domingo, 3 de dezembro de 2017

Motard com filho à pendura morre em despiste


Homem de 43 anos não resistiu aos ferimentos. Filho de 15 partiu o braço.

A paixão pelas motos era uma das principais referências de José Marques. O homem, com 43 anos, tinha convidado um amigo, também motard, para passar o dia em Nogueira da Regedoura, concelho de Santa Maria da Feira, onde residia.  Ao final do dia deste sábado, decidiram ir comprar o jantar a Espinho. Foi já no regresso, uma viagem de poucos quilómetros, que o despiste ocorreu. 

José Marques seguia na mota com o filho, um jovem de 15 anos. O amigo seguia logo atrás. Na rua da Variante à Rua 19, em Anta, Espinho, o homem perdeu o controlo da moto e entrou em despiste. Acabou por cair, com violência, junto ao passeio.
Quando os meios de socorro chegaram, o homem já estava em paragem cardiorrespiratória. Bombeiros e uma equipa médica do INEM de Gaia iniciaram de imediato as manobras de reanimação, mas sem sucesso. O óbito foi declarado no local.

O jovem que seguia à pendura na mota do pai fraturou o braço direito e foi transportado, pelos bombeiros do concelho de Espinho para o hospital de Vila Nova de Gaia.

José Marques era uma pessoa bastante conhecida na zona. A família e os amigos acorreram de imediato ao local. Foi num ambiente de grande consternação que o corpo foi levantado e transportado para o gabinete medicina legal de Santa Maria da Feira.
Uma equipa técnica da PSP realizou as operações de perícia e investiga agora as causas do acidente.


Fonte: CM

Maioria dos espanhóis rejeita reformas à Constituição que permitam referendo à independência

Resultado de imagem para Maioria dos espanhóis rejeita reformas à Constituição que permitam referendo à independência
Seis em cada dez espanhóis consideram necessário reformar a Constituição, mas a maioria dos que o defendem (63,8%) opõe-se a mudanças que permitam um referendo sobre a independência, segundo uma sondagem publicada hoje no jornal El Mundo.
A sondagem da empresa Sigma Dos, realizada a nível nacional a partir de 900 entrevistas entre os dias 23 e 29 de novembro, indica ainda que 68,5% dos inquiridos acreditam que os partidos políticos não vão chegar a um acordo sobre como modificar a Carta Magna, uma opinião partilhada sobretudo pelos eleitores do Unidos Podemos (81,2 %) e com menos de 29 anos (84,1 %).
Apenas 19% dos inquiridos confia que os partidos políticos vão alcançar um consenso que permita reformar a Constituição, segundo a sondagem da Sigma Dos.
Os que nas últimas eleições votaram no Podemos são os que mais apoiam a reforma constitucional (89%) e também os que optaram pelo PSOE (75,8%), frente aos eleitores do PP, entre os quais menos de metade (48,9%) considera necessário dar esse passo.
Os eleitores do PP, PSOE e Ciudadanos são os que mais se opõem a que essa modificação inclua a autorização para convocar um referendo à independência (até 85,4% estão contra no caso do PP), enquanto 60,8% do eleitorado dos Unidos Podemos concorda que se inclua essa reforma numa nova Constituição.
A sondagem indica que 32,7% dos entrevistados são a favor que o Estado recupere as competências que hoje são geridas pelas comunidades autónomas, 27,4% querem mais autonomia para estas regiões e 20,8% preferem não fazer alterações.
Lusa

Hora de Fecho: A revolução do primeiro transplante de coração

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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
A 3 de Dezembro de 1967, é realizado o primeiro transplante cardíaco. O coração era de Denise Darvall. O peito que o recebe de Louis Washkansky. As mãos que tornaram isto possível são de Barnard.
Podia ter sido desportista, mas repetiu o secundário para fazer o Chapitô. Não bebia, não fumava e era um "rato de biblioteca". Entrevista de vida a César Mourão, o homem sem medo do improviso.
"Imagino-te, onde estiveres, com esse sorriso que é o teu super poder. Partes para toda a parte, livre, e assumindo a tua real dimensão." As palavras de Mariana Colaço, lidas no velório do músico.
O pescador, ainda desaparecido, não estará dentro da embarcação com cerca de nove metros de comprimento e a família já foi informada disso, adianta fonte da Marinha.
O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, em Alcabideche (Cascais), encerrou 32 das 134 camas de que dispunha para internamento de adultos, por falta de médicos fisiatras, revela o Público.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou ter pedido ao antigo diretor do FBI, James Comey, para encerrar uma investigação ao antigo conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn.
ONU diz que papel dos EUA é central. Na Declaração de Nova Iorque sobre Refugiados e Migrantes, os estados membro da ONU comprometeram-se a fortalecer as políticas globais de migração.
Sondagem mostra que 63,8% dos espanhóis inquiridos não querem alterar a Constituição de forma a que eles permita referendar independência. E 68,5% não acreditam em acordo dos partidos.
Enchei-vos de esperança, corações – ele está quase a chegar. “Os Últimos Jedi” estreia dentro de duas semanas. É o regresso do evangelho segundo George Lucas.
Arrumar a casa, passar horas a cozinhar, lavar uma tonelada de loiça. Não é assim que imagina a sua noite de 24 de Dezembro, pois não? Saiba em que restaurantes vai poder fugir de tudo isso.
Os alemães criaram um limite de 60.000€ para os incentivos do Estado à compra de veículos eléctricos. A Tesla concebeu uma versão do Model S por esse valor e o Governo não aceita. Tudo para tribunal. 
Opinião

Alberto Gonçalves
Felizmente o dr. Rio dá uma ajuda: a comissão de honra e a lista de apoios declarados, repletos do pior entulho oligárquico que o partido produziu em décadas, são quase um manifesto favorável ao rival

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
“Os católicos continuam a desempenhar um importante papel. Na escola, na saúde, na solidariedade social, na cultura, na ciência, na tecnologia”. E na política?

Diana Soller
Os EUA estão reféns da China e da sua política uma no cravo outra na ferradura. E, como se vê, não havia pior altura para Navarro ter ganho a Tillerson. Perderam os Estados Unidos e perdeu o mundo.

Rui Ramos
Belmiro de Azevedo foi, enquanto empresário, um dos agentes da democratização social e económica de Portugal. Como poderiam os comunistas perdoar-lhe?

Jorge Barreto Xavier
Deixou de haver inocentes na política portuguesa. Catarina Martins pode verter lágrimas sobre o orçamento da Cultura. Mas ela é tão responsável por ele como o PS e o PCP.
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Opinião | O ódio aos jornalistas


Os jornalistas são todos bons? Respondo: mas todos os advogados, canalizadores, médicos, carpinteiros são bons? Claro que não, há é um maior escrutínio e exposição para determinadas carreiras

Em Portugal e no mundo a classe política há muito que atravessa uma via-sacra de ódio dos eleitores perante quem os devia representar. Acresce, também por cá, o mesmo sentimento relativamente a uma dita elite ungida pelos media que punha e dispunha nas grandes empresas e na banca e que levaram os portugueses a pagar todos os seus dislates e incompetências.

Mas há algo que me incomoda bastante: é o crescente e evidente ódio com o qual muita gente se refere aos jornalistas e à sua profissão. Não me passa pela cabeça cercear o direito de livre opinião de cada um, mas devia haver mais respeito e consideração, sobretudo quando o trabalho deles é realizado sobre grande pressão e cada vez com menos meios.

Eu deixei de ser jornalista em 2001, tive momentos fantásticos num tempo em que a profissão era considerada, as redacções tinham dimensão, em quantidade e qualidade, havendo cabelos brancos que davam tarimba aos jovens que chegavam, como foi o meu caso em 1995. Hoje, o panorama nada tem a ver com outras décadas.

As redacções são curtas, mal pagas, ameaçadas todos os dias pela publicidade que dramaticamente diminui todos os dias. São mensais as notícias de títulos que acabam e de cortes das administrações em quem produz conteúdos nas suas diversas dimensões e assim aumentam as pressões, a estabilidade nunca está assegurada e o jornalismo tornou-se uma profissão de risco.

Depois, e isso critico bastante, com as redes sociais, qualquer indivíduo bota “faladura” sobre assuntos dos quais nada percebe, entre os quais comunicação e jornalismo, dos quais o povo acha que tem conhecimento suficiente para opinar apesar de nunca ter trabalhado nesta área. Somemos a isso vivermos num mundo onde a ira floresce, onde a gritaria, a ofensa e a barbárie dos espíritos flui sem amortecedores, para muita gente sem rosto despejar as suas frustrações em cima de profissionais de bem e de títulos diariamente conspurcados por vilipêndios.

Quer isto dizer que os jornalistas são todos bons? Respondo: mas todos os advogados, canalizadores, médicos, carpinteiros são bons? Claro que não, há é um maior escrutínio e exposição para determinadas carreiras. Há erros, claro que sim, mas se não existir má-fé, e para isso há (ou devia haver) órgãos e reguladores, o que se deve é apontar construtivamente o erro. E nunca podemos esquecer que em cada profissional há um ser humano.

Sou um defensor acérrimo da importância do jornalismo. E defendo que as barreiras do gate-keeper subjacentes a quem faz notícias não devem ser esbatidas, até para separar claramente o trigo do joio e colocar quem apenas destila ódio sem qualquer competência ou conhecimento do universo mediático em «su sitio».

Seria bonito dizer que era bom dar mais meios a quem faz notícias. Porém, isso é utópico nos dias de um mercado escasso de receitas. Os jornalistas, também para continuarem o seu sonho e a sua realização pessoal na carreira que amam, vão ter de habituar-se a estas condições de instabilidade e fazerem o possível com menos. Agora, sigam em frente, não liguem a matilhas de analfabetos funcionais e a hienas que se alimentam de ódios e ressentimentos. A sociedade precisa de notícias e conteúdos que a ajudem a ser melhor. Isso, está do vosso lado.

Por Rui Calafate

Nota: Por decisão pessoal, o autor não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.
https://eco.pt/opiniao/o-odio-aos-jornalistas/

Colheita de Sangue Dia 6 de Dezembro no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro


Dê mais sentido à vida, torne-se dador de sangue e de medula óssea

Para Dezembro
as sessões de Colheitas de Sangue vão decorrer nos Dias 6, 13 e 20 entre as 15:00 horas e as 19:30 horas, ainda nos dias 9, 23 e 30 entre as 9 horas e as 13 horas no Posto Fixo da ADASCA, localizado no Mercado Municipal de Santiago, 1º. Piso, em Aveiro. Compareçam, não deixem de convidar os vossos familiares e amigos.

Lembramos que o Mercado Municipal de Santiago dispõe de excelentes para estacionamento das viaturas, como ainda um Parque de Estacionamento Subterrâneo onde podem deixar as viaturas, livre de ser multado.

Todas as pessoas interessadas em aderir pela primeira vez à dádiva de sangue, estão convidadas a comparecer, fazendo-se acompanhar do Cartão de Cidadão ou do seu substituto de forma a facilitar a inscrição junto do administrativo do IPST, o mesmo deve acontecer com os dadores regulares. Não se deve doar sangue em jejum, deve-se sim, tomar o pequeno-almoço com exclusão de bebidas alcoólicas. Doar sangue não cria habituação, não emagrece nem engorda, bem pelo contrário, faz bem à saúde.

Lembramos que é necessário efectuar duas dádivas no ano económico para continuar a beneficiar da isenção das taxas moderadoras, ainda que só sejam válidas nos Centros de Saúde (cuidados primários), através da apresentação da Declaração emitida pelos Administrativos do IPST, devendo os dadores guardar uma cópia da referida dádiva.

O sangue é necessário todos os dias, todos sabemos disso. O Sangue não se fabrica artificialmente. O Sangue corre nas suas veias. É saudável? Dê Sangue! Ajude os outros… Poderá ser você mesmo a precisar de ajuda! Doar sangue e medula óssea é um gesto solidário que ajuda a salvar vidas. Não fique indiferente.

Dádiva a dádiva… E a vida recomeça num adulto ou numa criança! Saiba como, quando e onde pode dar Sangue em Aveiro, contacte-nos pelos meios abaixo indicados.

Deixe-se levar pelo Coração. Dê Sangue, porque dar sangue é dar vida. Os questionários para a dádiva de sangue, são distribuídos pela ADASCA no local a partir das 8:00 horas, para adiantar o atendimento dos dadores. O Sangue é "a água necessária" que faz correr o rio da vida! (Elsa Oliveira). Esta jovem já nos deixou… fisicamente. Paz à sua alma.

NOTA: Artigo 7.º - Ausência das actividades profissionais
1 — O dador está autorizado a ausentar-se da sua actividade profissional pelo tempo necessário à dádiva de sangue, a Lei confere essa permissão, devendo o dador posteriormente fazer prova à entidade empregadora mediante a declaração que deve ser pedida no local onde se efectua a dádiva.

Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 27 de agosto de 2012, Lei n.º 37/2012 de 27 de Agosto, Estatuto do Dador de Sangue.

Amem a liberdade, sejam felizes.
Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
Telef: 234 095 331 (Sede) ou 964 470 432

Coordenadas GPS:
N 40.62659
W -8.65133

Nota: Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro

“É muito fácil culpar o jornalismo” pelo Brexit ou a eleição de Trump

O ambiente é de desconfiança em relação aos jornalistas, reconhece a presidente do Index on Censorship. Uma série de escândalos, com factos reportados erradamente, levaram a este cenário.
A cortina de ferro já vai longe, mas a censura encontrou novas formas de se manifestar, mesmo em países que temos por democráticos. Aliás, “nos últimos anos, países democráticos estão, cada vez mais, a adotar práticas autoritárias”. A visão é de Jodie Ginsberg, presidente do Index on Censorship, o órgão que mede a liberdade dos meios de comunicação por todo o mundo.
A antiga jornalista da Reuters passou por Portugal para participar no Web Summit e o ECO aproveitou o momento para conversar sobre censura, discurso de ódio, o estado do jornalismo e a liberdade de expressão no mundo online. O panorama é marcado por um ambiente de desconfiança em relação aos jornalistas, também por culpa dos próprios, e de hostilidade por parte de poderosos como Donald Trump. Mas Jodie Ginsberg está otimista. “Há um futuro para jornalismo de investigação forte e independente”, acredita.
Jodie Ginsberg, presidente do Index on Censorship, fala numa cada vez maior repressão em países livres.Diarmuid Greene / Web Summit

O Index on Censorship foi criado há 45 anos. O que mudou desde então no campo da liberdade de expressão?

Vimos uma grande liberalização nos últimos 45 anos, mas, ao mesmo tempo, nos tempos recentes, vimos uma certa perda de alguns dos progressos que foram alcançados, particularmente nos anos que se sucederam à queda do Muro de Berlim. Quando o Index on Censorship começou, foi porque os dissidentes soviéticos, por trás da sua própria cortina, queriam encontrar formas de fazer ouvir as suas vozes. Infelizmente, ainda hoje, em sítios como a Rússia e também na Hungria ou Polónia, dissidentes, escritores e meios de comunicação independentes lutam contra opressão muito grave. O que notámos nos últimos anos é que países democráticos estão, cada vez mais, a adotar práticas autoritárias. A Turquia também é um bom exemplo disso. Ainda que vejamos, sobretudo na Internet, muito mais gente capaz de falar — as pessoas têm “avenidas” para falar que nunca tiveram antes –, também estamos a ver cada vez mais repressão, em países livres, onde pensávamos que tínhamos alcançado a liberdade de expressão.

A censura de hoje é a mesma que existia nos anos 70?
Assume formas diferentes. Há países onde ainda são praticadas formas tradicionais de censura. Sítios como o Irão ou a China, onde há entidades responsáveis por olhar para filmes e cortar ou proibir alguns tipos de conteúdos, por exemplo. Mas a censura também mudou. Temos novas formas de comunicação, que não tínhamos na década de 70. Os governos e outras entidades estão a usar a Internet para controlar a liberdade de expressão, através da vigilância. Vemos também notícias de que se recorre à máfia para silenciar outros.
Como é que a censura se manifesta em países onde não esperamos que ainda exista?
Há um impulso crescente da censura nas democracias, bem como uma intolerância crescente para com opiniões diferentes das nossas. A grande maravilha da liberdade de expressão é que permite que toda a gente se exprima livremente, mas temos de estar abertos a viver com a visão de pessoas com quem discordamos e que consideramos ofensiva. Uma das coisas que se nota nos movimentos de populismo é que são altamente intolerantes em relação aos pontos de vista de outras pessoas e usam “máfias” para as calar. Estamos a ver estes movimentos em países onde achávamos que tínhamos liberdade de expressão, como o Reino Unido ou os Estados Unidos. Também há governos a fazerem esta pressão. Se pensarmos em alguém como Donald Trump, ele fala como um clássico autoritário. Donald Trump fala como um ditador quando diz que os meios de comunicação independentes dão fake news. Está a usar exatamente a mesma linguagem que um ditador usa.

Também atua como um?
As palavras, quando são usadas por pessoas em cargos de autoridade, têm um impacto adicional. Não está a atuar como um ditador no sentido tradicional, uma vez que não que não fechou jornais, que é uma coisa que acontece em sítios como o Azerbaijão ou a Eritreia, onde não há meios de comunicação independentes. Isso é um regime autoritário clássico. Ele não fechou o New York Times ou o Washington Post. Mas a sua narrativa contínua e repetida, que diz que “qualquer meio de comunicação de que eu não gosto é falso”, cria um ambiente em que as pessoas desconfiam dos jornalistas e, quando se começa a desconfiar de jornalistas, também se abrem “avenidas” para que estes sejam atacados, seja verbalmente ou fisicamente.
Há governantes à imagem de Trump na Europa?
Estamos a ver esse tipo de linguagem, sobretudo, em países como a Hungria e as Polónia, mas também já se vê essa linguagem no Reino Unido. Os políticos britânicos já usaram termos como “fake news” para descrever meios de comunicação com os quais não concordam. O país mais preocupante na nossa região é a Turquia, porque parece conseguir atacar os jornalistas com absoluta impunidade. Pense no número de jornalistas que estão presos, sem que ninguém faça qualquer tipo de pressão sobre a Turquia. Isso também é preocupante: que os outros países não sejam capazes de exercer esse tipo de pressão moral, que até estávamos habituados a ver há algumas décadas.
Usar o discurso de ódio contra quem o profere é a forma mais eficaz de combatê-lo, argumenta Jodie Ginsberg.Diarmuid Greene / Web Summit
Defende que não devemos banir qualquer tipo de discurso, incluindo discurso de ódio, que tem vindo a crescer com a ascensão de grupos extremistas e populistas. Já vimos isto acontecer antes, por exemplo, com o Holocausto. Não devíamos já ter aprendido a lição e impor algum tipo de limite?
A comparação com o Holocausto é muito interessante. Havia leis relativas ao discurso de ódio na Alemanha pré-nazi. Isso não parou os nazis. Banir o discurso de ódio não impede que as ideias se tornem em ações, infelizmente. Acredito que é muito melhor combatermos esses pontos de vista com abertura. Silenciar as pessoas e impedi-las de expressar essas visões não faz com que essas visões se vão embora. Aliás, muito frequentemente, só as torna mais populares. O facto de, na Europa, por exemplo, estarmos a tentar alargar leis contra o discurso de ódio não vai fazer com que a misoginia desapareça. Trata-se de mudar mentalidades e atitudes, o que exige um debate aberto. Não significa que não devam existir leis contra a discriminação, mas as leis de discurso são sempre a coisa mais fácil a que se recorre quando procuramos atacar um problema muito difícil e complexo. Não é assim que devem ser abordados esses problemas.

Banir as pessoas de falar, de se expressar, não impediu o neo-nazismo na Alemanha. Denunciar esses indivíduos e usar os seus discursos e ações contra eles são os mecanismos mais eficazes. Há uma excelente iniciativa na Alemanha, por exemplo, que angaria dinheiro de cada vez que há uma marcha neo-nazi, encorajando as pessoas a patrocinar a marcha; por cada quilómetro que a marcha avança, o dinheiro vai para organizações que combatem o neo-nazismo. É um combate brilhante ao discurso de ódio.
Em 2017, o Index on Censorship identificou 570 ameaças ao jornalismo por todo o mundo, desde censura a ameaças físicas. O público tem noção dos limites que se impõem a esta atividade e do quão difícil é fazer passar algum tipo de informação?
O público está mais consciente disto. Há cada vez mais incidentes deste tipo. O número de jornalistas que foram feridos em protestos, por exemplo, ou o facto de um correspondente sénior do Reino Unido ter de ter um guarda-costas. As pessoas estão mais conscientes. Mas, ao mesmo tempo, a confiança nos jornalistas está em mínimos históricos. Estamos a atuar num ambiente muito desafiante. Por um lado, os ataques aos jornalistas aumentam e, por outro, a confiança neles diminui. Essas duas coisas estão ligadas. As pessoas não sentem que os jornalistas devam ter proteção extra, não sentem que a profissão de jornalista deva ser respeitada e protegida.
Porque é que o público já não respeita os jornalistas?
Numa série de casos, houve escândalos a envolver jornalistas, que reportaram os factos inadequadamente, ou houve notícias que as pessoas consideram demasiado intrusivas, ou não baseadas em factos, ou os jornalistas ou os meios de comunicação não foram rápidos o suficiente a corrigir os erros de forma aberta. As pessoas não sentem, por causa desses diferentes escândalos, que os jornalistas tenham sempre agido de forma ética. Essa é parte do problema. Outra parte é uma perda geral de confiança em várias entidades, como políticos. Há muitas instituições que perderam autoridade nos anos recentes, e o jornalismo faz parte dessa tendência.

As empresas de media não têm de dinheiro e veem-se obrigadas a recorrer a grupos privados, o que compromete a independência e a liberdade. Como se dá a volta a isso?
A pluralidade dos media é um grande desafio. Uma das razões pelas quais as pessoas desconfiam dos meios de comunicação é que veem-nos como sendo controlados por grandes barões com agendas políticas específicas. Mas até estou bastante confiante. Uma área em que estão a fazer-se desenvolvimentos muito interessantes é que há cada vez mais investimento em jornalismo de investigação. Tivemos os Paradise Papers e os Panama Papers. Há excelente jornalismo de investigação a acontecer e a receber investimento. Tenho esperança de que isso, combinado com o aparecimento de organizações de verificação de factos, signifique que há um futuro para jornalismo de investigação forte e independente.
O jornalismo influenciou acontecimentos como a eleição de Trump ou o Brexit? Se a cobertura tivesse sido diferente, os resultados teriam sido outros?
É muito fácil, e até preguiçoso, culpar os meios de comunicação por estes resultados. Os Estados Unidos têm um cenário de media muito pluralista. As pessoas tinham acesso a diferentes pontos de vista. O facto de não os procurarem não é muito diferente do que acontecia há 30 anos. Se olharmos para trás, as pessoas liam apenas um jornal, com um ponto de vista. Agora retiram os pontos de vista do Facebook, não é muito diferente. Mas acredito que os meios de comunicação nem sempre são corajosos o suficiente para desafiar a falta de verdade. Há, frequentemente, um esforço pelo equilíbrio. Temos de ser equilibrados, de dar o mesmo peso a todas as opiniões. Se uma for factualmente incorreta, não fazemos nada em relação a isso. Como jornalistas, essa é uma das nossas responsabilidades, ser corajosos e desafiar as pessoas que estão a dizer mentiras, e nem sempre fizemos isso. Mas isso está a mudar.

Falou, nesta edição do Web Summit, sobre a relação entre a liberdade e a segurança na Internet. Como maximizamos uma sem comprometer a outra?
Estou cada vez mais preocupada com a nossa capacidade de nos expressarmos livremente na Internet. Os governos perceberam que não podem controlar as narrativas online e gostariam de conseguir fazê-lo. Por isso, estão a pressionar as empresas ligadas à Internet para fazerem o trabalho de governos, policiando o que fazemos online. Há riscos para a nossa liberdade de expressão, particularmente em países onde os governos não são particularmente tolerantes. Também temos de saber muito mais sobre o que as empresas estão a fazer com a nossa informação, e ser muito mais conscientes sobre o que estamos a partilhar e como é que isso pode ser usado. Há responsabilidade da nossa parte em estar mais conscientes disso, uma responsabilidade das empresas e uma responsabilidade dos governos em não delegar toda a segurança nacional em empresas privadas não eleitas.
Fonte: ECO
https://eco.pt/entrevista/e-muito-facil-culpar-o-jornalismo-por-eventos-como-o-brexit-ou-a-eleicao-de-trump/

Embarcação naufragada na Figueira da Foz foi encontrada

Embarcação naufragada na Figueira da Foz foi encontrada
O naufrágio causou a morte a três pessoas.

A embarcação de pesca que naufragou quarta-feira ao largo da Figueira da Foz foi hoje encontrada a 80 metros de profundidade pelos meios envolvidos nas operações de busca, disse fonte da Marinha.

"Encontrámos a embarcação. Está a oitenta metros de profundidade, adornada e com as redes enleadas na popa. Não há indícios que tenha sido abalroada, está intacta, não está partida", disse à agência Lusa Pedro Coelho Dias, porta-voz da Marinha.

De acordo com a mesma fonte, o pescador ainda desaparecido não estará dentro da embarcação com cerca de nove metros de comprimento e a família já foi informada desse facto.

A embarcação de pesca "Veneza" naufragou na madrugada de quarta-feira a cerca de 20 quilómetros da costa da Figueira da Foz. Aquando do naufrágio estavam a bordo quatro pessoas, sendo que as autoridades já recuperaram três corpos.

Fonte: Lusa
Foto: © Global Imagens

Manhã de domingo: Populismos: querem os homens ser iguais a deuses?

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Manhã de domingo

As principais notícias do dia
Bom dia!
O Observador faz a pré-publicação do novo livro de Jaime Nogueira Pinto, "Bárbaros e Iluminados: populismo e utopia no século XXI", sobre os líderes e os regimes que ambicionam tudo.
Na semana em que o casamento do príncipe Harry foi anunciado, a utilidade da família real britânica voltou a ser questionada. O que importa o próximo casamento real num país à beira do Brexit?
O ministro da Educação não está satisfeito com o "reality show" em que o futebol se transformou e admite - ainda que em último recurso - que o Governo possa aplicar sanções mais pesadas.
O vídeo foi divulgado numa exposição de arte em 2015, mas só agora se soube que foi gravado numa câmara de gás de um campo de concentração na Polónia. Sobreviventes e descendentes estão indignados.
O Presidente norte-americano afirmou este sábado que o seu ex-conselheiro Michael Flynn, que assumiu ter mentido ao FBI na investigação sobre a ingerência russa, nada fez de ilegal durante o processo.
A missão norte-americana na ONU informou António Guterres que os EUA "terminaram a sua participação no pacto mundial sobre a migração". O acordo visava melhorar gestão internacional deste movimentos.
A bordo do barco de pesca estavam 22 pessoas. O barco naufragou depois de colidir com uma embarcação de reabastecimento, ao largo da cidade de Incheon. Duas pessoas estão desaparecidas.
Tanto o Tribunal Penal Internacional como as autoridades holandesas estão a investigar o suicídio do general bósnio croata Slobodan Praljak, que ingeriu cianeto durante uma sessão em Haia.
Um grupo de amigos portugueses lançou em Agosto uma escova de dentes feita de bambu. A The Bam & Boo Toothbrush exporta para 30 países e quer tornar os objetos do quotidiano mais amigos do ambiente.
A autobiografia de Caetano Veloso, marco da literatura no Brasil, chega a Portugal com um capítulo inédito, onde podemos entrar na cabeça do baiano em 2017, ano em que voltou para o ativismo político.
Funeral de Zé Pedro realizou-se esta tarde e foi reservado à família. Missa de corpo presente foi nos Jerónimos. Parlamento vai decidir forma de homenagem que respeite a vontade do músico, diz Ferro. 
Opinião

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Felizmente o dr. Rio dá uma ajuda: a comissão de honra e a lista de apoios declarados, repletos do pior entulho oligárquico que o partido produziu em décadas, são quase um manifesto favorável ao rival

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
“Os católicos continuam a desempenhar um importante papel. Na escola, na saúde, na solidariedade social, na cultura, na ciência, na tecnologia”. E na política?

Diana Soller
Os EUA estão reféns da China e da sua política uma no cravo outra na ferradura. E, como se vê, não havia pior altura para Navarro ter ganho a Tillerson. Perderam os Estados Unidos e perdeu o mundo.

Rui Ramos
Belmiro de Azevedo foi, enquanto empresário, um dos agentes da democratização social e económica de Portugal. Como poderiam os comunistas perdoar-lhe?

Jorge Barreto Xavier
Deixou de haver inocentes na política portuguesa. Catarina Martins pode verter lágrimas sobre o orçamento da Cultura. Mas ela é tão responsável por ele como o PS e o PCP.
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