Todos nós temos as nossas dúvidas em relação à dádiva de sangue. Também todos nós achamos heróico o acto de salvar vidas e gostaríamos de o fazer.
E podemos fazê-lo através de um acto tão simples como o de dar sangue. No entanto, pequenas questões que revelam grandes receios podem comprometer esta nossa vontade de salvar alguém. Leia aqui algumas das dúvidas mais comuns em relação à dádiva de sangue.
Depois de as esclarecer, salve vidas!
1) Para dar sangue, terei que fazer uma inscrição prévia?
Não. Para dar sangue basta aparecer quando quiser e lhe for oportuno! Considere-se convidado desde já. Este convite silencioso não é formal, é real: é-lhe dirigido por todas as crianças e adultos que carecem de sangue ou dos seus componentes, pelas vítimas de acidentes de trabalho ou rodoviários, por todos aqueles que aguardam disponibilidade de sangue para serem operados e que, por isso, ocupam uma cama que muitos precisariam de utilizar em tempo útil.
2) Eu já tive várias doenças no passado. Poderei ser dador de sangue?
A sua dúvida poderá ser esclarecida junto do seu médico assistente. No entanto, ao oferecer-se para dar sangue, será submetido a um exame clínico no decurso do qual o médico lhe aconselhará a atitude correcta, sempre pensando na preservação da sua saúde e bem-estar.
3) O sangue doado não irá fazer-me falta?
Não. Num adulto normal existem entre 5 e 6 litros de sangue. Uma pessoa saudável pode dar sangue regularmente sem que esse facto prejudique a sua saúde. No decorrer da dádiva ser-lhe-ão colhidos cerca de 450ml de sangue, o que corresponde a menos de 10% do volume total de sangue do seu organismo.
4) O meu tipo sanguíneo será mesmo necessário?
Todos os tipos de sangue são necessários, mesmo aqueles que são mais comuns. Basta que se lembre que você mesmo pode precisar de sangue!
5) Conseguirei ultrapassar o meu receio de dar sangue?
Uma grande parte das pessoas sentem receio de dar sangue quando vão efectuar a sua dádiva pela primeira vez.
Mas, logo depois perdem esses receios e a dádiva de sangue torna-se natural e simples. Observe o à-vontade e a descontracção das pessoas que regularmente vão dar sangue e tire as suas conclusões.
6) Ainda não atingi a maioridade. Poderei dar sangue?
Não. Para ser dador de sangue, terá de ter idade compreendida entre os 18 e os 65 anos (até aos 60 anos se for uma primeira dádiva) e ter hábitos de vida saudáveis.
7) O meu peso será suficiente para ser dador de sangue?
Qualquer pessoa com peso igual ou superior aos 50 kg pode dar sangue. Confie no critério experimentado e seguro do especialista que lhe vai fazer o exame clínico.
8) Já dei sangue este ano. Posso repetir a dádiva?
Sim. Pode repetir a dádiva sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem-estar. Qualquer pessoa pode dar sangue várias vezes por ano (os homens de 3 em 3 meses e as mulheres de 4 em 4 meses). Esta informação tem uma base científica segura e recolhe uma vasta experiência de muitos anos, abarcando milhões de dádivas em todas as partes do mundo.
9) É permitida a venda de sangue?
Não. A venda ou comercialização do sangue está proibida por lei. Apenas poderão ser cobradas as despesas relativas ao processamento do sangue, isto é, os custos de material e exames laboratoriais necessários à preparação do sangue, para que este possa ser transfundido com a maior segurança.
10) Após a dádiva sentir-me-ei enfraquecido?
Não. Apenas lhe são colhidos cerca de 450ml de sangue. As proteínas e as células sanguíneas existentes neste volume são rapidamente repostas em circulação pelo organismo. Momentos após a dádiva de sangue, qualquer pessoa pode voltar à sua ocupação normal. Contudo, algumas actividades como por exemplo as exercidas por pilotos de avião, maquinistas de comboio e mergulhadores não devem ser exercidas nas horas seguintes à dádiva.
11) Sei que já existem muitas pessoas que dão sangue. A minha dádiva irá fazer diferença?
É verdade que já existem muitas pessoas que dão sangue, mas a procura de sangue, de componentes e derivados não pára de aumentar, graças aos progressos da ciência médica e à crescente extensão dos benefícios de uma assistência que se pretende de melhor qualidade, a um número cada vez maior de pessoas. As necessidades terapêuticas dos doentes exigem cada vez mais dadores, isto é, pessoas em boas condições de saúde e com hábitos de vida saudáveis, como você.
12) Onde posso dar sangue?
Muito facilmente: Em Aveiro pode proceder à sua dádiva no Posto Fixo da ADASCA, que funciona no Mercado Municipal de Santiago, Lojas G/F, conforme o Mapa de agendamento até ao final de cada ano. A sua visita será sempre bem recebida e terá todas as informações que desejar. Se desejar pode solicitar o referido Mapa através do e-mail:geral@adasca.pt ou consultar o nosso site www.adasca.pt como ainda contactar-nos pelo Telef: 234 095 331 (Sede) com encaminhamento de chamadas sem valor acrescentado.
13) Não tenho muito tempo livre. Quanto tempo terei de dispender para dar sangue?
Todo o percurso da dádiva iniciando-se na inscrição, passando pela triagem clínica, colheita e terminando na refeição, demora cerca de 30 minutos. Se por um instante pensar no bem que faz com a sua dádiva de sangue, rapidamente concluirá que a falta de tempo não é uma boa razão: verá que não está tão ocupado como julga.
14) Poderei ser recusado como dador de sangue?
Sim. Poderá ficar suspenso por múltiplas razões. Por isso é que a triagem clínica se reveste de tanta importância pois aqui o médico, ao avaliar o seu estado geral de saúde, procura salvaguardar o seu bem-estar e o do receptor.
15) A dádiva de sangue é uma obrigação?
Ninguém é obrigado a dar sangue e ninguém deve ser pressionado a isso. A dádiva de sangue é um acto livre e voluntário de pessoas de bem, habituadas a pensar nos outros. Nas esqueça, no entanto, que muitas pessoas precisam do sangue que só você pode dar, porque é saudável!
16) Se algum dia precisar de sangue, ao recorrer a um serviço privado terei acesso ao sangue que necessitar?
Sim. Todos os cidadãos, independentemente das condições económicas e sociais em que se encontrem e da Instituição de saúde onde se encontrem hospitalizados, têm igual acesso à utilização terapêutica do sangue dos seus componentes e derivados. No entanto, cabe aos cidadãos, o dever social de contribuírem para as necessidades colectivas em sangue. Para que tudo funcione bem e sem riscos, o sangue deve estar à espera do doente e não o contrário.
17) Será que o meu sangue presta?
Uma amostra do seu sangue será analisada. Se for detectada alguma alteração ser-lhe-á dado conhecimento e informação sobre as medidas a tomar.
18) Causa-me transtorno deslocar-me para dar sangue. Haverá outra forma de poder contribuir com a minha dádiva?
Pode escolher o dia e a hora que mais lhe convier. Nos Centros Regionais do Instituto Português do Sangue, IP pode dar sangue: Lisboa - dias úteis e Sábados das 8:00h às 19:30h; Porto - dias úteis das 9:00h às 19:00h e Sábados das 9:00h às 13:00h; Coimbra - dias úteis das 8:00h às 20:00h e Sábados das 8:00h às 13:00h.
Em Aveiro pode efectuar a sua dádiva no Posto Fixo da ADASCA, localizado no Mercado Municipal de Santiago 1º. Piso, todas as 4ª.s Feiras das 15 horas às 19:30 horas e Sábados das 9 horas às 13 horas.
Com a avaliação clínica prévia e a dádiva em si, o tempo despendido em média é de 30 minutos. No entanto, se de todo for impossível, contacte-nos. Poderemos ir ao seu local de trabalho, particularmente se quiser colaborar connosco, divulgando esta ideia e motivando alguns colegas de trabalho a dar também sangue.
19) Poderei dar sangue apenas quando alguém próximo de mim precisar dele?
Sim. No entanto, lembre-se de que um dia pode precisar de sangue e será alguém desconhecido para si, que o ajudará. Em situações de catástrofe, geralmente, não falta o sangue. As carências reais, muitas vezes dramáticas, sentem-se no dia-a-dia dos serviços de sangue. Na verdade, algo está mal se é o doente que está à espera do sangue e não o sangue à espera do doente.
20) Poderei ausentar-me do meu local de trabalho para dar sangue?
Sim. Desde que lhe seja concedida autorização para o afastamento das suas actividades. Informe-se, junto da sua entidade patronal, sobre as respectivas condições.
NOTA: Artigo 7.º - Ausência das actividades profissionais
Artigo 7.º
Ausência das
atividades profissionais
1 — O dador está autorizado a ausentar
-se da sua atividade profissional pelo tempo necessário à dádiva de sangue.
2 — Para efeitos do número anterior, a
ausência do dador é justificada pelo organismo público responsável.
3 — O dador considera -se convocado
desde que decorrido o intervalo mínimo fixado entre as dádivas.
4 — O médico pode determinar, em cada
dádiva, o alargamento do período até à retoma da atividade normal, quando a
situação clínica assim o exija, desde que devidamente justificado.
5 — O disposto no presente artigo não implica
a perda de quaisquer direitos ou regalias do dador
Diário da República, 1.ª série — N.º 165
— 27 de agosto de 2012, Lei n.º 37/2012 de 27 de Agosto, Estatuto do Dador de
Sangue.
Fonte: IPST
Adaptado por Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
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