Para celebrar o Dia Mundial da Poesia (21 de março), a Câmara Municipal de Torres Vedras vai proporcionar durante este mês um programa de atividades intitulado “Os Dias da Poesia”.
O programa da iniciativa é o seguinte:
Dia 15 | 21h30 | Espetáculo de dança Solos, de Vera Mantero | Teatro-Cine de Torres Vedras
“Para mim a dança não é um dado adquirido. Acredito que quanto menos o adquirir mais próxima estarei dela. Uso a dança e o trabalho performativo para perceber aquilo que necessito de perceber. Deixei de ver sentido num performer especializado numa disciplina (um bailarino ou um ator ou um cantor ou um músico) e passei a ver sentido num performer especializado no todo. A vida é um fenómeno terrivelmente complicado e rico e vejo o trabalho que faço como uma luta contínua contra o empobrecimento do espírito, o meu e o dos outros, luta que considero essencial agora e sempre.” Vera Mantero
Numa noite dedicada à obra de Vera Mantero, esta coreógrafa apresenta três dos seus emblemáticos solos.
Programa
uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings
Caracterização: Alda Salavisa (desenho original de Carlota Lagido)
Adereços: Teresa Montalvão
Desenho de luz: João Paulo Xavier
Operação de luz: Bruno Gaspar
Duração: 20 minutos
(Intervalo)
Olympia
Desenho original de luz: João Paulo Xavier
Adaptação e operação de luz: Bruno Gaspar
Texto: Jean Dubuffet
Duração: 17 minutos
(Intervalo)
O que podemos dizer do Pierre
Banda sonora: Gilles Deleuze
Montagem da banda sonora: Vera Mantero, com Vítor Rua e António Duarte
Desenho de luz: Bruno Gaspar
Duração: 20 minutos
O preço dos bilhetes para se assistir a este espetáculo no Teatro-Cine de Torres Vedras é de 5 euros.
Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura.
Dos seus trabalhos destacam-se os solos Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois (1991), Olímpia (1993), uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings (1996), O que podemos dizer do Pierre (2011), Os Serrenhos do Caldeirão, exercícios em antropologia ficcional (2012) e Pão Rico (2017), assim como as peças de grupo Sob (1993), Para Enfastiadas e Profundas Tristezas (1994), Poesia e Selvajaria (1998), kɘ supˈɔɾtɐ i sɘpˈaɾɐ i kõtˈɐj uʃ dˈojʃ mˈuduʃ i õdˈulɐ (2002), Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza (2006) e Vamos sentir falta de tudo o que não precisamos (2009).
O seu trabalho artístico tem sido amplamente reconhecido, com prémios institucionais como o Prémio Almada do Ministério da Cultura (2002) ou o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete (2009).
Colabora regularmente em projetos internacionais de improvisação, ao lado de improvisadores e coreógrafos como Lisa Nelson, Mark Tompkins, Meg Stuart e Steve Paxton. Desde 2000 dedica-se também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e cocriando projetos de música experimental. Leciona regularmente composição e improvisação, em Portugal e no estrangeiro.
Crédito Fotográfico: Jorge Gonçalves
Dia 16 | 21h30 | Teatro Odeio este tempo detergente, de Ana Nave | Teatro-Cine de Torres Vedras
Não é possível fazer a história da poesia portuguesa do século XX sem falar de Ruy Belo. Um corpo poético que entre 1961 e 1978, ano da sua morte prematura, não deixou ninguém indiferente. Uma obra à qual não é possível colar rótulos e que é atravessada por uma ideia de construção feita de casas, pássaros, árvores, homens em trânsito, jogos de luzes e sombras com o espaço e o tempo. Em Ruy Belo o humanismo não se explica, expõe-se através de perplexidades.
O preço dos bilhetes para se assistir ao espetáculo Odeio este tempo detergente no Teatro-Cine de Torres Vedras é de 5 euros.
Ficha Técnica
Direção artística: Ana Nave
Interpretação: Maria João Luís e Ana Nave
Seleção de poemas e dramaturgia: Rui Lagartinho
Direção Musical e Interpretação: José Peixoto
Desenho de luz: João Cachulo
Vídeo: Nuno 'Azelpds' Almeida
Figurinos: Rafaela Mapril
Produção executiva: Mónica Talina
Apoio à circulação: Fundação GDA
Uma Coprodução São Luiz Teatro Municipal e Arte33
Dia 21 | 21h | Sessão de Quinta com Livros – Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal de Torres Vedras dedicada a Ruy Belo | Pastelaria Natural Menta, Torres Vedras
Numa noite de tertúlia, entre uma chávena de chá ou um copo de vinho, traz-se à leitura poemas de Ruy Belo, poeta português, figura incontornável nas letras portuguesas do século XX.
Dia 22 | 21h30 | Espetáculo No Tempo De. por Alma d' Arame | Teatro-Cine de Torres Vedras
No Tempo De. é um espetáculo de pulsações, tal e qual como a nossa vida. Trata-se de uma criação coletiva a partir de uma leitura de textos de Andrei Tarkovski e Matsuo Bashô. A partir da manipulação de matéria e materiais cria-se um espetáculo de poemas visuais, onde a imagem e a música ao vivo se fundem num ambiente de contemplação.
Num mundo de caos visual e em permanente conflito, parte-se para momentos de procura de imagens e cumplicidade entre os artistas e o público. Nestes, pede-se-lhes que se tornem viajantes no tempo e no espaço. Através das memórias que cada um tem, constrói-se as narrativas simbólicas de imagens poéticas com matéria e material.
O preço dos bilhetes para se assistir a No Tempo de. no Teatro-Cine de Torres Vedras é de 5 euros.
Criação: Paulo Quedas, João Bastos, Jorge Serena e Amândio Anastácio
Direção artística: Amândio Anastácio
Interpretação e manipulação: Jorge Serena e Paulo Quedas
Música ao vivo: João Bastos
Imagens: Jean Dubuffet e Gustave Courbet
Textos: Andrei Tarkovski e Matsuo Bashô
Desenho e operação de luz: António Costa
Fotografia: Inês Samina
Vídeo: Pedro Grenha
Produção: Teresa Mendes
Cartaz: Vasco Costa
Produção: Alma d'Arame
Apoio: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Parceria: Espaço do Tempo; Oficinas do Convento
Estrutura financiada por: DGArtes e Governo de Portugal
Dia 23 | 21h30 | Concerto de Hélder Moutinho Escrito no Destino | Teatro-Cine de Torres Vedras
Intérprete, compositor e poeta, profundo conhecedor dos segredos, códigos e mistérios deste género musical, Hélder Moutinho tem mais de vinte anos de carreira consagrada à herança que recebeu dos seus familiares e dos grandes mestres que se cruzaram na sua vida, tornando-o assim num fadista de culto. Uma herança que acarinha, preserva e amplifica para um fado cada vez mais contemporâneo.
Corto Maltese, segundo o seu criador Hugo Pratt, nasceu sem linha da vida. O marinheiro, então, pegou numa faca e traçou o seu próprio destino na palma da mão…
A palavra fado, é sabido, descende do termo latino fatum, que significa destino. O destino entendido enquanto sorte, futuro, fatalidade, fortuna, sina… Mas também enquanto rumo e direção, caminho e criação, vontade e utopia. Um destino que pode estar escrito em linhas traçadas nas mãos ou nas estrelas, mas que também pode ser inventado e reinventado a qualquer momento e por cada um de nós, agentes do (nosso próprio) destino. O destino não se escreve – é antes um livro em branco onde nós escolhemos escrever – mas pode ser cantado.
Hélder Moutinho é um fadista que teve o fado como destino, mas que também tem escrito, tantas vezes, qual o destino que quer no (seu) fado.
Em Escrito no Destino, canta o amor e a saudade, o passado e o futuro, a vida e as viagens – musicais, poéticas, metafóricas, temporais, geográficas… As histórias de que tem sido feito, (re)feito e (des)feito o seu destino de cantar ao Fado...
O preço dos bilhetes para se assistir ao concerto de Hélder Moutinho no Teatro-Cine de Torres Vedras é de 12 euros.