Bom dia!
Não faltam notícias, esta manhã. Vamos às últimas:
Trump já não culpa a China. Em Pequim, o Presidente americano pediu uma mudança nas relações comerciais com o país, mas descansou Xi Jinping: "Afinal de contas, quem pode culpar um país por ser capaz de tirar vantagem de outro, em favor dos seus cidadãos?". A isto, agora, Trump chama um "great credit", diz a CNN. A prova de boa vontade? Os dois países assinaram novos acordos comerciais que valem 250 mil milhões de dólares.
A Europa culpa a Rússia (sobre a Catalunha). Um grupo de especialistas da Comissão Europeia identificou um grande aumento de campanhas no Facebook para puxar pela independência, todas elas ligadas ao Kremlin. São notícias falsas, plantadas em inglês e em castelhano, conta o El Pais.
Maduro culpa a oposição - mas convocou eleições na Venezuela. Com a economia à beira do colapso (e de uma restruturação da dívida), o Presidente marcou as próximas presidenciais para 2018.
Ridley Scott culpou Kevin Spacey e afastou-o do seu novo filme. Apenas a mês e meio da estreia, o realizador olhou para os escândalos sexuais em que está envolvido o actor e decidiu voltar a rodar todas as cenas, com Christopher Plummer no lugar de Spacey. O filme, ironicamente, chama-se "Todo o dinheiro do mundo".
A culpa também é nossa: a ONU acaba de avisar que se o mundo não ajudar o Iémen, o país vai viver a maior crise de fome de décadas, com milhões de vítimas. Please help, ok?
O que marca o dia
Atenção à nossa manchete: a PGR declarou nula uma decisão do Governo Passos, tomada em vésperas das legislativas. É na área de energia, beneficiava a empresa de um social-democrata e custaria 42 milhões ao Estado. A notícia é da Leonete Botelho.
Já que falamos do PSD, vale a pena ler a entrevista a Maria Luís Albuquerque: Afectos? “O que os portugueses precisam é de ter uma alternativa”, diz a vice-presidente, explicando que quer ouvir "muito mais" dos candidatos à liderança, que nunca pensou em ser candidata e que não dirá quem apoia. Mas sempre vai dizendo isto, como Rui Rio: “Ter défice zero ou excedente é uma coisa positiva”.
Já Passos, anda discretamente pelo país, mas avisa para riscos de novo resgate.
Virando-nos para o actual Governo, também não falta informação.
Parte dela deixa-nos de boca aberta (como um ex-secretário de Estado que travou reforço dos bombeiros antes dos incêndios; ou como as firmas acusadas de corromper militares que continuarão a fornecer Forças Armadas). Outra parte é pressão negocial: na Saúde, onde a greve de ontem adiou 100 mil exames, nas contas do DN; e na Educação, onde a FNE acusa Governo de querer destruir a carreira docente - e, acrescenta o jornal i, até os deputados do PS já se preocupam com o tema. Sendo que também há boas novas (como a recuperação do emprego perdido durante a troika).
O caso da Legionella também tem prolongamento: há mais três casos detectados. E uma promessa de que a qualidade do ar interior será sujeita a auditorias e sançõesa partir de Janeiro.
Da economia, chega-nos a actualização do caso BES: a comissão liquidatária aponta 13 culpados na falência do BES, diz o Negócios, incluindo na lista Ricardo Salgado e Morais Pires.
Há ainda esta pista da Operação Marquês, via Observador: Henrique Granadeiro terá pago metade de um apartamento com 571 mil euros em dinheiro vivo e uma obra de arte.
Mas também há uma denúncia sobre o Fisco: os Festivais de Verão são um sector de alto risco e pouco controlado - com muitas dívidas por cobrar.
E ainda um apontar de dedo ao Estado: só um terço dos organismos públicos mostraram as contas de 2016, conta o DN.
Para ler cuidadosamente
1. Um grupo de cientistas criou uma nova pele que salvou criança com doença genética incurável. A boa notícia é-nos contada pela Andrea Cunha Freitas.
2. Venha outra boa nova, sob a forma de reportagem e com um bonito título: "Das suas mãos saem obras de arte. Únicas e exclusivas". Sim, ainda há alfaiates, garantem a Cristiana Faria e o André Vieira.
3. Em reportagem anda também o Manuel Carvalho - para nosso prazer. Em São Petersburgo, na noite passada, ele viu os “raios de sol” na noite da Revolução. De vermelho, ainda entre a crença e a nostalgia.
4. Já a Bárbara Reis, olhou para o outro lado do mundo. "Numa primeira leitura, tudo aos nossos olhos parece estranho na Nova Zelândia", começa ela. Em cima, o título seduz: É primeira-ministra e não tem filhos. E isso ainda é notícia.
Agenda do dia
Vai ser agitado, o dia em Madrid: seis deputados regionais catalães, entre os quais a presidente do Parlamento da Catalunha, são ouvidos no supremo tribunal pelos delitos de rebelião, sedição, má gestão. Mas em Bruxelas também: os ministros da UE decidem hoje se autorizam o uso do glifosato, o herbicida mais utilizado no mundo - apesar dos muitos riscos identificados. Acresce que hoje são retomadas as negociações do Brexit (se é que àquilo podemos chamar negociações).
Por aqui, esperam-se as novas estimativas económicas da Comissão Europeia, no dia em que os deputados ouvem o Conselho de Finanças Públicas, o CES e o ministro Vieira da Silva sobre o OE 2018. É também dia de Conselho de Ministros e da posse do novo presidente da Protecção Civil.
Amanhã vamos falar de um livro, por aqui. É o último de António Lobo Antunes - um escritor por quem já me apaixonei e desapaixonei. Mas por quem a Isabel Lucas se reapaixonou, com uma muito rara nota de *****. Chama-se "Até Que as Pedras Se Tornem mais Leves Que a Água". A crítica já aqui está.
Até lá, até amanhã, tenha um dia feliz.
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