Casa de Algar apresentou colheita de 2021. Vinhos “ pata da burra “ mantêm a qualidade habitual
A
cumprir uma tradição que já se estende por uma década, a Casa
de Algar,
em Santa
Maria de Sardoura,
voltou a organizar a apresentação dos seus vinhos verdes da marca
“ Pata
da Burra “,
referente à colheita de 2021, num encontro que decorreu no passado
Sábado, no agradável espaço da sua quinta, em Castelo de Paiva,
com a presença de amigos, clientes, especialistas, convidados,
enófilos, e do edil paivense José
Rocha,
que se fez acompanhar do vereador José
António Vilela.
Houve provas distintas de diversas variedades, cada uma com características singulares e além do premiado vinho monovarietal de características excepcionais, o Pata da Burra Avesso, outrora distinguido no Concurso dos Vinhos Verdes da CVRVV, como sempre um vinho intenso, complexo e muito longo, com 14º, também houve provas de outros vinhos de qualidade, que a marca apresenta para este ano, como o clássico Escolha ( frutado, jovem e elegante ), e o Rosé ( atraente, fresco e vibrante ) feito exclusivamente com a casta Espadeiro, sendo que, a grande novidade foi o Pata da Burra Premium, criado com uma nova casta de uvas, e que apresenta um maior teor alcoólico ( 14º graus ) bem como um sabor diferenciado dos demais vinhos verdes brancos desta marca, um vinho tranquilo, feito propositadamente para guardar.
Com características únicas, apresentando-se vinoso, encorpado e distinto, o Pata da Burra tinto, proveniente da casta Vinhão também esteve presente para a apreciação dos especialistas das Terras de Paiva e dos amantes deste vinho tão típico desta região, a par dos vinhos de 2020, o Pata da Burra Superior, com 14 graus, um verde branco tropical, suave e equilibrado, e do Pata da Burra Premium, um branco excelente, sem gás, assumidamente complexo, estruturado e de guarda, com 14 graus de teor alcoólico.
Recorde-se que, os vinhos da “Casa de Algar” resultam de um projecto familiar de longa data, actualmente dirigido pelo Engº Alberto Guedes da Costa e esposa Ana Maria Crava, bem como pelas três filhas do casal, sendo que esta exploração vitivinícola estende-se 12 hectares na freguesia de Santa Maria de Sardoura, predominatemente, numa encosta que goza de uma exposição privilegiada, a cerca de 150m de altitude, garantindo no último ano, uma produção na ordem das 120 pipas de vinho verde.
Guedes da Costa agradeceu a presença de todos, mostrou-se satisfeito com os resultados obtidos e o sucesso que os vinhos da Casa de Algar continuam a ter no mercado, realçando o trabalho de equipa para manter este nível de produção de qualidade, destacando a supervisão do enólogo Engº Sousa Pinto, e do mestre da adega, Flávio Rodrigues, ao mesmo tempo que deu a conhecer a vontade de alargar a produção e avançar para o projecto de uma nova adega, para em termos logísticos garantir outra capacidade de fazer as coisas melhor, e apostar no enoturismo, que avança a bom ritmo, com a construção em curso de uma unidade de turismo rural com capacidade de seis suites.
À semelhança de anos anteriores, a apresentação dos vinhos, esteve a cargo do enólogo Eng.º Jorge Sousa Pinto, que proporcionou uma conversa animada com todos os participantes, de forma a guiar os convidados na descoberta de cada um dos vinhos da marca Pata da Burra, num ambiente acolhedor e descontraído.
O
especialista teve a oportunidade de dizer que, “ o mais fácil é
fazer um grande vinho, mas o mais difícil é garantir consistência
da marca durante anos consecutivos “, porque o sucesso dos vinhos é
a garantia dessa consistência qualitativa, de perfil, que a Casa de
Algar continua a apresentar nos seus produtos.
O
enólogo referiu-se a vinhos de excelente qualidade, produzidos com
as castas certas, e com tratamento correcto, mas falta agora
transportar valor para fora das garrafas, garantir longevidade, ao
mesmo tempo que falou nos 3 pilares que tem sustentado a marca,
depois de definido o estilo e perfil, que tem garantido sucesso e
qualidade.
Lembrou
que o ano de 2021 foi um ano madrasto, um ano de adega, de trabalho
intenso para conseguir manter o nível, e referiu-se à fase de
transição, a mudança que está a acontecer na região dos vinhos
verdes, nomeadamente nos vinhos brancos, onde a questão da idade
deixou de ser um problema, para passar a ser uma oportunidade, daí a
necessidade da região produzir vinhos para envelhecer com nobreza,
trabalhar para dar consistência nos brancos, estagiar em garrafa
para dar personalidade e carácter perante o consumidor e elevar o
valor do produto.
O
presidente da Câmara Municipal, José
Rocha,
agradeceu o convite e mostrou-se satisfeito, por ver que os
produtores de Castelo de Paiva continuam a apostar em vinhos de
grande qualidade, permitindo
potenciar e projectar mais a Sub-Região
de Paiva,
ajudando a afirmar este sector de actividade como uma mais valia na
economia local, evidenciando o trabalho empenhado que tem sido feito
em Castelo de Paiva, conseguindo-se uma qualidade de excelência, que
está contribuir para uma nova dinâmica empresarial neste sector da
actividade agrícola e que, apesar das dificuldades que se sentem,
ainda existem boas apostas que valem a pena e permitem que o concelho
possa ter uma boa presença no mercado dos vinhos verdes, reafirmando
a qualidade e a excelência dos vinhos de Castelo
de Paiva,
recordando estratégias de promoção que tem sido concretizadas e
que devem ter continuidade.
Carlos
Oliveira
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