sábado, 5 de março de 2022

Com Jorge Palma, Carminho ou Salvador Sobral. Concerto Solidário em Lisboa para ajudar refugiados em Portugal

O Teatro São Luiz vai ser palco de um concerto solidário pela Ucrânia a 11 de março, cujas receitas servirão para comprar bens essenciais para os refugiados que cheguem a Portugal.

Agir, Camané, Carminho e Miguel Araújo são alguns dos nomes que vão participar nesta iniciativa levada a cabo pelo Teatro São Luiz e para Associação Pão a Pão.

Segundo um comunicado conjunto, o concerto solidário contará ainda com a presença de Jorge Palma, Maria João, Mário Laginha e a Orquestra da Metropolitana de Lisboa — Quarteto de Cordas (Ana Pereira, Joana Dias, Joana Cipriano, Catarina Gonçalves).

Os Clã e Salvador Sobral vão também participar com um vídeo enviado especialmente para o espetáculo, que será transmitido às 21 horas na RTP1, Internacionais, RTP Play e Antena 1.

“As receitas da venda dos bilhetes e os donativos recebidos, através da conta Apoio aos Refugiados da Ucrânia — IBAN PT50 0036 0063 99100091709 19, revertem a favor da compra de bens essenciais para os refugiados da Ucrânia que cheguem a Portugal”, acrescenta a organização em comunicado enviado para a Lusa.

No dia do concerto, a partir das 19 horas, haverá também um posto de recolha de produtos de higiene para bebés, fraldas e brinquedos à porta do Teatro São Luiz, numa iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, através do Gabinete de Proteção Civil.

A associação Pão a Pão é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento que promove a integração de pessoas refugiadas através do emprego.

Madremedia/Lusa

Após apelo “desesperado”, Zelensky recebe promessa dos EUA

O Presidente ucraniano pediu mais aviões de combate para contrariar o avanço das tropas russas, mas não só.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez este sábado uma “súplica desesperada” aos senadores dos EUA para que enviem mais aviões, para combater a invasão russa, tendo recebido a promessa de mais ajuda militar.

Numa videoconferência com congressistas norte-americanos, Zelensky renovou o seu pedido de mais aviões de combate para contrariar o avanço das tropas russas na Ucrânia, e sugeriu ainda que os Estados Unidos deixem de comprar crude a Moscovo.

Como resposta, o Presidente ucraniano recebeu a promessa de que os EUA continuarão a ajudar Kiev, militar e financeiramente.

Vamos libertar rapidamente 10 mil milhões de dólares (cerca de nove mil milhões de euros) para ajudar o povo ucraniano”, disse o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.

 Estamos unidos no apoio à Ucrânia, acrescentou o senador republicano Steve Daines, assegurando que o seu partido não colocará objeções aos planos da Casa Branca para continuar a ajudar a Ucrânia com material militar e com pacotes financeiros.

Zelensky pediu sanções económicas mais duras contra a Rússia, incluindo a proibição das importações de petróleo e gás russos e a suspensão dos cartões de crédito Visa e Mastercard na Rússia.

O Presidente ucraniano aproveitou a videoconferência com congressistas norte-americanos para fazer pedir ajuda a convencer países do Leste Europeu que lhe forneçam “aviões fabricados na Rússia”, de acordo com o relato de Chuck Schumer.

No domingo passado, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, já tinha prometido que os estados da UE estariam prontos para entregar aviões de combate MiG, de produção russa, que os pilotos ucranianos sabem pilotar.

Contudo, os países que possuem esse tipo de aeronaves de combate – incluindo Bulgária, Polónia ou Eslováquia – têm revelado resistências na sua disponibilização.

SIC Notícias/Lusa

Apoio à Ucrânia: grupo de ex-militares portugueses vai à Polónia recolher 17 refugiados

Levam também ajuda recolhida nos últimos dias.

 Um grupo de ex-militares portugueses sai este sábado de Abrantes rumo à Polónia, onde vai recolher 17 refugiados ucranianos.

Os antigos militares vão sair em três carrinhas carregadas de ajuda recolhida nos últimos dias.

Ao 10.º dia de guerra na Ucrânia, a Rússia anunciou um cessar-fogo temporário para a abertura de corredores humanitários que permitam a retirada de civis nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha. Tréguas que não foram cumpridas por Moscovo e que obrigaram ao adiamento da evacuação.

SIC Notícias

Navio russo impedido de carregar pás eólicas no porto de Viana do Castelo

Em causa estão as sanções aplicadas à Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.

Um navio russo foi impedido de carregar pás eólicas do grupo alemão Enercom, no porto de Viana de Castelo. A empresa diz que o boicote ao transporte de mercadorias com bandeira russa é uma sanção por causa da guerra na Ucrânia.

Não há data para que as pás para aerogeradores deixem as instalações da Enercom. O navio russo devia ter atracado no porto de Viana de Castelo na quarta-feira, mas o carregamento não foi autorizado.

Uma sanção imposta pelo grupo alemão do setor eólico, em resposta à invasão da Ucrânia. Esta medida aplica-se a todas as embarcações com bandeira russa.

O armador russo está a tentar alterar o estado da bandeira de conveniência, para contornar esta sanção e manter atividade. O navio, com 123 metros de comprimento, tem bandeira e tripulação russa e é livre de entrar em todos os portos nacionais. Mas está, desde segunda-feira, fundeado à entrada do porto de Viana do Castelo.

À SIC, a Enercom adianta que apoia as sanções impostas ao regime de Vladimir Putin. O grupo alemão tem um negócio de instalação de parques eólicos na Rússia e garante estar a avaliar a possibilidade de suspender contratos com empresas russas.

SIC Notícias

Homem arguido por burla e falsidade informática

Operação "Easy Money"...

A GNR de Elvas, no dia 3 de março, constituiu arguido um homem de 37 anos por burla informática e falsidade informática, através de uma instituição bancária, no concelho de Elvas.  

Na sequência de uma investigação e em colaboração com o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Évora, apurou-se que o arguido "aproveitava-se de vítimas vulneráveis para se apoderar de quantias bancárias das mesmas, através de plataformas informáticas".

No seguimento dessa investigação, foi possível apurar-se que o arguido se tinha apoderado de quantias no valor das centenas de milhar de euros, tendo sido desenvolvida uma operação policial que visou dar cumprimento a quatro mandados de busca, duas domiciliárias e duas em veículos, sendo possível apreender o seguinte material:  

  • Três telemóveis;
  • 11 dispositivos de armazenamento (USB);
  • Três computadores portáteis;
  • Uma televisão;
  • Uma viatura;
  • Um motociclo;
  • Diversa documentação;
  • Identificação de carteiras de criptomoedas.

O suspeito foi constituído arguido, e os factos foram comunicados ao DIAP Regional de Évora.

Petrolíferas, grandes tecnológicas ou plataformas de streaming. Estas empresas suspenderam a atividade na Rússia (e na Bielorrússia)

Desde o começo da invasão russa à Ucrânia, dezenas de empresas anunciaram a saída ou a suspensão das atividades económicas na Rússia. Das grandes tecnológicas às plataformas de streaming, das petrolíferas às marcas automóveis. O Paypal é a mais recente de uma longa lista que resumimos.

PayPal - A empresa de pagamentos PayPal suspendeu este sábado os seus serviços na Rússia, face às “circunstância atuais”. A suspensão do PayPal na Rússia também se aplica à sua ferramenta de transferência de dinheiro Xoom.

Airbnb - O CEO do Airbnb, Brian Chesky, anunciou esta madrugada que a plataforma de arrendamento vai “suspender todas as operações na Rússia e na Bielorrússia”.

Já antes, Chesky tinha revelado, também no Twitter que há pessoas a reservar casas na Ucrânia através do Airbnb para ajudar os “anfitriões”.

Apple - A gigante da tecnologia suspendeu a venda dos seus produtos na Rússia, limitou o acesso ao sistema de pagamento 'Apple Pay' e parou de oferecer certas informações sobre mapas da Ucrânia na aplicação 'Apple Maps' para proteger a segurança dos cidadãos ucranianos.

IKEA - O grupo sueco de mobiliário suspendeu temporariamente a sua atividade na Rússia e na Bielorrússia, uma medida que impacta 15.000 trabalhadores. “A guerra já teve um impacto humano enorme. Está também a resultar numa grave perturbação da cadeia de distribuição e nas condições para o comércio. Por todas estas razões, os grupos da empresa decidiram suspender temporariamente as operações da Ikea na Rússia”, refere o grupo num comunicado divulgado no seu portal.

Netflix - A plataforma de streaming suspendeu a produção e aquisição de conteúdos na Rússia. Antes, a Netflix já tinha anunciado que não ia cumprir a nova lei de audiovisual da Rússia, que obrigaria a plataforma a incluir 20 canais de televisão públicos para poder operar no país.

Disney - A Disney anunciou esta segunda-feira que não vai lançar novos filmes na Rússia. "Dada a invasão não provocada da Ucrânia e a trágica crise humanitária faremos uma pausa no lançamento dos nossos filmes na Rússia", informou, em comunicado. A empresa acrescentou que "tomaria futuras decisões empresariais" à medida que a situação evolui e prestaria ajuda humanitária através de organizações não-governamentais parceira. Imediatamente após o anúncio da Disney, a Warner Bros. disse que iria cancelar a estreia russa de "The Batman", marcada para esta sexta-feira.

Spotify - O serviço de ‘streaming’ de música  anunciou o encerramento dos seus escritórios na Rússia e a remoção de conteúdos patrocinados pelo Kremlin. A medida é uma resposta ao “ataque não provocado contra a Ucrânia”, disse o Spotify em comunicado. “Encerrámos os nossos gabinetes na Rússia até novo aviso”, adiantou a empresa sediada em Estocolmo (Suécia) e listada em bolsa em Nova Iorque (Estados Unidos). O Spotify disse ainda que reduziu a capacidade de busca para encontrar ‘podcasts’ de ou operados por meios de comunicação com ligações ao Kremlin. No entanto, o Spotify matem o serviço aberto para os utilizadores russos. “Acreditamos que é de extrema importância que o nosso serviço esteja disponível na Rússia para permitir um fluxo global de informações”, acrescentou.

Mastercard - A multinacional norte-americana de serviços financeiros bloqueou várias instituições da rede de pagamentos para cumprir as sanções internacionais impostas à Rússia na sequência da invasão da Ucrânia. A empresa, com sede em Nova Iorque, afirmou que vai continuar a trabalhar com os reguladores nos próximos dias para cumprir plenamente as obrigações em relação às sanções, à medida que estas evoluem. "Dada a emergência que se está a desenrolar, estamos também a trabalhar com os nossos parceiros para dirigir o financiamento e a assistência humanitária onde possa ter maior impacto", acrescentou a empresa, em comunicado.

Inditex - A Inditex, empresa espanhola dona várias marcas, como a Zara, anunciou este sábado que irá encerrar "temporariamente" 502 lojas na Rússia. Além da Zara, o fecho inclui as lojas das marcas Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home, e Uterqüe. De acordo com o El País, a Rússia é o segundo país com maior número de lojas do grupo — o primeiro é a Espanha. A publicação espanhola, que cita um comunicado enviado pela Inditex à Comisión Nacional del Mercado de Valores, acrescenta que o grupo apoiará os mais de 9.000 trabalhadores das suas lojas.

Adidas - A companhia de equipamento desportivo suspendeu a parceria que mantém com a Federação Russa de Futebol (RFS). “A Adidas está a suspender a parceira com a Federação Russa de Futebol com efeitos imediatos”, disse o porta-voz da Adidas, empresa que em 2020 obteve 2.9% da sua faturação nos mercados de leste, entre os quais Rússia e Ucrânia.

Nike - A Nike interrompeu a sua atividade na Rússia, o que inclui o fecho das lojas e a suspensão da venda dos seus produtos no site e na aplicação.

Hermès - O grupo de luxo Hermès anunciou esta sexta-feira que está "muito preocupado com a atual situação na Europa" e decidiu "fechar temporariamente" as suas lojas na Rússia e parar as atividades comerciais a partir de hoje à noite. "É com pesar que decidimos fechar temporariamente as nossas lojas na Rússia e parar todas as atividades comerciais a partir da noite de 4 de março", indicou o grupo francês na sua página no LinkedIn."Vamos continuar a apoiar as nossas equipas locais", acrescentou. O grupo de venda de artigos de luxo tem três lojas na Rússia e conta com cerca de 60 funcionários no país.

Ford - Através de um comunicado, assinado pelo  CEO, Jim Farley, a fabricante norte-americana anunciou a decisão de parar toda a atividade comercial e industrial em solo russo.“Estamos profundamente preocupados com a invasão da Ucrânia pela Rússia e com a segurança do povo ucraniano. Com efeitos imediatos, a Ford vai suspender as nossas operações limitadas na Rússia e tomar medidas para apoiar o Fundo de Apoio Global à Ucrânia”, através de uma doação de 100.000 dólares, explicou o CEO da oval azul em comunicado.
 

Toyota, Honda e Mazda - O fabricante automóvel japonês suspendeu as operações na Rússia "até nova ordem" devido a "interrupções na cadeia de abastecimento" e ao impacto das sanções internacionais devido à invasão russa da Ucrânia. A Toyota Motor anunciou que a produção na fábrica em São Petersburgo vai ser suspensa, bem como a importação de veículos "devido a perturbações na cadeia de abastecimento", a partir de sexta-feira e até novo aviso, de acordo com um comunicado. O fabricante esclareceu que as restantes operações de produção e venda no resto da Europa "não vão ser afetadas". Outros fabricantes japoneses do setor estão também a ver as operações para a Rússia afetadas. A Honda Motor antecipou a suspensão do envio de veículos e motos para a Rússia, uma vez que esta medida devia entrar em vigor a partir de abril deste ano, devido a uma contínua queda nas vendas. A Mazda Motor planeia deixar de exportar componentes para a fábrica no leste russo, devido a receios de sanções que isolem financeiramente a Rússia, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

Volkswagen - O grupo automóvel alemão Volkswagen informou, esta quinta-feira, que vai interromper a produção e a exportação de veículos na Rússia devido à invasão russa da Ucrânia. A Volkswagen (VW), que tem 4.800 funcionários na Rússia, indicou que “devido à ofensiva russa, a direção do consórcio decidiu interromper a produção de automóveis na Rússia até novo aviso”. O grupo VW interrompe a produção nas fábricas em Kaluga, no sudoeste de Moscovo, e em Nizhny Novgorod, a leste da capital.

BP - A petrolífera britânica anunciou neste domingo que vai sair do capital da gigante russa Rosneft, na qual detém uma participação de 19,75%, pondo fim a 30 anos de operação na Rússia. Num comunicado, o grupo petrolífero adiantou que Bernard Looney, presidente executivo da britânica, se demitiu do conselho de administração da Rosneft, “com efeito imediato”, assim como outro administrador indicado pela BP. A petrolífera britânica, como accionista, detinha dois lugares no conselho de administração da petrolífera russa.

ExxonMobil - A petrolífera norte-americana anunciou que vai sair do último grande projeto na Rússia e deixar de investir no país. Em nome de um consórcio que inclui filiais da empresa russa Rosneft, uma sociedade indiana e uma companhia japonesa, a ExxonMobil assegura a gestão, desde 1995, do projeto Sakhalin-1, no leste do país e a norte do Japão, do qual possui 30%. "Em resposta aos recentes acontecimentos, estamos a iniciar o processo de encerramento das operações e a tomar medidas para sair gradualmente" do projeto petrolífero Sakhalin-1, disse o grupo, num comunicado divulgado na terça-feira.

Shell - O grupo petrolífero vai abandonar a sua participação em vários projetos conjuntos com o grupo russo Gazprom na Rússia. "A nossa decisão de partir foi tomada com convicção", assegurou o diretor-geral da Shell, Ben van Beurden, num comunicado enviado à bolsa de Londres. As participações em causa valiam no fim de 2021 cerca de 3.000 milhões de dólares e abrangiam em particular o envolvimento no projeto de gás natural Sakhaline-2 no Extremo Oriente russo, segundo o comunicado.

Prio - A Prio anunciou na passada sexta-feira que deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas até estabilização do conflito na Ucrânia. "A partir de hoje de manhã e até estabilização da situação no terreno, a Prio deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas, como fazia no passado", afirmou a empresa num comunicado. A Prio sublinha que "este é um gesto contra a guerra e contra um regime, e nunca contra um povo", afirmando estar solidária "com o povo ucraniano e com o povo russo, ambos primeiras vítimas inevitáveis deste conflito".

Galp - A Galp suspendeu a compra de produtos petrolíferos russos e lamentou os “atos de agressão contra o povo ucraniano”, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “O Conselho de Administração da Galp decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos, quer de companhias russas, como de companhias baseadas na Rússia”, lê-se na comunicação ao mercado.

Jerónimo Martins - A Biedronka, a cadeia da Jerónimo Martins na Polónia, retirou de venda 16 produtos de origem russa e bielorussa, e desceu preços de cerca de 50 produtos de primeira necessidade em 43 lojas localizadas perto da fronteira com a Ucrânia.

Madremedia

Depois dos combustíveis, o preço do pão também pode aumentar

 Com o aumento dos preços da energia soma-se agora a subida dos cereais, como o trigo e o milho, devido à guerra.

As subidas, que atingem os 20 euros por tonelada de cereal no mercado europeu, são, para a Associação de Comércio e Industria da Panificação (ACIP), um fator de aumento dos custos de produção e é natural que isso se reflita nos consumidores.

Hélder Pires, dirigente da ACIP, disse à TSF, que estes aumentos decorrentes da guerra na Ucrânia estão a ter impacto nas padarias: "têm muito impacto porque se somam aos aumentos a que temos assistido desde o último trimestre do ano passado e nos primeiros meses deste ano. É um acréscimo sobre aumentos que estávamos a sentir nos cereais transformados, nas farinhas, e também nos combustíveis e na energia. São aumentos com uma magnitude a que não estávamos habituados e preparados para eles", confessa.

Num "setor que trabalha com margens bastante baixas", ainda não é possível dizer quanto vai aumentar o pão.

A Rússia é o primeiro exportador mundial de trigo e a Ucrânia era o maior fornecedor de milho à Europa, mas a guerra cortou estes canais de abastecimento, o que nalgumas padarias em Portugal levou a um investimento em armazenamento, reconhece Hélder Pires.

"Sei que há colegas nossos que estão seriamente preocupados e apreensivos com esta situação que se vive na Ucrânia, e por isso estão a reforçar stocks de farinha tanto em silos como em sacas, mas isso não significa que seja uma tendência de todos os operadores", sublinha.

O índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 24% no mês passado.

Fonte: TSF ( José Milheiro)

 

Federação Portuguesa do Táxi exige ao Governo medidas excecionais de apoio quanto à crise dos combustíveis

 A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) exigiu hoje que o Governo adote medidas excecionais de apoio ao setor, na sequência do aumento previsto de 14 cêntimos no preço do litro do gasóleo.

Os preços do gasóleo e da gasolina deverão disparar na próxima semana, com subidas superiores a 14 e oito cêntimos por litro, respetivamente, acompanhando a subida das cotações dos produtos petrolíferos nos mercados internacionais, segundo fontes do setor.

Em comunicado, a FPT refere que vai pedir uma reunião de “urgência” com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, para discutir as medidas que podem ajudar o setor a mitigar os efeitos desta escalada do preço dos combustíveis.

“Para responder a um tempo de exceção, exige a FPT medidas de exceção que podem passar de forma imediata, urgente, pelo apoio financeiro para compensar a atual situação e/ou pela introdução de gasóleo profissional, pois essa solução eliminaria a carga tributária sobre o gasóleo, libertando liquidez para o exercício do serviço público de transporte em táxi”, defende a FPT.

A Federação Portuguesa do Táxi sublinha que o aumento, “que fixa historicamente o preço do gasóleo acima do preço da gasolina”, causará ainda problemas aos profissionais do táxi, uma vez que o sistema tarifário “não sofre alterações há mais de 13 anos”.

“Em simultâneo, a FPT vai renovar junto do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor a necessidade de iniciar negociações para atualização do sistema tarifário”, é acrescentado a nota.

De acordo com os preços de referência da Entidade Nacional para o Mercado Energético (Ense), o preço médio do gasóleo simples é hoje de 1,754 euros por litro e, a partir de segunda-feira, deverá chegar perto dos 1,90 euros por litro nos postos de abastecimento em Portugal, enquanto o preço médio da gasolina 95 - atualmente em 1,795 euros por litro - atingirá os 1,88 euros por litro.

Assim, na próxima semana, o preço médio do gasóleo deverá ultrapassar o da gasolina 95 nos postos de abastecimento.

A invasão da Ucrânia pela Rússia acentuou a subida do preço do petróleo e seus derivados que já seguiam em alta, no âmbito de uma crise do setor energético, com o aumento dos receios de uma crise no fornecimento.

Por seu lado, a desvalorização continuada do euro face ao dólar, considerado ativo de refúgio, também pesa no agravamento dos preços.

O euro caiu hoje abaixo da barreira de 1,10 dólares pela primeira vez desde maio de 2020, com os investidores a protegerem-se das consequências da invasão russa da Ucrânia.

Entretanto, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, anunciou hoje que haverá medidas para mitigar a subida dos combustíveis, mas considerou “impossível” anulá-los.

"Haverá medidas para mitigar o impacto da subida dos combustíveis, agora temos de ter uma coisa presente, que é, uma crise desta magnitude em todas as áreas dos combustíveis, obviamente não dá liberdade total ao Governo para anular o efeito negativo de uma crise”, disse João Galamba aos jornalistas, à margem de uma conferência promovida pelo jornal ‘online’ ECO sobre “A guerra na Europa e o choque energético”, onde tomou conhecimento da subida prevista nos preços dos combustíveis na próxima semana.

Fonte: MadreMedia/Lusa

Quatro homens julgados por desviarem mais 500 mil euros de empresa da Figueira da Foz

 Quatro empresários foram acusados de terem desviado mais de meio milhão de euros da empresa Deltafish, da Figueira da Foz. O Tribunal de Coimbra irá iniciar o julgamento na próxima terça-feira.

Tribunal de Coimbra começa a julgar na terça-feira quatro empresários acusados de insolvência dolosa e de se apropriarem de cerca de 680 mil euros da empresa Deltafish, ligada à comercialização de produtos congelados na Figueira da Foz.

Em Coimbra, serão julgados Avelar Coimbra, gerente de 62 anos, de Loures, que integrou o conselho de administração da Deltafish entre 2006 e 2010, Gonçalo de Melo, gerente de Mangualde, que assumiu a administração da empresa em 2010, Francisco Coimbra de Figueiredo, empresário de Tondela, e o filho de Avelar Coimbra, Filipe Coimbra, estes dois últimos que terão colaborado no alegado plano de descapitalização da empresa e de apropriação de bens da mesma.

Os quatro arguidos são acusados pelo Ministério Público (MP) de se apropriarem de pelo menos 677 mil euros da empresa, que foi declarada insolvente em 2012, com Avelar Coimbra suspeito da prática de um crime de abuso de confiança qualificado, um crime agravado de insolvência dolosa e um crime de branqueamento (os mesmos crimes de que é acusado Gonçalo de Melo).

Já Francisco Coimbra de Figueiredo e Filipe Coimbra são acusados de um crime agravado de insolvência dolosa.

Dos 677 mil euros, a maior fatia (322 mil euros) terá sido apropriada por Avelar Coimbra.

Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, Avelar Coimbra, apesar de ter abandonado o conselho de administração em agosto de 2010 (assumido posteriormente por Gonçalo de Melo) continuou a ter poderes de movimentação da conta bancária da empresa sediada na Murraceira.

Apesar de Avelar Coimbra e Gonçalo de Melo terem conhecimento das dívidas da empresa e da pendência de processos de execução fiscal (em setembro de 2011 a Deltafish já devia mais de 86 mil euros à Autoridade Tributária), os arguidos terão decidido “começar a delapidar e dissimular todo o património” da firma, “com o intuito de escapar ao pagamento dos impostos em dívida, bem como aos compromissos assumidos junto de outros credores”, refere a acusação.

Em outubro de 2011, a Deltafish terá vendido à Gialmar II (empresa detida por familiares de Avelar Coimbra) diversos bens, num montante global de 485 mil euros.

No entanto, os bens e equipamentos que foram objeto de negócio, aponta o Ministério Público, pertenciam à Caixa Leasing e Factoring.

Para além dessa questão, os vários cheques emitidos para pagar o negócio tiveram outros fins, nota o MP.

De acordo com a acusação, um cheque foi levantado pela mãe dos donos da Gialmar II para pagamento de vencimentos e de subsídios em atraso de funcionários que transitaram da Deltafish para aquela empresa, outros não chegaram a ser descontados, um, no valor de 100 mil euros, foi depositado na conta do arguido Francisco Coimbra de Figueiredo, e outros, num valor global de 172 mil euros, depositados na conta de Avelar Coimbra.

Para além disso, Avelar Coimbra terá também feito diversos levantamentos em numerário da conta da Deltafish e fez transferências da conta da empresa para contas tituladas pelo seu filho, que não era funcionário nem credor da sociedade, tendo ainda usado dinheiro para pagar dívidas e despesas pessoais.

á o arguido Gonçalo de Melo ter-se-á apropriado de cerca de 150 mil euros da Deltafish que terá usado em proveito próprio e em proveito de outras empresas das quais era administrador, nomeadamente para pagar salários dos trabalhadores das Fábricas Vasco da Gama, afirma o MP.

Avelar Coimbra e Gonçalo de Melo terão ainda feito desaparecer veículos que eram propriedade da Deltafish, nomeadamente um camião, que veio a ser localizado em Peniche, abandonado na via pública, e um carro BMW localizado pela PSP de Lisboa, em dezembro de 2015.

No âmbito do processo de insolvência da Deltafish foram reconhecidos créditos no valor global de um milhão de euros, acrescidos de juros de mora.

Fonte: MadreMedia/Lusa