Luis Dufaur (*)
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O boi chamado Caïet salvou a concórdia geral
A desavença tomou conta dos habitantes cuja única renda era o fruto da terra. “Se nós não fazemos algo, vamos perder tudo”, disse um deles. “É culpa de nosso governante”, disse um outro, apontando para a casa do prefeito, chamado Roustan. Formaram-se grupos de descontentes liderados por um morador de rua cujo apelido era “Trinco-Puncho”. E a revolta começou a crescer em toda a cidade.
O prefeito vestiu-se de gala e anunciou uma festa
“Esse é bem você! Quem virá à tua festa?”, berrou um peão corpulento. “Sim, Roberto falou certo, já tem festa em todas as cidades”, vociferou Joana. “Por que haveriam de vir as pessoas?”, gritou Mimila. Nessa hora, vendo um rebanho de gado atravessar a praça, uma ideia louca assomou no espírito do prefeito. Ele tirou do gado um boi chamado Caïet e disse com toda segurança: “No próximo domingo haverá festa na nossa cidade, e o boi Caïet voará. E eu vos dou minha palavra de prefeito: todo o nosso vinho vender-se-á!”
Saint-Ambroix: a produção demasiada de vinho inspirou a curiosa decisão
A surpresa foi geral. Todo mundo ficou mudo diante de semelhante afirmação. Mas o prefeito era sério demais para mentir. No dia anunciado, milhares de curiosos acorreram dos quatro cantos. Fazia tanto calor que o vinho saía em cascata das mãos dos habitantes de Santo Ambrósio, todos eles transformados em taverneiros. Mas do vinho não ficou sequer uma gota!
( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
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