Desde o começo da invasão russa à Ucrânia, dezenas de empresas anunciaram a saída ou a suspensão das atividades económicas na Rússia. Das grandes tecnológicas às plataformas de streaming, das petrolíferas às marcas automóveis. O Paypal é a mais recente de uma longa lista que resumimos.
PayPal - A empresa de pagamentos PayPal suspendeu este sábado os seus serviços na Rússia, face às “circunstância atuais”. A suspensão do PayPal na Rússia também se aplica à sua ferramenta de transferência de dinheiro Xoom.
Airbnb - O CEO do Airbnb, Brian Chesky, anunciou esta madrugada que a plataforma de arrendamento vai “suspender todas as operações na Rússia e na Bielorrússia”.
Já antes, Chesky tinha revelado, também no Twitter que há pessoas a reservar casas na Ucrânia através do Airbnb para ajudar os “anfitriões”.
Apple - A gigante da tecnologia suspendeu a venda dos seus produtos na Rússia, limitou o acesso ao sistema de pagamento 'Apple Pay' e parou de oferecer certas informações sobre mapas da Ucrânia na aplicação 'Apple Maps' para proteger a segurança dos cidadãos ucranianos.
IKEA - O grupo sueco de mobiliário suspendeu temporariamente a sua atividade na Rússia e na Bielorrússia, uma medida que impacta 15.000 trabalhadores. “A guerra já teve um impacto humano enorme. Está também a resultar numa grave perturbação da cadeia de distribuição e nas condições para o comércio. Por todas estas razões, os grupos da empresa decidiram suspender temporariamente as operações da Ikea na Rússia”, refere o grupo num comunicado divulgado no seu portal.
Netflix - A plataforma de streaming suspendeu a produção e aquisição de conteúdos na Rússia. Antes, a Netflix já tinha anunciado que não ia cumprir a nova lei de audiovisual da Rússia, que obrigaria a plataforma a incluir 20 canais de televisão públicos para poder operar no país.
Disney - A Disney anunciou esta segunda-feira que não vai lançar novos filmes na Rússia. "Dada a invasão não provocada da Ucrânia e a trágica crise humanitária faremos uma pausa no lançamento dos nossos filmes na Rússia", informou, em comunicado. A empresa acrescentou que "tomaria futuras decisões empresariais" à medida que a situação evolui e prestaria ajuda humanitária através de organizações não-governamentais parceira. Imediatamente após o anúncio da Disney, a Warner Bros. disse que iria cancelar a estreia russa de "The Batman", marcada para esta sexta-feira.
Spotify - O serviço de ‘streaming’ de música anunciou o encerramento dos seus escritórios na Rússia e a remoção de conteúdos patrocinados pelo Kremlin. A medida é uma resposta ao “ataque não provocado contra a Ucrânia”, disse o Spotify em comunicado. “Encerrámos os nossos gabinetes na Rússia até novo aviso”, adiantou a empresa sediada em Estocolmo (Suécia) e listada em bolsa em Nova Iorque (Estados Unidos). O Spotify disse ainda que reduziu a capacidade de busca para encontrar ‘podcasts’ de ou operados por meios de comunicação com ligações ao Kremlin. No entanto, o Spotify matem o serviço aberto para os utilizadores russos. “Acreditamos que é de extrema importância que o nosso serviço esteja disponível na Rússia para permitir um fluxo global de informações”, acrescentou.
Mastercard - A multinacional norte-americana de serviços financeiros bloqueou várias instituições da rede de pagamentos para cumprir as sanções internacionais impostas à Rússia na sequência da invasão da Ucrânia. A empresa, com sede em Nova Iorque, afirmou que vai continuar a trabalhar com os reguladores nos próximos dias para cumprir plenamente as obrigações em relação às sanções, à medida que estas evoluem. "Dada a emergência que se está a desenrolar, estamos também a trabalhar com os nossos parceiros para dirigir o financiamento e a assistência humanitária onde possa ter maior impacto", acrescentou a empresa, em comunicado.
Inditex - A Inditex, empresa espanhola dona várias marcas, como a Zara, anunciou este sábado que irá encerrar "temporariamente" 502 lojas na Rússia. Além da Zara, o fecho inclui as lojas das marcas Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home, e Uterqüe. De acordo com o El País, a Rússia é o segundo país com maior número de lojas do grupo — o primeiro é a Espanha. A publicação espanhola, que cita um comunicado enviado pela Inditex à Comisión Nacional del Mercado de Valores, acrescenta que o grupo apoiará os mais de 9.000 trabalhadores das suas lojas.
Adidas - A companhia de equipamento desportivo suspendeu a parceria que mantém com a Federação Russa de Futebol (RFS). “A Adidas está a suspender a parceira com a Federação Russa de Futebol com efeitos imediatos”, disse o porta-voz da Adidas, empresa que em 2020 obteve 2.9% da sua faturação nos mercados de leste, entre os quais Rússia e Ucrânia.
Nike - A Nike interrompeu a sua atividade na Rússia, o que inclui o fecho das lojas e a suspensão da venda dos seus produtos no site e na aplicação.
Hermès - O grupo de luxo Hermès anunciou esta sexta-feira que está "muito preocupado com a atual situação na Europa" e decidiu "fechar temporariamente" as suas lojas na Rússia e parar as atividades comerciais a partir de hoje à noite. "É com pesar que decidimos fechar temporariamente as nossas lojas na Rússia e parar todas as atividades comerciais a partir da noite de 4 de março", indicou o grupo francês na sua página no LinkedIn."Vamos continuar a apoiar as nossas equipas locais", acrescentou. O grupo de venda de artigos de luxo tem três lojas na Rússia e conta com cerca de 60 funcionários no país.
Ford - Através de um comunicado, assinado pelo CEO, Jim Farley, a fabricante norte-americana anunciou a decisão de parar toda a atividade comercial e industrial em solo russo.“Estamos profundamente preocupados com a invasão da Ucrânia pela Rússia e com a segurança do povo ucraniano. Com efeitos imediatos, a Ford vai suspender as nossas operações limitadas na Rússia e tomar medidas para apoiar o Fundo de Apoio Global à Ucrânia”, através de uma doação de 100.000 dólares, explicou o CEO da oval azul em comunicado.
Toyota, Honda e Mazda - O fabricante automóvel japonês suspendeu as operações na Rússia "até nova ordem" devido a "interrupções na cadeia de abastecimento" e ao impacto das sanções internacionais devido à invasão russa da Ucrânia. A Toyota Motor anunciou que a produção na fábrica em São Petersburgo vai ser suspensa, bem como a importação de veículos "devido a perturbações na cadeia de abastecimento", a partir de sexta-feira e até novo aviso, de acordo com um comunicado. O fabricante esclareceu que as restantes operações de produção e venda no resto da Europa "não vão ser afetadas". Outros fabricantes japoneses do setor estão também a ver as operações para a Rússia afetadas. A Honda Motor antecipou a suspensão do envio de veículos e motos para a Rússia, uma vez que esta medida devia entrar em vigor a partir de abril deste ano, devido a uma contínua queda nas vendas. A Mazda Motor planeia deixar de exportar componentes para a fábrica no leste russo, devido a receios de sanções que isolem financeiramente a Rússia, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.
Volkswagen - O grupo automóvel alemão Volkswagen informou, esta quinta-feira, que vai interromper a produção e a exportação de veículos na Rússia devido à invasão russa da Ucrânia. A Volkswagen (VW), que tem 4.800 funcionários na Rússia, indicou que “devido à ofensiva russa, a direção do consórcio decidiu interromper a produção de automóveis na Rússia até novo aviso”. O grupo VW interrompe a produção nas fábricas em Kaluga, no sudoeste de Moscovo, e em Nizhny Novgorod, a leste da capital.
BP - A petrolífera britânica anunciou neste domingo que vai sair do capital da gigante russa Rosneft, na qual detém uma participação de 19,75%, pondo fim a 30 anos de operação na Rússia. Num comunicado, o grupo petrolífero adiantou que Bernard Looney, presidente executivo da britânica, se demitiu do conselho de administração da Rosneft, “com efeito imediato”, assim como outro administrador indicado pela BP. A petrolífera britânica, como accionista, detinha dois lugares no conselho de administração da petrolífera russa.
ExxonMobil - A petrolífera norte-americana anunciou que vai sair do último grande projeto na Rússia e deixar de investir no país. Em nome de um consórcio que inclui filiais da empresa russa Rosneft, uma sociedade indiana e uma companhia japonesa, a ExxonMobil assegura a gestão, desde 1995, do projeto Sakhalin-1, no leste do país e a norte do Japão, do qual possui 30%. "Em resposta aos recentes acontecimentos, estamos a iniciar o processo de encerramento das operações e a tomar medidas para sair gradualmente" do projeto petrolífero Sakhalin-1, disse o grupo, num comunicado divulgado na terça-feira.
Shell - O grupo petrolífero vai abandonar a sua participação em vários projetos conjuntos com o grupo russo Gazprom na Rússia. "A nossa decisão de partir foi tomada com convicção", assegurou o diretor-geral da Shell, Ben van Beurden, num comunicado enviado à bolsa de Londres. As participações em causa valiam no fim de 2021 cerca de 3.000 milhões de dólares e abrangiam em particular o envolvimento no projeto de gás natural Sakhaline-2 no Extremo Oriente russo, segundo o comunicado.
Prio - A Prio anunciou na passada sexta-feira que deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas até estabilização do conflito na Ucrânia. "A partir de hoje de manhã e até estabilização da situação no terreno, a Prio deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas, como fazia no passado", afirmou a empresa num comunicado. A Prio sublinha que "este é um gesto contra a guerra e contra um regime, e nunca contra um povo", afirmando estar solidária "com o povo ucraniano e com o povo russo, ambos primeiras vítimas inevitáveis deste conflito".
Galp - A Galp suspendeu a compra de produtos petrolíferos russos e lamentou os “atos de agressão contra o povo ucraniano”, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “O Conselho de Administração da Galp decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos, quer de companhias russas, como de companhias baseadas na Rússia”, lê-se na comunicação ao mercado.
Jerónimo Martins - A Biedronka, a cadeia da Jerónimo Martins na Polónia, retirou de venda 16 produtos de origem russa e bielorussa, e desceu preços de cerca de 50 produtos de primeira necessidade em 43 lojas localizadas perto da fronteira com a Ucrânia.
Madremedia