30
de julho | 10 horas | Mercado Municipal D. Pedro V
Na
próxima terça-feira, dia 30
de julho,
às 10
horas,
é inaugurada, na secção da peixaria do Mercado
Municipal D. Pedro V,
em Coimbra, a exposição fotográfica “Estádios planctónicos de
peixes da costa portuguesa”, da autoria de vários investigadores
do Centre
for Functional Ecology
(CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (FCTUC).
A
exposição, que ficará patente ao público
até
30 de outubro,
das 7h às 19h, com
entrada gratuita, tem como objetivo ilustrar
a fase mais sensível, e também mais desconhecida, do ciclo de vida
dos peixes,
dando a conhecer a extensão das transformações que várias
espécies sofrem até à sua fase adulta.
Coordenada
pelos investigadores do CFE Ana Lígia Primo, Filipe Martinho e
Miguel Ângelo Pardal, a mostra reúne uma coleção de 22
fotografias de
larvas de peixe. «Algumas
formas adultas destas espécies estamos habituados a ver nas bancas
do mercado e no nosso prato, e outras, apesar do seu reduzido valor
comercial, representam um papel fundamental nos ecossistemas
costeiros»,
afirmam os investigadores.
Os
ovos e os estádios iniciais do ciclo de vida dos peixes são
denominados de ictioplâncton (do grego ikhthus, peixe, e planktos,
errante). Desprovidos da capacidade de contrariar as correntes
oceânicas, estes permanecem na coluna de água ao sabor das ondas.
Um peixe adulto pode desovar milhões de ovos que, ao eclodirem,
originam as larvas, as quais pouco se assemelham aos estádios
juvenis e/ou adultos.
Até
atingirem a sua forma definitiva, passam por uma série de
transformações: desde a abertura da boca, que lhes permite
começarem a alimentar-se na coluna de água, ao desenvolvimento das
barbatanas que usam para nadar. Esta fase é considerada uma das mais
sensíveis do ciclo de vida dos peixes e daí a sua importância.
Desde
2003, o grupo de Ecossistemas Marinhos e Costeiros do CFE tem vindo a
estudar as comunidades de ictioplâncton do estuário do Mondego e da
zona costeira adjacente, analisando a sua composição e a sua
ligação com os fatores ambientais e alterações climáticas. A
recolha destes organismos é feita com recurso a uma rede de malhagem
fina (0,5 mm) que é arrastada à superfície e/ou no fundo por uma
embarcação a motor. Os organismos retidos na rede são conservados
para posterior identificação em laboratório.
Esta
exposição surge no âmbito do Projeto de Mestrado da aluna Milene
Guerreiro e do projeto “MYTAG - Integração de marcas naturais e
artificiais para reconstruir migrações de peixes e alterações
ontogénicas de nicho”, financiado pela Fundação para a Ciência
e a Tecnologia e comparticipado pelo Fundo
Comunitário Europeu FEDER, e integra-se nas comemorações dos 10
anos do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC. Tem o apoio da
Câmara Municipal de Coimbra e da Associação de Comerciantes.
Cristina
Pinto
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