Depois de vários anos mantendo a sua tarifa quase inalterada, durante a governação de Armando Guebuza, desde 2015 a Electricidade de Moçambique tem aumentado as suas tarifas sucessivamente todos anos.
Cumulativamente os clientes particulares estão a pagar 118,6 por cento mais na tarifa doméstica e 177,4 por cento adicionais na tarifa geral. No que as empresas diz respeito os agravamentos foram muito maiores, atingindo uma média de 176,2 por cento nos 3 últimos anos.
“Os aumentos das tarifas de electricidade deterioram o ambiente de negócios do país. As empresas viram os seus custos com electricidade a aumentar significativamente, em mais de 100%, sem que no entanto esses aumentos nos custos se reflectissem na melhoria de qualidade e fiabilidade da energia” constatou um estudo recente feito para à CTA.
No documento a que o @Verdade teve acesso pode-se ler que: “Como forma de minimizar a baixa qualidade da energia muitas empresas são obrigadas a adquirir meios alternativos como geradores e Postos de Transformação. Estes meios alternativos acarretam custos adicionais para o sector privado, e estes investimentos podiam ser feitos para melhorar os processos produtivos e aumentar a rendibilidade e competitividade das empresas”.
“No geral as empresas estão insatisfeitas com o fornecimento de electricidade porque apesar do aumento nas tarifas nada mudou em termos de qualidade da energia fornecida” refere o estudo que recomenda existir necessidade de “reformas adicionais no sector de energia de modo a facilitar o fazer negócio no país e atrair cada vez mais as indústrias a usarem tecnologia de ponta com impactos na sua produtividade e competitividade”.
“Outra solução para melhoria da qualidade de energia eléctrica passa por liberalizar pequenas fontes de geração de energia para fornecerem directamente a indústria”, sugere ainda o estudo divulgado recentemente.
“A questão do ambiente de negócios penso que tem a ver com a estruturação do próprio negócio”
O @Verdade confrontou a empresa monopolista da distribuição de electricidade em Moçambique com o estudo e Luís Amado, o porta-voz da Electricidade de Moçambique, começou por declarar que: “A questão da tarifa é algo que não depende da EDM, o que a EDM pretende é ter um custo reflectido”.
“A questão do ambiente de negócios penso que tem a ver com a estruturação do próprio negócio”, afirmou ainda Amado.
O porta-voz da Electricidade de Moçambique explicou que a empresa “tem estado, nos últimos dez anos a dizer que estamos numa situação de custo não reflectido, em 2015 estávamos praticamente às escuras porque de facto a EDM não conseguia responder aquilo que eram as actividades de operação e manutenção”.
“Com estes pequenos aumentos, que ainda não reflectem aquilo que é o custo reflectido, ela conseguiu de alguma maneira ter algum oxigénio, faz vários investimentos e hoje temos uma situação bastante diferente. Aliás hoje já falamos até em sistemas em menos um, ou seja fazer a operação e a manutenção sem desligar”, acrescentou Luís Amado.
De acordo com o porta-voz da EDM a solução deste diferendo passa por “trabalhar em conjunto, com o próprio CTA, e encontrar um ponto de equilíbrio que também satisfaça ambas partes”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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