sábado, 29 de julho de 2023

CAMPANHA DE VERÃO: JOVEM MARCA A DIFERENÇA! TORNA-TE DADOR DE SANGUE!

Este é o lema que a ADASCA vai manter durante o ano em curso . É urgente renovar o universo de dadores, tendo em conta que os mais “velhos” vão deixando de poder fazer a sua dádiva por razões de idade, saúde ou outros condicionamentos. 
É urgente que os jovens adiram à dádiva de sangue sem a adesão dos jovens a situação neste Verão vai complicar-se.
"Cada doação de sangue é um presente precioso que salva vidas; a doação regular é a chave para um suprimento seguro e sustentável. Um agradecimento especial aos doadores de sangue e plasma em nome das pessoas que precisam de transfusões ou tratamentos com proteínas plasmáticas por toda a vida. Nós vivemos porque vocês doam - muito obrigado! 
Dê sangue, compartilhe a vida, compartilhe com frequência". (OMS).
A dádiva de sangue é um acto de amor que salva vidas! A sua dádiva pode ser a esperança que alguém tanto precisa”. Faça parte dessa corrente de solidariedade.
Lembre-se: a dádiva de sangue é um gesto pela defesa da vida!
 Acesso www.adasca.pt 

Joaquim Carlos

Nome de astrofísico português brilha no céu noturno


Tem quase três quilómetros de diâmetro e demora quatro anos e meio a dar uma volta ao Sol. Falamos de 2001 QL160, ou melhor, do asteroide 32599 Pedromachado.
Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), foi homenageado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU), com a atribuição do seu nome a um asteroide. O anúncio foi feito na Conferência de Asteroides, Cometas e Meteoros, que decorreu em Flagstaff, no Arizona, EUA, e foi publicado no Boletim do WGSBN.

Pedro Machado é especialista em atmosferas planetárias, mas este é um reconhecimento pelo seu contributo noutro domínio de estudo do Sistema Solar: a deteção e caracterização de asteroides e outros objetos que se encontram para além da órbita de Neptuno, chamados transneptunianos. Em alguns casos, este trabalho cruza o estudo das atmosferas, pois envolve o estudo das regiões de transição entre a atmosfera e o espaço exterior, as chamadas exosferas, nas quais são perdidas partículas para o espaço.

“É uma honra inesperada e uma grande satisfação ver o meu nome na lista de novas nomeações de asteroides”, diz Pedro Machado. “Estou muito grato por este reconhecimento do meu trabalho pela comunidade científica.”

32599 Pedromachado orbita o Sol entre os planetas Marte e Júpiter, na região conhecida como Cintura de Asteroides. Foi descoberto em 2001 através do programa Lowell Observatory Near-Earth-Object Search (LONEOS), da NASA e do Observatório Lowell, para a deteção de objectos espaciais em órbitas próximas da Terra.

De acordo com o processo de denominação de objetos astronómicos, inicialmente foi-lhe atribuído um nome provisório, 2001 QL160, que inclui o ano da descoberta e letras e algarismos que indicam o dia do ano e a ordem da descoberta. Após a determinação da sua órbita de forma fiável, recebeu a designação definitiva de 32599, pelo Minor Planet Center da IAU. Só a partir desse momento pôde ser proposto um nome para este asteroide para avaliação pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos.

Com esta atribuição, Pedro Machado junta-se aos também investigadores do IA, Nuno Peixinho (IA e Universidade de Coimbra) e Pedro Lacerda (Instituto Pedro Nunes e IA), que viram igualmente o seu trabalho reconhecido com a atribuição dos seus nomes aos asteroides 40210 Peixinho e 10694 Lacerda.

Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
APImprensa

Sensação de ligação e familiaridade na prestação de cuidados de longa duração é crucial para gerir a dor crónica


Um estudo realizado no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte), recentemente publicado na revista Nursing Open, explorou as experiências de pessoas mais velhas com dor crónica em estruturas residenciais para pessoas idosas, quando recebem apoio social formal relacionado com a sua dor. A investigação destaca a importância de uma comunicação eficaz entre os cuidadores formais no bem-estar dos residentes de unidades de cuidados de longa duração que vivem com dor crónica.
As investigadoras do CIS-Iscte Marta Matos e Sónia Bernardes tiveram como objetivo explorar as experiências de pessoas idosas que residem em estruturas residenciais para pessoas idosas e identificar os tipos de respostas dos cuidadores que são consideradas úteis ou inúteis na adaptação à dor crónica. Através da realização de entrevistas a um grupo diversificado de residentes, que sofriam de dor crónica, foi possível compreender que as pessoas residentes preferem receber ajuda que seja protetora da sua autonomia (psicológica e funcional) e quando as interações com os cuidadores e cuidadoras se revestem de uma sensação de ligação e familiaridade (como numa relação informal). A equipa de investigação adotou a perspetiva da pessoa que recebe os cuidados e obteve informações valiosas sobre as práticas facilitadoras que podem ter um impacto positivo no percurso de gestão da dor dos residentes.

Marta Matos, a primeira autora do artigo, explicou que “O primeiro tema que emergiu do estudo foi a importância do apoio útil durante uma crise de dor. As pessoas que participaram neste estudo salientaram a importância de receber apoio que reduzisse a intensidade da dor durante as crises. Isto sugere que a assistência atempada e adequada durante episódios de dor é crucial para as pessoas residentes com dor crónica.” Sónia Bernardes acrescenta: “Estas pessoas também salientaram a necessidade de apoio que facilitasse o seu envolvimento nas atividades diárias, apesar da dor crónica, o que sugere que a assistência em tarefas e atividades pode melhorar significativamente a qualidade de vida de quem reside em cuidados de longa duração com dor crónica.”

Considerando algumas limitações do estudo, a equipa de investigação reconhece que o formato (online) das entrevistas pode ter sido contraproducente em termos de profundidade e duração. Salientam também a necessidade de mais investigação sobre os papéis de género e a influência do contexto sociocultural nos cuidados relacionados com a dor, como por exemplo, a inclusão de mais homens em estudos de investigação desta natureza e a consideração de outros contextos de cuidados de longa duração.

As implicações desta investigação são vastas, uma vez que a dor crónica afeta uma grande proporção de pessoas residentes de cuidados de longa duração. “Ao reconhecerem a importância do apoio social e de respostas eficazes, os prestadores de cuidados de saúde podem contribuir para a qualidade de vida das pessoas mais velhas que vive com dor crónica”, concluem as investigadoras.

Pedro Simão Mendes
Comunicação de Ciência (CIS-Iscte)
APImprensa

Webb celebra o primeiro ano de ciência com um grande plano do nascimento de estrelas semelhantes ao Sol

Desde o nosso quintal cósmico no Sistema Solar até galáxias distantes perto do início dos tempos, o Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA cumpriu a sua promessa de revelar o Universo como nunca antes no seu primeiro ano de operações científicas. Para celebrar a conclusão de um primeiro ano de sucesso, foi publicada uma nova imagem do Webb de uma pequena região de formação estelar no complexo de nuvens Rho Ophiuchi.
A nova imagem do Webb divulgada hoje apresenta a região de formação de estrelas mais próxima de nós. A sua proximidade, a 390 anos-luz, permite um grande pormenor, sem estrelas em primeiro plano no espaço intermédio.
A região apresentada contém cerca de 50 estrelas jovens, todas elas com uma massa semelhante à do Sol ou mais pequena. As áreas mais escuras são as mais densas, onde poeira espessa envolve protoestrelas ainda em formação. Enormes jactos bipolares vermelhos de hidrogénio molecular dominam a imagem, aparecendo horizontalmente no terço superior e verticalmente à direita. Estes ocorrem quando uma estrela irrompe pela primeira vez através do seu envelope natal de poeira cósmica, lançando um par de jactos opostos para o espaço. Em contraste, a estrela S1 esculpiu uma caverna brilhante de poeira na metade inferior da imagem. É a única estrela na imagem que é significativamente mais maciça do que o Sol.
Algumas estrelas na imagem mostram sombras que indicam discos protoplanetários – potenciais futuros sistemas planetários em formação.
Desde a sua primeira imagem de campo profundo, revelada em julho de 2022, o Webb cumpriu a sua promessa de nos mostrar mais do Universo do que nunca. No entanto, o Webb revelou muito mais do que galáxias distantes no Universo primitivo.
Para além das deslumbrantes imagens de infravermelhos, o que realmente entusiasma os cientistas são os espectros nítidos do Webb – a informação detalhada que pode ser recolhida da luz pelos instrumentos espectroscópicos do telescópio. Os espectros do Webb confirmaram as distâncias de algumas das galáxias mais longínquas alguma vez observadas e descobriram os buracos negros supermassivos mais antigos e mais distantes. Identificaram as composições das atmosferas dos planetas (ou a falta delas) com mais pormenor do que nunca, e reduziram pela primeira vez os tipos de atmosferas que podem existir em exoplanetas rochosos. Também revelaram a composição química de berçários estelares e discos protoplanetários, detectando água, moléculas orgânicas contendo carbono e muito mais. As observações do Webb já deram origem a centenas de artigos científicos que respondem a questões de longa data e levantam novas questões a abordar com o Webb.
A amplitude da ciência do Webb é também visível nas suas observações da região do espaço que nos é mais familiar – o Sistema Solar. Anéis ténues de gigantes gasosos surgem da escuridão, pontilhados por luas, enquanto ao fundo o Webb mostra galáxias distantes. Ao comparar as detecções de água e outras moléculas no nosso sistema solar com as encontradas nos discos de outros sistemas planetários muito mais jovens, o Webb está a ajudar a construir pistas sobre as nossas próprias origens – como é que a Terra se tornou o local ideal para a vida tal como a conhecemos.
Um ano depois, a missão científica do Webb está apenas a começar. O segundo ano de observações já foi selecionado, com planos para desenvolver um primeiro ano excitante que excedeu as expectativas.

Agência Espacial Europeia (ESA)
APImprensa

Afinal, o que se sabe sobre o azeite?


Maria João Cabrita e Raquel Garcia, professoras do Departamento de Fitotecnia e investigadoras do MED- Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora, apresentam as mais valia do azeite, “um produto alimentar secular e principal fonte de gordura na dieta Mediterrânica”, cujos “principais países produtores de azeite localizam-se no Mediterrâneo e, até há alguns anos atrás, eram esses os países consumidores”. As investigadoras da UE sublinharam que, atualmente, o consumo de azeite tem vindo a estender-se a nível mundial, tal como a sua produção” Assim sendo, conheça as origens e os benefícios do azeite.
O que é o azeite?
O azeite é o óleo obtido a partir de azeitonas, exclusivamente por processos mecânicos ou físicos, em condições que não alterem o produto.

Azeite é diferente de outros óleos vegetais porque é obtido a partir de um fruto, a azeitona, e não de sementes. Em média, são necessários 6 quilograma de azeitonas para se obter 1 litro de azeite.

Como se classifica o azeite?
Os azeites comerciais, isto é, aptos para consumo, são classificados como Azeites Virgem Extra ou Azeite Virgem, dependendo das suas características químicas e sensoriais, sendo os primeiros de melhor qualidade. O grau de acidez é um dos parâmetros mais conhecidos, e que influencia esta classificação.

Quando um azeite não apresenta as características químicas e sensoriais que lhe permitam a atribuição da categoria de Azeite Virgem, é classificado como Azeite Lampante, que não pode ser comercializado, mas pode sofrer uma operação de refinação que permite eliminar as características indesejáveis, sendo comercializado sob a designação de Azeite. A rotulagem do azeite abrange estas diferentes categorias comerciais, permitindo ao consumidor selecionar o tipo de azeite que pretende adquirir.

Como é constituído o azeite?
Sendo uma gordura, cerca de 98% da composição química do azeite é constituída por triglicéridos, fosfolípidos e ácidos gordos livres. A acidez de um azeite é a quantidade de ácidos gordos livres existentes. Destes, o ácido oleico é o mais abundante, seguido do ácido linoleico e do ácido palmítico.

Os restantes 2% são a fração insaponificável, minoritária, mas onde se incluem os compostos que são responsáveis pelo elevado valor biológico e nutricional do azeite assim como pelas suas características organoléticas e pela sua resistência à oxidação.

Quais as características sensoriais dos azeites?
Sensorialmente os azeites podem apresentar características positivas, atributos e características negativas, defeitos.

Os atributos de um azeite são o frutado, o amargo e o picante, que variam de azeite para azeite em função da variedade da azeitona, da época de colheita da azeitona, da tecnologia, entre inúmeros fatores.

Os defeitos, que a existirem invalidam uma classificação em azeite virgem extra, são devidos à falta de qualidade da azeitona, ao seu armazenamento ou ao seu processamento. O ranço, é o defeito mais conhecido.

Sensorialmente a acidez de um azeite não é percetível. A sua cor, variando entre o amarelo e o esverdeado, não é um critério de qualidade, sendo apenas o resultado do grau de maturação das azeitonas e da sua variedade. Por este motivo o azeite é provado em copos azuis, que não permitem determinar a sua cor.

O azeite altera-se ao longo do tempo?
O azeite evolui com o tempo, e qualquer Azeite Virgem Extra evolui até apresentar as características de um Azeite Virgem. O oxigénio, a luz e a temperatura são os fatores conhecidos que aceleram esta evolução.

Um Azeite Virgem Extra deveria ser engarrafado em garrafas escuras e armazenado ao abrigo da luz e afastado de fontes de calor.

Esta evolução é um processo normal que em nada põe em causa a saúde do consumidor.

Porque devemos consumir azeite?
Este produto secular designado vulgarmente de “ouro líquido” é um produto natural, que quando consumido em doses adequadas, apresenta inúmeros benefícios para a saúde, nomeadamente devido à sua composição em compostos de elevado valor nutricional: vitamina E, ácido oleico e compostos fenólicos.

Em média, uma colher de azeite possui 7 gramas de gordura, das quais a maioria é insaturada, pelo que o azeite pode ser considerado como uma fonte de gorduras saudáveis e equilibradas, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares, sendo ainda de salientar as suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

Universidade de Évora
APImprensa

Estudo explorou barreiras específicas na procura de ajuda em casos de violência contra homens


Um estudo recentemente publicado, realizado no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte), informa sobre as dinâmicas da Violência nas Relações Íntimas contra os homens e as barreiras e facilitadores específicos à procura de ajuda.
A Violência nas Relações Íntimas – um subtipo da violência doméstica em que a pessoa agressora é parceira de quem é alvo do comportamento violento – é comummente associada à violência contra as mulheres. No entanto, a Organização Mundial de Saúde afirma que “ocorre em todos os contextos e entre todos os grupos socioeconómicos, religiosos e culturais.” (OMS, 2012). Eduardo Reis, estudante do Doutoramento em Psicologia no Iscte e primeiro autor deste estudo, explica que “os homens, independentemente da sua orientação sexual, podem ser alvo de várias formas de violência, incluindo violência física, psicológica, sexual e económica. Estas formas de violência podem ter consequências significativas para a sua saúde, incluindo ansiedade, depressão, ideação suicida e lesões físicas graves”.

Carla Moleiro, investigadora do CIS-Iscte e uma das orientadoras de doutoramento de Eduardo, acrescenta: “Os homens gays e bissexuais podem ser afetados negativamente por stressores minoritários com impacto na sua experiência de Violência nas Relações Íntimas, como por exemplo estigma internalizado contra pessoas LGBTI+ e expectativas de discriminação. Assim, apesar de viverem algumas dinâmicas de violência semelhantes às de homens em relações de sexo diferente, podem enfrentar desafios específicos”.

Neste estudo foram entrevistados homens portugueses de diferentes orientações sexuais que tinham sido alvo de Violência nas Relações Íntimas acerca dos processos e dinâmicas de procura de ajuda formal e informal. Paralelamente, o estudo também explorou o potencial Conflito com o Papel de Género dos homens que sofreram Violência nas Relações Íntimas. O Conflito com o Papel de Género ocorre quando papéis de género rígidos, sexistas ou restritivos causam restrição, desvalorização ou violação das outras pessoas ou da própria pessoa.

Os resultados mostraram que o tipo de violência mais experienciado foi a psicológica, como ser criticado e humilhado ou alvo de controlo coercivo e perseguição, seguida da violência física, que incluiu incidentes como ser esmurrado ou estrangulado. Além disso, durante as entrevistas, foi mencionada uma grande variedade de impactos psicológicos negativos resultantes das suas experiências de violência. A maioria dos participantes neste estudo não se sentia informada sobre a violência dirigida aos homens quando foi alvo de violência, e considerou que a violência contra os homens não é discutida na sociedade tanto quanto deveria. Eduardo Reis afirma: “Provavelmente por isso, quando os participantes sofreram violência, relataram que a violência dirigida aos homens é considerada menos grave do que a violência dirigida às mulheres”.

De acordo com Patrícia Arriaga, a terceira autora deste estudo e orientadora de Eduardo, “Alguns participantes expressaram desconforto e verbalizaram não se identificar com o rótulo de ‘vítima’, uma vez que o termo parece implicar atributos de passividade e fraqueza. Eles sentiram que este termo tem uma conotação negativa que contrasta com a sua auto-perceção”.

A equipa de investigação constatou também que alguns participantes não recorreram a fontes formais de ajuda, como centros de saúde ou terapeutas, ou apresentaram uma queixa criminal. “Foram apontadas várias razões para tal, incluindo falta de conhecimento sobre quem contactar e como seria o processo”, explica Eduardo. Por último, ser homem (e, em alguns casos, ser LGBTI+) aumentou as expectativas de discriminação por parte das forças policiais e outros serviços de apoio, embora a experiência sobre este processo tenha variado entre os participantes.

Em conclusão, este estudo qualitativo informa sobre a complexidade das experiências de violência vividas por homens em relações de sexo diferente e do mesmo sexo, destacando o potencial contributo do conflito com o papel de género nos comportamentos de procura de ajuda. A equipa de investigação sugere que a formação e a sensibilização adequada sobre Violência nas Relações Íntimas dirigida a homens e os recursos existentes são fundamentais para aumentar a procura de ajuda em homens alvo de Violência nas Relações Íntimas. Acrescentam que desconstruir ativamente os papéis de género tradicionais também é fundamental para desbloquear o potencial e maximizar o bem-estar de todas as pessoas. A equipa conclui “O nosso estudo sugere que há uma necessidade urgente de sensibilizar a população sobre a violência que ocorre entre parceiros íntimos, especialmente contra homens, para garantir a utilização dos recursos de ajuda disponíveis e de respostas comunitárias eficazes em lidar com estes problemas graves”.

Pedro Simão Mendes
Comunicação de Ciência (CIS-Iscte)
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Estudantes do Técnico apresentam novo foguete: “Camões” vai competir entre os melhores da Europa

É o mais avançado veículo criado até ao momento pelo RED (Rocket Experiment Division), equipa constituída por alunos de vários cursos do Instituto Superior Técnico e inserida no Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial do Técnico (AeroTéc), e será hoje apresentado, às 18h, no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa. O rocket “Camões” é mais robusto e confiável que os seus antecessores (Baltasar, Blimunda, três rockets da Missão Aurora e o Pilot) e está praticamente pronto para competir no European Rocketry Challenge (EuRoC) 2023, na categoria de 3000 metros de altitude. “Este ano, voar mais alto só será possível alcançando a vitória”, aponta Duarte Lopes, um dos estudantes responsáveis pela equipa. Para além do espírito poético e competitivo, o “Camões” levará também três experiências científicas a bordo, resultantes de concursos de ideias lançados à comunidade, tornando-se o veículo com maior capacidade de transporte alguma vez realizado pelo projeto. Atualmente, a missão está em fase de testagem intensiva e montagem, de forma a garantir que todos os subsistemas funcionam isoladamente, o que será um preâmbulo para um futuro teste de lançamento.
A apresentação do foguete, intitulada CAMÕES Reveal Ceremony, tem este ano como objetivo realçar o papel de Portugal, das Universidades e dos estudantes na Exploração Espacial, culminando com a apresentação e revelação da missão Camões e do seu rocket. O evento é dirigido aos alunos, professores, patrocinadores do projeto e entidades institucionais. Contará com a presença do Presidente do Instituto Superior Técnico, o Professor Rogério Colaço, bem como o Presidente da Agência Espacial Portuguesa, o Engenheiro Ricardo Conde.
O projeto RED nasceu em 2017, tendo sido idealizado por dois estudantes do curso de Engenharia Aeroespacial do Técnico que pretendiam complementar com uma vertente prática os conhecimentos teóricos lecionados na licenciatura. Nos primeiros quatro anos de existência, a equipa foi aperfeiçoando a sua técnica, desde o lançamento do pequeno Pilot, que serviu como prova de conceito, até à construção dos três rockets da missão Aurora, que integravam já um motor inteiramente desenvolvido pelos estudantes.
O EuRoC, criado em 2020 pela Agência Espacial Portuguesa, trouxe a oportunidade perfeita de pôr à prova a experiência do RED, levando a equipa a competir com outras universidades europeias. Em outubro de 2021, o RED marcou, então, presença na segunda edição do EuRoC com o rocket Blimunda, batizado conforme a protagonista do “Memorial do Convento”, de José Saramago. “Apesar de não ter conseguido recuperar o rocket e ter acabado em penúltimo lugar na classificação, a estreia do RED na competição representou um marco importante e permitiu a troca de ideias e conhecimentos com outras equipas, bem como um aumento da visibilidade do projeto”, defende Duarte Lopes.
O sucesso viria na edição seguinte do EuRoC, após um ano a redesenhar o rocket e a corrigir as falhas da iteração anterior. O RED regressou à competição com o Baltasar (inspirado numa personagem do mesmo livro), que se tornou o primeiro rocket projetado por uma equipa universitária portuguesa a ser lançado e recuperado com êxito. O desempenho excecional do Baltasar foi o melhor na sua categoria e colocou, desta vez, a equipa no topo da tabela, galardoando-a com o segundo lugar na classificação geral.

Instituto Superior Técnico
APImprensa