Albino Almeida: “Queremos mais jovens a surfar a participação social e política”
A ANAM (Associação Nacional das Assembleias Municipais) em parceria com a CVEL (Centro de Valorização dos Eleitos Locais) e a Cooperativa ValorGlocal, vai lançar online, a 12 de Agosto, mais uma publicação, desta vez de apelo aos jovens para a participação na vida activa política. A autoria é dos investigadores e académicos Luís Filipe Mota Almeida, Cláudia S. Costa, Noel Gomes, Hugo Ferrinho Lopes e Tânia Maia.
A cidadania ativa sempre fez parte do desígnio da ANAM, sendo a participação dos jovens no Poder Local Democrático, especialmente nas Assembleias Municipais, um dos compromissos da associação, agora materializado no manual que, segundo Albino Almeida, Presidente da ANAM, pretende “contribuir para o conhecimento e apelar à intervenção para a defesa da democracia, o melhor sistema para nos organizarmos social e politicamente”.
Sabendo que em metade dos municípios ainda não existe Conselho Municipal da Juventude, a ANAM apresenta esta publicação “com o objetivo de incentivar e qualificar a efetiva implementação deste órgão em todo o Poder Local”, de forma de assinalar o próximo Dia Mundial da Juventude, que se comemora a 12 de Agosto, “e de deixar mais uma marca ‘no dia seguinte’ ao sucesso das Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal. Queremos mais jovens a surfar a participação social e política, que são suas por direito”, conclui.
João Paulo Correia, actual Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que assina o prefácio, destaca a importância da obra que “se assumirá como um forte contributo para a consolidação da literacia democrática dos jovens (…) porque a sua intervenção incute, naturalmente, inovação, contexto e perspetiva às dinâmicas sociais”. Destaca ainda os Conselhos Municipais da Juventude enquanto órgãos consultivos dos municípios, pois “permitem aos jovens, com toda legitimidade, atuarem, intervirem e ser parte dos processos de mudança”.
Por seu lado, Ferreira Ramos, em representação do CVEL e da ValorGlocal, afirma: “orgulhamo-nos desta obra, da autoria de uma nova geração de académicos que identificam questões – e respostas – para estes órgãos de poder local de participação, nomeadamente, os Conselhos da Juventude”.
Numa abordagem de perguntas concretas e respostas, o guia constitui um instrumento pedagógico, “um verdadeiro guia prático para a participação dos jovens na vida política municipal. Destina-se a jovens, mas é também um instrumento útil para todos os eleitos locais, em especial dos deputados municipais”, afirma Luís Filipe Mota Almeida, um dos autores das mais de 140 perguntas e respostas.
“Falar de instrumentos de participação política dos jovens é importante porque vários estudos nacionais e internacionais demonstram que os jovens votam menos e envolvem-se em menor grau em organizações convencionais como partidos e, em especial, juventudes partidárias; mas que simultaneamente acham que a democracia não pode nem deve acabar nas urnas, o que os leva a mobilizarem-se mais por novas causas e em torno de temas específicos e de estruturas não-hierarquizadas e não-tradicionais, como estas abordadas no livro”, conclui o autor.
Lucinda Gamito