sábado, 1 de agosto de 2020

ANADIA: Se comprou bilhetes para os “Concertos de Outono”, deve trocar seus bilhetes “o mais breve possível”

Face ao surto pandémico do Covid-19, o Município de Anadia viu-se obrigado a adiar os espetáculos agendados para o primeiro semestre deste ano, nomeadamente os “Concertos de Primavera”, agora denominados de “Concertos de Outono” (Luís Represas, Olavo Bilac e Camané & Mário Laginha) e a comédia “Ding Dong”, tendo os mesmos sido reagendados para o último quadrimestre do corrente ano.
De acordo com a orientação da Direção Geral de Saúde (DGS) a lotação do Cineteatro Anadia foi reduzida para metade, com o cumprimento de medidas especificas para segurança das pessoas, nomeadamente no que diz respeito à ocupação de lugares.
Assim sendo, a Câmara de Anadia solicita às pessoas que já adquiriram os respetivos bilhetes para algum destes espetáculos, na bilheteira do Cineteatro Anadia ou nos Postos Bol (exceto internet), que se dirijam, o mais breve possível, à bilheteira do Cineteatro a fim de proceder à troca do seu bilhete, de acordo com as novas regras.
Horário da bilheteira: Sextas e Sábados – 20h00 às 23h00
Para mais informações, contactar o Serviço de Cultura e Desenvolvimento Turístico do Município de Anadia, através do telefone 231 510 730, ou via email: cul.turismo.anadia@gmail.com.

Câmara de Águeda abre concurso público para construção de infraestruturas na área do Parque Empresarial do Casarão

Intervenção implica um investimento de 3,5 milhões de euros, contando com um apoio de fundos comunitários. 

A Câmara Municipal de Águeda aprovou, na quinta-feira, em reunião do Executivo extraordinária, a abertura do concurso público para a construção de infraestruturas na área de implantação do Parque Empresarial do Casarão (PEC), por 3.343.087,35 euros (acrescidos de IVA), contando com um apoio de fundos comunitários, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro – Centro 2020. 

“Pretendemos, com esta intervenção, potenciar a instalação de empresas de maior dimensão e atrair cada vez mais empresas para o nosso concelho que desejam instalar-se aqui e precisam de espaço”, referiu Jorge Almeida, Presidente da Câmara de Águeda, argumentando que a Autarquia está a procurar dar resposta às necessidades do mercado. “Queremos ser capazes de captar cada vez mais investimento para o nosso concelho, atraindo empresas e potenciando a criação de riqueza e de emprego”, declarou o Edil. 

Esta intervenção permitirá melhorar as estradas e demais infraestruturas do PEC, em linha com as conclusões da “Estratégia para a Inovação e a Especialização Inteligente de Águeda (S3)”, que determina uma aposta do Município no aproveitamento da especialização da mão-de-obra, bem como na criação/consolidação de “clusters” predominantemente voltados para a exportação de bens, atraindo novas empresas e contribuindo, como tal, para o desenvolvimento da economia local, regional e nacional. 

Refira-se que, neste momento, já estão em curso obras de construção dos acessos ao PEC, que permitirá um rápido e adequado acesso à estrutura viária principal. Tendo em conta a sua localização estratégica, a rede viária foi dimensionada para garantir não só uma articulação eficaz entre as vias principais assim como uma distribuição e acesso aos vários lotes.

Determinada a causa do acidente do Alfa Pendular: Veículo de Conservação de Catenária passou sinal vermelho e entrou na linha

O Veículo de Conservação de Catenária (VCC), que foi abalroado na sexta-feira pelo comboio Alfa Pendular, em Soure, distrito de Coimbra, passou um sinal vermelho e entrou na Linha do Norte, refere hoje o organismo responsável pela investigação. Falta saber porque é que tal ação foi tomada.
Segundo uma Nota Informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, o VCC “do gestor da infraestrutura tinha marcha estabelecida para a sua deslocação entre o Entroncamento e Mangualde”, era tripulado por dois trabalhadores (as duas vítimas mortais) e “não iria realizar quaisquer trabalhos no decurso da sua viagem”.
Pelas 15:12, explica o GPIAAF, o VCC parou na via de resguardo da estação de Soure a aguardar pela passagem do Alfa Pendular mas, alguns momentos depois, “por razões, que neste momento estão indeterminadas e que serão aprofundadas no decurso da investigação, o VCC reinicia a sua marcha, ultrapassando o sinal que se mantinha com aspeto vermelho”.
“Os VCC, tal como a generalidade dos veículos de manutenção de via no nosso país, não estão equipados com o sistema CONVEL, motivo pelo qual não foi desencadeada a frenagem automática resultando na consequente imobilização do VCC 105 antes de atingir um ponto de perigo”, sublinha a Nota Informativa.
A investigação conta que o atravessamento da estação de Soure pelo Alfa Pendular “foi feito à velocidade prevista de cerca de 190” quilómetros hora, momento em que os maquinistas visualizaram o sinal vermelho na linha[I] do Norte (sinal passou de verde para vermelho porque o VCC entrou na linha I) e o VCC a convergir para a via em que circulavam.
Após a ultrapassagem do sinal vermelho pelo VCC às 15:25, o sinal da linha I passou automaticamente a vermelho.
Desde a entrada do VCC na Linha do Norte até ao embate passaram 20 segundos.
O freio foi acionado, sem que tal pudesse impedir a colisão, a qual ocorreu às 15:26. Na sequência da colisão, descarrilaram os primeiros dois veículos do CPA 4005 [Alfa Pendular] e o VCC foi arrastado à sua frente durante cerca de 500 metros, até à imobilização do conjunto”, refere a nota.
O descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, no concelho de Soure, distrito de Coimbra, com 212 passageiros, provocou na sexta-feira dois mortos e 44 feridos, oito dos quais graves, segundo a última atualização do Comando Distrital de Operações (CDOS) de Coimbra.
Segundo a Infraestruturas de Portugal, estão a decorrer os trabalhos no seguimento do acidente. De acordo com a empresa, foi já “possível iniciar a remoção das composições” acidentadas e “em simultâneo decorrem também os trabalhos para reabilitação da via e da catenária”.
Contudo, “devido à complexidade dos trabalhos”, ainda não é “possível prever quando será restabelecida a circulação na Linha do Norte”.
Quarenta e um dos 44 feridos do descarrilamento do comboio Alfa Pendular já tiveram alta e os outros três permanecem internados, disseram hoje à Lusa fontes hospitalares.
Em declarações à Agência Lusa, o gabinete de relações públicas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), refere que dos 28 feridos que deram ali entrada, 25 já tiveram alta clínica e os restantes três permanecem internados.
Um doente está internado na medicina intensiva (o caso que inspira mais cuidados) e dois estão na unidade de cuidados cirúrgicos intermédios”, disse a mesma fonte.
Quanto aos 12 feridos que foram transportados para o Hospital Distrital da Figueira da Foz já tiveram todos alta hospitalar, segundo informações do gabinete de relações públicas daquela unidade.
Dos 44 feridos, quatro tiveram alta no local, 28 foram transportados para o CHUC, incluindo três crianças, e 12 foram assistidos no Hospital da Figueira da Foz.
O comboio seguia no sentido sul - norte com destino a Braga e o descarrilamento ocorreu após o embate entre o Alfa Pendular e uma máquina de trabalho, perto da vila de Soure, junto à localidade de Matas.
As duas vítimas mortais eram os únicos ocupantes da máquina da Infraestruturas de Portugal, de acordo com o comandante distrital de operações de Coimbra, Carlos Luís Tavares.
Lusa / Madremedia

Férias no interior do país levam a aumento do número de afogamentos em zonas fluviais

Desde o início do ano, já morreram 30 pessoas por afogamento em rios, estuários e barragens em Portugal. São mais nove do que no mesmo período em 2019 e o aumento está associado ao avolumar de pessoas a passar férias no interior do país para fugir à pandemia.
O ano está a revelar-se mais mortal no que toca ao número de afogamentos em zonas fluviais no interior do país. É a conclusão tirada pelo Observatório do Afogamento criado pela Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores, citado pelo Jornal de Notícias.
De acordo com este órgão, de janeiro a junho deste ano registaram-se 21 afogamentos, sendo que só em julho foram mais nove. De todos os casos, apenas dois ocorreram em espaços com vigilância, tendo todos os outros acontecido em zonas sem nadadores-salvadores.
Os números são significativos face a 2019, quando ocorreram 15 afogamentos entre janeiro e junho desse ano, somando-se mais seis em julho.
O aumento, diz Alexandre Tadeia, presidente da FEPONS, é "preocupante" e estará relacionado com o aumento de turistas no interior do país para fugir à pandemia ao procurar zonas mais isoladas.
"As pessoas fogem para o interior porque as piscinas não abriram e por julgarem que as praias marítimas terão maior lotação", disse o responsável ao JN, acabando por ir para zonas que não conhecem e sem vigilância.
Desde o início do ano, a Autoridade Marítima Nacional registou dois salvamentos em praias fluviais vigiadas e três em praias não vigiadas.
Madremedia

Morreu o historiador Joaquim Veríssimo Serrão

Morreu o historiador Joaquim Veríssimo Serrão - JN
O historiador Joaquim Veríssimo Serrão, de 95 anos, morreu na sexta-feira à noite num lar em Santarém, disse hoje à agência Lusa o seu filho Vítor Serrão.
O meu pai, que estava doente há vários anos, foi um eminente historiador, pedagogo, investigador e académico que deixa uma obra monumental, como a História de Portugal da Editorial Verbo, que contribuiu para renovar a historiografia em Portugal e a formar muitos jovens investigadores”, afirmou Vítor Serrão.
Segundo Vítor Serrão, o legado que fica da obra do pai, “além da abundante bibliografia, é, justamente, a marca pedagógica, porque formou uma quantidade de alunos, incluindo futuros investigadores, arquivistas, gente ligada à Cultura, que teve o privilégio de conviver com o magistério do meu pai”.
Joaquim Veríssimo Serrão nasceu em Tremês, no Ribatejo, em 08 de julho de 1925, e deixa dois filhos, Vítor e Adriana, ambos docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
“Nas mensagens que me foram transmitas é de destacar o elogio unânime de quem o teve como professor e com ele aprendeu a amar a História”, adiantou Vítor Serrão, destacando que a obra do pai “estende-se além-fronteiras e contribuiu para destacar o perfil da História de Portugal no contexto ibero-americano e no contexto geral da Europa”.
Na sua página na rede social Facebook, Vítor Serrão escreveu: “Porque não encontro as palavras certas para exprimir o sentimento da perda e a dor da ausência, limito-me a partilhar a notícia da morte de meu Pai, Prof. Joaquim Veríssimo Serrão (1925-2020), historiador, ensaísta, académico e homem de cultura, que ocorreu em Santarém no final do dia de hoje, 31 de julho, uma sexta-feira de tão triste memória…”.

Uma vida dedicada à História

Joaquim Veríssimo Serrão é autor de uma vasta obra historiográfica, na qual avulta a sua História de Portugal, em 19 volumes, que terminou em 2011.
O foco da investigação histórica de Veríssimo Serrão foi a participação dos humanistas portugueses na cultura europeia do século XVI, a história local, com particular atenção por Santarém, concelho de onde era natural, a formação do Brasil, a questão epistemológica da historiografia portuguesa, alguns personagens que se destacaram na vida política portuguesa nas últimas décadas do Antigo Regime (século XVIII) e o início do Liberalismo (século XIX).
Nascido em Tremês, no Ribatejo, em 8 de julho de 1925, Joaquim Veríssimo Serrão licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1948. Um ano antes dera à estampa “Ensaio Histórico sobre o Significado da Tomada de Santarém aos Mouros em 1147”, e estreia-se, em 1948, como conferencista, apresentando “A mundividência na poesia de Guilherme de Azevedo”.
Em 1950 partiu para Toulouse, no sudoeste de França, onde foi leitor de Cultura Portuguesa da universidade local. Durante este período contactou com lusitanistas como Paul Teyssier, León Bourdon e Jean Roche. Durante esta estada publicou “A Infanta D. Maria (1521-1570) e a sua Fortuna no Sul da França” e dá a conhecer investigações sobre António de Gouveia, Francisco Sanches, Diogo de Teive, Manuel Álvares e outros letrados portugueses que frequentaram aquela universidade.
Em 1957 defendeu a tese de doutoramento na Universidade de Coimbra, intitulada “O Reinado de D. António Prior do Crato: 1580-88”, e iniciou funções docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Na década seguinte, o historiador foi particularmente profícuo: além de dar aulas e conferências, publicou trabalhos sobre humanistas portugueses nas universidades de Salamanca, Montpellier e Toulouse, as relações externas entre Portugal e as cortes europeias no século XVI, o Brasil colonial (séculos XVI e XVII) e a crise dinástica de finais do século XVI.
Fez parte do grupo de colaboradores da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e do Dicionário da História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, onde assinou dezenas de entradas.
Entre 1967 e 1972, suspendeu a atividade docente, por ter sido nomeado diretor do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris. Nestas funções destacou-se na divulgação dos estudos portugueses, tendo, entre outros títulos, publicado “Arquivos do Centro Cultural Português”.
Em 1973 regressou a Portugal e ocupou a cátedra de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, da qual foi reitor até 1974, cargo do qual saiu após a Revolução de 25 de Abril.
Pouco depois, o historiador deu testemunho da sua amizade a Marcello Caetano, último presidente do Conselho de Ministros do regime corporativista, publicando “Confidências no Exílio” (1985) e “Correspondência com Marcello Caetano 1974-1980” (1994).
Desde 1975 até 2006 presidiu à Academia Portuguesa da História.
Joaquim Veríssimo Serrão foi sócio de mérito, membro honorário e correspondente de inúmeras sociedades científicas, portuguesas e estrangeiras, tendo recebido diferentes distinções, condecorações e prémios, bem como doutoramentos “honoris causa” por universidades francesas, espanholas e portuguesas.
Lusa / Madremedia
Imagem:JN

Ministério da Cultura avança com classificação da obra fonográfica de José Afonso

O Ministério da Cultura vai abrir um processo de classificação da obra fonográfica do músico José Afonso, como "conjunto de bens móveis de interesse nacional", foi hoje anunciado.
Esta é a primeira vez que a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) inicia um processo de classificação de uma obra fonográfica, revelou o Ministério da Cultura em comunicado, na véspera de se assinalar o 91.º aniversário do nascimento de José Afonso.
Segundo a tutela, o processo de classificação ajudará a "consolidar informação relativa à obra gravada, publicada ou não, do artista".
A decisão hoje anunciada surge um ano depois de o parlamento ter aprovado um projeto de resolução do Partido Comunista Português (PCP) que recomendava ao Governo a classificação da obra de José Afonso como de interesse nacional, com vista à sua reedição e divulgação.
Há um ano, também a Associação José Afonso (AJA) reuniu mais de 11 mil assinaturas numa petição pública que apelava à mesma decisão.
Na altura, em nota divulgada à Lusa, a família de José Afonso, detentora dos direitos da obra musical, manifestava o apoio à classificação da obra e recordava que estava a "colaborar diretamente com o Ministério da Cultura, desde 2018", para que se desenvolvesse o processo.
Espera-se que este processo resulte, não apenas no reconhecimento oficial da importância maior desta obra, mas também na sua eficaz proteção e preservação para as gerações vindouras", sustentou a família.
Ainda em 2019, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmava publicamente que não foi por falta de vontade que o processo de classificação não se iniciou mais cedo, mas porque não existia acesso às 'masters' e ao conteúdo das gravações originais de José Afonso.
Quando foi lançada a petição de pedido de salvaguarda, o presidente da AJA, Francisco Fanhais, explicava que se estava perante "um imbróglio jurídico", porque a Movieplay, a editora que detém os direitos comerciais da obra de José Afonso, estava "em situação de insolvência" e não se sabia "do paradeiro dos 'masters' das músicas gravadas pelo Zeca Afonso", comprometendo a sua reedição.
Com a decisão de abertura do processo de classificação, o Ministério da Cultura afirma hoje que "ficam também criadas as possibilidades técnicas e processuais para que qualquer cidadão possa, a partir de agora, propor a classificação de um bem ou de um conjunto de bens fonográficos".
Segundo a tutela, a possibilidade de se poder classificação um bem fonográfico faz parte de uma estratégia para o património sonoro, da qual constam medidas como "a criação de bases legais e técnicas relativas ao património sonoro, como é o caso do Arquivo Nacional do Som".
José Afonso nasceu em 02 de agosto de 1929 em Aveiro e começou a cantar enquanto estudante em Coimbra, tendo gravado os primeiros discos no início dos anos 1950 com fados de Coimbra, pela Alvorada, "dos quais não existem hoje exemplares", refere a associação na biografia oficial do músico.
Voz de um povo sofrido, voz de denúncia, voz de inquietude. Voz sinete da revolução de Abril", como descreve a AJA, José Afonso gravou álbuns como "Cantares do Andarilho", "Traz Outro Amigo Também", "Cantigas do Maio", "Venham Mais Cinco" e "Coro dos Tribunais".
Autor de "Grândola, Vila Morena", uma das canções escolhidas para anunciar a revolução de Abril de 1974, José Afonso morreu a 23 de fevereiro de 1987, em Setúbal, de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada cinco anos antes.
No domingo, dia em que José Afonso completaria 91 anos, será descerrada uma estátua em tamanho real do cantautor em Belmonte, por lá ter vivido em jovem.
Lusa / Madremedia

Brasil regista um défice público de 65,5 mil milhões de euros no primeiro semestre

O Brasil registou no primeiro semestre do ano um défice público de 402,7 mil milhões de reais (65,5 mil milhões de euros), valor que não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa, segundo informações divulgadas hoje pelo Banco Central brasileiro.
No mesmo período do ano passado, o défice primário do país somava 5,7 mil milhões de reais (930 milhões de euros).
O saldo negativo do setor público inclui o desemprenho das contas do Governo central, governos regionais, governos municipais e das empresas estatais.
O mau desemprenho das contas públicas do maior país da América do Sul foi provocado pela crise económica que acompanha a pandemia de covid-19. A doença foi detetada pela primeira vez no Brasil em fevereiro, já provocou mais de 90 mil mortos e mais de 2,5 milhões de infetados.
No acumulado em 12 meses, o resultado das contas públicas brasileiras chegou a 458,8 mil milhões de reais (74,6 mil milhões de euros), valor que representa 6,38% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Os dados indicam que tanto o resultado primário das contas públicas de janeiro a junho, quanto o saldo acumulado em doze meses até junho foram os piores já registados na série histórica do Banco Central, iniciada em dezembro de 2001.
Já o resultado nominal do setor público consolidado brasileiro, que soma ao resultado primário os juros apropriados, foi deficitário em 210,2 mil milhões de reais (34,2 mil milhões de euros) em junho, segundo o órgão emissor.
No acumulado em 12 meses, o défice nominal brasileiro alcançou 818,6 mil milhões de reais (133,1 mil milhões de euros), o que representa 11,38% do PIB do país.
O Banco Central informou que a dívida pública bruta do Brasil, que compreende o Governo Federal, o sistema de pagamento de pensões por reforma e os governos estaduais e municipais, era de 6,1 biliões de reais (um bilião de euros) em junho, equivalente a 85,5% do PIB do país.
Lusa

Benfica e FC Porto descem a ‘cortina’ sobre a mais longa temporada da história

Benfica e FC Porto disputam hoje a final da 80.ª edição da Taça de Portugal, que encerra a mais longa temporada futebolística da história, interrompida devido à pandemia de covid-19 e, posteriormente, retomada sem público nas bancadas.
De resto, a pandemia obrigou igualmente a uma alteração do local da partida, deixando o Jamor, que recebia a decisão ininterruptamente há 36 anos, desde 1983/84, e rumando a Coimbra, para que fossem respeitadas todas as condições de segurança impostas pela Direção-Geral da Saúde.
Na final, agendada para as 20:45, o FC Porto entra 'embalado' pela recente conquista do título de campeão nacional, o troféu primordial, enquanto o Benfica, vencedor da Supertaça no início da temporada, vem de três triunfos seguidos sob o comando de Nélson Veríssimo, que rendeu Bruno Lage na fase final do campeonato.
Os 'dragões' chegam a Coimbra após uma derrota, por 2-1, no reduto do Sporting de Braga, na derradeira ronda do campeonato, e têm como principal 'baixa' o médio colombiano Matheus Uribe, que se juntou a Iván Marcano na lista de lesionados.
Já o central Mbemba e o extremo Luís Díaz devem recuperar e ser opções para o técnico Sérgio Conceição.
Por seu lado, o Benfica, ainda invicto na 'era' Veríssimo (quatro triunfos e um empate) e motivado por um sempre saboroso triunfo no dérbi lisboeta com o Sporting (2-1), não poderá contar com o espanhol Grimaldo e, muito provavelmente, com Taarabt e Nuno Tavares, todos por lesão.
A final da 80.ª edição da Taça de Portugal vai ser disputada à porta fechada, a partir das 20:45, no Estádio Cidade de Coimbra, e terá arbitragem de Artur Soares Dias, da Associação de Futebol do Porto.
Lusa

Novas regras para o tráfego aéreo entraram hoje em vigor

As novas regras para o tráfego aéreo em Portugal entraram em vigor às 00:00 de hoje, dia em que são permitidas ligações aéreas com mais países, no âmbito do controlo da pandemia de covid-19.
A partir de hoje, duplica o número de países externos à União Europeia e ao Espaço Schengen que podem ter ligações aéreas regulares de e para Portugal por apresentarem um quadro epidemiológico positivo.
A lista de países inclui a Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Geórgia, Japão, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Tailândia, Tunísia e Uruguai.
O tráfego aéreo continua aberto com os países que integram a União Europeia, os países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça) e o Reino Unido.
O ministro da Administração Interna, Eduardo cabrita, já tinha referido que os voos de e para outros destinos serão permitidos apenas em viagens essenciais.
A autorização de viagens essenciais estava limitada, até agora, a voos com origem em e para países lusófonos e EUA.
São consideradas viagens essenciais as que permitem o trânsito, entrada ou saída de Portugal aos cidadãos nacionais da União Europeia (UE) ou de países associados ao Espaço Schengen e respetivos familiares e aos estrangeiros com residência legal num estado-membro da UE, bem como aquelas que sejam realizadas por motivos profissionais, de estudo, de reunião familiar, por razões de saúde ou por razões humanitárias.
Os passageiros continuam a dever apresentar um teste negativo de rastreio à covid-19, realizado nas 72 horas anteriores à partida. Esta medida é excecionada aos que estejam em trânsito e não tenham de deixar as instalações aeroportuárias.
Os cidadãos nacionais e estrangeiros com residência legal em Portugal e ainda o pessoal diplomático acreditado em Portugal que, a título excecional, não apresentem aquele comprovativo terão de fazer o teste à chegada, em instalações no interior do aeroporto, e a expensas próprias.
Caso estes se recusem a fazer o teste à chegada incorrem nos crimes de desobediência e propagação de doença contagiosa.
Relativamente aos cidadãos estrangeiros será recusada a entrada em território nacional de todos os passageiros que embarcarem sem o teste realizado, sendo a companhia aérea objeto de uma contraordenação em caso de incumprimento.
Lusa

Não existe na União Europeia

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, admitiu hoje o apoio de Portugal a Moçambique face à situação no norte do país e dos grupos armados, mas isso depende de um pedido do Governo de Maputo.
"Não existe na União Europeia (UE) e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) qualquer ideia de uma intervenção de apoio, mas isso poderá vir a justificar-se se houver impulso nesse sentido da parte do Governo de Moçambique", afirmou João Gomes Cravinho numa audição na comissão parlamentar de Defesa.
Na comissão, três deputados, do CDS (João Gonçalves Pereira), PS (Manuel Afonso) e PSD, colocaram perguntas sobre a "situação complexa" em Moçambique e questionaram, pela segunda reunião consecutiva, o ministro sobre a posição portuguesa.
"Logo que possível", afirmou, o ministro irá a Moçambique "com essa preocupação em mente", além de outros pontos na agenda, e Portugal tem "a disponibilidade para apoiar, na medida que os moçambicanos considerem que é possível".
E "poderá incluir o apoio diplomático" a Moçambique "no seio da UE e CPLP", concluiu.
Como já fizera na reunião da comissão, em maio, o ministro português da Defesa afirmou que a situação no Norte de Moçambique "é delicada".
Há, descreveu, "um envolvimento muito significativo de forças jiadistas, que estão a aproveitar-se das fragilidades da capacidade de resposta do Estado [moçambicano] e das conflitualidades que existem na região de Cabo Delgado e que tem sido intensificadas em função da descoberta de petróleo e gás na costa".
Outra questão fundamental, para o ministro é o "profundo respeito pela soberania" de Moçambique e que "qualquer iniciativa ou proposta", "qualquer desenho" de apoio internacional tem de ter "com a liderança" do Governo de Maputo.
O ministro João Gomes Cravinho recordou que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já disse ser "importante ter o apoio de parceiros internacionais, sem pormenorizar".
Na reunião anterior, em maio, e face a ataques de alegados grupos alegadamente associados ao Estado Islâmico, o ministro foi cuidadoso ao dizer que "aquilo que se passa no norte de Moçambique não tem ainda contornos muito claros".
Em janeiro, pouco depois de tomar posse como ministro da Defesa, Jaime Neto pediu aos moçambicanos "confiança" na capacidade das forças de defesa e segurança no combate aos ataques armados nas regiões Centro e Norte de Moçambique.
Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos para a extração de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista e que já provocaram a morte de, pelo menos, 550 pessoas em dois anos e meio.
Em 15 de maio, o ministro do Interior de Moçambique, Amade Miquidade, disse que as forças de defesa e segurança moçambicanas foram obrigadas a adaptar a sua estratégia e meios para enfrentarem os grupos armados que atacam no Norte do país.
No Centro de Moçambique, desde agosto do ano passado, ataques armados atribuídos à Junta Militar da Renamo têm visado forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado mais de 20 mortos e vários feridos, além da destruição de veículos.
Lusa

Saneamento infeccionado

  • Péricles Capanema
Onovo marco legal para o setor de saneamento básico despertou numerosas (espero que justificadas) esperanças. O objetivo é até 2033 levar água tratada para 99% e esgoto para 90% dos brasileiros. Trinta e seis milhões de brasileiros não contam com água tratada e 101 milhões não dispõem de serviço de coleta de esgoto. Apenas 41% da população têm esgoto tratado. Outro dado preocupante: em 2018 se perderam mais de 38% da água tratada, desperdiçada ao longo da distribuição, por falta de manutenção adequada.
Caminho a construir. São inestimáveis as vantagens de ordem material, cultural e moral que traz a água em casa, a presença do sistema de esgoto, o tratamento que restaura os rios em sua utilidade e beleza pristinas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que um real aplicado no saneamento poupa quatro reais em gastos com saúde. Tudo isso pode ser proporcionado, pelo menos em larga medida, pela aplicação enérgica do novo marco legal do saneamento. Para tal, são cálculos de bons especialistas, será necessário investir na ampliação do setor cerca de $500 bilhões de reais. E ainda por volta de R$250 bilhões na recomposição e manutenção do sistema existente. São quase R$800 bilhões de reais, em torno de R$50 bilhões por ano até 2033. Aqui se adensa o problema, intenções e papel são bem mais fáceis de obter.
Obviamente, o Poder Público, falido, lerdo e perdulário, não tem capacidade de atender a tal demanda, à vera, necessidades prementes. E quem sofre é o povo, de forma especial os mais desassistidos. Em boa hora o novo marco do saneamento abriu portas para a iniciativa privada nacional, bem como para o investimento estrangeiro. Hoje, apenas 6% das redes de água e esgoto no Brasil são geridos por empresas privadas, decorrência de atávica opção preferencial pelo estatismo, retrocesso mental difícil de remover, uma das causas de nosso endêmico atraso econômico.
Preocupa. Entre os maiores interessados em aplicar maciçamente no setor, três me chamaram particularmente a atenção. O primeiro, fundos soberanos, preocupa. Fundos soberanos são fundos de propriedade e gestão estatais; capitais geridos por governos. Vamos privatizar e entregar a órgãos estatais do Exterior a propriedade e gestão de um setor importante da economia? Que orientação política terão tais governos? O olhar não pode se limitar ao prazo curto, concessões supõem prazos dilatados, 30, 50 anos. Com que objetivos trabalharão no País os grupos econômicos cujos acionistas principais são fundos soberanos? Afirmei, tal fato preocupa. É mais um passo da privatização à brasileira, entregar estatais tupiniquins ou serviços públicos para estatais estrangeiras. E sair blasonando que o governo leva diante enérgico programa de desestatização. Não percebi ninguém que pense em enfrentar essa dificuldade.
Alarma. Os outros dois interessados alarmam, não apenas preocupam. Duas corporações gigantescas, Gezhouba Group e China Railway Construction Corporation, são citadas na imprensa como dos maiores interessados em investir no setor de saneamento.
São mastodônticos grupos econômicos — estatais chinesas. Não custa repetir, já há anos lembro o óbvio: as estatais chinesas são dirigidas pelo governo chinês, seus diretores na imensa maioria são membros do Partido Comunista Chinês (PCC), dono do governo. Vencidas as concorrências, obtidas as concessões, quem, em última análise, vai dirigir a empresa formada por quaisquer desses dois grupos nas grandes capitais ou, exemplo, no interior da Amazônia, é o Partido Comunista Chinês. E a sujeitará a seus objetivos políticos. Como está avassalando Hong Kong, indiferente aos protestos de todo o mundo ocidental. Essa nova realidade, se implantada, nos próximos anos trará mais alguns passos em nossa via para o protetorado, o caminho da servidão. Do total do bolo, que porcentagem abocanharão? Iniciativas semelhantes de sujeição ao poder chinês estão acontecendo em outros setores da economia.
Já sei, infelizmente não vai ser outra a linguagem do noticiário, é o que dita a experiência, mas convém repetir. Quando lermos na imprensa, empresas chinesas, entendamos estatais chinesas. Quando lermos investidores e empresários chineses, entendamos burocratas do PCC. Quando lermos investimentos chineses, entendamos aplicações do governo chinês.
Horror da transparência. Vivemos no reino dos eufemismos e das ocultações, da fuga obstinada da verdade e da transparência. E, desde os governos tucanos, pouco ou nada alterou até agora no avanço da China sobre a economia brasileira, com piora do quadro no período petista. Mudará? Queira Deus, mas receio que não. No caso, trata-se de ameaças à independência e à soberania nacionais. E que ninguém se engane, se o rumo não for revertido, o tempo vai trazê-los — governos totalitários. Protetorados, confessados ou disfarçados, tendem a seguir o modelo vigente nas metrópoles.
Falei do tempo. Ele não parou durante o confinamento, acelerou-se em vários e decisivos âmbitos. A China começou como bicho papão, causa da crise. Pode tornar-se a grande ganhadora. Sua economia sofreu menos que as outras. Caso de lá venha a vacina, e trabalham para tal, já declarou que será “bem público”, ou seja, não haverá direito a royalties e patentes, recolherá louros. De outro lado, os Estados Unidos, em vez de tomar a dianteira na coordenação e resolução da crise, afundaram-se em intermináveis disputas intestinas. Parecem perdidos de momento. Putin consolidou-se na Rússia. E, quem diria, Maduro dá sinais de estar se consolidando na Venezuela, para alegria de seus amigos cubanos, chineses e russos. Um eventual governo Biden agravaria tal quadro.
Esperança viva. Por que lembro tudo isso? Porque, como vigia na espreita, quero a vitória. Indispensável apontar zonas de infecção e tentar evitar que o desleixo, a superficialidade e o otimismo acarretem o fracasso.
ABIM

Covid-19: Mais de mil contraordenações e 48 detenções por incumprimento das regras em julho

A GNR e a PSP realizaram entre 1 de julho até quinta-feira 1.056 autos de contraordenação e 48 detenções, por incumprimento das regras previstas no âmbito da situação de calamidade, contingência e alerta devido à pandemia de covid-19.

Segundo os dados destas duas forças de segurança, divulgados hoje em comunicado pelo Ministério da Administração Interna, dos 1056 autos, as infrações mais frequentes foram o incumprimento das regras de consumo de bebidas alcoólicas na via pública (500 autos), seguido do incumprimento das regras de ocupação nos locais abertos ao público (153) e a falta de uso de máscara nos estabelecimentos, salas de espetáculos ou edifícios públicos (137).
Estas autoridades indicaram ainda 117 autos por incumprimento do uso de máscara nos transportes públicos, 66 por aglomeração de pessoas, 56 por desobediência dos horários de funcionamento dos estabelecimentos.
Neste período, foram ainda encerrados 112 estabelecimentos e suspensa a atividade de outros 55, pelo incumprimento das regras de funcionamento (nomeadamente ao nível da possibilidade de abertura ao público, horário de funcionamento ou regras de permanência no espaço reservado a clientes).
Foram ainda efetuadas 48 detenções por desobediência ao acatamento das ordens emanadas pelas Forças de Segurança.
Lusa

Acidente com Alfa Pendular em Soure fez dois mortos. Há seis feridos graves e 19 ligeiros

Um comboio Alfa Pendular, os mais rápidos do parque ferroviário português, descarrilou na tarde desta sexta-feira a norte de Soure, no distrito de Coimbra, após embater numa máquina de reparação da via. Autoridades confirmam duas vítimas mortais, seis feridos graves e 19 ligeiros. Circulação ferroviária entre Alfarelos e Pombal cortada sem perspetiva de abertura.
Um comboio Alfa Pendular descarrilou hoje na Linha do Norte, no concelho de Soure, distrito de Coimbra, após colisão com uma máquina de trabalho. Fonte dos bombeiros de Soure explicou logo ao SAPO24 que o acidente "é grave".
Segundo o balanço mais recente das autoridades, o descarrilamento provocou dois mortos, seis feridos graves e 19 feridos ligeiros, disse Carlos Luís Tavares, que fazia um ponto de situação no local. As duas vítimas mortais eram os únicos ocupantes da máquina de manutenção (VCC) da Infraestruturas de Portugal.
Dos 212 passageiros do Alfa Pendular, registam-se seis feridos de "média gravidade", sendo que nenhum corre risco de vida, acrescentou. O maquinista do Alfa é o ferido grave que "inspira mais cuidados".
"Já evacuámos para diferentes hospitais dez vítimas. Não temos já qualquer passageiro no Alfa Pendular", referiu Carlos Luís Tavares, salientando que falta desencarcerar uma das vítimas mortais da máquina de trabalhos.
As vítimas ilesas foram encaminhadas para o Pavilhão Gimnodesportivo de Soure, onde estão a ser alvo de triagem por parte do INEM, retomando a sua viagem em Alfarelos, assim que tiverem alta, explicou.
Carlos Luís Tavares referiu que o número de vítimas mortais e feridos graves está "fechado", podendo haver ainda algumas alterações quanto ao número de feridos ligeiros, dado que ainda está a ser feita a triagem.
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) recebeu dois feridos graves , ambos politraumatizados, um dos quais estava pelas 19:15 no bloco operatório, disse fonte da unidade de saúde.
Para além destes dois feridos graves, que deram entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospital Pediátrico "recebeu uma criança do sexo feminino, com ferimentos ligeiros, que será tratada e terá alta", e espera a chegada de um rapaz "também com ferimentos ligeiros", afirmou à Lusa fonte do gabinete de comunicação do CHUC.
A mesma fonte adiantou que a unidade hospitalar espera ainda a chegada de mais feridos, "todos ligeiros", em número ainda não contabilizado.
Segundo a médica do INEM Paula Neto, há duas crianças entre os feridos ligeiros.
"Temos também as nossas equipas de apoio psicológico a acompanhar as pessoas que estão no Pavilhão Gimnodesportivo", disse.
O Alfa Pendular seguia no sentido Sul-Norte, tendo saído de Santa Apolónia às 14:00 e tinha como destino final Braga.
O acidente ocorreu no concelho de Soure, mais concretamente junto à localidade de Matas, na região Centro.
Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse à Lusa que foram acionados para o local cinco viaturas médicas de emergência de reanimação, duas ambulâncias de suporte imediato de vida, dois helicópteros, duas unidades móveis de intervenção psicológica de emergência, assim como duas viaturas de intervenção em catástrofe e várias ambulâncias.
No ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) é indicado que estão no local 176 operacionais, apoiados por 69 viaturas e dois meios aéreos.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, responsável também pelos transportes, já está no local do acidente. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai investigar o descarrilamento. Fonte do GPIAAF disse à agência Lusa que a equipa de investigação já está a caminho do local para dar início às investigações e apurar as circunstâncias em que se deu o acidente.
Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas, lamentando a morte dos dois trabalhadores da IP. O ministro garante que quer o Alfa Pendular, quer a infraestrutura e a sinalização são modernos. Já começou o trabalho de investigação "para tirarmos todas as ilações do que aconteceu com este acidente", disse Pedro Nuno Santos, sem adiantar explicações.
"É prematuro estar a especular em público sobre as causas do acidente", disse o ministro. "Não diria que a ferrovia passou a ser um meio de transporte inseguro. É dos mais seguros que temos, mas isso não impede que haja acidentes. Agora, temos de aprender com o que aconteceu para diminuir ainda mais o risco de acidentes".
"O Alfa Pendular é uma máquina muito moderna, assim como a infraestrutura e sinalização. São de tecnologia avançada", afirmou o governante, que sublinha os recentes investimentos feitos na ferrovia em Portugal (como a compra de carruagens a Espanha e a recuperação de material que está a ser feita nas oficinas da EMEF).
"O mais que podemos fazer é esperar pelas conclusões. Agora que o investimento na ferrovia está a fazer-se como há muitas décadas não se fazia em Portugal é uma verdade", salientou.
A circulação ferroviária entre as estações de Alfarelos e Pombal, na Linha do Norte, está suspensa desde as 15:30, sem perspetivas de reabertura, devido ao descarrilamento do Alfa Pendular ocorrido hoje, indicou fonte da CP – Comboios de Portugal. Em declarações à Lusa, a mesma fonte adiantou que a empresa vai garantir “transbordo rodoviário” aos passageiros dos comboios em circulação.
"Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional e Regional, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos. Estes pedidos devem ser apresentados nas bilheteiras ou em http://www.cp.pt, até 10 dias", informa uma nota divulgada no 'site' da empresa.
Em comunicado conjunto, a CP e a Infraestruturas de Portugal (IP) lamentaram, entretanto, a ocorrência do acidente.

Cerca de 200 passageiros acolhidos no pavilhão multiusos de Soure

Cerca de 200 passageiros foram acolhidos no pavilhão multiusos local, onde estão a ser acompanhados por mais de duas dezenas de voluntários médicos e enfermeiros, disse fonte camarária.
Segundo fonte do gabinete da presidência da Câmara de Soure, no distrito de Coimbra, estes médicos e enfermeiros, que se deslocaram voluntariamente para o local, "estão a receber as pessoas, a maioria sem ferimentos, mas também alguns feridos muito ligeiros".
No local está igualmente presente uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), responsável pela triagem e apoio psicológico dos passageiros que para ali foram transportados.
"Os [profissionais de saúde] voluntários têm feito pequenos tratamentos, algumas suturas e ligaduras", indicou.
Segundo a mesma fonte, os passageiros que estão no pavilhão multiusos serão ainda hoje transportados de autocarro para a estação ferroviária de Alfarelos, na localidade de Granja do Ulmeiro, localizada a cerca de 15 quilómetros de Soure, "para seguirem viagem, de comboio, para os seus destinos".

Ministério destaca segurança da ferrovia

Num comunicado enviado esta tarde pelo gabinete de Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas e da Habitação "lamenta o acidente ferroviário que ocorreu esta tarde na Linha do Norte, do qual resultaram duas vítimas mortais, trabalhadores da Infraestruturas de Portugal, sete feridos graves e cerca de três dezenas de feridos ligeiros, e apresenta as suas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e colegas das vítimas e votos de rápidas melhoras aos passageiros do Alfa Pendular que ficaram feridos no acidente".
A mesma nota afirma que o governante "realça a pronta e eficaz capacidade de resposta dos meios de socorro no local, nomeadamente da Proteção Civil, INEM, bombeiros, GNR e da Câmara Municipal de Soure, na figura do seu Presidente".
"O comboio é um dos meios de transporte mais seguros, não estando em causa a segurança ferroviária. O Alfa Pendular, bem como a infraestrutura e sinalização da Linha do Norte, são sistemas tecnologicamente avançados, dotados de mecanismos modernos de segurança, o que infelizmente não impediu a ocorrência deste acidente, que carece agora de esclarecimentos sobre as suas causas", conclui.

Alfas têm sistemas de segurança que os travam caso haja obstáculos

Os Alfas Pedulares, como aliás os outros comboios da CP, estão equipados com o sistema CONVEL, que automaticamente controlam a velocidade das composições. Caso haja um obstáculo na via, o comboio deve acionar automaticamente a frenagem, parando, explicou ao SAPO24 um especialista em ferrovia.
Dois comboios "nunca poderiam estar tão perto", adianta a mesma fonte, que descreve o troço onde o embate ocorreu como a "principal linha do país". Naquela zona, o Alfa Pendular não circula à velocidade máxima, mas trata-se de uma linha modernizada, onde este comboio rápido pode, ainda assim, atingir cerca 190 quilómetros por hora.
Por sua vez, o VCC, veículo de manutenção da Infraestruturas de Portugal, circula a uma velocidade de cerca de 50 a 60 quilómetros por hora, não sendo clara a razão para que estivesse na frente do Alfa.
Contactada pela Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) referiu que os “danos serão avultados”, mas estão dependentes do inquérito do GPIAAF.
A IP acrescentou que nesta fase o importante é o auxílio aos passageiros feridos.

Marcelo lamenta o acidente

“O Presidente da República lamenta o grave acidente ferroviário desta tarde na Linha do Norte, de cujos detalhes foi informado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos”, lê-se numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência.
Marcelo Rebelo de Sousa apresenta “sentidas condolências aos familiares e amigos das vítimas mortais” e deseja “rápidas melhoras aos numerosos feridos, aguardando os resultados das investigações técnicas e judiciais”.
Em declarações à RTP3, o Presidente da República admitiu visitar os feridos que estiverem hospitalizados em Coimbra, sublinhando que "o mais importante é estar com os familiares daqueles que faleceram e estar com os feridos, nomeadmente mais graves, e os seus familiares".
O Presidente da República, que se encontra no Algarve, disse que no sábado irá marcar presença, em Cuba, no distrito de Beja, no funeral do bombeiro que faleceu na sequência de ter ficado ferido no combate a um incêndio em Castro Verde, admitindo, durante a tarde, visitar os feridos deste acidente, em Coimbra.
O chefe de Estado registou "a forma como a Câmara de Soure atuou no sentido de criar condições para acolhimento temporário dos muitos passageiros do comboio", bem como "a rapidez com que foi instaurado um inquérito" às causas do acidente.
"Com grande rapidez houve a preocupação de ter a estrutura competente para inquirir o que se passou no terreno, e que há a preoucpação naturalmente de apurar aquilo que se passou, para além do que já se sabe, da colisão que houve e daquilo que antecedeu essa colisão, mas o apuramento que está em curso é importante, nomeadamente porque envolveu um número muito elevado de portugueses", disse.

Costa lamenta "trágico acidente" e acompanha evolução da situação

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou hoje “as mais sentidas condolências às famílias e amigos” das vítimas do “trágico acidente” que envolveu um comboio Alfa Pendular, e disse estar a acompanhar a evolução da situação “em permanência”.
“Apresento as mais sentidas condolências às famílias e amigos dos funcionários da IP vítimas do trágico acidente ferroviário que ocorreu hoje na linha do Norte, em Soure”, distrito de Coimbra, escreveu o primeiro-ministro na sua conta oficial na rede social ‘Twitter’.
António Costa informou que está “a acompanhar em permanência o evoluir da situação” e indicou que, “tal como foi anunciado pelo Ministro das Infraestruturas e Habitação, já foi aberto um inquérito para o apuramento rápido das causas e responsabilidades deste grave acidente”, que lamenta “profundamente”.
“Desejo também rápidas melhoras aos feridos e dirijo uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham nos equipamentos e infraestruturas ferroviárias e que prestam um serviço inestimável aos portugueses”, acrescenta a nota do primeiro-ministro.
Texto: Madremedia
Imagens: Paulo Cunha / Lusa