Os hospitais portugueses já podem receber medicamentos derivados do plasma de origem nacional proveniente de dádivas de sangue de dadores benévolos. A produção destes medicamentos foi feita a partir de 60 000 litros de plasma recolhidos em Portugal ao longo de 2023 e dá continuidade ao cumprimento de um dos objetivos do Plano Estratégico do IPST, IP (2020-2022 e 2024-2026) que visa contribuir para a autossuficiência do país em alguns derivados do plasma.
Apesar de este ter sido o maior envio de plasma português para a indústria farmacêutica, resultante das dádivas de sangue, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) alertou recentemente para as reservas de sangue estarem mais baixas do que é habitual, nesta altura do ano, e em alguns hospitais já existirem dificuldades em assegurar todas as cirurgias.
O Conselho Diretivo do IPST afirma que “A entrega dos medicamentos derivados de plasma nacional aos hospitais contribui para a sucessiva e tendencial redução da dependência de importação, de acordo com o Programa Estratégico Nacional. O aproveitamento de plasma português permite produzir medicamentos que, em muitos casos, salvam vidas e tratam milhares de pessoas que sofrem de doenças graves. Este ciclo permite gerar uma poupança para o país, o que por sua vez contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde”.
Os medicamentos derivados do plasma humano podem ser utilizados em doenças raras, genéticas e crónicas como a hemofilia e imunodeficiências. Por outro lado, podem também ser utilizados em situações de trauma, doentes queimados e em procedimentos de cuidados intensivos – incluindo cirurgias, tratamentos oncológicos e transplante de órgãos.
Na sequência de um concurso público internacional, lançado em 2021, a Kedrion Biopharma foi a empresa adjudicatária para o fracionamento do plasma nacional.
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