“Una importante especie biológica está en riesgo de desaparecer por la rápida y progresiva liquidación de sus condiciones naturales de vida: el hombre.
(...)
Cesen los egoísmos, cesen los hegemonismos, cesen la insensibilidad, la irresponsabilidad y el engaño. Mañana será demasiado tarde para hacer lo que debimos haber hecho hace mucho tiempo”.
(DISCURSO PRONUNCIADO EN RÍO DE JANEIRO POR EL COMANDANTE EN JEFE EN LA CONFERENCIA DE NACIONES UNIDAS SOBRE MEDIO AMBIENTE Y DESARROLLO, EL 12 DE JUNIO DE 1992.) – Ligação vídeo em baixo.
1- Hoje, dia 11 de Agosto de 2017, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo em Luanda, desfilaram sob os nossos olhos alguns dos painéis possíveis sobre a memória, os ensinamentos, a sensibilidade e o amor rigoroso do povo cubano e do Comandante Fidel por toda a humanidade, filtrado no respeito pelo planeta azul, nossa “casa comum”…
Aqui e agora, em Angola, a Operação Carlota (
http://www.granma.cu/granmad/secciones/30_angola/artic01.html) continua por via da educação, por via da saúde, por via da expressão daqueles que Cuba Revolucionária contribuiu solidariamente para arrancar às trevas… testemunhámo-lo num anfiteatro cheio de entidades capazes de dar seguimento à longa batalha pelas ideias, para dar sequência à lógica com sentido de vida sem se perder emoção e criatividade, mesmo que haja que enfrentar tanta barbárie resultante da subversão do que deveria ser a civilização ao alcance do século XXI…
Muitos feitos foram lembrados, muitas estatísticas foram apresentadas e Cuba salientou como sua própria “prova de vida” o seu empenho na longa luta contra o subdesenvolvimento, no seguimento da história contemporânea de libertação de África do colonialismo, do “apartheid” e de muitas sequelas que se arrastam do passado (
http://paginaglobal.blogspot.com/2017/03/maturacao-da-amizade-afro-cubana.html).
2- O Comandante Fidel, enquanto homem de vanguarda, adiantou-se nos conceitos críticos sobre o estado do mundo e da humanidade…
A esse propósito, lembro, há 25 anos, naquele Rio de Janeiro madrugador e disposto a um inevitável ponto de situação sobre o homem e o planeta, o Comandante Fidel alertava para o que hoje considerei como a “MODERNIDADE GASEIFICADA” em que se estava já a cair, quando a lógica com sentido de vida era apenas um embrião para uma vanguarda que perseguia e persegue, um outro destino para a humanidade e para a Mãe Terra!...
São ainda poucos, os que detêm as rédeas do mundo, capazes de entender e levar à prática o sentido estratégico dessa mensagem lúcida, ainda que compelidos por uma corrida contra o tempo que está cada vez mais longe de estar ganha!...
São ainda poucos os que ousam em consciência ter a percepção da saga comum do Movimento de Libertação em África e da Revolução Cubana, trilhada de Argel ao Cabo “da Boa Esperança”...“Precisamente no sentido inverso ao projetado pelo império anglo-saxónico sob inspiração de Cecil John Rhodes… do Cabo ao Cairo…” (
http://paginaglobal.blogspot.com/2016/12/de-argel.html).
3- Sentimos os riscos aqui em África quando o percurso libertário se tornou realidade de norte para sul seguindo a verticalidade do meridiano…
Sentimos os riscos num dos continentes que mereceu a atenção dialética e substantiva do Comandante Fidel, onde os maiores desertos quentes do planeta avançam imparáveis, diminuindo a área de um dos pulmões tropicais do globo…
Os desertos avançam e condenam as tão frágeis culturas africanas a cada vez mais tensões esgotantes, a conflitos artificiosos e a guerras intermináveis, em disputa de espaço vital e de acesso à escassa água interior!...
A partir do discurso do Comandante no Rio de Janeiro, sem dúvida que há que reequacionar e reinterpretar o que antropologicamente se passa com o continente africano, berço da humanidade, em função das razões causais das tensões, conflitos e guerras disseminadas continente fora, bem como das migrações forçadas que esses fenómenos estão a gerar.
A pressão sobre a Região fulcral dos Grandes Lagos, onde além das enormes reservas de água interior, rios fabulosos como o Nilo, o Congo e o Zambeze têm suas nascentes e cursos iniciais, tem aumentado inexoravelmente, apesar da relativa lucidez duns poucos, impotentes para fazer face a fenómenos que ultrapassam as anémicas potencialidades das respostas comuns africanas, quantas vezes aproveitadas nas suas “correntes quentes”, pelas longas asas do condor.
4- O relacionamento dos factores físico-geográfico-ambientais com os factores humanos em Angola, reproduz a nível do território do país a similar à escala da mais ampla situação continental.
Em Angola há riscos das áreas desérticas, ou desertificadas por acção humana, poderem avançar e tomar de assalto a Região Central das Grandes Nascentes, por que os impactos da terapia neoliberal não foram sustidos nos seus apetites mais vorazes em relação à preservação da vitalidade da água interior, quando não se podem perder de vista as projecções geoestratégicas de desenvolvimento sustentável.
Urge adoptar uma geoestratégia a muito longo prazo de desenvolvimento humano, com fundamento no relacionamento dos factores físico-geográfico-ambientais com os factores humanos, tendo como base a distribuição da água interior do país e o facto do centro geográfico do“quadrado” angolano coincidir com a Região Central das Grandes Nascentes, conforme tenho vindo a sublinhar de há alguns anos a esta parte (
http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/01/geoestrategia-para-um-desenvolvimento.html).
Urge agregar a essa geoestratégia as universidades do país, que precisam ser incentivadas para a investigação multissectorial e tendo em conta que a inteligência nacional precisa ser equacionada nessa via, pondo fim à ignorância que os angolanos possuem do seu próprio território e espaço vital.
Os angolanos ficaram muito satisfeitos, mas pouco foi feito sobre o imenso trabalho de investigação que deve recair sobre as nossas próprias universidades e institutos superiores espalhados pelas capitais provinciais do país (salvo os polos universitários do Cuito Cuanavale e da Universidade Agostinho Neto)!
Nesse caminho há que mobilizar a imensa competência cubana em relação pelo menos às questões ambientais), tendo como alvo a mobilizar a juventude angolana, há que alterar os parâmetros sócio-político-administrativos, com implicações multissectoriais no conhecimento e na gestão corrente do próprio estado… e todavia tudo parece que se vai passando ainda como se atavicamente a âncora colonial, nos seus múltiplos processos mentais de assimilação, nos prendesse ainda ao passado!
A batalha das ideias e do conhecimento que nos propõe o Comandante Fidel, conforme à sua memória e ao seu memorável discurso no Rio de Janeiro, pronunciado a 12 de Junho de 1992, merece em Angola um reequacionamento ao nível da inteligência científica do país e das aspirações nacionais, de África e de todos os povos que compõem a humanidade!
Fotos e ilustrações:
- Memória e ensinamentos do Comandante Fidel;
- Mesa Redonda de 11 de Agosto de 2017 em Luanda sobre o papel do Comandante Fidel, da revolução Cubana e do povo cubano em África.