Lusa
domingo, 22 de novembro de 2020
Sociedade médica pede ‘Via verde’ oncológica para travar mortalidade
António Champalimaud
Da descrença à autodestruição – a obra do ceticismo
- Paulo Henrique Américo de Araújo
Um jovem de boa aparência coloca-se tranquilamente diante do microfone. Educado e respeitoso, apresenta-se para um debate no programa “Unbelievable” (Inacreditável), veiculado por uma emissora de rádio na Inglaterra.1 Alex O’Connor (este é o nome do rapaz) transmite impressão favorável a quem, como nós católicos, gostaria de ver e admirar um jovem de bons princípios. Mas logo se desvanece tal primeira impressão quando ouvimos Alex expor seus pensamentos, pois ele se autoproclama cético. Não um cético qualquer, mas cético radical. E o título dado por ele à sua página na internet e ao seu canal no Youtube não deixa dúvidas: Cosmic Skeptic: question everything (Cético Cósmico: questione tudo).
Alex está cursando graduação em filosofia e teologia na conceituada Universidade de Oxford. Além desta credencial, talvez sua jovialidade e aparente segurança discursiva explique o porquê de sua fama nos ambientes ingleses e americanos embrenhados no ceticismo e ateísmo.2 Não quero parecer injusto, pois de fato ele demonstra capacidade intelectual invulgar na sua idade, daí o número de jovens atraídos por seu discurso.
A incapacidade de formar certezas
Em termos gerais, o ceticismo é uma doutrina filosófica que nega a capacidade do intelecto humano de conhecer qualquer certeza.3 Tendo tal doutrina como pressuposto, no seu programa de rádio Alex argumenta contra a existência de Deus. Seu opositor é Frank Turek, polemista protestante, conhecido nos meios apologéticos norte-americanos, autor de livros provocativos como “Eu não tenho suficiente fé para ser ateu”.
A discussão gira em torno da pergunta: será Deus o fundamento dos preceitos morais objetivos? Frank Turek, debatedor experiente, discorre sobre o assunto com desenvoltura e firmeza. Apesar de protestante, recorre a argumentos da apologética católica tradicional. Infelizmente, logo o diálogo mergulha em digressões sobre ontologia, epistemologia e semântica. Poupo ao leitor outras referências a assuntos tão superespecializados, mas Alex recorre a eles frequentemente, como escapatórias diante de certas dificuldades.
O mais interessante para atrair o ouvinte é que Frank Turek consegue evidenciar os dilemas e incoerências insanáveis da posição de Alex, e nessas ocasiões o rapaz titubeia, vacila, arrastando-se no terreno pantanoso e movediço da falta de certezas. Convicto da sua “falta de convicção”, ele repete muitas vezes contestações como “não necessariamente”, “não tenho certeza disso”. Um exagero didático, muito cômodo para quem “duvida de tudo”, é citar a si mesmo como autoridade: “De acordo comigo…”!
Nenhuma civilização sobrevive sem certezas
No fim do debate, o ouvinte dotado de bom senso se convence de que, independente das veleidades humanas, só pode haver moral objetiva se existe Deus para fundamentá-la. Caso contrário, qualquer desejo subjetivista justificaria as loucas atrocidades praticadas por Hitler, Stalin ou Mao Tsé-Tung.
Essa conclusão é óbvia, repito, para pessoas de bom senso. Mas a maioria dos seguidores de Alex O’Connor pertence àquela gama de espíritos incoerentes, ansiosos de não serem responsabilizados por seus atos diante de um Divino Juiz. Pois a consequência lógica de admitir uma moral objetiva é que se tem a obrigação de prestar contas ao Divino Autor e garantidor dessa moral. Disso o cético procura fugir a todo custo e agarra-se a qualquer solução, por mais pobre que seja. Para esses, Alex fornece saídas tranquilizadoras, pseudo-racionais.
A consequência lógica do raciocínio sem fundamentos4é um mundo igualmente sem fundamentos, autodestrutivo por si mesmo. Sem convicções, nada de seguro, elevado e sublime se constrói. Nenhuma instituição ou civilização pode perdurar sem bases sólidas. Caso o ceticismo triunfasse, chegaríamos ao fim da História.
No Brasil, não me consta que haja celebridades do ceticismo, como o jovem inglês. Apesar da falta de notoriedade (e talvez à procura dela), alguns resolveram recentemente levantar a voz para alcançar o público brasileiro.
Em artigo publicado pela “Folha de S. Paulo” em 10 de setembro de 2020, Contardo Calligaris confessa sua inclinação ao ceticismo: “Somos condenados a sermos liderados por fanáticos incultos?”. Nas entrelinhas, muitas semelhanças com a mentalidade de Alex O’Connor: vacilações, irresponsabilidades e a consequente ruína da civilização.
A Roma católica deu novo impulso ao Império Romano
Em resumo, Calligaris usa a narrativa da queda do Império Romano do Ocidente (século V d.C.) para fazer uma espécie de alerta sobre o grande erro — segundo ele — de sermos governados atualmente por pessoas convictas de suas ideias. Para ele, o perigo são os fanáticos “incultos, analfabetos funcionais ou, no mínimo, leitores de um livro só”. Obviamente, o alvo aqui são os cristãos.
Ainda segundo o autor, uma minoria de “cristãos fanáticos e incultos” assumiu o poder no Império Romano e provocou a queda da outrora grandiosa Roma dos Césares. Do mesmo modo, a “minoria fanática” de hoje — leia-se o movimento conservador — galgou o poder nos últimos anos no Brasil, e assim vai preparando a derrocada da nossa cultura.
Sem entrar em todos os pormenores do artigo, apenas desejo apontar as vacilações e incongruências do autor. Antes de tudo, demonstra uma ignorância histórica imperdoável. Roma se tornou grande exatamente em razão das convicções e certezas de seus habitantes. A noção da Pax Romana impregnava a mentalidade dos romanos. Eles estavam certos de que levariam o bem-estar aos povos sujeitos à sua administração, e com tal convicção forjou-se a grandeza de Roma. Pouco importa se alguém está de acordo ou não com essa política, o fato é que os romanos se mostraram coerentes com ela.
Ora, a queda do Império se deveu justamente ao fato de os “céticos cultos”, “gozadores da vida” (para usar as expressões de Calligaris) terem tomado as rédeas do poder em Roma. Eles constituíam a parcela dos irresponsáveis da época, incoerentes em seus raciocínios e adversos à ideia de serem julgados por seus atos no tribunal de Deus. Ao contrário do que diz o autor, o último recurso para a salvação do Império veio precisamente dos cristãos.5 O Imperador Constantino o percebeu, e por isso lhes deu a liberdade.
Os católicos daquela época recolheram os restos do Império decadente e empreenderam a sua reconstrução. Foi daí que vieram as instituições medievais. Com Carlos Magno, o Império Romano renasceu. Mais tarde a solidez da fé católica produziu as magníficas catedrais, as grandes universidades, a heroica e caritativa nobreza cristã, a síntese escolástica, as corporações de ofício… Todo esse conjunto de fatores proporcionou o surgimento da civilização cristã, esplendorosa e repleta de coerência.
Se hoje nossa cultura está morrendo, tal se dá em boa medida pela corrosão promovida por falsos “cultos” e por céticos como Alex O’Connor, Contardo Calligaris e seus frustrados seguidores, sejam eles jovens ou anciãos. Poderíamos perguntar-lhes: o seu ceticismo ilógico, o que produziu de verdadeira cultura? Ouviríamos provavelmente uma resposta vacilante, ou então as palavras cínicas do autor brasileiro: “Os cultos e céticos lutam para que cada um possa tocar a vida e gozar do jeito que lhe parece certo, sem ser julgado (apenas nos limites do Código Penal)”.
Somente católicos convictos de sua fé podem resgatar os restos de civilização cristã. O futuro pertence a eles, e não a céticos incoerentes e irresponsáveis.
ABIM
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Notas
- O debate está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=b5a3MxIqZOs
- No canal de Alex, o debate já tem quase 1 milhão de visualizações.
- Cfr. Enciclopédia Católica na internet: https://www.newadvent.org/cathen/13516b.htm
- Idem: “O cético assume a capacidade do intelecto de criticar a faculdade do conhecimento e, ao mesmo tempo, ele nega conhecer qualquer coisa. Assim, implicitamente contradiz a si mesmo”.
- Cfr. ESOLEN, Anthony, Manual politicamente incorreto da Civilização Ocidental, Vide Editorial, Campinas, SP, 2019.
Covid-19 - Marinha Grannde com risco elevado de contágio
Covid-19 - Marinha Grannde com risco elevado de contágio
O concelho da Marinha Grande foi incluído na lista dos concelhos de risco elevado de transmissão do COVID-19, este sábado, 21 de novembro de 2020.
Entrarão em vigor na próxima terça-feira, 24 de novembro de 2020, novas medidas como:
A luta pela liberdade atirou Nassima para a prisão
Fonte e Imagem: Amnistia Internacional
5G: Bruxelas admite atrasos e insta Portugal e 9 outros países a avançar com leilões
Lusa
Covid-19: Presidente da Câmara de Sardoal internado com problemas respiratórios
Mais de 60 infetados na Misericórdia da Póvoa de Varzim
Lusa
Imagem: Voz da Póvoa
Chega adia Conselho Nacional do próximo domingo
Costa diz que ficaria “muito surpreendido” com o Natal sem estado de emergência
Lusa
As novas medidas do Governo contra a COVID-19
O primeiro ministro António Costa deu conta, ao fim da tarde de sábado, das novas resoluções no combate à pandemia.
Governo determina uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho
O Governo anunciou hoje que passa a ser obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho, exceto quando os postos de trabalho são isolados ou quando haja separação física entre diferentes postos.
"Também no trabalho se transmite o vírus e também no trabalho a máscara protege da transmissão do vírus", apontou António Costa.
Circulação proibida entre concelhos de 27 de Novembro e 2 de Dezembro e 4 e 9 de Dezembro
A circulação entre concelhos vai ser proibida entre os dias 27 de novembro e 02 de dezembro e 04 e 09 de dezembro, anunciou hoje o primeiro-ministro.
António Costa avançou que vai ser proibido circular entre concelhos entre as 23:00 do dia 27 de novembro e as 05:00 de 02 de dezembro e as 23:00 de 04 de dezembro e as 05:00 de 09 de dezembro.
Aulas suspensas e tolerância de ponro em 3o de Novembro e 7 de Dezembro
Nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, vésperas de feriados nacionais, as aulas estão suspensas e haverá tolerância de ponto na Função Pública, por causa da pandemia da covid-19, anunciou hoje o primeiro-ministro.
António Costa, que falava no 'briefing' da reunião do Conselho de Ministros extraordinária que decorreu na sexta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, apelou ainda ao setor privado para que suspensa "a sua laboração" com a dispensa de trabalhadores naquelas datas, para que haja "no início de dezembro quatro dias com risco de circulação reduzido".
Outras medidas
17 concelhos saem da lista de risco elevado: Aljustrel, Alvaiázere, Beja, Borba, Caldas da Rainha, Carrazeda de Ansiães, Ferreira do Alentejo, Fornos de Algodres, Golegã, Santa Comba Dão, São Brás de Alportel, Sousel, Tábua, Tavira, Vila Real de Santo António, Vila Velha de Ródão e Vila Flor
Nos concelhos onde há mais de 240 casos por cem mil habitantes, o Governo refere que vai haver uma "ação de fiscalização do cumprimento do teletrabalho obrigatório", devido aos incumprimentos que se têm verificado;
Na quinzena que engloba os dois feriados — 1 e 8 de Dezembro — não vão ser verificadas medidas diferentes entre os concelhos com 480 casos por cada 100 mil habitantes e os que têm mais de 960. Desta forma, mantém-se as medidas atualmente em vigor e são acrescentadas outras três:
- Entre as 13h e as 5h é proibido circular na via pública e os estabelecimentos comerciais têm de estar fechados;
- Nas vésperas dos feriados, os estabelecimentos comerciais têm de encerrar a partir das 15 horas;
- As medidas dos fins de semana estão em vigor nos feriados de 1 e 8 de dezembro
- António Costa referiu também medidas de apoio à economia:
- Programa Apoiar.pt, no valor total de 1.550 milhões de euros — estão previstos empréstimos de 750 milhões de euros e 160 milhões de euros a fundo perdido;
- Medidas de apoio à restauração;
- Apoio à Retoma Progressiva, com acesso imediato;
- Adiamento dos pagamentos à Segurança Social e IVA trimestral;
- Redução de rendas comerciais, com contrapartidas para os senhorios.
Costa recorre à lei do estado de emergência para justificar realização do congresso do PCP
Questionado sobre a realização do congresso do PCP, o primeiro-ministro recorreu à lei do estado de emergência para explicar que o Governo não pode proibir esse evento, nem qualquer reunião de partidos políticos. Apenas estabelecer limites.
“O estado de emergência não é sem lei, é uma lei muito antiga”, sublinhou Costa.
Antes disso, o primeiro-ministro afirmou que não consegue garantir que, daqui a 15 dias, os portugueses já possam saber se há ou não restrições à circulação no Natal.
“Os fatores são mutáveis, portanto temos de estar todos preparados para reforçar medidas ou para as podermos aliviar, por isso estabelecemos este grau de avaliação quinzenal, até porque a Constituição impõe que o estado de emergência seja reavaliado de 15 em 15 dias”, reforçou.
"É cedo" para especular sobre o Natal
Ao contrário do que admitiu o Presidente da República, o primeiro-ministro não quer, para já, especular sobre medidas restritivas na época do Natal e Ano Novo. No entanto, António Costa antevê dificuldades nos próximos meses que "coincidem" com o pico da gripe.
"Podemos ainda ganhar dezembro", alertando que os portugueses tem de fazer tudo para evitar aumentar o número de internamentos e cuidados intensivos.
“Somos um dos poucos países que não fechou totalmente a restauração”
António Costa recorreu à ciência para afirmar que a restauração é um local de risco de contágio, onde, por razões óbvias, ninguém está com máscara quando está a comer e recordou que Portugal é dos poucos países onde os restaurantes não foram encerrados.
“Na Europa verificará que devemos ser uma exceção, somos um dos poucos países que não fechou totalmente a restauração ao almoço e ao jantar. Estamos muito preocupados com esta atividade, fundamental para animar o comércio local, para o futuro do nosso turismo. Por isso queremos trabalhar com todos os profissionais da restauração para suportar esse sofrimento”, explica o primeiro-ministro.
Quanto à afirmação de Marcelo, que garantiu nunca hesitar em aprovar o estado de emergência sempre que for necessário, Costa reforçou a ideia de esta é uma medida necessária até haver uma vacina e o problema ser ultrapassado.
“Isto é uma verdadeira maratona e muito exigente”, afirma Costa.
Já sobre a dicotomia entre economia e saúde, o governante diz que não existe.
Lusa / Madremedia / Guilhermina Sousa - TSF
FC Porto vence Fabril e apura-se para quarta eliminatória da Taça
Lusa
Pandemia fez crescer abusos sexuais contra crianças
Nuno Guedes / TSF
Imagem: BBC.COM