A
sede do Clube União Vilanovense (CUV), em Vila Nova de Outil, foi
palco de uma sessão cultural sobre histórias da história da
localidade. Uma iniciativa que contou com a presença do
vice-presidente do Município de Cantanhede, Pedro Cardoso, que a
propósito elogiou “o
contributo prestimoso para traçar a memória histórica e coletiva
de Vila Nova, o que diz muito da dinâmica cultural desta
associação”.
A
apresentação sobre a história da localidade de Vila Nova
centrou-se no período entre 1600 e 1910 e esteve a cargo de Nuno
Silva, filho de um vilanovense e, por isso, também ele um filho da
terra que estuda a história de Outil e Cadima há cerca de 20 anos.
Foram
reveladas histórias interessantes sobre a localidade, desconhecidas
para a maioria dos presentes, como a via Romana que passava por Vila
Nova, a evolução demográfica do couto de Outil e de Vila Nova, as
principais epidemias ocorridas entre 1600 e 1918, os vilanovenses que
faleceram na guerra da Restauração, e vários episódios sobre
mortes curiosas em Vila Nova (e Outil), nomeadamente, de forasteiros,
mortes por carros de bois, mortes na fonte da freguesia e na Lagoa da
Barca, assassinatos (por pancadas), envenenamento (caldeirada de
tortulhos), mortes “apressadas”, mortes inesperadas pois “andavam
de pé”, a primeira sepultura na capela de Vila Nova, e até um
defunto que fora “encontrado morto pouco antes de falecer”.
Relatos
que fizeram as delícias dos presentes, muitos relacionados com os
seus parentes afastados. A iniciativa também assume este honroso
registo que honra os ascendentes destas localidades, perpetuando os
seus feitos e os seus nomes.
No
final, uma pequena representação sobre o processo de desamortização
dos baldios da Gândara de Vila Nova de Outil foi levada a cabo por
alguns artistas locais, incluindo o presidente da assembleia do CUV,
Abel Carapêto.
O
processo ocorreu essencialmente durante a década de 1880 e permitiu
às 103 famílias então existentes em Vila Nova adquirirem terrenos
na zona da Gândara, terrenos esses que ainda hoje estão em posse de
muitos descendentes dessas famílias.
A
sessão prolongou-se pela madrugada, com a promessa de mais histórias
no futuro, e contou com a presença de perto de duas centenas de
pessoas, não só da União de Freguesias de Portunhos e Outil, mas
também de Cadima e Cantanhede, entre outras.
A
sessão foi apresentada pelo presidente do CUV, Carlos Miguel Gentil,
e contou com quatro peças musicais brilhantemente executadas por
Manuel Ribeiro, que as interpretou com uma guitarra portuguesa
construída pelo próprio.
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