A Região Sul de Moçambique vai continuar com escassez de chuvas até 2018, o que resultará na continuidade da falta de água potável para as cidades de Maputo, Matola e Boane, de acordo com a previsão dos especialistas do Fórum Nacional de Antevisão Climática. Nos primeiros três meses do próximo ano estão previstas chuvas normais com tendência para acima do normal para as províncias de Tete e Zambézia, grande parte das províncias de Sofala e Manica e Norte das províncias de Gaza e Inhambane, contudo é pouco provável que aconteçam cheias. Com este cenário augura-se mais uma boa campanha agrária.
O nosso país continua em época climática neutra, não está sobre influência do fenómeno La Nina ou El Nino, tal como durante a época chuvosa 2016/2017 revelou o nesta quarta-feira(13) o Instituto Nacional de Meteorologia(INAM), uma das instituições que faz parte do que faz parte do Fórum Nacional de Antevisão Climática, o que indicia para os próximos meses de Outubro, Novembro e Dezembro “chuvas normais com tendência para acima do normal em toda a extensão das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Sofala e grande parte das províncias de Tete e Zambézia”.
No mesmo período o Sul das províncias de Nampula e Niassa e Norte de Zambézia e Tete deverá registar chuvas normais enquanto na província de Cabo Delgado e no Norte das Províncias de Nampula e Niassa deverão cair “chuvas normais com tendência para abaixo do normal.
Face a esta precipitação a Direcção Nacional dos Recursos Hídricos(DNRH), outras das instituições que compõem este Fórum, projecta que até ao fim deste ano não deverão ocorrer cheias, tal como não aconteceram durante a época chuvosa passada.
Contudo existe um risco moderado de cheias nas Bacias Hidrográficas de Maputo(na província de Maputo), Incomáti(na província de Maputo), Mutamba(na província de Inhambane), Inhanombe(na província de Inhambane) e ainda na Bacia de Savane(na província de Sofala).
Previsões climáticas animam o sector agrário
Já para Janeiro, Fevereiro e Março o INAM prognostica “chuvas normais com tendência para acima do normal para as províncias de Tete e Zambézia, grande parte das províncias de Sofala e Manica e Norte das províncias de Gaza e Inhambane”.
Chuvas normais estão previstas para as Províncias de Niassa e Nampula, grande parte das províncias de Cabo Delgado, Gaza e Inhambane e Faixa costeira de Sofala e sul de Manica enquanto na província de Maputo, Sul das províncias de Gaza e Inhambane e norte da Província do Cabo Delgado as chuvas deverão cair dentro da normalidade mas com tendência para abaixo da normal.
Com essa precipitação a DNRH antevê que não haverá cheias até ao término da época chuvosa 2017/2018 ressalvando no entanto a possibilidade de inundações nas Bacias Hidrográficas de Messalo e Megaruma(na província de Cabo Delgado); Licungo(na província da Zambézia); Pungue, Buzi e Save (na província de Manica); Savane (na província de Sofala); e ainda Incomati(na província de Maputo).
Estas previsões climáticas para a época chuvosa 2017/2018, prestes a iniciar, animam o sector agrário que através da Direcção Nacional de Agricultura e Silvicultura(DNAS) que antevê boa campanha agrícola particularmente na Região Norte. Todavia, porque a disponibilidade de água só deverá aumentar no início de 2018 a DNAS recomenda no Sul “sementeiras tardias e escalonadas, usando variedades de ciclo curto” e ainda o “aproveitamento máximo e integral das zonas baixas e húmidas, com variedades de ciclo curto”.
Para a região Centro recomenda-se “sementeiras tardias, usando variedades de ciclo curto e médio” e ainda o “aproveitamento máximo e integral das zonas baixas e húmidas com variedades de ciclo curto”.
Já para a região Norte, o Fórum Nacional de Antevisão Climática, recomenda “sementeiras tardias com variedades de ciclo curto e longo”.
Água potável continuará escassa na capital de Moçambique
Entretanto com estas previsões climáticas, que afectam também o Sul do nosso continente, a Bacia dos Pequenos Libombos continuará com enchimento abaixo do normal, menos de 25% da sua quota, mantendo em restrições o abastecimento de água potável para as cidade de Maputo, Matola e Boane.
Aliás o Fórum Nacional de Antevisão Climática revelou um dos planos para encontrar fontes alternativas de água para a capital moçambicana não se materializou pois “os furos realizados nas barreiras da Malanga, Desportivo e jardim Tunduru, tiveram resultados negativos devido a produtividade baixa e a qualidade de água”.
Por outro lado o @Verdade apurou que devido a crise económica e financeira que estamos a viver a alternativa de obter água através da construção da barragem de Moamba Major está adiada assim como tarda em estar operacional, também devido à falta de fundos, a conduta que está a ser instalada para trazer água da barragem de Corumana para a Machava.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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