuir para a alegria das pessoas e das associações”, concluiu.
Também o vice-presidente do Município e responsável pelo pelouro da Cultura referiu que “a multidão que assistiu a concertos e ao desfile final superou as melhores expectativas”. Pedro Cardoso mostra-se também convicto de que “este grande projeto” terá continuidade nos próximos anos, com os ajustes que lhe permitam “continuar a crescer e melhorar, tendo em vista a ambição da internacionalização deste festival de música”. “Retomámos aquele que foi considerado um dos maiores e melhores festivais do género da Europa, com um sucesso enorme, pelo que queremos continuar a desenhar uma programação e encontrar um formato sempre inovador que faça deste festival uma grande oportunidade no mercado turístico e um evento diferenciador de lugares”, sublinhou o autarca.
O Happy Street Jazz – Festival Internacional de Dixieland resultou da candidatura do projeto designado “Happy Jazz - a Música que nos Une”, liderada pelo Município de Cantanhede – e da qual fizeram parte também os municípios da Figueira da Foz e Soure -, que foi aprovada e financiada pela Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro, no âmbito da Programação Cultural em Rede.
“Um Sopro do Espírito” e entrega de prémios no largo da Biblioteca de Vagos
Santo Antonio de Pádua, “Martelo dos hereges”
Imagem de Santo Antonio na Sé de Lisboa [Foto PRC].
O grande taumaturgo de Pádua –– ou de Lisboa, sua cidade natal –– embora com uma curta existência terrena, tornou-se um dos santos mais populares do mundo, sendo venerado tanto no Oriente quanto no Ocidente
· Plinio Maria Solimeo |
“Alegra-te, feliz Lusitânia! Salta de júbilo, Pádua ditosa! Pois gerastes para a Terra e para o Céu um varão que bem pode comparar-se com um astro rutilante, já que brilhando, não só pela santidade da vida e gloriosa fama de milagres, mas também pelo esplendor que por todas as partes derrama a sua celestial doutrina”. Esse foi o esplêndido elogio que fez desse santo o Papa Pio XII.(1)
“Doutor da Igreja”, “Martelo dos Hereges”, “Doutor Evangélico”, “Arca do Testamento”, “Santo de todo o mundo” –– são alguns dos títulos com que os Soberanos Pontífices honraram aquele cuja vida foi, no dizer de um de seus biógrafos, um milagre contínuo.
Natural de Lisboa onde nasceu em 1191 ou 1195, filho dos nobres Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, o futuro santo recebeu no batismo o nome de Fernando. De boa índole, inclinado à piedade e às coisas santas, sua formação espiritual e intelectual foi confiada aos cônegos da Catedral de Lisboa por seu pai, oficial no exército de D. Afonso.
Clérigo Regular de Santo Agostinho |
Segundo alguns de seus biógrafos, na adolescência Fernando foi acometido por violenta tentação contra a pureza. Para aplacá-la, estando na catedral, o jovem traçou uma cruz com os dedos, numa coluna de mármore, ficando nela impressa como em cera. Avaliando nessa ocasião os perigos que corria, o adolescente quis entrar para o mosteiro de São Vicente de Fora, dos Clérigos Regulares de Santo Agostinho, nos arredores da capital portuguesa, quando contava 19 anos de idade.
Ali permaneceu dois anos, findos os quais, por ser muito procurado por parentes e amigos, pediu aos superiores que o transferissem para o mosteiro Santa Cruz de Coimbra, casa-mãe do Instituto. Foi ordenado sacerdote em 1220. Frei Fernando, entretanto, almejava abraçar um gênero de vida mais perfeito e mais de acordo com suas íntimas aspirações.
Transferência para a Ordem franciscana |
Quando chegaram a Coimbra os restos mortais dos cinco protomártires franciscanos, que deram sua vida pela Fé no Marrocos, Frei Fernando sentiu imenso desejo de imitá-los, vertendo também seu sangue por Cristo.
Um dia, no verão de 1220, quando dois franciscanos foram ao seu mosteiro pedir esmola, Frei Fernando perguntou-lhes se, passando ele para sua Ordem, o enviariam à terra dos mouros para lá sofrer o martírio. Eles deram resposta afirmativa. No dia seguinte, depois de obter, a duras penas, autorização de seu Superior, mudou-se para o eremitério franciscano, onde se tornou um filho de São Francisco de Assis.
Frei Fernando mudou então seu nome para o do onomástico do eremitério, Antonio, que ele imortalizaria.
Conforme o combinado, Frei Antonio foi enviado no fim desse mesmo ano à África. Entretanto não estava nos planos da Providência que ele ilustrasse a Igreja como mártir, mas com suas pregações e santa vida. Assim, chegando ao continente africano, foi atacado de terrível doença, que o reteve no leito por longo período. Os superiores decidiram que, para curar-se, Frei Antonio deveria voltar a Portugal.
Acrisolado pela Divina Providência |
A mão da Providência, no entanto, desejava-o em outro campo de luta. O navio em que estava o convalescente, levado pela tempestade, foi parar nas costas da Itália, onde o santo encontrou abrigo em Messina, na Sicília. Lá soube que o seráfico São Francisco havia convocado um Capítulo em Assis, para maio de 1221. Antonio poderia, enfim, ver o pai e fundador dos franciscanos e contemplar sua angélica virtude.
Naquela grande assembléia o Provincial da Romênia resolveu levá-lo consigo. Frei Antonio obteve dele licença para permanecer no eremitério do Monte Paulo, a fim de entregar-se ao isolamento e à contemplação.
Entretanto a mão de Deus velava sobre ele, e chegou o tempo em que aquela luz deveria brilhar para o bem do mundo inteiro.
Começa a vida apostólica como grande pregador |
Foi enviado a Forli com alguns franciscanos e dominicanos que deveriam receber as ordens sacras. O Padre guardião do convento em que se hospedavam pediu que algum dos presentes dissesse algo para a glória de Deus e edificação dos demais. Um a um, foram todos escusando-se por não estarem preparados. Restava Antonio. Sem muita convicção, o Superior mandou-lhe então que falasse, à falta dos demais.
Era a primeira vez que Antonio falava em público, e então viu-se a maravilha: de sua boca saíram palavras de fogo, demonstrando profundo conhecimento teológico e das Escrituras, tudo exposto com uma lógica, clareza e concisão que conquistou a todos.
Entusiasmado, o Guardião comunicou aquele sucesso ao Provincial, que transmitiu a notícia a São Francisco. O Poverello mandou então que Frei Antonio estudasse teologia escolástica para dedicar-se à pregação. Pouco depois, em vista de seus progressos, ordenou-lhe S. Francisco que trabalhasse na salvação das almas. Era o ano 1222, e Frei Antonio contava apenas 30 ou 31 anos de idade.
Força irresistível de suas fogosas palavras |
Segundo seus biógrafos, “ele tinha um exterior polido, gestos elegantes e aspecto atraente. Sua voz era forte, clara, agradável, e sua memória feliz. A essas vantagens, juntava uma ação cheia de graça”.(2) Entretanto, “seu traço característico, o milagre constante de sua existência, é a força incontestável de sua pregação, o poder de sua voz sobre os corações e as inteligências”.(3)
“Quando ele fulminava os vícios e as heresias — das quais o mundo estava então extremamente infectado — era como uma torrente de fogo que revira tudo, e à qual ninguém pode resistir. […] Freqüentemente, se bem que falasse [durante o sermão] uma só língua, era entendido por pessoas de toda espécie de países”.(4) Daí seu sucesso extraordinário, tanto na Itália quanto na França.
Milagres como no tempo dos Apóstolos |
As multidões acorriam, e até os comerciantes fechavam suas lojas para ir ouvi-lo; a cidade e toda a redondeza literalmente paravam. Sendo pequenas as igrejas para tanta gente — às vezes chegavam a juntar-se até 30 mil pessoas num só sermão — ele falava nas praças públicas. Quando terminava, “era necessário que alguns homens valentes e robustos o levantassem e protegessem das pessoas que vinham beijar-lhe a mão e tocar-lhe o hábito”.(5) O número de sacerdotes que o acompanhavam era pequeno para depois ouvirem as confissões dos que, tocados por seu sermão, queriam emendar-se de vida.
Seus sermões eram seguidos de milagres como não se viam desde o tempo dos Apóstolos. Praticamente não havia coxo, cego ou paralítico que, depois de receber sua bênção, não ficasse são. Numa ocasião converteu 22 ladrões, que por curiosidade foram ouvi-lo. O número de hereges por ele convertidos não tem fim.
Prega aos peixes para confundir os indiferentes |
Um dos milagres mais conhecidos de Santo Antonio foi sua pregação aos peixes. Em Rimini, durante seu sermão, o povo se mantinha indiferente. Abandonando seus ouvintes, foi pregar à beira-mar. Milhares de peixes de vários tipos e tamanhos puseram a cabeça fora da água para ouvir o santo, que tinha sido seguido pela população da cidade, testemunha do milagre.
Santo Antonio foi cognominado “Martelo dos Hereges”, porque a heresia não teve inimigo mais formidável. Sua mais antiga biografia, conhecida pelo nome de Assídua, relata: “Dia e noite tinha discussões com os hereges; expunha-lhes com grande clareza o dogma católico; refutava vitoriosamente os preceitos deles, revelando em tudo ciência admirável e força suave de persuasão que penetrava a alma dos seus contrários”.(6)
Um heresiarca negava a Presença Real no Santíssimo Sacramento. Para acreditar, dizia, queria um milagre. E propôs o seguinte: deixaria sua mula sem comer durante três dias. Depois disso, oferecer-lhe-ia feno e aveia, e Frei Antonio a Hóstia consagrada. Se a besta deixasse a comida para ir adorar a Hóstia, ele creria, disse. Isso foi feito diante de toda a cidade. E a mula faminta, tendo que escolher entre o alimento e o respeito à Hóstia consagrada, foi ajoelhar-se diante desta, que o santo segurava nas mãos.
Desde a mais tenra infância Antonio fora devoto de Nossa Senhora, e Ela várias vezes o socorreu. Um dia, por exemplo, em que o demônio não podia mais suportar o bem que o santo fazia, agarrou-o pelo pescoço tão violentamente, que o enforcava. Antonio mal pôde balbuciar as palavras da antífona a Nossa Senhora, “O Gloriosa Domina”. No mesmo instante o demônio fugiu apavorado. Recomposto, Antonio viu a seu lado a Rainha do Céu resplandecente de glória.
“O santo morreu! O santo morreu!” |
No ano de 1231, Frei Antonio, sentindo piorar a hidropisia maligna que o perseguia havia tempos, percebeu que sua hora chegara e quis morrer em Pádua, sua cidade de adoção. Quando o povo paduano ouviu dizer que ele estava chegando, acorreu em tal quantidade, que os frades que o acompanhavam, para livrá-lo do assédio, levaram-no para a casa do capelão das freiras clarissas, onde ele faleceu com apenas 40 anos de idade.
Imediatamente as crianças de Pádua saíram espontaneamente pelas ruas gritando: “O santo morreu! O santo morreu!”. Ao mesmo tempo, em Lisboa, sua cidade natal, os sinos puseram-se a repicar por si sós, e o povo saiu às ruas. Somente mais tarde é que souberam do ocorrido.
Tantos foram os milagres operados pelo santo em seu túmulo, que levaram o Papa Gregório IX a canonizá-lo apenas um ano depois de sua morte. Anualmente sua festividade é comemorada no dia 13 de junho.
ABIM
______________
Notas:
- Fonte: Revista Catolicismo, junho/2005.
1. Pio XII, Carta Apostólica de 16 de janeiro de 1946, apud Pe. José Leite, Santos de Cada Dia, Editorial A.O., Braga, 1987, tomo II, p. 252.
2. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, d’après le Père Giry, Bloud et Barral, Éditeurs, Paris, 1882, tomo VI, p. 617.
3. Frei Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945, tomo II, p. 603.
4. P. Simon Martin, Vie des Saints, Bar-le-Duc, 1859, tomo II, pp. 946-947.
5. Pe. Pedro Ribadaneira, apud Dr. D. Eduardo Maria Vilarrasa, La Leyenda de Oro, L. González y Compañía, Barcelona, 1896, tomo II, p. 425.
6. Apud Pe. José Leite, S.J., op.cit., p. 251.