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Dedicamos o mês de março ao tema da Mulher & o Cinema.
A mulher, tema principal deste mês, é perspectivada desde vários pontos de vista. Por um lado, em filmes como FRANCES HA (Noah Baumbach) ou ANNIE HALL (Woody Allen) a mulher assume-se como personagem de destaque centrando o filme numa visão do mundo feminino e das suas complexidades. AS SUFRAGISTAS de Sarah Gavron e MUSTANG de Deniz Gamze Ergüven (ambos realizados por mulheres), assim como A FONTE DAS MULHERES, de Radu Mihaileanu, questionam a posição social da mulher. No caso do primeiro filme a narrativa desenvolve-se no contexto da reivindicação do direito de voto no Reino Unido; no segundo filme encontramos as personagens enquadradas pelo forte ambiente de repressão da mulher na sociedade turca.
QUANDO A MULHER SE OPÕE, realizado pela única mulher realizadora da chamada Golden Age de Hollywood - Dorothy Arzner - ou o recente filme UMA RAPARIGA REGRESSA DE NOITE SOZINHA A CASA da realizadora iraniana Ana Lily Amirpour propõem-nos filmes que representam um gesto de independência, afirmação e progresso. No que diz respeito a cinema português, recebemos, no dia 5 de março, duas realizadoras, Raquel Castro e Catarina Alves Costa, que vão apresentar os seus filmes SOUNDWALKERS e SIZA VIEIRA, O ARQUITECTO E A CIDADE VELHA, respectivamente. Esta sessao é seguida de um debate com as próprias realizadoras no qual se pretende perspectivar o papel da mulher no mundo do cinema e audiovisual português.
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Quinta-feira, 3 de março | 21h30
AS SUFRAGISTAS SUFRAGETTE Sarah Gavron FR/GB | 2015 | FIC | 106' | M/12 |
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Início do século XX. Apoiadas pelos conceitos iluministas de igualdade e liberdade, as mulheres passaram a reivindicar o direito de participação na política e a exigir leis mais justas que as incluíssem nas decisões parlamentares. Apesar do importante papel social, principalmente no que se refere à educação, até então elas nunca eram vistas como capazes de escolher os governantes. No Reino Unido, o movimento começou com a fundação da União Nacional pelo Sufrágio Feminino. De modo a expor as leis sexistas e mudar a forma como eram olhadas, um grupo de mulheres da classe operária juntam as suas vozes à de Emmeline Pankhurst, uma mulher à frente do seu tempo que há muito lutava pelos direitos das mulheres. Assim, desistindo do protesto pacífico de simples manifestações de rua ou greves de fome que nunca as levou a lado algum, estas mulheres desafiam o Estado e partem para formas de luta cada vez mais radicais, enfrentando tudo em prol da igualdade de direitos e oportunidades…
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Sábado,5 de março | 18h00
SOUNDWALKERS + SIZA VIEIRA, ARQUITECTO E A CIDADE VELHA Raquel Castro, Catarina Alves Costa PT | 2009’ | Doc. | 33’ | M/12 PT | 2005’ | Doc. | 52’ | M/12 COM A PRESENÇA DAS REALIZADORAS |
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“Alguns princípios são fundamentais para construirmos uma sociedade acusticamente saudável, onde possamos viver dentro dos sons da vida. O respeito pela voz e pela palavra, a consciência sonora, o despertar da audição. Preservar os sons que tendem a desaparecer, mas ter abertura para os sons que nascem com cada novo passo tecnológico. Construir uma linguagem sonora que interprete o seu simbolismo. Aceitar o silêncio, impondo-o nas alturas certas. E, acima de tudo, ouvir.” (Raquel Castro, realizadora) + Um arquitecto, Álvaro Siza, e a sua equipa, são chamados a coordenar o projecto de recuperação da Cidade Velha, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O objectivo final é a candidatura desta cidade a Património Mundial da UNESCO. A Cidade Velha é um local histórico: anteriormente chamada Ribeira Grande, foi a primeira cidade fundada pelos portugueses em Cabo Verde (1462). Todo este processo suscita na população local grandes expectativas quanto à melhoria das suas condições de vida. Este filme conta a história do encontro entre estes dois mundos, o do arquitecto e o da população, acompanhando ao longo de três anos algumas das histórias que aconteceram…
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Quinta-feira, 10 de março | 21h30
ANNIE HALL Woody Allen EUA | 1977 | FIC | 94' | M/12
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"Annie Hall" é o filme que marcou a passagem de Woody Allen da primeira fase da sua carreira, com comédias simples e despreocupadas, para filmes mais filosóficos e dominados pelas suas obsessões. Woody Allen interpreta o papel de um escritor de comédias, inseguro e neurótico, que se apaixona por Annie Hall (Diane Keaton), uma aspirante a cantora. Com uma visão simultaneamente cínica e bem-humorada das relações pessoais, esta história de complicações amorosas é um documento histórico sobre o amor nos anos 70. Valeu três Óscares a Woody Allen (melhor filme, argumento e realizador), que se recusou a ir a Hollywood recebê-los.
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Sábado, 12 de março | 18h00
QUANDO A MULHER SE OPÕE MERRILY WE GO Dorothy Arzner EUA | 1932 | FIC | 78' | M/12 |
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Jerry, um jornalista e escritor com problemas de bebida, casa-se com Joan, uma rica herdeira. A felicidade dos dois é interrompida quando a peça de Jerry torna-se um êxito e ele se reaproxima da sua antiga namorada, Claire.
Decidida a vingar-se do marido, Joan seduz então Charlie, interpretado por Cary Grant, para fazer ciumes ao marido.
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Quinta-feira, 17 de março | 21h30
MUSTANG Deniz Gamze Ergüven FR/ QUATAR/ TURQUIA/ ALE | 2015 | FIC | 97' | M/12
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É Verão na Turquia. Lale e as suas quatro irmãs vivem numa pequena aldeia com a avó e com o tio. Um dia, depois do fim das aulas, são apanhadas a brincar na praia com alguns colegas de escola. A brincadeira, apesar de inocente, é mal interpretada pelos familiares, que a consideram inapropriada. O castigo não tarda e as cinco raparigas são fechadas em casa, proibidas de qualquer contacto com o mundo exterior. A casa da família transforma-se lentamente numa prisão e os seus casamentos começam a ser planeados. Porém, incapazes de se deixarem dominar, elas encontram as suas próprias formas de contornar as regras que lhes são impostas. Estreia na realização de longa-metragem de Deniz Gamze Ergüven, “Mustang” está nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.
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Sábado, 19 de março | 18h00
HISTÓRIAS QUE CONTAMOS STORIES WE TELL Sarah Polley EUA | 2012 | DOC. | 108' | M/12
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A família de Sarah Polley, tal como todas as famílias, é tudo menos simples. Quando é revelado um grande segredo que a envolve directamente, ela é já conhecida pelo seu trabalho como actriz e realizadora. Agora, decidida a compreender a “verdade” e conhecer mais profundamente a sua falecida mãe, Polley decide questionar as pessoas mais próximas e fazer um documentário onde todos reflectem sobre o seu passado. Assim, tentando decifrar as incoerências e os pontos comuns, a realizadora demonstra como cada história que contamos nunca deixa de ser, essencialmente, um ponto de vista particular.
Um documentário revelador e intimista sobre o amor e a verdade da memória, que conta com argumento e realização da actriz-realizadora canadiana Sarah Polley (“Longe Dela”) e narração de Michael Polley, o marido da sua falecida mãe.
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Quinta-feira, 24 de março | 21h30
UMA RAPARIGA REGRESSA DE NOITE SOZINHA A CASA A GIRL WALKS HOME ALONE AT NIGHT Ana Lily Amirpour EUA | 2015 | FIC | 101' | M/12
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Uma jovem coberta com um longo véu percorre a noite em direcção à Cidade Malvada, uma comunidade perdida no Irão. É naquele lugar de morte e desespero que encontra as suas vítimas, sugando-lhes a vida. Ninguém está a salvo do seu desejo de sangue e perversão. Até que o seu caminho se cruza com Arash, um rapaz diferente dos outros. Com ele, ela deixa de saber quem é a presa ou o predador. Estreia na longa-metragem da realizadora de ascendência iraniana Ana Lily Amirpour (nascida em Inglaterra e radicada nos EUA), um filme a preto e branco que desenvolve uma curta também realizada por si em 2011. Mistura de vários géneros cinematográficos, desde o drama ao terror ou "western", com estética irrealista inspirada nas novelas gráficas, "Uma Rapariga Regressa de Noite Sozinha a Casa" pretende ser o "primeiro "western" iraniano de vampiros".
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Sábado, 26 de março | 18h00
FRANCES HA Noah Baumbach EUA | 2012 | FIC | 86' | M/12
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Aos 27 anos, Frances chega a Nova Iorque absolutamente determinada a realizar o seu sonho mais antigo: tornar-se bailarina numa importante companhia de dança. Ao mesmo tempo que se vai esforçando por ser feliz no dia-a-dia e aproveitar os detalhes mais doces da sua vida, ela vai provando a si mesma que, apesar das dificuldades, será capaz de atingir tudo aquilo a que se propuser. E é assim, completamente convicta de cada um dos seus passos, que vai aprender a conquistar o mundo... Com realização de Noah Baumbach ("A Lula e a Baleia", "Margot e o Casamento", "Greenberg"), que escreve o argumento em parceria com Greta Gerwig, também protagonista do filme, uma história sobre sonhos e expectativas de uma jovem que se recusa a perder o optimismo ou a crença na Humanidade.
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Quinta-feira, 31 de março | 21h30
A FONTE DAS MULHERES LA SOURCE DES FEMMES Radu Mihaileanu FR/BELG/ IT | 2011 | FIC | 135'
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Numa aldeia do Norte de África, existe uma pequena comunidade fechada, onde as tradições têm ainda um enorme peso no modo de vida e onde as mulheres pouco poder têm para alterar a sua condição. Entre outras tarefas, são elas quem têm de ir buscar água ao cimo de uma montanha, por um caminho longo e difícil. É então que Leila (Leïla Bekhti), uma jovem recém-casada, percebendo a injustiça e o sacrifício inútil, convence as outras mulheres a obrigar os homens a canalizar a água até à aldeia. Para isso elas apenas têm uma arma ao seu alcance: greve de sexo. Um filme de Radu Mihaileanu ("O Concerto") que, em jeito de comédia, retrata as desigualdades entre os sexos e a longa e dura batalha das mulheres que, quebrando regras e tradições, tentam criar espaço à mudança.
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