Por Natasha Romanzoti, em 7.07.2018
Uma mulher que havia sido declarada morta na cena de um acidente de carro na África do Sul foi descoberta respirando dentro de um freezer de um necrotério por um funcionário do local.
O caso está agora sendo investigado pelo governo sul-africano.
O acidente
Quatro passageiros foram jogados do carro durante um acidente na estrada de Joanesburgo para Carletonville, no dia 24 de junho.
Quando os paramédicos chegaram no local, três vítimas estavam imóveis no meio da estrada, sendo que a quarta estava consciente e caminhando em volta do veículo batido.
Socorrer os indivíduos foi um desafio. “É uma estrada muito, muito ruim”, disse Gerrit Bradnick, gerente operacional da Distress Alert, um serviço privado de ambulância que respondeu à emergência, ao New York Times. “Muito escura. Temos muitos acidentes”.
Eventualmente, a equipe conseguiu recolher as vítimas. A sobrevivente foi levada para um hospital. As outras três foram declaradas mortas, cobertas com lençóis e levadas para um necrotério.
A surpresa
No necrotério, os três passageiros foram colocados dentro de freezers. Foi então que um agente forense notou que um dos “mortos”, uma mulher, estava na verdade respirando.
O caso abalou toda a África do Sul, particularmente o povo da província de Gauteng, onde o acidente aconteceu, e onde empreiteiros privados operam serviços de ambulância com a autoridade para declarar pessoas mortas.
Por enquanto, a identidade da vítima e sua condição atual não foram divulgadas pelo governo sul-africano. A família também recusou pedidos de entrevista.
Enquanto isso, as autoridades de saúde e os funcionários do Distress Alert estão tentando descobrir como o erro de diagnóstico aconteceu.
Negligência ou equívoco genuíno?
A Distress Alert afirmou que seus paramédicos estavam devastados. “Todas as verificações corretas foram feitas – respiração, pulso – para que a paciente fosse declarada morta”, argumentou Bradnick.
A ocorrência está sendo investigada, e o resultado será relatado a uma agência que regula os serviços de paramédicos privados na África do Sul.
Não é possível afirmar ainda que houve negligência. A morte nem sempre é uma equação fácil de ser desvendada, mesmo para profissionais com equipamentos sofisticados. Em casos raros, pessoas supostamente mortas sofrem de catalepsia, fenômeno no qual seus batimentos cardíacos e respiração alcançam níveis quase imperceptíveis.
Embora seja incomum, existem relatos ocasionais de pessoas vivas sendo declaradas mortas ao longo da história.
Casos históricos
Por exemplo, este ano mesmo, em janeiro, Gonzalo Montoya Jiménez, que havia sido preso na região das Astúrias, no norte da Espanha, foi declarado morto por três médicos, mas acordou horas depois imediatamente antes de uma autópsia ser realizada em seu corpo.
Em novembro passado, um bebê nascido prematuro e depois declarado morto começou a chorar no caminho para seu funeral. Os médicos envolvidos no seu tratamento não fizeram eletrocardiogramas que detectariam pequenos impulsos elétricos emitidos pelo seu coração, e foram demitidos.
Entre outros inesperados eventos de “falsa morte” da história, um dos mais arrepiantes é o de Maria de Jesus Arroyo. Em 2010, a avó de 80 anos foi declarada morta após um ataque cardíaco e colocada no freezer de um necrotério na Califórnia, nos EUA.
Poucos dias depois, foi encontrada dentro de um saco mortuário parcialmente aberto, com a face para baixo, contusões e um nariz quebrado. Sua família entrou na justiça com um processo de negligência médica, afirmando que Arroyo “lutou sem sucesso para escapar de seu túmulo congelado”.
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