segunda-feira, 14 de junho de 2021
REPORTAGEM TSF: "Escassez." Desconfinamento reduz dádivas de sangue ao IPO
Município de Silves hasteou hoje bandeiras azuis nas praias do concelho
Silves | Interrupção do fornecimento de água na Pedreira e Pinheiro e Garrado no dia 16 de junho
Proença-a-Nova | Comunidades vivas marcam discursos da Sessão Solene no Dia do Município
Proença-a-Nova | Menina dos Medos inaugurada em Sobral Fernando
Águeda | Primeira edição da MALA foi um sucesso
Carta do Achamento do Brasil, de Pêro Vaz de Caminha, O Banqueiro Anarquista, de Fernando Pessoa e Quem me dera ser onda, de Manuel Rui editados em ebook pela Guerra e Paz Editores
Águeda | Unidade Local de Proteção Civil inaugurada em Belazaima do Chão
Para além da inauguração do espaço, que dá “ótimas condições aos voluntários”, foi apresentada uma nova viatura de combate a incêndios.
“Esta é uma grande obra para o concelho, bem feita, notável e única, que vem beneficiar não só este espaço como tudo o que aqui se ancora”, afirmou Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, na inauguração da Unidade Local de Proteção Civil (ULPC) de Belazaima do Chão, no sábado.
O edifício dá “ótimas condições aos voluntários da ULPC”, que num verdadeiro espírito de missão, “são o nosso maior orgulho e exemplo”, disse o Edil, acrescentando que esta é a maior ULPC do país. A infraestrutura está dotada de 11 viaturas de combate a incêndios e integra 45 voluntários e, no momento da inauguração, foi ainda apresentado o novo veículo, com capacidade de 5.500 litros de água, equipado com canhão e guincho e ainda espumífero.
Sábado foi, por isso mesmo, “um dia de festa e de agradecimento”, por todos “os que sonharam, os que ajudaram a fazer, os voluntários e esta equipa”, declarou Jorge Almeida, enumerando algumas pessoas, nomeadamente Vasco Oliveira, presidente da União de Freguesias (UF) de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão, “um homem com um coração gigante, que abraça causas e que não desiste perante as adversidades”.
Lembrou as dificuldades que foram enfrentadas para que esta obra fosse concretizada. “Houve alturas em que foi aconselhado a voltar para trás; foi a sua tenacidade, o procurar constantemente apoios, que fez com que hoje não tenhamos aqui um monte de entulho, tal como já cá estava há muitos anos”, elogiou, garantindo estar “imensamente feliz” por ter feito tudo ao seu alcance para que a intervenção fosse concretizada.
Jorge Almeida agradeceu ainda a sempre pronta ajuda e suporte, tanto institucional como pessoal, de António Ribeiro, comandante Regional do Centro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, e de Francisco Santos, comandante dos Bombeiros Voluntários de Águeda, que “tem sido um herói e a cara da conciliação, nesta mudança de paradigma”.
“Os bombeiros tiveram um papel fundamental para hoje termos o que temos, com um papel impressionante e imprescindível nesta fusão. Hoje, num incêndio, somos todos efetivamente colegas, unidades locais ou bombeiros, sob o mesmo comando, a falar a mesma linguagem e dentro do mesmo espírito”, declarou o Presidente da Câmara de Águeda.
O Edil agradeceu ainda a todos os membros da ULPC, “a disponibilidade, empenho e dedicação, altruísmo e capacidade de se dar”, acrescentando que, em dia de festa, a maior homenagem “é para eles”.
“Estamos hoje aqui a inaugurar um sonho”, disse Vasco Oliveira, presidente da UF de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão, sublinhando que “quem viu nascer e crescer este património sabe bem do esforço, dedicação e persistência que foram necessários, as voltas e revoltas que se atravessaram, as batalhas que foram ultrapassadas para que esta obra fosse feita”.
O autarca lembrou que este foi um edifício que demorou vários anos a ser construído, mas que, “com a perseverança e o apoio da CMA, foi possível chegar a bom porto”. Elogiou ainda a postura proativa “de dois pilares fundamentais”, a Associação de Proteção civil de Belazaima (que nasceu em 1987, após o incêndio de 14 de junho de 1986 que vitimou 16 civis e bombeiros na Castanheira do Vouga) e a Associação Humanitária Castanheirense (criada em 1993 e que tem “evoluído em meios e capacidade e criado uma dinâmica extraordinária na comunidade”).
A fusão destas duas estruturas associativas, em 2015, permitiu criar a ULPC, sob a tutela da União de Freguesias, que tem desempenhado, desde então, o suporte da unidade. “Neste momento, a situação é sólida, organizada e muito cómoda, tendo como parceiros a Câmara de Águeda e sempre sob o comando dos Bombeiros de Águeda, no que respeita à operacionalidade”, salientou, acrescentando que a missão da UF “está bem definida, que é auxiliar os Bombeiros e toda a estrutura de proteção civil, dentro de um enorme entendimento, forte e coeso”.
Vasco Oliveira aproveitou o momento para agradecer à Câmara de Águeda pelo empenho e esforço dedicados ao longo deste processo até à finalização da construção da ULPC. “Sem o auxílio financeiro da Câmara esta obra não seria possível; valeu a pena”, disse, frisando não conhecer “nenhum concelho do país que tenha um dispositivo desta natureza, tão grande, organizado e com tanta potencialidade”.
Humberto Moreira, em representação da Assembleia Municipal, salientou que, enquanto aguedenses, “temos de nos sentir orgulhosos com esta obra”. A floresta é uma preocupação constante e “Águeda tem demonstrado nos últimos anos que tem políticos capazes de resolver esse problema. Isto não é uma intenção, é um projeto concretizado”, concluiu.
Para o comandante Regional do Centro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, António Ribeiro, esta Unidade Local representa a “importância de todo este território, deste tapete de milhares de hectares de floresta dentro da geografia deste Município”. Lembrando o incêndio de 14 de junho de 1986, que vitimou 16 pessoas, e todas as outras que perderam a vida nos incêndios mais recentes, o responsável considera “fundamentais” este tipo de infraestruturas de proteção.
“A defesa das pessoas, dos nossos bens e da floresta têm de ser encaradas nesta sequência de prioridade. Nada justifica que morra alguém, porque tudo se repõe, menos uma vida”, frisou, destacando o papel crucial que têm as diferentes estruturas de proteção civil, como bombeiros e unidades locais, de que são exemplo a de Belazaima do Chão e a secção dos bombeiros de Agadão, que está a ser reforçada com uma segunda equipa de intervenção permanente com o apoio da Câmara Municipal.
Apelando a uma maior autodefesa, António Ribeiro realçou que, a exemplo do que acontece em Alcafaz, “é preciso sensibilizar mais, para que todos os agentes possam combater os incêndios, sem estarem preocupados na defesa das pessoas, e debelá-los da melhor forma possível sem vítimas. Isto é um esforço de todos e é por isso que todos somos proteção civil”.
Histórias infantis contadas online em junho
A Biblioteca Municipal da Marinha Grande prossegue a difusão da leitura online de histórias infantis, durante o mês de junho, com o objetivo de promover a literatura infantil junto das famílias.
Alvaiázere | Trail do “Luzecu”
Aveiro | Orçamento participativo com ação direta com 11 projetos em votação
Votação dos projetos decorre até 9 de julho
Câmara Municipal de Aveiro apoia setor das empresas de diversão
Madeira substitui PCR por testes rápidos para entrar na região a partir de 1 de julho
A partir de 1 de julho passa a ser obrigatório a apresentação de teste rápido antigénio negativo à Covid-19 para entrar na Madeira, realizado até 48 horas antes da viagem, em substituição do PCR, anunciou esta segunda-feira o Governo Regional.
O horário de encerramento dos bares e restaurantes vai ser alargado para as 00:00, já a partir de terça-feira, e o recolher obrigatório passará a vigorar entre as 01h00 e as 05h00.
A lotação dos estabelecimentos pode ir até dois terços da capacidade, podendo funcionar com mesas de seis pessoas no interior e de 10 no exterior.
Na Região Autónoma da Madeira, os restaurantes e bares podem agora estar abertos até às 23h00 com uma lotação até 50%, com cinco pessoas por mesa, e nos bares não é permitido “beber ao balcão ou de pé”.
O recolher obrigatório vigora, atualmente, entre as 00h00 e as 05h00, incluindo aos fins de semana.
O executivo regional, liderado por Miguel Albuquerque, anunciou também que a partir de 21 de junho será exigido apenas um teste rápido antigénio negativo para as deslocações entre as ilhas da Madeira e do Porto Santo, realizado até 48 horas antes da viagem.
O presidente do Governo madeirense salientou, em conferência de imprensa, que “não serão aceites autotestes”, quer para as entradas na região, quer para as deslocações entre ilhas.
Lusa
Polónia de Paulo Sousa derrotada na estreia pela Eslováquia
A Polónia, comandada pelo treinador português Paulo Sousa, entrou hoje da pior forma no Euro2020, ao perder por 2-1 com a Eslováquia, em encontro do Grupo E, disputado em São Petersburgo, na Rússia.
O guarda-redes Wojciech Szczesny, aos 18 minutos, na própria baliza, e Milan Skriniar, aos 64, marcaram os golos dos eslovacos, enquanto Karol Linetty faturou, aos 46, para os polacos, que jogaram com 10 desde os 62, por expulsão de Grzegorz Krychowiak.
A primeira ronda do agrupamento completa-se hoje, com o embate entre a Espanha, campeã europeia em 1964, 2008 e 2012, e a Suécia, marcado para Sevilha, a partir das 21:00 locais (20:00 em Lisboa).
Lusa
Com números da Covid-19 a subir, Reino Unido adia fase final do desconfinamento
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, confirmou esta segunda-feira que o plano de desconfinamento em curso será atrasado em quatro semanas. Em causa está o aumento de novos contágios provocados pela variante Delta, identificada na Índia.
"Pelos dados que disponho agora, estou confiante de que não precisaremos de mais de quatro semanas e não precisaremos ir além de 19 de julho", explicou o chefe do executivo britânico.
Nos últimos sete dias, entre 08 e 14 de junho, a média diária foi de nove mortes e 7.439 casos, o que corresponde a uma subida de 11,9% no número de mortes e de 45,5% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.
O agravamento da situação é atribuído à variante Delta, considerada 60% mais transmissível do que a variante Alpha, a qual ultrapassou para se tornar dominante no Reino Unido.
O Governo britânico tinha previsto levantar todas as restrições em Inglaterra, deixando de impor limites aos grupos de pessoas em espaços fechados, permitindo o regresso em pleno de atividades como o teatro e concertos, mas a imprensa britânica antecipa um adiamento de duas a quatro semanas.
Apesar de as vacinas mostrarem alguma eficácia em evitar sintomas graves da doença, o número de hospitalizações tem estado a crescer, sobretudo de adultos que ainda não foram imunizados.
Desde dezembro foram inoculadas 41.698.429 pessoas com uma primeira dose de uma vacina contra a Covid-19, o que corresponde a 79,2% da população adulta.
Um total de 29.973.779 pessoas, ou 56,9% da população adulta, já receberam também a segunda dose.
Lusa / TSF
Preço da eletricidade sobe em 1 de julho para famílias no mercado regulado
De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), "o impacte estimado da atualização da tarifa de energia para os consumidores do mercado regulado é de 3%, em relação aos preços em vigor, no total da fatura de eletricidade (com IVA)", o que se traduz num aumento de cerca de 1,05 euros na fatura média de um casal sem filhos (com potência contratada de 3,45 kVA) e de 2,86 euros para o consumo de um casal com dois filhos (potência de 6,9 kVA).
Em comunicado, a ERSE adianta que, "atendendo à redução de -0,6% ocorrida em janeiro, com esta atualização, a variação tarifária média anual entre 2021 e 2020 será cerca de 0,9%".
Esta revisão das tarifas tem como objetivo adequar a tarifa de energia aplicada aos clientes do mercado regulado à evolução dos preços dos mercados grossistas, que tem vindo a subir, evitando "desvio a recuperar em anos subsequentes".
Este mecanismo foi aplicado pela primeira vez em 2020, no sentido oposto, de descida.
Neste contexto, o regulador atualizou a tarifa de energia - uma das componentes da fatura elétrica - com um aumento de cinco euros/MWh.
A nova tarifa de energia produz efeitos a partir de 01 de julho de 2021 e abrange os consumidores no mercado regulado, que correspondem a cerca de 5% do consumo total e de 954 mil clientes, em fevereiro de 2021, uma vez que a maioria já tem um comercializador de mercado livre.
Lusa
Costa diz que ninguém pode garantir que não se volta atrás no desconfinamento
"Se alguém pode garantir [que não se volta atrás no desconfinamento]? Não, creio que nem o senhor Presidente da República seguramente o pode fazer, nem o fez", sublinhou António Costa.
António Costa falava em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), após a cimeira que reuniu os chefes de Estado e de Governo da Aliança.
Reagindo às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa que, no domingo, sublinhou que, no que depender dele, não haverá "volta atrás" no processo de desconfinamento, António Costa disse que crê que as palavras do Presidente da República são "subscritas por 100% dos portugueses".
"Não há qualquer português que possa dizer que deseja que haja um volte face no desconfinamento. Creio que 100% dirão aquilo que o senhor Presidente da República disse, que é: 'ninguém deseja que não haja desconfinamento'", apontou António Costa.
No entanto, o primeiro-ministro apelou à responsabilidade dos portugueses, ressalvando que, "apesar de o processo de vacinação estar a andar a um ritmo bastante bom" e a "cumprir os objetivos que tinham sido definidos", o "combate ao covid não é só o combate contra a mortalidade ou para proteger o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
"O combate ao covid é, em primeiro lugar, pela proteção da saúde de cada uma das pessoas. E essa saúde das pessoas é independente da idade das pessoas (...) porque há uma pergunta que ninguém sabe responder, que é: que consequências, que sequelas, esta doença e esta infeção deixará para o futuro da vida de cada uma das pessoas que é infetada?", apontou Costa.
Considerando assim "extremamente perigoso desvalorizar a gravidade da situação", o chefe do Governo relembrou que, "nas últimas semanas", o número de novos casos tem vindo "sistematicamente" a aumentar em Portugal, o que mostra que "não está a haver o ajustamento adequado dos comportamentos".
"Portanto, nós temos que fazer e manter um grande esforço e disciplina, para manter essa adequação de forma a evitar situações que são obviamente situações de risco", apontou António Costa.
Apelando assim a que "cada um" adote "os comportamentos corretos de forma a que as coisas possam evoluir bem", o primeiro-ministro referiu que a posição do Governo "é simples", e consiste em adotar "em cada momento as medidas que se justifiquem perante o estado da pandemia".
"Sempre que é possível aliviar as medidas restritivas, aliviamos as medidas restritivas porque, obviamente, a regra deve ser a da liberdade. Sempre que a evolução da pandemia nos imponha restringir qualquer movimento ou qualquer atividade, nós não deixaremos de o fazer porque, obviamente, o primado da saúde tem de prevalecer sobre tudo o resto", concluiu António Costa.
No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que, no que depender do Presidente, não haverá "volta atrás" no processo de desconfinamento, e deu a Feira da Agricultura de Santarém como exemplo do "virar de página".
"Já não voltamos para trás. Não é o problema de saber se pode ser, deve ser, ou não. Não vai haver. Comigo não vai haver. Naquilo que depender do Presidente da República não se volta atrás", afirmou, Marcelo Rebelo de Sousa, que está hoje a visitar a Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.
Lusa
Candidato do PS à Câmara de Viseu internado nos cuidados intensivos
Lusa
Castelo de Vide inaugura Museu de Tifologia e Centro de Arte eCultura FNSE
Mais de oitenta praias fluviais do Centro podem receber cerca de 30 mil pessoas
Segundo um despacho assinado pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, relativo à ocupação potencial das praias na época balnear de 2021, 85 espaços de águas fluviais localizados em 35 municípios de seis distritos (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu) poderão receber um máximo de 30.630 utentes.
A esmagadora maioria, cerca de 78% (66 no total), corresponde a pequenas praias fluviais, cuja lotação varia entre as 20 pessoas (Foz de Égua e Piódão, no concelho de Arganil, e Carriça, em Oliveira de Frades) e as 440 pessoas (Açude do Pinto, em Oleiros).
De entre as 19 praias fluviais de grandes dimensões, a que possui maior capacidade potencial de utentes (3.500) localiza-se em Valhelhas, no concelho da Guarda, seguida da nova praia fluvial do Rebolim, em Coimbra, com 2.000 lugares de lotação máxima.
Do total de 85 praias fluviais da região Centro, 32 não são qualificadas como praias de banhos, por se tratar de locais "onde não é assegurada a presença de nadadores-salvadores", justifica o despacho da APA.
Deste lote, de acordo com o mesmo documento, constam cinco grandes praias fluviais: Vale do Rossim, em Gouveia, que tem uma capacidade de ocupação potencial de 1.300 pessoas, Cambas (Oleiros), com uma lotação de 1.100 utentes, duas praias no município de Seia (Sandomil e Vila Cova à Coelheira, com 770 e 640 lugares, respetivamente) e Senhora da Ribeira, em Santa Comba Dão, com 630.
O despacho justifica a definição da capacidade potencial de ocupação das praias "para garantir a segurança dos utentes e a proteção da saúde pública, tendo em consideração a área útil das zonas destinadas ao uso balnear, e uma área de segurança mínima por utente".
Lusa
Imagem: Aquapolis
Autocaravanistas manifestam-se dia 26 em Lisboa contra proibição de aparcamento e pernoita
Um grupo de cidadãos vai promover uma manifestação no dia 26 de junho entre o Parque das Nações e a Assembleia da República, em Lisboa, contra a proibição de aparcamento e pernoita de autocaravanas fora dos locais autorizados.
Em causa estão alterações introduzidas em janeiro pelo Governo no Código da Estrada, nomeadamente dois artigos, o 48.º e o 50.º-A, relativos à prática do autocaravanismo e que tiveram a oposição das associações do setor, tendo, inclusive, levado à apresentação no parlamento de uma petição com 7.886 subscritores.
Elisabete Desidério promoveu, através de uma página criada na rede social Facebook, um apelo a todos os autocaravanistas para que se juntem na marcha lenta contra o artigo que consagra a proibição de aparcamento e pernoita de autocaravanas fora dos locais autorizados.
De acordo com a promotora da iniciativa, o encontro está marcado para as 12:00 no jardim do Passeio dos Heróis do Mar, no Parque das Nações, seguindo depois em marcha lenta, pelas 14:00, em autocaravanas até à Assembleia da República, com parte do trajeto a dar duas voltas frente ao parlamento dado não haver como estacionar.
No texto, a promotora lembra que as autocaravanas anteriores a 2000 podem participar na manifestação visto que a sua circulação "só é proibida entre as 07:00 e as 21:00 dos dias úteis, no centro da cidade de Lisboa".
"Por isso, podem ficar mais descansados. Podem juntar-se a esta luta, que é de todos nós e lembrem-se: o meu sucesso também será o vosso! O número de autocaravanas vai fazer toda a diferença. Lutar é agora", pode ler-se no manifesto.
Na página do Facebook, Elisabete Desidério explica que para si a autocaravana "é sinónimo de liberdade, natureza, lazer, prazer e vida", frisando que com o artigo 50.º-A não tem liberdade de viajar para onde quer, "mas sim, em função de onde possa haver uma Área de Serviço para Autocaravanas [ASA]".
"Fazendo uma viagem e não existir qualquer área própria para pernoita ou pausa para evitar a fadiga, não só coloco em risco a minha vida, a da minha família, bem como os demais utilizadores da via pública, além de que estou a ir contra as regras da segurança rodoviária", refere.
Segundo Elisabete Desidério, limitar o aparcamento deste tipo de veículo a um só ponto é como "cortar as asas a um pássaro, é extinguir, por completo, o turismo itinerante".
"É um atentado aos direitos e liberdades do cidadão. Estamos mesmo a falar de um artigo inconstitucional", acusa, ao mesmo tempo que lembra que o Turismo de Portugal tem planos para dezenas de ASA, mas "ainda não estão prontas e grande parte dos parques de campismo não estão preparados para receber as autocaravanas" (espaços de 50 m2 como manda a portaria e estações de serviço eficientes).
"Proibir o estacionamento durante o dia nas praias, como se viu no ano passado é retirar o direito a um espaço / um bem público de uma forma sectária, pois todos os outros proprietários de veículos ligeiros podem aceder", sublinha.
Em 28 de maio, o parlamento discutiu, a pedido do PCP, propostas de alteração aos artigos do Código da Estrada que limitam o aparcamento e a pernoita de autocaravanas, que seguiram para debate na especialidade.
No seguimento da petição entregue no parlamento, PCP, BE, Verdes e PSD apresentaram projetos de lei próprios para modificar as alterações, que entraram em vigor em janeiro deste ano.
Na prática, os utilizadores de autocaravanas estão agora proibidos de pernoitar e de aparcar o veículo fora de locais expressamente autorizados, mesmo que para descansar durante o percurso.
O objetivo do Governo, como especificou a deputada socialista Jamila Madeira durante a discussão dos diplomas no parlamento, foi travar "o autocaravanismo selvagem" e alinhar com as boas práticas europeias.
Também no debate, o deputado Bruno Dias, do PCP, defendeu que se o regime de utilização de autocaravanas em Portugal antes era contraditório, agora ficou "absurdo" e destacou que o objetivo dos comunistas com o projeto de lei apresentado é simplificar e clarificar o quadro normativo do setor.
O PCP considera que o conceito de "pernoita" dentro destes veículos, introduzido pelo Governo, é "disparatado", já que "coloca um veículo, a autocaravana, em infração ou não consoante a hora do dia ou da noite, a presença ou não de ocupantes no interior".
BE e Verdes, acompanharam o PCP e sublinharam as dúvidas e confusões causadas pela nova lei, que, segundo o deputado José Luís Ferreira, do partido ecologista, obriga a que as autocaravanas, ao contrário dos restantes condutores de veículos ligeiros, "não possam sair numa área de serviço para descansar".
Verdes e Bloco destacaram ainda que existem extensões de centenas de quilómetros onde não há "um único local de estacionamento que permita o aparcamento de autocaravanas".
Lusa
Imagem: Postal do Algarve