Um projeto de investigação que propõe o tratamento da doença de Machado-Joseph, uma doença neurodegenerativa rara e incurável, através da correção do defeito genético causador da patologia, recorrendo a ferramentas de edição genética, conquistou 20 mil euros ao vencer a competição Building Tomorrow Together, promovida pela Roche Portugal.
A equipa vencedora, designada “ExoTreat”, é constituída por Sara Lopes, Luís Pereira de Almeida, Kevin Leandro e David Ramos, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC).
«O potencial da tecnologia prende-se com a entrega de moléculas terapêuticas às regiões afetadas do cérebro de forma segura, eficaz e altamente controlada», afirma Sara Lopes, acentuando que «o sucesso deste projeto poderá contribuir para avanços significativos no tratamento da doença de Machado-Joseph, assim como de outras doenças neurodegenerativas».
Por sua vez, Luís Pereira de Almeida, líder do grupo de investigação no CNC-UC e coordenador da equipa, refere que «este prémio reflete todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no nosso grupo de investigação e constitui um reconhecimento a todos os que nele colaboram».
O também professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) nota ainda que «o grupo trabalha há mais de 20 anos no desenvolvimento de terapias génicas com potencial terapêutico para esta doença fatal. Todos os avanços científicos alcançados são no sentido de oferecer uma terapia que possa reverter a doença e melhorar a qualidade de vida dos doentes».
Além do prémio, a equipa teve acesso a sessões de mentoring por parte da equipa da Roche, num Bootcamp de aceleração de ideias, que decorreu antes da final do concurso. Segundo a Roche, o Building Tomorrow Together é um concurso de aceleração e inovação «destinado a desenvolver ideias que se baseiam na ciência e/ou na tecnologia para resolver desafios na área das neurociências».
Cristina Pinto
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