Bom dia!
Esta madrugada foi assim:
Trump e May deram sinais contraditórios sobre a Síria: a Casa Branca desmentiu um ataque iminente e disse que Trump tem "outras opções" (para além dos "mísseis" que tweetou horas antes); Theresa May convocou uma reunião de emergência do Governo britânico, para "discutir a resposta" a dar ao ataque com armas químicas. Entretanto, na Síria, Assad assumiu o controlo total de Ghouta Oriental e a polícia militar russa foi enviada para Douma.
O Papa pediu desculpa às vítimas de padres chilenos. Francisco admitiu ter cometido “erros graves” ao analisar o escândalo de abusos sexuais a menores na Igreja chilena e expressou a sua “vergonha” e “dor” depois de conhecer as conclusões da investigação. Na carta publicada esta noite, pediu às vítimas que fossem ao Vaticano, para que se possa desculpar-se pessoalmente.
Um penálti de Ronaldo resgatou os campeões do abismo. Com três golos no Santiago Barnabeu, a Juventus mergulhou Madrid num mar de nervos e desespero. Foi um penálti, aos 90+7’, que salvou o Real do fantasma do prolongamento.
O que marca o dia
Um aviso de Marcelo: sem OE aprovado, marca eleições. Perante o braço de ferro entre o Governo e os partidos à esquerda por causa das novas metas do défice, o Presidente alertou para a “crise política duplamente indesejável” que representaria o chumbo do próximo Orçamento. E, com Centeno a insistir num défice revisto, quer deixar um aviso atempado: não haverá segunda oportunidade para o último orçamento. Já para este ano, Centeno não cede no novo objectivo - e tem um trunfo escondido - conta o Sérgio Aníbal. Na dívida, também há boas notícias, com uma operação cheia de "apetite" dos investidores, anota o ECO.
Sobre Centeno, vale a pena ler isto: Francisco Assis a desafiar Rui Rio a apoiar o próximo OE; o Manuel Carvalho a falar das linhas vermelhas do manifesto do ministro; o João Miguel Tavares a anunciar "a invenção da vaca mista"; e a Sónia Sapage a concluir assim: Centeno é a Estrada da Beira, não é a beira da estrada.
O Governo recuou nas pensões antecipadas. Aliando-se à direita para recusar o passo em frente proposto pela esquerda, a nova proposta de Vieira da Silva aos parceiros está longe da que foi apresentada em Maio de 2017. E a decisão final ficou remetida para o... último orçamento da legislatura, conta o Negócios esta manhã.
O PS já tem uma proposta sobre eutanásia - e, ao contrário do que defende o Bloco, afasta essa opção para doentes que fiquem inconscientes, diz o DN.
Na lei da mudança de sexo aos 16 anos está tudo em aberto: com o voto contra do CDS na comissão, o resultado da votação deu empate, e dois artigos foram chumbados, incluindo o que acaba com a necessidade do relatório médico. O tira-teimas será nesta sexta-feira, em plenário.
A Câmara de Lisboa fez pagamentos ilegais a um histórico do PS. Fernando Medina e Manuel Salgado poderão ser obrigados a repor nos cofres municipais os montantes que a Câmara de Lisboa pagou a Joaquim Morão. O José António Cerejo explica-nos porquê. E acrescenta um ponto.
A Mutualista retirou arte do negócio com chineses. A dona do Montepio comprou por cinco milhões de euros a colecção de moedas e obras de arte que estava no património da seguradora Lusitânia. A Cristina Ferreira conta o que tem a coleccção - e fala-nos também de uma mudança inesperada de pelouros no banco.
Mexia diz que não há conversas sobre a EDP. Numa entrevista ao Negócios, o gestor reeleito garante que não há conversas com ninguém para vender a empresa. E que não está em guerra com o Governo.
Quanto à crise no Sporting, registe o que diz Torres Pereira, ex-vice de Bruno de Carvalho, na entrevista ao PÚBLICO e Renascença, pedindo uma decisão do conselho directivo: "Toda a gente diz que o presidente está doente". E anote também o recuo de Bruno no processo aos jogadores; e o de Rogério Alves, no jantar prometido com apoiantes.
Ler mais devagar
1. A guerra na Síria pode transformar-se num conflito global? Ameaças e respostas, retórica belicista, propaganda. Uma guerra faz-se de tudo isto. “Prepara-te Rússia, porque [os mísseis] vão a caminho, lindos, novos e ‘inteligentes’!”, ameaçou Donald Trump através do seu Twitter. Mas a realidade é mais complexa e não cabe em tweets. Como explica a Sofia Lorena, ninguém quer arriscar uma guerra entre potências nucleares às portas da Europa, mas também é certo que um ataque "punitivo limitado" não destruirá a capacidade de Assad para continuar a matar sírios com qualquer tipo de arma. Para já, o que sabemos é que “poucas vezes o Médio Oriente terá estado tão perigoso”. E a verdade, diz a Teresa de Sousa, é que "a história não recomenda escaladas".
2. Em Bruxelas, uma porta giratória captura os reguladores para o privado. Um terço dos funcionários que ocuparam cargos de topo no regulador financeiro da Comissão Europeia, entre 2008 e 2017, ou veio da indústria financeira privada ou foi empregue por ela depois da sua passagem pela instituição da União Europeia. Uma perigosa “porta giratória”, alerta uma investigação de observatório independente que monitoriza a influência dos grupos financeiros e de lobby na formulação de políticas da UE. O Luciano Alvarez leu o documento e identifica as ligações perigosas.
3. Porque é que os artistas falam pouco de Lula da Silva? Menos de uma semana depois da prisão, a feira de arte contemporânea de São Paulo abre sem protestos à vista, mostrando que artistas e coleccionadores podem ser comunidades politicamente desencontradas. Com o seu público de classe média, diz a nossa enviada especial Isabel Salema, a SP-Arte pode não ter o público mais favorável ao ex-Presidente.
4. Partir ou ficar? Em Gaza não é fácil crescer mulher. Nas fotografias de Raparigas de Gaza há sempre uma estranha sensação de alegria e tristeza no rosto das pessoas fotografadas. São jovens mulheres que vivem num dos territórios mais controlados do mundo, segregadas e rodeadas de pobreza numa sociedade extremamente conservadora. Apesar de todos os obstáculos com que se deparam, estas raparigas encontram a resiliência e ânimo para acreditarem que um dia tornarão os seus sonhos realidade. Agora, mostram-nos como é crescer e ser mulher na Faixa de Gaza.
A agenda de hoje
Cá dentro será assim: o Conselho de Ministros aprova o Programa de Estabilidade. Costa recebe um grupo informal de artistas (ainda por causa do apoio às artes). O PSD promete falar sobre a reprogramação de fundos comunitários. Enquanto a líder do BE, Catarina Martins, se reúne com Jean Luc Mélenchon e Pablo Iglésias, para discutir a criação de uma plataforma de convergência política na Europa.
Lá por fora, olhos postos na questão síria, esperando-se a reunião do Governo britânico e a decisão do presidente americano, que espera a confirmação no Senado do seu novo secretário de Estado para assuntos externos, o "falcão" Mike Pompeo.
E noite fora, já agora, o Sporting volta a ter um jogo decisivo, tentando inverter a derrota por 2-0 em Madrid, contra o Atlético. O jogo é pelas 20h00.
Dito isto, esta noite há também um concerto com sabor especial no Lux: na Europa ela esgota salas e é uma referência da soul clássica, mas aqui nem por isso. "Mas como é que não há mais gente a conhecer a Marta Ren?", pergunta o Vítor Belanciano, abrindo-lhe a porta à música dela.
Eu despeço-me por aqui.
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