quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Ministro Pedro Siza Vieira e secretário de Estado João Galamba investigados por suspeita de corrupção


Em causa estão alegados favorecimentos a grupos empresariais no concurso para o novo plano nacional do hidrogénio, que envolverá centenas de milhões de euros de dinheiros públicos.

Vários membros do Governo de António Costa estão a ser investigados por suspeitas de corrupção e tráfico de influência. Entre os nomes sob suspeita estão Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, e João Galamba, secretário de Estado Adjunto e da Energia.

A revista Sábado noticia, esta quinta-feira, que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e uma Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) estão a investigar diversos membros do Governo socialista.

Questionado pela TSF, o Ministério Público confirmou "a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP". "O mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça", refere a nota enviada à TSF.

A investigação criminal terá partido de uma denúncia ao Ministério Público feita no ano passado, que indicava que teria havido favorecimento de certos grupos empresariais no concurso do plano nacional do hidrogénio, (projeto para implementar nova indústria de energia limpa, para reduzir as emissões poluentes, e que será financiado com centenas de milhões de euros de dinheiros públicos).

Segundo a Sábado, tanto Pedro Siza Vieira como João Galamba, dois dos nomes mais sonantes na investigação, estão a ser vigiados de perto pelas autoridades, por indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros. Além de membros do Governo, entre os suspeitos estão também gestores e ex-gestores de empresas como a EDP, Galp e Martifer.

Em causa estão eventuais compromissos assumidos durante as reuniões do Governo com várias empresas, no período de apresentação das candidaturas. O concurso acabou em julho, e, até ao momento, nada se sabe a não ser que foram recebidas mais de 70 candidaturas e que apenas 37 foram aceites para avaliação.

A investigação estará já numa fase avançada, mas, questionado pela TSF, o gabinete do ministro Pedro Siza Vieira limitou-se a afirmar não ter conhecimento de nenhum processo em que o nome do ministro seja referido.

Filipe Santa-Bárbara e Rita Carvalho Pereira / TSF

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