Bebeu todas e mandou mensagens de saudade para algum ex? Deu em cima de metade da turma da sala na última festa? E ainda contou seus segredos para todo mundo? E acordou com a maior cara de tacho… Que barra, hein. Ainda bem que existe alguém para assumir a culpa: o álcool.
Só que não é bem assim. Pesquisadores da Universidade do Missouri garantem: o álcool não tira sua habilidade de entender e saber direitinho o que você está fazendo. Ele só anula os sentimentos de culpa, remorso e vergonha. Ou seja, mesmo embriagado, você só faz e fala o que sempre teve vontade de fazer, mas nunca o fez por medo ou insegurança.
Eles chegaram a essa conclusão depois de convidar 67 pessoas para um teste. Todos foram divididos em três grupos: 22 tomaram refrigerantes, outros 22 ganharam bebidas supostamente alcoólicas (eles não sabiam, mas, na verdade, não havia álcool algum), enquanto o restante bebeu vodca com tônica. Em seguida, todos eles sentaram em frente a um computador e, rapidamente, tinham de pressionar o botão com a descrição correta de cada imagem que aparecia. Era algo assim: surge a foto de um revólver e duas opções de legenda: arma ou ferramenta? Foram mais de 300 imagens.
Todos os participantes, claro, erraram algumas vezes – e confessaram, após o teste, que haviam errado. Com exceção dos bêbados, quando percebiam os erros, eles diminuíam a velocidade das respostas, na tentativa de evitar outras desatenções. Era o cérebro quem enviava esse sinal para redobrar a atenção após um erro – todas as atividades cerebrais dos participantes foram acompanhadas por eletroencefalograma.
Só que entre os bêbados, por mais que eles reconhecessem os erros, esse sinal era mais fraco. “Nosso estudo mostra que o álcool não reduz nossa consciência sobre os erros – reduz apenas quanto nós nos importamos em cometer esses erros”, explica Bruce Bartholow, um dos autores da pesquisa. “A principal implicação disso é que as pessoas não deveriam usar a frase ‘ah, eu estava bêbado’ como uma boa desculpa para fazer qualquer que não deveria”, completa.
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Debora Oliveira
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