O central internacional português Rúben Dias, hoje eleito o jogador do ano da Liga inglesa de futebol, ‘dividiu’ o “fantástico” prémio com toda a equipa do Manchester City, agradecendo a todos aqueles que o elegeram.
“É fantástico terminar a temporada a ser distinguido como Jogador do Ano da Premier League! É uma recompensa para toda a equipa, que trabalhou arduamente para oferecer o título aos nossos adeptos. Obrigado aos capitães, painel e aos fãs que votaram em mim. Vemo-nos daqui a uns meses para repetirmos tudo outra vez!", escreveu Rúben Dias nas suas redes sociais.
O central internacional português, do campeão inglês Manchester City, foi hoje eleito o jogador do ano da Liga inglesa de futebol, anunciou a Premier League no seu sítio oficial.
O ex-jogador do Benfica tornou-se o segundo futebolista luso a conquistar o troféu, depois de Cristiano Ronaldo (2006/07 e 2007/08), e o quarto central, sucedendo ao sérvio Nemanja Vidic (Manchester United), ao belga Vincent Kompany (City) e ao holandês Virgil van Dijk (Liverpool).
“(Rúben) Dias foi uma peça central no terceiro título do Manchester City em quatro anos, ao ter um impacto imediato desde a sua transferência do Benfica em setembro de 2020”, escreveu a Premier League, no anúncio do vencedor do troféu.
De acordo com a organização, Rúben Dias “emergiu como o líder do setor recuado” do City, que conseguiu uma série de 15 vitórias consecutivas na prova, “a quarta maior da história”.
A Premier League lembra ainda que Rúben Dias contribuiu para 15 jogos sem sofrer golos do City, somando 23 vitórias em 32 jogos, para bater na votação, entre outros, o compatriota Bruno Fernandes, médio do Manchester United.
Também estavam entre os nomeados Kevin De Bruye (Manchester City), Jack Grealish (Aston Villa), Harry Kane (Tottenham), Mason Mount (Chelsea), Mohamed Salah (Liverpool) e Tomas Soucek (West Ham).
O vencedor do prémio é determinado pela combinação da votação do público, dos 20 capitães das equipas da Premier Legue e um painel de especialistas de futebol.
No que respeita aos outros prémios, o Manchester City teve ainda o de melhor treinador, entregue ao catalão Pep Guardiola, que repetiu 2017/18 e 2018/19, e o de melhor jovem, conquistado pelo médio Phil Foden, de 21 anos.
Por seu lado, o argentino Erik Lamela, do Tottenham, recebeu o prémio de golo do ano.
Um total de 60 operacionais, apoiados por 12 viaturas e quatro meios aéreos, estão desde as 15:23 de hoje a combater um incêndio florestal em Celorico de Basto, distrito de Braga, disse fonte dos bombeiros.
Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga disse à agência Lusa, cerca das 16:45, que as chamas atingiam uma zona de eucaliptal na freguesia de Moreira do Castelo e que o trabalho dos bombeiros estava a "evoluir favoravelmente".
No entanto e segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pouco depois das 17:00 foram ativados mais três meios aéreos para o local, juntando-se a um outro que já combatia as chamas.
Na noite do dia 4 de junho, a Praça do Município iluminou-se e encheu-se para receber o espetáculo final da 3.ª edição do Concurso “Crianças ao Palco”, promovido pelo Município de Ansião e integrado na programação da Festa do Livro.
Depois de um interregno do projeto pelas razões que todos conhecemos, foi possível mostrar a prestação dos onze finalistas, alunos das escolas do 1.º ciclo do concelho, com apresentação a cargo de dois alunos do Agrupamento de Escolas de Ansião, Pedro Madruga e Vanessa Moura.
Após a abertura do espetáculo pelo vencedor da edição de 2019, Rúben Antunes, subiram ao palco pequenos cantores e pequenas cantoras para demonstrar o seu talento na interpretação de temas em português, uma das marcas do projeto. Carolina Gaspar apresentou “Antes dela dizer que sim”, de Bárbara Tinoco; Leonor Calado, “Cuido de Você”, de David Carreira; Gabriel Carvalho, “Tal como sou”, de Fernando Daniel; Matilde Mendes, “Nós os dois”, de Bárbara Bandeira; Matilde Roxo, “Um contra o outro”, dos Deolinda; Dinis Palricas, “Se eu”, de Fernando Daniel com Melim; Bruna Rodrigues, “Paraíso”, de Diogo Piçarra; Iris Conde, “Voltas”, de Fernando Daniel; Eva Lopes, “Sei lá”, de Bárbara Tinoco; Beatriz Rocha, “Eu gosto de ti”, de Áurea e Marisa Liz; e Gabriel Fernandes, “À minha maneira”, dos Xutos e Pontapés.
O júri que avaliou a prestação dos concorrentes foi presidido pela Vereadora com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ansião, Cristina Bernardino, e formado ainda por Cláudio Leitão, maestro da Banda Filarmónica da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília; Mário Jorge Medeiros, executante na Banda da Sociedade Filarmónica Avelarense; Pedro Pereira, músico e maestro da Banda Filarmónica de Serpins; Isabel Serra, Subdiretora do Agrupamento de Escolas de Ansião.
As Cornucópias, grupo constituído por elementos da Rede de Bibliotecas de Ansião, ocuparam o palco enquanto o júri deliberava, para apresentarem uma performance de poesia.
Sagraram-se vencedores Gabriel Fernandes, em terceiro lugar, Matilde Roxo, em segundo, e Beatriz Rocha, em primeiro, tendo arrecadado prémios monetários no valor de 100, 150 e 250 euros, respetivamente. O terceiro prémio foi entregue por um representante da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo das Serras de Ansião, Ilídio Baptista; o segundo, pela subdiretora do Agrupamento de Escolas de Ansião, Isabel Serra; e o primeiro, pelo Presidente da Câmara Municipal, António José Domingues.
Esta iniciativa contou com a colaboração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo das Serras de Ansião, do Agrupamento de Escolas de Ansião, da Sociedade Filarmónica Avelarense e da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília.
Ao longo do projeto, as crianças foram acompanhadas pelos músicos Paulo Sanches, nas guitarras e na direção musical do projeto; Sérgio Fernandes, nas teclas e na coordenação pedagógica do projeto; Manuel Sousa, na guitarra baixo; João Maneta, na bateria; e Inês Bernardo, nos coros.
Terminada mais uma edição deste projeto, que tem como objetivos principais estimular junto das crianças os domínios cultural e artístico e promover a prática musical ao nível vocal das crianças do primeiro ciclo, resta felicitar os vencedores e todos os participantes no concurso, bem como agradecer a todos os que tornaram possível este espetáculo.
Recuperaram 681 pessoas de acordo com o mais recente boletim epidemiológico.
Portugal registou, este sábado, mais três mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas e diagnosticou mais 573 novos infetados pelo coronavírus, divulgou o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.
Há menos duas pessoas internadas com Covid-19 em enfermaria e 51 em unidades de cuidados intensivos, onde estão menos duas pessoas desde sexta-feira.
O número de casos ativos diminuiu em 111 para um total de 23 362 e as autoridades de saúde têm mais 237 contactos em vigilância, num total de 25 398 pessoas.
Com este resultado, o atleta de Ponte de Lima somou o seu 103.º pódio internacional.
O canoísta olímpico português Fernando Pimenta sagrou-se este sábado vice-campeão da Europa em K1 1.000, em Poznan, na Polónia, somando o seu 103.º pódio internacional.
Na pista quatro, ao lado do húngaro Balint Kopasz, um dos seus maiores rivais às medalhas nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o limiano concluiu a regata em 3.42,667 minutos, a 1,435 segundos do magiar, com quem discutiu a liderança toda a prova.
O pódio ficou completo com o belga Artuur Peters, a 3,135 segundos.
O atleta do Benfica, de 31 anos, ainda não falhou um pódio no atual ciclo olímpico em K1 1.000 e 5.000, entre Europeus, mundiais e taças do mundo.
Em Europeus, Fernando Pimenta foi campeão em 2016, 2017 e 2018, sendo bronze em 2011 e 2015.
Quanto à seleção portuguesa, na sexta-feira, João Ribeiro sagrou-se vice-campeão da Europa em K1 500, enquanto Norberto Mourão conquistou inédito ouro na canoagem adaptada, em VL2.
Uma cobra-rateira, com cerca de três quilos e 1,60 metros de comprimento, foi ontem a tarde retirada de um recreio de uma escola primária em Braga, apurou O MINHO junto de fonte da PSP.
Uma cobra-rateira, com cerca de três quilos e 1,60 metros de comprimento, foi retirada de um recreio de uma escola primária em Braga, apurou O MINHO junto de fonte da PSP.
O alerta foi dado pela própria escola, localizada na freguesia de Lamaçães, depois de os alunos se terem assustado com a presença do animal, que impõe respeito face ao grande porte que ostenta.
Para o local foi ativada a equipa do Centro de Recuperação de Animais do ICNF, sediado em Albergaria, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, que procedeu ao resgate daquela cobra.
A mesma foi depois libertada na mata do Bom Jesus de Braga.
De acordo com Francisco Neto, responsável daquele centro de recuperação, e com 30 anos de experiência profissional no ‘terreno’, estas cobras “não fazem mal” ao ser humano.
“Elas são más, agressivas, mas se morderem alguém, acaba por ser similar à mordedura de um gato, por isso não há grande perigo”, acrescentou.
A O MINHO, explicou que as cobras-rateiras “só têm veneno nos últimos dentes, que serve para matar os ratos”. “Só envenena uma pessoa se colocar a mão pela boca dentro mas, mesmo assim, a dor é igual à da picada de uma abelha”.
A PSP, que foi a primeira entidade no local, registou a ocorrência.
A Câmara Municipal de Carregal do Sal continua a incentivar o comércio tradicional.
Depois do êxito da primeira edição, a autarquia promove mais uma ação “Comprar no Comércio Tradicional… Para Ajudar!”.
A iniciativa vai premiar quem fizer compras nos estabelecimentos aderentes com sede social no território concelhio dando-lhes a possibilidade de ganharem vouchers de compras de montantes diversos. E, nesta 2.ª edição, a Câmara vai atribuir ainda mais vouchers!
Também os estabelecimentos aderentes serão premiados. A todos será atribuído um certificado de participação e serão sorteados 3 prémios.
Por isso, se possui ou explora um estabelecimento comercial tradicional no Concelho, ofereça aos seus clientes a possibilidade de se habilitarem a vales-oferta de até 200€ e habilite-se também a ganhar prémios!
Inscreva-se na Ação “Comprar no Comércio Tradicional… para ajudar!”, até 15 de junho, acedendo a Serviços On-line, na secção Fichas de Inscrição Online.
Nos idos tempos da minha infância, quando ia à “matinée”, encantava-me com os filmes do legendário Búfalo Bill. Só agora, na ancianidade, fiquei sabendo que esse cowboy, famoso na vida do selvagem Oeste norte-americano, se tornou católico na hora da morte. Quem foi realmente esse personagem de luzes e sombras, que tanto fala à imaginação das pessoas da minha geração? Alguns dados abaixo, para juízo do leitor.
William Frederick Cody [foto acima] nasceu no estado de Iowa em fevereiro de 1846. Ainda criança, seu pai foi assassinado por se opor à escravidão, razão pela qual Bill (diminutivo de William) começou trabalhar aos nove anos de idade numa empresa de frete, onde evidenciou precoces habilidades de cavaleiro. Em 1857, aos 11 anos, já despontava como o mais jovem batalhador rural das Grandes Planícies, depois de brigar com um índio e abatê-lo, por atacar a fazenda de gado em que trabalhava. Na primavera de 1860, aos 14 anos, entrou no serviço do famoso Pony Express, histórico sistema de correio que levava correspondência a cavalo. A perigosa rota ligava as cidades de São José, no Missouri, a Sacramento, na Califórnia, cruzando territórios selvagens dos Estados Unidos. Ali conviveu durante anos com ataques de bandidos, mortes e embates memoráveis no lombo de cavalos. Fez fama.
Começava sua legenda de ousado aventureiro, corajoso até a temeridade. Embora algumas das ações a ele atribuídas sejam exageradas, o certo é que Bill deu provas de coragem e dedicação no serviço. Por exemplo, na aventura de uma viagem de ida e volta a cavalo entre Wyoming e Oregon pelo Pony Express, levando passageiros perdidos, uma odisseia que requereu quase 22 horas de um percurso de cerca de 480 quilômetros.
Em outra viagem — ainda hoje envolta em atmosfera legendária — o rapaz ultrapassou os guerreiros Sioux para chegar à estação Three Crossings, no Wyoming, apenas para encontrar o dono da estação morto e os cavalos roubados. Bill conseguiu escapar por pouco dos índios, fugindo para a estação seguinte. Ao chegar, reuniu um grupo de homens para surpreender os índios em seu acampamento, conseguindo retomar os cavalos furtados. Sua astúcia foi também a peça central de outro episódio, quando precisou entregar grande soma de dinheiro em seu destino. Temendo ser esbulhado, ele escondeu o cobre sob a coberta de sua sela, e encheu a mochila de papel. Quando realmente foi detido por assaltantes sob a mira de arma, jogou-lhes a mochila e conseguiu escapar com o dinheiro.
Durante a Guerra Civil Americana (1861-65), Bill Cody serviu pela primeira vez como batedor da União (desbravador de caminhos), em campanhas contra os Kiowas e os Comanches. Mais tarde, em 1863, alistou-se na Sétima Cavalaria de Kansas, que entrou em ação no Missouri e no Tennessee. Após a guerra, trabalhou para o Exército como batedor civil e condutor da caravana de alimentos para o Forte Ellsworth, no Kansas.
Por volta de 1867 começou a ser requisitado como provedor de alimentos para equipes operárias que trabalhavam na construção ferroviária. Não havia rebanhos por ali. Melhor, havia sim, rebanhos selvagens de bisões, que podiam fornecer a preço acessível a carne de que necessitavam as turmas de trabalhadores. Bill alistou-se para caçá-los, destinando o alimento aos trabalhadores da construção da Union Pacific Railroad. Em pouco tempo — diz a legenda — matou mais de quatro mil cabeças, façanha celebrada naqueles rudes anos da conquista do Oeste. Daqui provém sua alcunha de “Búfalo Bill”, o caçador de bisões.
Quando escasseou a caça na região, ele mudou de ramo, passando a ser batedor e guia da Quinta Cavalaria do exército norte-americano — executora da ainda hoje muito controvertida e inúmeras vezes fundadamente censurada política governamental de eliminar a resistência dos nativos indígenas ao assentamento de colonizadores das terras a oeste do Rio Mississipi.
A de Búfalo Bill ganhou mundo. Por causa dela, o aventureiro foi escolhido como guia para acompanhar o grão-duque Alexis da Rússia em expedição de caça organizada pelo Presidente dos Estados Unidos. Entrementes, ao lado de tais tarefas rendosas, mas quase recreativas, ele continuava a assumir missões perigosas recusadas por outros.
Isso lhe valeu a Medalha de Honra como batedor de um contingente da Terceira Cavalaria que foi atrás de bandos de índios que haviam roubado cavalos do exército perto de Forte McPherson, em Nebraska. Durante seu serviço militar, acredita-se que Bill tenha se envolvido em 16 combates com indígenas. Fato controvertido de sua biografia, ainda não completamente esclarecido, foi o escalpe de um guerreiro cheyenne Cabelo Amarelo, episódio tido como retaliação ao massacre do comando de Custer na Batalha de Little Bighorn, em 1876. Enfim, em sua vida rude de desbravador e homem de guerra, embora um tanto lendária, nem tudo é luz; perpassam-na sombras e, poder-se-ia dizer, até trevas. Cabe a nós, observadores do século XXI, olhá-la também com o olhar severo do historiador cuja isenção de juízo não pode omitir, na ponderação final, os costumes vigentes na época.
Depois que saiu do exército, Búfalo Bill tentou vários empreendimentos, inclusive com imprensa e hotéis. Entretanto, a que teve maior ressonância e o tornou mundialmente famoso foi o Buffalo Bill’s Wild West Show [foto], que ele dirigia sobre o Oeste Selvagem, encenado a partir de 1883.
Esse show romantizava e dramatizava fatos chamativos da colonização do Oeste norte-americano — ficção e melodrama. Incluía parada de cavaleiros, participação de índios e de grandes atiradores, além de turcos, árabes, mongóis e cossacos com seus cavalos e roupas típicas. Búfalo Bill levou seu show por todos os Estados Unidos, e chegou mesmo a se apresentar na Europa. Muito mais tarde, já em meados do século XX, tais shows repercutiram nos produtores de Hollywood, dando origem à legenda cinematográfica de Búfalo Bill.
Foi em 1887 que, a convite do empresário britânico John Robinson Whitley, Bill Cody levou sua companhia à Grã-Bretanha. Seu show fez parte da Exposição Americana, que coincidiu com o Jubileu de Ouro, 50 anos de reinado, da Rainha Vitória. O Príncipe de Gales, mais tarde Rei Eduardo VII, solicitou uma prévia particular da apresentação do Velho Oeste, e ficou impressionado o suficiente para organizar uma apresentação para a Rainha Vitória. Esta gostou do show, e quis conhecer seus intérpretes. Pediu mais uma apresentação para o dia 20 de junho, especialmente para seus convidados do Jubileu. A realeza de toda a Europa compareceu, incluindo o futuro Kaiser Guilherme II e o futuro Rei Jorge V. O Oeste Selvagem de Búfalo Bill fechou sua temporada de sucesso em Londres em outubro de 1887, após mais de 300 apresentações, com mais de 2,5 milhões de ingressos vendidos. A excursão fez paradas em Birmingham e Manchester, antes de retornar aos Estados Unidos em maio de 1888 para uma curta excursão de verão. Em sua turnê pela Europa, Búfalo Bill conheceu também o Papa Leão XIII. Voltaremos a ele.
Um participante das apresentações merece destaque especial: Touro Sentado (Sitting Bull), o famoso cacique sioux (1831-1890). Esse chefe indígena ganhou fama por liderar 3.500 guerreiros Sioux e Cheyenne contra o Sétimo Regimento de Cavalaria Americana, sob as ordens do famoso general Custer, na Batalha de Little Bighorn, em 25 de junho de 1876. Custer e todo seu destacamento — que incluía dois de seus irmãos — foram mortos pelos indígenas. Essa batalha desperta até hoje sentimentos diversos. O malogrado general passou a ser visto por alguns como o herói trágico que lutou até a morte junto a seus soldados. Entretanto, há os que o culpam pelo massacre, afirmando que Custer recusou ofertas de reforços, querendo receber toda a glória por uma eventual vitória. O fato é que Touro Sentado sobressaiu-se na batalha como estrategista e organizador, pelo que seu nome ficou também registrado na história norte-americana.
Depois da batalha, Touro Sentado chocou-se com o governo norte-americano, pois o valente chefe Sioux se negava a entregar seus territórios à ferrovia, a colonos ou buscadores de ouro, em troca de ir viver em reservas. Por isso teve que fugir em 1877 com seus homens para o Canadá, onde permaneceu até 1881.
No Canadá, Touro Sentado não conseguiu obter uma porção de terras para seus índios porque a Rainha Vitória o considerava um selvagem dos Estados Unidos. Entretanto, foi nesse país que o cacique teve a graça de conhecer o missionário belga Pierre-Jean De Smet (1801-1873) [foto ao lado], grande apóstolo entre os índios, que o converteu à fé católica. É conhecida uma foto do valoroso chefe vestido a caráter, portando entre seus colares uma corrente com o crucifixo [foto abaixo].
Quando Touro Sentado voltou com os seus do Canadá, ocorreu o episódio muito controvertido de sua morte. Naquele tempo, um índio Wovoca fundara uma seita chamada “Dança dos Fantasmas”, a qual obtinha, segundo ele, que por meio da dança os índios fizessem com que no ano seguinte a terra engolisse os homens brancos das terras de suas terras silvícolas. O governo dos Estados Unidos viu nisso uma ameaça, e ficou temeroso de que, com seu prestígio, Touro Sentado aderisse com os seus àquela loucura. Por isso enviou um batalhão de polícia para detê-lo. Na luta que se seguiu à tentativa de prisão, Touro Sentado e seu filho morreram baleados pela polícia em dezembro de 1890.
O Pe. De Smet, jesuíta belga acima mencionado, cujos esforços pioneiros para cristianizar e pacificar tribos indígenas a oeste do rio Mississipi o tornaram seu bem-amado Túnica Negra, acabou se transformando em mediador entre o governo dos Estados Unidos e os índios, numa tentativa do sacerdote para garantir que terras indígenas não fossem tomadas pelos brancos.
Nascido em 1801, o religioso realizou seu sonho de trabalhar em prol dos povos nativos da América, por ocasião de sua primeira viagem missionária entre os índios Peles Vermelhas, em 1838. Fundou para eles a Missão de São José, e na sua primeira missão de paz visitou os Sioux, a fim de obter que se reconciliassem com os Potawatomis.
Entretanto, sua grande obra se desenvolveu a partir de 1840, quando alguns índios iroqueses das Montanhas Rochosas, convertidos cento e cinquenta anos antes ao catolicismo, foram a São Luís pedir que lhes mandassem um túnica preta. O Pe. De Smet foi o indicado.
Em ninguém os índios americanos confiavam mais do que no Pe. De Smet, descrito por um líder indígena como “o homem branco cuja língua não mente” e “mais poderoso que um exército”, como se evidenciou em 1851, por ocasião de uma grande conferência sobre tratado entre funcionários dos Estados Unidos e das Nações Índias Ocidentais em Fort Laramie. É impossível sintetizar nos limites de um artigo tudo o que fez esse santo jesuíta em favor dos indígenas americanos. Restringimo-nos à campanha de 1868, quando foi convencer Touro Sentado a aceitar um tratado com o governo americano para voltar às suas terras. Segundo alguns, foi nessa ocasião que Touro Sentado conheceu o Pe. De Smet e foi convertido por ele à fé católica. O tratado feito foi depois também violado pelo governo, mas De Smet não viveu para ver.
A respeito da facciosa política do governo americano em relação aos índios, em 1870 houve um incidente que muito contrariou e indignou o já ancião Pe. De Smet. O governo decidiu dividir as várias aglomerações indígenas entre diferentes denominações religiosas, sem dar nenhuma preferência aos nativos. Assim, ocorreu a outorga de pregadores protestantes para contaminarem oito mil índios católicos. O Pe. De Smet protestou junto ao Comissário de Assuntos Indígenas, que não respondeu. Escreveu então ao Secretário do Interior, de quem também não obteve resposta. A partir daí passou a desconfiar das negociações do governo com os nativos norte-americanos tanto quanto havia deplorado os esforços missionários protestantes entre eles.
Um contemporâneo do valoroso jesuíta assim o descreve: “Ele [Pierre-Jean De Smet] era genial, de boa presença e um dos homens mais santos que já conheci, e não me surpreende que os índios tenham sido levados a acreditar que ele era divinamente protegido. Era um homem de grande bondade e grande afabilidade em todas as circunstâncias; nada parecia perturbar seu temperamento”.
O Pe. De Smet faleceu em 1873, sendo enterrado na missão de São Luís. Várias cidades dos Estados Unidos levam seu nome.
Epílogo:
Como entra aqui Búfalo Bill e sua conversão ao catolicismo?
Búfalo Bill conhecia muito bem Touro Sentado [foto ao lado], tanto assim que o convidou para fazer parte de seu show. Ora, Touro Sentado se havia convertido à verdadeira religião por intermédio do Pe. De Smet. O que leva a supor que o lendário cowboy tomou conhecimento do catolicismo por meio de Touro Sentado, não sendo, portanto, temerário supor que também tenha conhecido o jesuíta belga.
Mas enfim, diz-nos a en.wikipedia que no dia anterior à sua morte, 10 de janeiro de 1917, Búfalo Bill foi batizado na Igreja Católica pelo Pe. Christopher Walsh, da catedral de Denver. A notícia de seu falecimento, devido à sua fama ainda enorme, provocou manifestações de pesar em todo o mundo, entre as quais as do Rei Jorge V, do Kaiser Guilherme II e do Presidente Wilson.
Temos por fim algumas palavras do próprio Búfalo Bill — citadas no site Religión en Libertad e possivelmente extraídas de sua autobiografia — falando de sua fé:
“Foi em minha maturidade que encontrei a Deus. [E isso] te faz ver que fácil é abandonar o pecado e servi-Lo. Só se tem que fazer o correto. Graças a isto, deixei totalmente de beber. E deixei de fazer as coisas precipitadamente, simplesmente controlando minhas paixões e temperamento quando me encontro enfadado”.
Deus, em sua misericórdia, tendo na balança tantas benemerências — e, entre elas, o coração contrito —, certamente o terá recebido em sua glória. Deixou para todos, em especial para as crianças de meu tempo de menino, uma memória luminosa de bravura e aventura — quando se apresentava heróis como modelos para os pequenos e não monstros como nos dias atuais.