De norte a sul, todos aguardam pela chuva, mas as previsões não são muito animadoras.
A seca agrava-se por todo o país nas várias atividades relacionadas com a agricultura. Desde a criação de gado à apicultura, a falta de água é uma preocupação não só no imediato, mas pelas graves consequências que poderá trazer já a partir da primavera.
Francisco leva o gado para o pasto, embora saiba que não vai encontrar alimento bastante que sustente 60 animais.
Já foram mais, mas face às dificuldades, teve que vender algumas ovelhas. Sem pasto suficiente, manter o gado acarreta maior despesa, e os preços da ração quase duplicaram.
Consequentemente, as dificuldades em alimentar o gado resultam em menor produção de leite, matéria-prima para o Queijo Serra da Estrela.
Mais a norte, em Trás-os-Montes, a dificuldade em alimentar os animais é comum.
Licínio Rodrigues é criador de bovinos de raça mirandesa, que dependem essencialmente do pasto, mas, com as pastagens a secar, o reforço de forragens e cereais é inevitável.
Contudo, a falta de chuva também não permite fazer as sementeiras, sendo que a falta de chuva no inverno vai trazer graves consequências para as nascentes.
A seca está também a afetar a apicultura. No Algarve, a falta de chuva atrasou a floração.
Para alimentar artificialmente as abelhas, há produtores que já gastaram cerca de 4 mil euros, sendo que estes custos acrescidos, associados à queda da produção, refletir-se-ão no preço do mel.
Também a atividade piscícola de água doce está comprometida em algumas albufeiras. O nível da Barragem de Pisões, em Montalegre, desceu mais de 30 metros.
SIC Notícias
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